CONTRARIANDO
as palavras do ministro das Finanças Victor Gaspar, que disse durante a
apresentação do Orçamento de Estado para 2012 não haver grupo social que não
seja chamado a contribuir para este esforço, veio a ver-se, as pensões
vitalícias auferidas pelos antigos titulares de cargos políticos, não eram abrangidas
pelo esforço adicional de austeridade que, como se sabe, será exigido aos
funcionários públicos e pensionistas, como punição por serem os mais bem pagos
do país e andarem a gastar acima das suas possibilidades.
No
dia seguinte, confrontado com o abismo entre as palavras e os factos, o
ministro Victor Gaspar acabou por reconhecer que a coisa tem que ser corrigida,
adiantando mesmo que se irá mais longe, aplicando limitações ao escandaloso número
de pensões que os políticos podem acumular.
Eu
já estava preocupadíssimo e a questionar os meus botões, mas afinal, tanto Mário
Soares como Jorge Sampaio e Almeida Santos, entre muitos outros coleccionadores
de pensões vitalícias, já não estarão naquele desesperado estado de
necessidade, senão mesmo de indigência, em que eu os imaginava, ao ponto de
serem dispensados de contribuir com o seu quinhão para a superação da crise.