ESTA
CAIXINHA de surpresas do défice das contas públicas é inesgotável. O problema poderia
ter sido resolvido com uma auditoria feita a tempo e horas, e de uma vez por
todas, mas assim dá muito mais jeito, com o aparecimento de buracos,
buraquinhos e buracões, a pedido e conforme as necessidades. Elas, as
surpresas, vão chegando em pequenas doses, pé-ante-pé, aos bochechos ou a
conta-gotas, para não provocarem sobressaltos ou reacções adversas, mas a
verdade é que todos os dias há uma nova surpresa. A mais recente, e mesmo em
cima da discussão do Orçamento de Estado para 2012, informa-nos que os cortes
dos subsídios de Natal e de férias a funcionários públicos e pensionistas que ganhem mais de mil euros não vão chegar para cobrir o buraco do Banco Português de Negócios (BPN), o tal que nas palavras do presciente, pretérito e lastimável ex-ministro Teixeira dos Santos, "praticamente não teria custos para os contribuintes". Entre a inexcedível capacidade de cálculo do senhor Teixeira dos Santos e as contas feitas às três pancadas pelo senhor Victor Gaspar, faltará qualquer coisa como uma bagatela de 150 milhões de euros que, ficamos já avisados, serão incluídos no próximo raide carteirista que o governo se proponha efectuar sobre os contribuintes.
Estou certo que havemos de voltar a ouvir falar do infindável caso do BPN. Já o mesmo não digo do exilado voluntário Manuel Dias Loureiro, calma e pacificamente aboletado em Cabo Verde, a aguardar pacientemente que o assunto caia no esquecimento, pois se até os inefáveis tribunais se consideraram incompetentes para julgar o caso...
Estou certo que havemos de voltar a ouvir falar do infindável caso do BPN. Já o mesmo não digo do exilado voluntário Manuel Dias Loureiro, calma e pacificamente aboletado em Cabo Verde, a aguardar pacientemente que o assunto caia no esquecimento, pois se até os inefáveis tribunais se consideraram incompetentes para julgar o caso...
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