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domingo, janeiro 26, 2014

A Anedota da Semana

Carlos Silva, secretário-geral da UGT, alterna entre duas facetas: umas vezes cómica, outras vezes alarve. Para ele (imagine-se!) o Governo está bem entregue, e quanto a nós, escusamos de ficar descansados. Seguem-se três tiradas do dito, seguidas do meu comentário.

1 - "A UGT é hoje um referencial de estabilidade para o país. É à mesa das negociações com o Governo, com os vários ministros, secretários de Estado e empresários que temos conseguido encontrar soluções"...

isto é, sempre em prejuízo dos trabalhadores e em benefício dos tais empresários e dos seus "superiores interesses" que dizem ser coincidentes com os "superiores interesses da nação". Código de Trabalho e despedimentos são dois bons exemplos.

2 - "Estamos mais preocupados em formar e qualificar trabalhadores (habilitando-os para um mercado de trabalho que é reduzido) do que lançá-los para os campos de batalha, para as invasões dos ministérios, subindo as escadarias da Assembleia da República, fazendo greves todos os dias e combatendo as suas próprias empresas levando-as ao encerramento"...

isto é, os trabalhadores são despedidos e ficam a vegetar pelos centro de emprego, porém, não são uma coisa qualquer. Embora desempregados, são trabalhadores submissos, respeitadores, com formação e altamente qualificados, e na melhor das hipóteses, prontinhos para a emigração.

3 - Carlos Silva referiu ainda que a UGT nunca pediu a demissão do Governo, nem o irá fazer (a vontade dos portugueses tem de ser respeitada e os mandatos são de quatro anos), "a não ser que uma coisa tremenda, do ponto de vista da democracia, surgisse no país"...

sei lá, uma catástrofe, como por exemplo, o Governo tomar a iniciativa e demitir-se em bloco...

quinta-feira, setembro 12, 2013

Anedota da Semana

«O secretário-geral da UGT [Carlos Silva] disse hoje na Marinha Grande que 'este' Governo, após as últimas mudanças no executivo, demonstra "maior abertura de espírito" no domínio económico e "mais sensibilidade" face aos sacrifícios dos portugueses.»

Sub-título do DIÁRIO DE NOTÍCIAS - Economia, em 12 de Setembro de 2012

quinta-feira, janeiro 03, 2013

Ainda o Pai Natal...

- SABIAS que a UGT, pela boca de João Proença, ameaçou rasgar o acordo tripartido de concertação social que assinou no início de 2012, porque o Governo deu o dito por não dito e resolveu baixar de 20 para 12 dias as indemnizações por cada ano de trabalho, em caso de despedimento?
- Ah sim, não me digas? É que o João Proença já devia saber que negociar e assinar acordos com o Governo é a mesma coisa que acreditar no Pai Natal...

domingo, junho 24, 2012

Registo para Memória Futura (67)

«Como sabe, eu sou bancário, do BES [Banco Espírito Santo], que é quem paga o meu salário – o único que tenho e que faço questão de manter. Por isso, antes de formalizar a candidatura, fiz questão de ter uma reunião com o doutor Ricardo Salgado, a quem transmiti, de forma transparente, a minha intenção. Naturalmente que ele, enquanto presidente da comissão executiva do BES, desejou-me sorte e disse que era também um factor de prestígio para o BES ter um dos seus colaboradores como secretário-geral da UGT [União Geral de Trabalhadores]

Retirado do blog 5DIAS.net, excerto da entrevista feita pelo diário AS BEIRAS a Carlos Silva, candidato único à liderança da UGT, apoiado pelas tendências socialista, social-democrata e democrata cristã.

sexta-feira, março 02, 2012

Ministro na Sala de Pânico


HÁ CERCA de mês e meio o ministro das Finanças Victor Gaspar, fez-nos engolir um anti-depressivo, garantindo que este ano de 2012 ia marcar um ponto de viragem (positivo, entenda-se) na recuperação económico-financeira do país, logo nas nossas espectativas. Passos Coelho foi pelo mesmo caminho. Acertou o passo e assegurou que os nossos sacrifícios estavam a frutificar. As Parcerias Público-Privadas continuam de óptima saúde. Pudera! Somos nós que agora as suportamos, e no futuro, os nossos filhos, os nossos netos e bisnetos. Veio a troika e deu nota positiva ao programa de austeridade (também conhecido por pacto de agressão contra trabalhadores e reformados), muito embora o representante do FMI tenha admitido que a contracção iria ser maior que o incialmente previsto. Como se pode ver, só boas notícias, com um ou outro senão pelo meio.

Entretanto, a recessão, as falências, os ordenados em atraso e o desemprego (este agora a atingir 14,8%, e com Cavaco Silva a dizer-se assustado, imaginem!), vêm borrar a pintura e colocar em causa, sua excelência a toda poderosa consolidação orçamental. Hoje, o jornal "i" vem dizer-nos que Victor Gaspar entrou em pânico (gostava de o ver nesses propósitos) com a quebra abrupta das receitas da Segurança Social e do IRS, com as contribuições deste último a diminuirem 43,9 milhões em Janeiro de 2012 face a Janeiro de 2011. Ora, se há reduções nos salários, se há cortes e são eliminados subsídios de férias e natal, se desaparecem empresas e se há destruição de emprego, é óbvio que isso se irá reflectir nas receitas do Estado, por via dos impostos. Se somarmos a isto que o Governo destapou a Caixa de Pandora com a celebração do acordo de (des)Concertação Social, que a UGT subscreveu, e agora João Proença, secretário-geral daquela central sindical vem queixar-se dos resultados, isto é, que a taxa de desemprego cresceu para 14,8%, confirmando-se a existência de mais de um milhão e duzentos mil desempregados, e tudo apontando para que esta escalada continue imparável, assim sendo, em que ficamos?

Os cenários são tudo menos optimistas e a melhor maneira de alguém cair em descrédito é abusar das palavras ao ponto de elas perderem sentido, as suas afirmações deixarem de ter significado e as suas promessas esvaziarem-se e falirem. O pior é que, passo a passo, mais com os actos concretos do que com o palavreado oco, levam o país ao engano e arrastam-no para caminhos sem regresso.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Registo para Memória Futura (58)

«Posso esclarecer que não fui ministra, não fui banqueira e não serei conselheira de energia. Sou apenas licenciada, mestre e doutoranda em direito.»

Declarações no Facebook de Celeste Cardona, ex-ministra da justiça do XV Governo Constitucional (primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso), ex-administradora da Caixa Geral de Depósitos e agora nomeada para integrar o Conselho Geral de Supervisão da EDP.

Meu comentário: Os membros do futuro Conselho Geral de Supervisão da EDP têm tendência para reescrever a história das suas vidas. Eduardo Catroga tambem garantiu que nunca foi membro do PSD, muito embora tenha sido públicamente admitido nas hostes laranja em Maio de 2005, e o padrinho tenha sido Marques Mendes.

Por este andar, e se a moda da perda de memória pega, ainda ouviremos João Proença, o patético e desmemoriado secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), assegurar, com veemência, que é mentira que tenha afirmado que foi incentivado, em privado, por altos dirigentes da CGTP e do PCP, a negociar e a assinar o acordo de (des)concertação social, desconhecendo se eles estavam ou não mortinhos por o assinar, e que só não o fizeram para não perderem a face perante a classe trabalhadora. Na mesma ordem de ideias, também o ouviremos garantir que nunca disse que este acordo até protegia os trabalhadores, e igualmente falso que tenha arranjado este guardanapo para se limpar do passo que deu, ele que até nunca foi dirigente sindical, ou coisa parecida.

sábado, dezembro 11, 2010

Perguntar não Ofende

AFIRMARAM as centrais sindicais CGTP e UGT que em 24 de Novembro perto de 3 milhões de trabalhadores portugueses aderiram à Greve Geral, decretada com o objectivo de estancar a onda de investidas contra os seus direitos, acabar com as injustiças e mudar de políticas, no que diz respeito ao emprego, salários, protecção social e serviços públicos.

Entretanto, de lá para cá, já aconteceu o seguinte:

- Foi rejeitada a iniciativa legislativa do PCP que tinha por objectivo tributar os dividendos relativos a 2010, que irão ser pagos antecipadamente, como forma de os accionistas se esquivarem ao pagamento de impostos, tal como o prevê o Orçamento de Estado de 2011;

- Dos 550.846 desempregados inscritos nos centros de emprego, apenas 316.695 recebiam prestações associadas, de acordo com os dados recentemente publicados pela Segurança Social. Mas a taxa de cobertura ainda poderá ser inferior (52%) se tivermos em conta todo o universo de desempregados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística - 609,4 mil no terceiro trimestre (do DIÁRIO ECONÓMICO de 7-Dez-2010);

- O ministro dos Assuntos Parlamentares reiterou que o valor do salário mínimo nacional em 2011 foi fixado "como objectivo de médio prazo", pelo que "tem de voltar a ser motivo de concertação" e acusou PCP e Bloco de Esquerda de "cegueira" (do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 4-Dez-2010);

- José Sócrates declarou que o Governo tem a intenção de fazer uma reforma das leis laborais, tais como "flexibilidades funcionais, de tempos de trabalho, flexibilidades salariais" que podem "auxiliar as empresas a não ter que despedir trabalhadores, e os trabalhadores a poderem conciliar a vida profissional com a vida familiar";

- O Governo, vai propor aos parceiros sociais a criação de um fundo para financiar os custos dos despedimentos. A intenção do Governo é manter o valor das indemnizações por despedimento actualmente previstas no Código do Trabalho e transferir para esse fundo a responsabilidade pelo pagamento das indemnizações aos trabalhadores, fundo esse que deverá ser alimentado por dinheiro públicos, oriundos da Segurança Social, e uma participação simbólica das empresas. Em resumo: O governo corta nos subsídios de desemprego (que são provenientes das contribuições do trabalhadores) mas alambaza-se nas indemnizações, pondo a sociedade em geral e os trabalhadores em particular a suportarem e financiarem o seu próprio despedimento, com a promessa de isso irá desencadear a competitividade e motivar as empresas para a criação de novos empregos (era o que faltava, murmuram os patrões eles entre si);

- Desta última novidade o Governo apenas manifestou a sua intenção à UGT, sem divulgar grandes pormenores, enquanto que à CGTP, pouco ou quase nada disse, reservando-se para discutir a coisa a fundo com as associações patronais, o que não pressagia nada de bom. É o “estado social” do papagaio Sócrates, em toda a sua exuberância, e está tudo dito!

Pergunta: de que valeu aos trabalhadores terem feito greve, já lá vai quase um mês, se nada mudou, antes pelo contrário, continuando imparável e indiferente, a ofensiva contra a classe trabalhadora em geral, e serem cada vez mais negras as perspectivas futuras, em contraste com o regime de protecção e isenção de quem beneficia e acede a largos proventos, que nem sequer têm origem nas prestações de trabalho?