TODOS
os dias há novidades. Estão a vir às pinguinhas, com pézinhos de lã, para não
assustarem e não doerem muito. Grão a grão vamo-nos habituando, ficando
insensíveis, vendo desfilar os buracões no orçamento e aceitando os apertos sem
tugir nem mugir, até chegarmos ao patamar da Grécia.
O
Governo quer isentar as empresas do dever de informarem a Autoridade para as
Condições do Trabalho (ACT) sobre as alterações aos horários laborais. Assim
sendo, as crianças vão deixar de ver o pais, os divórcios vão disparar, em
contraste com a indústria de sacos-cama que vai ganhar um grande impulso.
O
ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, afirmou que o aumento das tarifas
de electricidade vai ser muito menor do que os 30 e os 55 por cento que têm
andado a ser anunciados, respectivamente para os consumidores particulares e as
empresas. Seja muito ou pouco, o aumento prepara-se para levar à falência mais
uns milhares de empresas, e por arrastamento, muitos mais portugueses e
respectivas famílias.
Carlos
Moedas, secretário de estado adjunto do Primeiro-ministro, admite que para 2012
a recessão irá ser mais profunda que o previsto.
Victor
Gaspar, Ministro das Finanças, conclui que o pior ainda está para vir.
Embora
Hillary Clinton tenha vaticinado que Portugal está no caminho certo para a
resolução da dívida soberana, e o Presidente norte-americano Barack Obama tenha
atribuído o fracasso do Euro à ausência de regulação do sector financeiro, por
cá ainda não se conseguiu apurar quem é o responsável pelo que está a
acontecer, havendo quem prefira simplificar, continuando a deitar as culpas
para os sindicatos e os trabalhadores portugueses, que continuam a ser o
principal obstáculo à competitividade das empresas, preferindo receber
subsídios em vez de trabalharem, a serem gastadores e a terem um nível de vida
superior às suas possibilidades.
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