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quinta-feira, janeiro 02, 2014

O Comediante

ESTE novo ano começou como o anterior acabou: MAL! Cavaco Silva - aquele que se intitula provedor do povo - veio de novo conversar com os seus protegidos, recorrendo ao cardápio e à lengalenga do costume, aconselhando paciência e muita fé nos bons tempos que aí virão, à mistura com umas quantas banalidades. Só que não aponta datas, apenas vagas perspectivas. Mas para que aquele paraíso desça até nós, é necessário que nos continuemos a portar bem, que tanto governo como oposição elaborem consensos e compromissos, pois o que é preciso é livrarmo-nos do segundo resgate, adoptarmos talvez um programazito cautelar, regressar triunfalmente aos mercados e não perturbar o banquete dos galifões do costume. Em nome das legítimas aspirações do povo, o provedor Cavaco diz isto tudo sem se rir nem engasgar, e não contente com isso, até veio emocionado desfraldar a bandeira dos 40 anos do 25 de Abril, só faltando falar do povo unido que jamais será vencido.

Cavaco é um verdadeiro comediante. Com um Orçamento de Estado para 2014 recheado de inconstitucionalidades, fez vista grossa e postou-se claramente ao lado do Governo, não enviando o dito para o Tribunal Constitucional, seja para fiscalização preventiva, ou sequer sucessiva, e promulgando-o como a coisa mais pacífica e inofensiva do mundo. Ficou claro - para quem não anda distraído - que as tarefas estão bem divididas: ao Governo compete a missão de propagandear a ideia de um Tribunal Constitucional oposicionista e bloqueador da governação, ao passo que a Cavaco compete, como corolário daquela ideia, a incumbência de ignorá-lo e passar-lhe ao lado, admitindo como boas as receitas do Orçamento de Estado. Comédia à parte, e para quem ainda tinha dúvidas - não sendo necessário um grande esforço de compreensão -, Cavaco Silva não precisa de acrescentar mais nada. Por estas e outras, comporta-se, não como Presidente da República, mas sim como o chefe da tríade (para não lhe chamar outra coisa) "um presidente, um governo e uma maioria".

terça-feira, outubro 29, 2013

Tomem Nota: Fim do Sonho Mau, vá lá, do Pesadelo

ALGUÉM ME EXPLICA porque razão as jornadas parlamentares do PSD e CDS-PP - com os seus deputados a mandarem recadinhos e a fazerem sugestões aos mauzões do Governo, como se fossem uma espécie de "oposição construtiva" -, têm autênticas maratonas em directo pelas televisões, com o fim de "anunciarem" e "explicarem" aos portugueses o milagre da luz que começa a tremeluzir, da economia que está a encher o peito e a ganhar alento, da recessão técnica que se vai extinguir, do pesadelo que está a ser excomungado, da terra prometida que aí vem, tudo com a ajuda da "dona esperança". E sempre com a ideia no ar de que, ou o Orçamento passa ou caminhamos para o desastre. O problema é que são só eles, os ilusionistas e visionários do Governo, mais os seus "mensageiros" e "partenaires", mais a ostensiva conivência das televisões, tudo sem contraditório, que vêem a proximidade da terra do leite e do mel, e nos entram pela casa dentro a pintar uma "narrativa" de contornos fantásticos, uma espécie de nova versão de "Saló ou os 120 dias de Sodoma" com cenas finais da "Gata Borralheira".

terça-feira, outubro 15, 2013

A Quadrilha Esteve em Conclave

DOMINGO, 13 de Outubro de 2013. A quadrilha do governo esteve reunida em "conclave" extraordinário, desde as 10 horas da manhã, até às tantas da noite, para trocar "desenhos" sobre o Orçamento de Estado para 2014, melhor dizendo, sobre os novos assaltos que irá fazer à fazenda dos portugueses. Pelo meio-dia, junto às instalações do Conselho de Ministros o cheiro a suor era já insuportável, de tal modo que os malfeitores optaram por fazer um "almoço de trabalho" (sandwichs, croquetes, empadas e sumos), e depois, ao longo da tarde, foram deixando "transpirar" que já havia "fumo branco" quanto ao desejado acordo. Mais um mistério que fica por explicar. Acordo? Qual acordo, e com quem?

Pelas 21 horas o "irrevogável" farsante Portas fez uma pausa, para vir até cá fora para informar os jornalistas e "tranquilizar" o povo, dizendo que apenas as pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros serão sujeitas a redução, o que corresponde, na opinião do "irrevogável", a uma solução “muitíssimo moderada”, bem longe daquilo que gente sem escrúpulos tinha andado a propalar. Com isto respirei fundo mas não fiquei descansadíssimo. E mais: dos 800.000 pensionistas "sobreviventes" apenas 25.000 irão ser afectados por mais esta expropriação, pois são os tais que vivem à grande e à francesa, com champagne, caviar e tudo. Assim sendo, fica por explicar onde o Governo irá buscar o restante, para perfazer os 100 milhões que contava arrecadar, ou será que essa verba foi mais uma falsa pista adiantada por este pouco escrupuloso Governo, para ver qual era a reacção? Ou será que o restante fica para o ano que vem? E mais ainda: disse o “irrevogável” que a razão de ser deste esbulho é que o Estado é deficitário em 1.200 milhões de euros, entre o que paga e o que recebe no regime contributivo, como se fossemos nós os culpados pelo facto do Estado não ser honesto nas contas, e um péssimo administrador das contribuições que entregamos à sua guarda. Cá ficamos à espera das cenas dos próximos capítulos. Entretanto, acautelemo-nos com os carteiristas que continuam a andar por aí…

quinta-feira, agosto 22, 2013

Percebe-se a Intenção!

A PRÓXIMA avaliação do memorando da troika, bem como a definição dos cortes na despesa pública, que irão afectar as reformas e pensões, prestações sociais e outras coisas mais, bem como as novas linhas de austeridade do Orçamento de Estado para 2014, só serão conhecidas depois das eleições autárquicas, pois não há nada como tomar medidas e antecipar o controle de danos. Para aquecer o ambiente e fazer estragos, já bastam as baboseiras de alguns candidatos a autarcas, as altas temperaturas deste mês de Agosto e os incêndios que continuam a esturricar o país.