segunda-feira, dezembro 24, 2007

A Voz do Dono

“…
A nova administração da RTP é um sinal claro. A anterior (a de Almerindo Marques que transitou entretanto para as Estradas de Portugal) estava ao serviço do Governo, mas Sócrates queria mais, queria um acesso directo que não estava tão fácil como no tempo de Morais Sarmento. Esse incómodo levava o Governo por outros caminhos.
Agora, Luís Marinho, o único director de informação em décadas que no exercício das suas funções fez um elogio ditirâmbico ao primeiro-ministro e foi almoçar com ele sem conhecimento da administração, o único director de informação em décadas que conseguiu uma reacção fortíssima dos jornalistas da RTP contra si em plenários em Lisboa e Porto, o único director de informação a quem não se conhece qualquer ideia significativa nem qualquer mudança positiva na informação, que deixa um legado de crítica generalizada da sociedade à informação pró-governamental, este mesmo Marinho é premiado com a promoção à administração. A mediocridade e os relacionamentos compensam.
…”
Eduardo Cintra Torres in MAIS RTP, MAIS GOVERNO, jornal Público de 2007-Dez-22

sábado, dezembro 22, 2007

Crise no Millennium BCP

C
Portugal é uma frota de barquinhos, que conforme vão metendo água, os ratos (1), sempre eles, cumprindo a tradição, são os primeiros a abandonar as tábuas do destroço.
A
(1) Para além de nome de roedor, no dicionário de sinónimos rato também pode ser comparado a espertalhão, manhoso, tratante, velhaco, larápio, ladrão ou gatuno.

UM POEMA DE NATÁLIA

U
Há noites que são feitas dos meus braços

E um silêncio comum às violetas
E há sete luas que são sete traços
De sete noites que nunca foram feitas.

Há noites que levamos à cintura
Como um cinto de grandes borboletas
E um risco a sangue na nossa carne escura
Duma espada à bainha dum cometa.

Há noites que nos deixam para trás
Enrolados no nosso desencanto
E cisnes brancos que só são iguais
À mais longínqua onda do seu canto.

Há noites que nos levam para onde
O fantasma de nós fica mais perto:
E é sempre a nossa voz que nos responde
E só o nosso nome estava certo.

Há noites que são lírios e são feras
E a nossa exactidão de rosa vil
Reconcilia no frio das esferas
Os astros que se olham de perfil.

Poema de Natália Correia in Rosa do Mundo - 2001 Poemas para o Futuro
edição da Assírio & Alvim

quinta-feira, dezembro 20, 2007

Pequena Galeria III


PEis mais 5 composições de tinta acrílica sobre tela, da autoria do meu estimado e talentoso amigo Joaquim Guerreiro (nome artístico QUIM ZÉ).
Na sequência do que já se podia ver na
PEQUENA GALERIA e na PEQUENA GALERIA II , o ritmo das formas e a intensidade das cores continuam a marcar presença nos temas. Para os respectivos interessados, aqui fica o respectivo contacto E-MAIL (quimfaisca@iol.pt).
P







sábado, dezembro 15, 2007

A Democracia Exige

A

A
Eu não era euro-céptico, mas agora, depois das traficâncias cometidas com este “tratado” que já foi “constituição”, e porque não gosto de ser enganado, passei a sê-lo.

NOTA: O logotipo pode ser usado e distribuído.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

Estas São As Minhas

A
Porque o Natal não tem que ser sempre associado ao Presépio ou ao Pai Natal

Primeiros Passos Para Uma Discussão Sobre a Eutanásia

P
Em Janeiro deste ano, no meu artigo a propósito do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (IVG), prometi voltar ainda este ano a outro assunto polémico, neste caso a eutanásia. Aqui estou a cumprir o prometido.
Penso que esta questão, embora de natureza semelhante à IVG, dado dizer respeito à inviolabilidade da vida humana, tem facilitada a sua reflexão e debate, na medida em que o protagonista central, ao contrário do feto, é habitualmente um indivíduo adulto, na maior parte dos casos, possuidor de discernimento e vontade própria. Portanto, paremos para pensar. Da discussão nascerá a luz.
p
No dicionário: Eutanásia - (do grego EU, boa, e THANATOS, morte)
Significado na antiguidade clássica (Grécia e Roma): morte por piedade, morte suave, morte bela e honrosa.
Significado actual: eliminação sem dor de doentes incuráveis, dados como perdidos, apressando-lhes o fim. Habitualmente esta prática implica o consentimento dos familiares do doente, por aquele se encontrar no estado de vida vegetativa.
Outras condutas equiparáveis:
Suicídio assistido: Suicídio de um doente, assistido e auxiliado por uma segunda pessoa de sua confiança, por pedido expresso do primeiro.
Rejeição de excesso terapêutico: Renúncia de tratamentos paliativos, os quais apenas servem para adiar uma morte inevitável.
Conduta brutal: durante o III Reich (1933-1945), no quadro da eugenia, a eutanásia foi oficialmente legitimada e legalizada pelo regime nazi, para que pudessem ser metodicamente eliminados todos os doentes mentais, bem como outros indivíduos portadores de doenças degenerativas e deficiências físicas, que pudessem ameaçar, através dos seus eventuais descendentes, os critérios nacional-socialistas de pureza racial. O programa alemão de eutanásia, organizado pelo Professor Werner Heyde, e realizado com uma obstinação patológica, fez 200.000 vítimas alemãs, servindo de ensaio e modelo para outras formas de extermínio de estrangeiros e pessoas indesejáveis, nos campos de concentração. Foi a partir daí que a eutanásia passou a ser equiparada, a vários níveis, com outras práticas, tão indignas quanto monstruosas, logo classificada como crime.
P
O facto de 80% dos médicos oncológicos portugueses estarem dispostos a recusarem a prática da eutanásia, tal como acontece com a interrupção da gravidez, não tem a ver com a bondade ou iniquidade da prática da eutanásia, mas sim com a objecção de consciência, determinada pelo juramento de Hipócrates e princípios éticos ou religiosos adoptados pelo médico.
Deste modo, a eutanásia não deve ser considerada uma medida boa ou má, pelo simples facto de haver ou não pessoas dispostas a consenti-la ou a levá-la a cabo.
P
A inviolabilidade da vida humana tem a ver com o DEVER que obriga o ser humano a respeitar a vida do seu semelhante, enquanto bem alheio, mas não deve ser confundido com o DIREITO que assiste ao ser humano de dispor da sua própria vida, enquanto bem pessoal e intransmissível. Assim sendo, não deve ser confundido o direito à vida com o dever ou obrigação de viver.
P
“Viver é um direito, não uma obrigação.”
Foram estas as palavras de Ramón Sanpedro, tetraplégico espanhol que esteve imobilizado numa cama durante 29 anos, e que conseguiu por termo à vida com a ajuda da sua companheira, em Janeiro de 1998. Travou durante 5 anos uma renhida batalha com os tribunais espanhóis, os quais sempre lhe negaram o pedido que havia formulado de ter direito ao suicídio assistido, pois considerava uma humilhante escravidão, a situação de estar lucidamente preso a um corpo morto.
P
Sobretudo o suicídio assistido e a rejeição de excesso terapêutico não quebram o conceito de inviolabilidade do direito à vida, na medida em que resultam de decisões íntimas, maduramente ponderadas, não sendo o mero produto de mentes turvadas e distorcidas, como algumas pessoas pretendem fazer crer.
P
O direito definiu a inviolabilidade da vida humana, não como um princípio absoluto, mas como um aspecto da condição humana. Há que reconhecer o direito de fazer cessar a própria vida, em pé de igualdade com o direito de continuar a viver essa mesma vida. A separar estes conceitos existe um grau de sensibilidade perante o sofrimento, um estado pessoal e intransmissível, que não é mensurável, mas que pode determinar o desejo ou não de continuar a viver. Embora opostos, viver ou não viver, são ambos direitos humanos, logo invioláveis.
Resumindo: há que moralizar, desmistificar e descriminalizar a prática da eutanásia. Ela deve ser encarada, não como uma “solução administrativa”, mas como uma solução natural. Deve ser interpretado como a decisão que de quem está impossibilitado de executar o gesto final, pelos seus próprios meios, e que recorre à mão amiga, para assegurar a dignidade do seu desejo final.
P
Quanto às religiões e suas crenças, já sabemos o que pensam sobre o assunto: se Deus pode tirar a vida de forma arbitrária e caprichosa, tal sempre foi entendido e desculpabilizado como a vontade divina; se é um humano que pratica a eutanásia, tal acto é um pecado (quando não crime cível) que supõe, tanto para o agente activo como passivo, no mínimo, a pena de arderem no inferno até ao fim dos tempos,.
P
Já fez um ano que Rafael Soares, no blog A TOUPEIRA, em 13 Dez 2006, disse o seguinte:
“A morte voluntária é mais dramática justamente por ser interdita. Não fora isso e talvez fosse menos dura de suportar pelos que ficam, pelos que esperam. Estou em crer que é assunto que deve ser mais amplamente debatido. Tem a ver, convenhamos, com os direitos humanos. O direito que cada um tem, ou devia ter, para escolher o momento de partir. O direito a uma morte suave e não punitiva. … Queria, isso sim, saber que podia resolver o desenlace duma vida, a minha, como e quando me aprouvesse. Como pode alguém pretender-se livre e autónomo se não dispõe de si próprio? …”
Subscrevo as suas palavras. Espero que a sociedade portuguesa faça a necessária e competente reflexão sobre o assunto. Por mim, estou disponível para dar o segundo passo.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Vigilante 2

G
Questionada sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, esta gaivota, frequentadora habitual dos telhados centenários de Alcochete, teria feito o seguinte comentário:
- Queria ver-vos a aterrarem aqui…
G

sábado, dezembro 08, 2007

Jamaisgate

J
O senhor ministro Mário Lino, que eu admiro sobremaneira, por ser um expoente máximo de coerência, determinação, pragmatismo e estabilidade emocional (além de ser um óptimo desencravador de fotocopiadoras), afirmou peremptoriamente, sem vacilar e sem se rir, que “jamais” disse que “jamais” haveria a construção de um novo aeroporto na margem sul do Tejo. Ora acontece que eu, tal como muitos outros perversos e tortuosos compatriotas, a tal ponto metemos na cabeça, a propósito sabe-se lá de quê, que o ministro teria pronunciado tais palavras, à mistura com referências de que a tal margem sul é um deserto, que a confusão está instalada. Uma coisa é certa: só podemos estar redondamente equivocados! Sei de fonte segura que as próprias televisões, também elas convencidas de que o ministro teria debitado tais afirmações, andam a vasculhar desesperadamente os seus arquivos de gravações de vídeo, sabe-se lá com que intenções. Tanto pode ser para encontrar a fatídica reportagem e embaraçar o ministro (o que acho um procedimento asqueroso), como para destruir o incómodo registo e falsificar a nossa História, o que é também eticamente censurável, além de terem que ser pagos substanciais direitos autorais aos herdeiros do Richard Nixon. Como acho que o ministro é um exemplo de coerência, determinação, rigor, pragmatismo e estabilidade emocional, somos obrigados, eu, bem como outros milhares de portugueses, mais as rádios e as televisões, a darmos o braço a torcer e levados a acreditar piamente que tais afirmações “jamais” foram pronunciadas, as suas gravações não existem, só continuando a subsistir tal ideia nas nossas mentes cavilosas, porque passamos a vida a cozinhar verdades com mentiras de baixo nível (vejam-se também as falsidades tecidas à volta da engenhosa licenciatura do Pinto de Sousa), apenas com a finalidade de denegrir os políticos autênticos. É por estas e por outras que não somos dignos de ter o impoluto senhor Lino como ministro das nossas obras públicas.

Vigilante

V
Uma gaivota em posição atenta e vigilante, instalada num dos candeeiros do molhe de Alcochete, na manhã de 7 de Dezembro de 2007, a ver o cortejo dos chefes de estado, a passarem ao longe, rumo à cimeira da África com a União Europeia.
V

sexta-feira, dezembro 07, 2007

Para a História da Cidade

P
A partir de hoje e nos próximos dias, o Parque das Nações, em Lisboa, vai apresentar a maior concentração por metro quadrado, de delinquentes e trapaceiros, de que há memória, na história da cidade, protegidos pelo maior dispositivo policial de todos os tempos. Porreiro, pá!

quinta-feira, dezembro 06, 2007

Nunca Reuniu!

N
A Comissão de Acompanhamento de Aplicação do Regime de Protecção no Desemprego nunca reuniu, apesar de estar há muitos meses constituída
X
O Decreto-lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro, prevê, no art. 83º, a constituição de uma Comissão de Acompanhamento de aplicação da legislação e refere ainda, que a mesma deve ser constituída através dum despacho do Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, a proferir no prazo de três meses a contar da publicação do presente decreto-lei.
Esta Comissão, só foi constituída depois da CGTP-IN ter questionado o Governo na altura, dado que o prazo previsto no diploma não foi cumprido, tendo vindo em 10 de Maio de 2007 a ser publicado o despacho 8392/2007 com um atraso de 3 meses.
A 1ª reunião da Comissão foi agendada 4 meses depois da sua constituição, ou seja, para 12 de Setembro, mas esta acabou por ser adiada para data oportuna, sem qualquer justificação e sem previsão da data de realização de nova reunião.
A CGTP-IN questionou hoje, o Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, de quais as razões para a Comissão ainda não ter começado a funcionar e exigir o seu funcionamento de imediato, dado a importância de acompanhar a aplicação da legislação e, tanto mais, que a Comissão tem a obrigação de realizar, no prazo máximo de 3 anos, uma avaliação global dos novos mecanismos legais introduzidos, e já está quase a completar um ano da entrada em vigor em pleno deste diploma.
X
DIF/CGTP-IN Lisboa, 13.10.2007
Comentário meu: É por estas e por outras que o Governo socretino foge da CGTP como o diabo da cruz.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Palavras do Eça

P
“Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa.”

In O CONDE DE ABRUNHOS, escrito em 1878 por Eça de Queirós

Será Este O País Que Queremos?

S
Da autoria de Ana Benavente, Professora Universitária e militante do PS, foi publicado no jornal Público de 2007 Dezembro 2, o texto que abaixo se transcreve, dando-nos mais uma boa oportunidade para reflectirmos sobre o actual estado da nação.
B
«1. Não sou certamente a única socialista descontente com os tempos que vivemos e com o actual governo.Não pertenço a qualquer estrutura nacional e, na secção em que estou inscrita, não reconheço competência à sua presidência para aí debater, discutir, reflectir, apresentar propostas. Seria um mero ritual.Em política não há divórcios. Há afastamentos. Não me revejo neste partido calado e reverente que não tem, segundo os jornais, uma única pergunta a fazer ao secretário-geral na última comissão política. Uma parte dos seus actuais dirigentes são tão socialistas como qualquer neoliberal; outra parte, outrora ocupada com o debate político e com a acção, ficou esmagada por mais de um milhão de votos nas últimas presidenciais e, sem saber que fazer com tal abundância, continuou na sua individualidade privilegiada. Outra parte, enfim, recebendo mais ou menos migalhas do poder, sente que ganhou uma maioria absoluta e considera, portanto, que só tem que ouvir os cidadãos (perdão, os eleitores ou os consumidores, como queiram) no final do mandato.Umas raríssimas vozes (raras, mesmo) vão ocasionando críticas ocasionais.
B
2. Para resolver o défice das contas públicas teria sido necessário adoptar as políticas económicas e sociais e a atitude governativa fechada e arrogante que temos vivido?Teria sido necessário pôr os professores de joelhos num pelourinho? Impor um estatuto baseado apenas nos últimos sete de carreira? Foi o que aconteceu com os “titulares” e “não titulares”, uma nova casta que ainda não tinha sido inventada até hoje. E premiar “o melhor” professor ou professora? Não é verdade que “ninguém é professor sozinho” e que são necessárias equipas de docentes coesas e competentes, com metas claras, com estratégias bem definidas para alcançar o sucesso (a saber, a aprendizagem efectiva dos alunos)?Teria sido necessário aumentar as diferenças entre ricos e pobres? Criar mais desemprego? Enviar a GNR contra grevistas no seu direito constitucional? Penalizar as pequenas reformas com impostos? Criar tanto desacerto na justiça? Confirmar aqueles velhos mitos de que “quem paga é sempre o mais pequeno”? Continuar a ser preciso “apanhar” uma consulta e, não, “marcar” uma consulta? Ouvir o senhor ministro das Finanças (os exemplos são tantos que é difícil escolher um, de um homem reservado, aliás) afirmar que “nós não entramos nesses jogos”, sendo os tais “jogos” as negociações salariais e de condições de trabalho entre Governo e sindicatos. Um “jogo”? Pensava eu que era um mecanismo de regulação que fazia parte dos regimes democráticos.
C
3.Na sua presidência europeia (são seis meses, não se esqueça), o senhor primeiro-ministro mostra-se eufórico e diz que somos um país feliz.Será? Será que vivemos a Europa como um assunto para especialistas europeus ou como uma questão que nos diz respeito a todos? Que sabemos nós desta presidência? Que se fazem muitas reuniões, conferências e declarações, cujos vagos conteúdos escapam ao comum dos mortais. O que é afinal o Tratado de Lisboa? Como se estrutura o poder na Europa? Quais os centros de decisão? Que novas cidadanias? Porque nos continuamos a afastar dos recém-chegados e dos antigos membros da Europa? Porque ocupamos sempre (nas estatísticas de salários, de poder de compra, na qualidade das prestações dos serviços públicos, no pessimismo quanto ao futuro, etc., etc.) os piores lugares? Porque temos tantos milhares de portugueses a viver no limiar da pobreza?Que bom seria se o senhor primeiro-ministro pudesse explicar, com palavras simples, a importância do Tratado de Lisboa para o bem-estar individual e colectivo dos cidadãos portugueses, económica, social e civicamente.
D
4.Quando os debates da Assembleia da República são traduzidos em termos futebolísticos, fico muito preocupada. A propósito do Orçamento do Estado para 2008, ouviu-se: “Quem ganha? Quem perde? que espectáculo!”.“No primeiro debate perdi”, dizia o actual líder do grupo parlamentar do PSD, “mas no segundo ganhei” (mais ou menos assim). “Devolvam os bilhetes…”, acrescentava outro líder, este de esquerda.E o país, onde fica? Que informação asseguram os deputados aos seus eleitores? De todos os partidos, aliás. Obrigada à TV Parlamento; só é pena ser tão maçadora.Órgão cujo presidente é eleito na Assembleia, o Conselho Nacional de Educação festeja 20 anos de existência. Criado como um órgão de participação crítica quanto às políticas educativas, os seus pareceres têm-se tornado cada vez mais raros. Para mim, que trabalho em educação, parece-me cada vez mais o palácio da bela adormecida (a bela é a participação democrática, claro). E que dizer do orçamento para a cultura, que se torna ainda menos relevante? É assim que se investe “nas pessoas” ou o PS já não considera que “as pessoas estão primeiro”?
F
5. Sinto-me num país tristonho e cabisbaixo, com o PS a substituir as políticas eventuais do PSD (que não sabe, por isso, para que lado se virar).Quanto mais circo, menos pão. Diante dos espectáculos oficiais bem orquestrados que a TV mostra, dos anúncios de um bem-estar sem fim que um dia virá (quanto sebastianismo!), apetece-me muitas vezes dizer: “Aqui há palhaços”. E os palhaços somos nós. As únicas críticas sistemáticas às agressões quotidianas à liberdade de expressão são as do Gato Fedorento.Já agora, ficava tão bem a um governo do PS acabar com os abusos da EDP, empresa pública, que manda o “homem do alicate” cortar a luz se o cidadão se atrasa uns dias no seu pagamento, consumidor regular e cumpridor… Quando há avarias, nós cortamos-lhes o quê? Somos cidadãos castigados!
O país cansa!Os partidos são necessários à democracia mas temos que ser mais exigentes. Movimentos cívicos…procuram-se (já há alguns, são precisos mais). As anedotas e brincadeiras com o “olhe que agora é perigoso criticar o primeiro-ministro” não me fazem rir. Pela liberdade muitos deram a vida. Pela liberdade muitos demos o nosso trabalho, a nossa vontade, o nosso entusiasmo. Com certeza somos muitos os que não gostamos de brincar com coisas tão sérias, sobretudo com um governo do Partido Socialista!”

segunda-feira, dezembro 03, 2007

A Visita do Velho Ditador

A
Há um programa da SIC NOTÍCIAS que dá pelo nome de OPINIÃO PÚBLICA, e que tinha por hábito trazer para a discussão pública temas da actualidade nacional. Hoje, 3 de Dezembro, fomos brindados com um programa dedicado a Salazar e à sua afilhada Micas, no qual o velho ditador foi tema de dissertação entre os interessados. Com tantos problemas agudos a pairarem sobre a actualidade portuguesa, como diria o diácono dos Remédios, não havia necessidade! Pouco ou nada acrescentou àquilo que já sabíamos sobre a lúgubre figura de Salazar, apenas tendo servido para fazer uma “romagem” ao passado, ao mesmo tempo que se tentou emprestar um rosto humano a quem não passou do carcereiro da nação portuguesa, durante quase meio século.

domingo, dezembro 02, 2007

Informação a Reter

I
“Tendo em conta a sua preocupação com a validade das fontes jornalísticas, que tanto abalam a credibilidade da informação que recebemos, creio que esta informação é importante e útil. Como se sabe, na passada Sexta-Feira houve uma greve da função pública. A sempre zelosa DREN enviou, por esse motivo, uma ordem aos conselhos executivos das escolas sob sua jurisdição proibindo as escolas de fornecerem aos meios de comunicação informações sobre o número de professores e funcionários que tinham feito greve. "Recomendava" a mesma mensagem que os jornalistas deveriam ser encaminhados para o gabinete da ministra da educação para obterem qualquer informação nesse sentido, como se a referida ministra ou os membros do seu gabinete soubessem o que se estava a passar nas escolas todas do país. O objectivo desta proibição é, aparentemente, o de controlar a informação e depois poder lançar os números "oficiais" ridículos de adesão às greves que o ministério tem por hábito divulgar, sem que pareçam isso mesmo, ridículos e irreais.
Não sei se estas "orientações" foram uma prática corrente nas outras direcções regionais de educação ou em outros ministérios, mas são por si só graves e reveladores de um pensamento muito redutor em termos de liberdade de expressão.”
A
(Paulo Agostinho in blog ABRUPTO de 2007.Dez.2)

Luzes na Escuridão

L
Em Portugal, a produção de documentários de cariz histórico não é muita, mas o pouco que tem sido feito é de muita qualidade, e com isto quero destacar “O SÉCULO XX PORTUGUÊS”, da autoria de Luís Marinho e Joana Pontes, de que se aguarda ansiosamente uma reposição ou uma edição em DVD, e o “PORTUGAL UM RETRATO SOCIAL” de António Barreto e Joana Pontes. Com o mesmo padrão de qualidade, chega-nos agora “A GUERRA” de Joaquim Furtado. O presente documentário, percorre de forma cronológica os 13 anos de conflitos armados nas antigas colónias portuguesas. No dizer do seu autor, Joaquim Furtado, este trabalho faz chegar ao domínio público novas informações e opiniões sobre algumas “verdades oficiais” que se foram instalando ao longo dos anos, sendo o resultado de um longo e aprofundado trabalho de pesquisa, e tão diversificada quanto possível, relativamente às múltiplas fontes disponíveis. O realizador visualizou mais de seis mil filmes, oriundos, nomeadamente, dos arquivos da RTP, dos serviços de audiovisuais do Exército, muitos arquivos particulares e realizou cerca de 200 entrevistas a protagonistas que militaram nos vários lados do conflito.
Embora jornalista, Joaquim Furtado adoptou um modelo de exposição que contemplou as diferentes visões com que os protagonistas se identificavam, alguns já falecidos e outros ainda sobrevivos, o que levou a que aquele conflito acabasse por ser assumido, respectivamente e consoante o caso, como uma guerra colonial, do ultramar ou de libertação. Em última análise, o realizador subordinou aquele modelo à preocupação de fazer um enquadramento histórico do trabalho, tão rigoroso quanto possível, com o objectivo de contribuir para que os historiadores se debrucem sobre aquele conturbado período da história portuguesa.
Joaquim Furtado foi o jornalista do Rádio Clube Português que à época da revolução do 25 de Abril de 1974, em pleno estúdio leu o histórico comunicado do Movimento das Forças Armadas, pouco depois da rádio ter sido ocupada, de madrugada, pelos militares revoltosos que puseram fim ao regime. Mais tarde viria a entrar para a RTP, e nos anos 80 começou a pensar neste projecto, o qual foi adiado por várias vezes, regressando a ele só depois de ter saído da estação pública de televisão, em 1998, quando se demitiu da direcção. Quando teve finalmente disponibilidade para voltar ao projecto, foi encontrar mais material do que esperava, em milhares de filmes, 500 horas de gravações, que suscitaram entrevistas a algumas pessoas que foi identificando nas imagens.
Decorridos apenas 6 episódios, suspeito que despontou mais uma luz na escuridão. Quando a série terminar (diz-se que tem 18 episódios), voltarei a tecer algumas considerações adicionais sobre “A GUERRA”.

terça-feira, novembro 27, 2007

Lá Estaremos!

A

Opinião a Reter

O
“Numa escola pública de Lisboa, cada aluno tem por missão verificar o que come cada colega, sobretudo se petisca guloseimas. Seguidamente, cada um destes vigilantes dá conta das suas averiguações ao professor de Educação Cívica. Presume-se que, da posse dessas informações, o dito professor tirará matéria para mostrar os benefícios da boa alimentação.

Os meninos de hoje não devem ser menos prosélitos do que os seus antepassados da Mocidade e dos Pioneiros. A alimentação deve preocupá-los, tal como os contaminantes comunistas e fascistas ocuparam o imaginário dos seus avós e pais.

Dentro de algum tempo será a vez de quererem regular as opiniões. Aí não falarão de segurança alimentar mas sim de pornografia, dos sites perigosos, dos blogues… E, nesse dia, que não vem longe, nas aulas de Formação Cívica, cada aluno será responsável por ver e relatar o que faz cada colega quando se liga à Internet.”
A
Helena Matos, in INFELIZMENTE ELES NÃO ESTÃO DOIDOS, jornal Público de 2007-Nov-26

segunda-feira, novembro 26, 2007

Carta Aberta

C
Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa

Ílhavo, 22 de Outubro de 2007

Senhor Presidente da República Portuguesa

Excelência:

Disse V. Excia, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: “Talvez V. Excia não saiba bem quanto!”

1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a “má-fé”) do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF).
A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três!
Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola) mas, com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento.
Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que na vida acontece. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este.

2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: ”Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!”

3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornais que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola.
Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de “casting” para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão.
Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca.
Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado.
Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada.
Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, “headphones” nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio.
Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for.
Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás olham-me de soslaio como que a dizer “Olha-me este!” e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes.

4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!!
Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos por que é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade?
Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental.
Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: “Por que é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?”
Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo a que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende.
Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas “Entram, sentam-se e calam-se!”
Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade.
Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como “obrigado”, “por favor” e “desculpe” e que as usem sempre que o seu emprego se justifique.
Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente “Mas o que é que este quer agora?” e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem.
Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lho peço para terminar esse contacto com o exterior pois esse aluno “não está na sala”, está com a cabeça em outros mundos.
Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir?
Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho gostaria que os alunos, ao sair da sala, não as amarrotassem e deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem “esquecidas” em cima da mesa.
Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: “Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!” mas nenhum deles se moveu um milímetro!!!
Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem sucedida?
É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!!

5. No ano passado tive uma turma do 10º ano dum curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1. Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10º ano!!!
Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!!

6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares até famílias irresponsáveis.
Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores?
Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para “tirar o 9º ano”.
Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola…
E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E por que é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de noventa e de quarenta e cinco minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta!

7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar (o verbo é mesmo esse, “enfrentar”, já que de uma luta se trata…), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar.
Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibam estar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9º ano, mas a um bacharelato…).
É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender “dói”! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos.

Se V.Excia achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira…

Permita-me discordar de V. Excia mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo…

Atenciosamente

Domingos Freire Cardoso
Professor de Ciências Físico-Químicas
Rua José António Vidal, nº 25 C
3830 - 203 ÍLHAVO
E-mail:
dfcardos@gmail.com