O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse ontem, na Assembleia da República, exibindo aquele habitual discurso pasteurizado, que "o que estamos a fazer é a criar condições para que o financiamento regresse à nossa economia". Ora acontece que esta promessa já vem do tempo (meados de 2012) em que foi posto à disposição do sistema bancário, para a sua recapitalização, um envelope com 12.000 milhões de euros, com o objectivo de, posteriormente, os bancos financiarem a economia, e até agora, nada. Afinal - e garante o Coelho que o governo não é mandrião - ainda só se está na fase de "criar condições"...
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quinta-feira, março 07, 2013
sábado, dezembro 03, 2011
Recapitalizar a banca SIM, favorecer os banqueiros NÃO
Artigo de Octávio Teixeira, economista e ex-deputado do PCP, publicado em NEGÓCIOS on-line em 29 de Novembro de 2011. O título do post é o mesmo do artigo.
«O sistema bancário é "o coração que faz circular o sangue da economia". Assim, o sistema bancário é um efectivo bem público.
E sendo-o, é ao Estado que deve competir a sua propriedade e gestão. Sucede que a situação actual não é essa. Mas nem por ser predominantemente privado o Estado poderá correr o risco de ver deflagrar o sistema.
Ora, é generalizadamente reconhecido que os erros e a irresponsabilidade dos banqueiros conduziram à necessidade de recapitalização dos bancos para salvaguardar esse bem público, para que eles possam exercer a sua função de concessão de crédito à economia real.
Sendo privados, para a recapitalização os bancos devem recorrer aos seus accionistas, ou aos seus activos tal como, por discriminação ideológica, a troika impõe à CGD. Todos os bancos os têm. Mas, porque valiosos e rentáveis, os banqueiros não querem vendê-los preferindo recorrer ao Estado para satisfazer as necessidades financeiras da recapitalização. Deveria ser-lhes imposta a venda dos activos necessários e só na medida em que se mostrassem insuficientes poderiam recorrer aos fundos públicos.
Mas ao entrar no capital de um qualquer banco o Estado tem não só o direito como a obrigação de passar a ser um accionista em plenitude. Não é admissível que o Governo, por vontade própria e com o apoio dos ultraliberais BP e BCE, invista 12 mil milhões e se proponha assumir o papel de um accionista cego, mudo e surdo, de um accionista que o não é.
A proposta do Governo, que os bancos arrogantemente ainda consideram pouco, não é uma efectiva participação do Estado no capital dos bancos. É, isso sim, a injecção nos bancos de volumosos dinheiros públicos para beneficiar os interesses e a gula insaciável dos banqueiros.»
quinta-feira, março 03, 2011
Buraco Negro (3)
"Estão três mil milhões [de Euros] disponíveis para fazer face à necessidade de recapitalização dos bancos (...) se for necessário usá-los, serão usados e devemos ver isto sem qualquer tipo de complexo".
Declaração de Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro, em entrevista ao Etv (Económico TV), no mesmo dia em que se fala que está em estudo a hipótese de os funcionários públicos virem a receber o Subsídio de Natal em Títulos do Tesouro, solução que poderá muito bem ter a ver com as “medidas mais profundas” que a chanceler Ângela Merkel pediu a Sócrates para implementar.
Declaração de Carlos Costa Pina, secretário de Estado do Tesouro, em entrevista ao Etv (Económico TV), no mesmo dia em que se fala que está em estudo a hipótese de os funcionários públicos virem a receber o Subsídio de Natal em Títulos do Tesouro, solução que poderá muito bem ter a ver com as “medidas mais profundas” que a chanceler Ângela Merkel pediu a Sócrates para implementar.
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