A chaga aberta dói e sangra tanto,
ainda que no tempo passem anos!...
Do chão do nada, a custo já levanto
a safra de aflições e desenganos.
No peito, o coração, teimando, bate!...
Teimando, bate, bate, e não se cansa!
Nem dor nem desalento o sonho abate
dos cravos desta pátria em esperança!...
Dos fastos e desastres, a memória
de um povo erguendo a pátria à dimensão
da gesta humana em páginas de História!...
E neste cais de Outono e solidão,
que fado nos impede agora a glória
de ousar no pátrio chão mais um padrão?
José-Augusto de Carvalho
24 de Novembro de 2008.
Viana * Évora * Portugal
NOTA - Imagem da Rosa dos Ventos - Sagres, Portugal * Foto Internet, com a devida vénia.