segunda-feira, novembro 03, 2008

Prémio de Consolação

P
Segundo declaração do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, e na sequência da nacionalização do BPN, os accionistas daquele banco, afinal co-responsáveis pela gestão danosa levada a cabo por algumas administrações, vão ser confortados com indemnizações a preceito.

Outra Hipótese

O
Há 15 dias atrás, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, declarou que não existia qualquer anomalia no sistema bancário português, o qual estava de boa saúde. Será que foi na sequência da adopção do computador “Magalhães” pela equipa governativa de José Sócrates, iniciativa divulgada por este na cimeira Ibero-Americana, que foram finalmente percebidas e postas a nu as actividades clandestinas do BPN?

Os Salteadores da Arca Perdida

"...
No dia de Finados, o licenciado Vítor Constâncio, máximo supervisor da actividade bancária em Portugal, desculpa-se, a exemplo do caso BCP, para não ter prevenido o desastre [no banco BPN], que não conseguiu detectar operações "clandestinas" de "centenas de milhões de euros"... Finado parece estar o regime: mas estrebucha, enquanto consome dinheiro público. Os órgãos de Estado e os partidos conformam-se com a decisão de José Sócrates - anunciada com a informação pressurosa da Lusa de que um dos administradores nomeados pela Caixa é o ex-secretário de Estado de Ferreira Leite Norberto Rosa -, em vez de denunciarem perante o povo a supervisão que não detectou o problema e o Governo que não o resolveu a tempo, sem gasto de dinheiro público.
..."
Extracto do post DIA DE FIÉIS DEFUNTOS, da autoria de de António Balbino Caldeira, do blog DO PORTUGAL PROFUNDO em http://doportugalprofundo.blogspot.com/

"...
Para as adequadas reflexões e perguntas, é bom que se saiba que o BPN, em 2007, apresentou resultados positivos de 77 milhões de euros e, em 2006, de 86 milhões de euros. Também é bom que saiba que, segundo uma notícia do [jornal] Público em Agosto deste ano, foi neste banco que a Segurança Social depositou 500 milhões de euros.”

Extracto do post UMA NACIONALIZAÇÃO "BOA", da autoria de Victor Dias, do blog O TEMPO DAS CEREJAS em http://tempodascerejas.blogspot.com/

Meu comentário: Tal como toda a equipa governativa de José Sócrates, será que Victor Constâncio, governador do Banco de Portugal, para levar a cabo a preciosa acção de regulação e controlo das actividades da banca portuguesa, também usa o sofisticado computador “Magalhães”?

Um Nome a Reter

U
Gonçalo Castilho dos Santos é secretário de Estado da Administração Pública do governo de Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates. Convicto da sua predestinação para exterminar quem se opõe ás decisões políticas do seu preclaríssimo chefe, ao discursar no encerramento do Congresso Nacional da Administração Pública, disse, para quem o estava a ouvir, o seguinte:
- "O mítico dia 1 de Janeiro de 2009 não marcará o início da reforma da Administração Pública, porque ela já está no terreno";
- "Trabalhadores, serviços e dirigentes que não estejam com a reforma serão trucidados";
- "A reforma já não pode andar para trás pelo que trucidará quem não estiver com ela".
Nos anos 40 do século passado, na Alemanha nazi, a solução final era ser gaseado e depois cremado. No Portugal do século XXI a solução, com algum terror e tremor, é ser amarrado aos carris do TGV, ser trucidado, e depois logo se vê. Gonçalo Castilho dos Santos é um nome a reter para as gerações vindouras...

O Inimigo Interno

O
Para o governo de Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, preocupado em eleger uns quantos alvos para distrair os portugueses dos grandes problemas com que o país se debate, os militares também vêm sendo apontados como uma casta de privilegiados, e como tal, mais um inimigo interno a abater, a exemplo do que vai acontecendo com outras categorias profissionais, como os professores e funcionários públicos.
Sem o proclamar directamente, este governo, obcecado com a irracional redução do défice, está apostado em reduzir à indigência, grande parte da população activa, e para isso a melhor táctica (e com resultados comprovados) é apontar a dedo alguns inimigos internos, para que a restante população possa associá-los a benefícios desproporcionados, à delapidação de recursos, e ver neles os responsáveis por todos os males que nos afligem.
Para perceber isso, nada melhor que dar a palavra aos directamente visados.

Forças Armadas – Uma questão de Estado
Almirante Alexandre Reis Rodrigues

“Levantou-se um grande alarido à volta das declarações de ontem do general Loureiro dos Santos sobre os sinais de insatisfação nas Forças Armadas. O facto de terem sido feitas no dia do lançamento do livro do professor Salgado de Matos («Como evitar golpes militares») ainda mais agudizou o interesse público, bem evidenciado na presença de órgãos de comunicação social no lançamento do livro. Foi, no entanto, pura coincidência.

Na verdade, nem se compreende o burburinho suscitado pelos alertas do general; não foram mais do que o retomar de um tema a que consistentemente se tem referido na comunicação social, em artigos de opinião. No passado recente, há pelo menos, três artigos e todos com títulos muito claros: «As Forças armadas também podem ser uma ameaça» (24 Fevereiro 2007, jornal Expresso); «Sinais de insatisfação entre os militares» (23 Julho 2007, jornal Público) e «Instituição militar: sinais preocupantes» (25 Outubro 2007, jornal Público).

Mal grado a clareza da mensagem, o impacto destes artigos foi quase nenhum na opinião pública em geral e obviamente também no Governo que nunca se deu ao trabalho de procurar clarificar o assunto. Outros artigos de natureza semelhante, nomeadamente no Diário de Notícias, Correio da Manhã e no jornal Diabo, entre outros, e declarações de vários oficiais generais têm tido a mesma sorte, isto é, o esquecimento. Há ainda, o episódio da carta divulgada pela Lusa, do então CEMGFA, em Novembro de 2006, a alertar para a questão da «condição militar»; também não foi ouvido.

É óbvio que há muitas razões para se estar preocupado, mas nem me parece que valha a pena estar a especular sobre o que pode acontecer no futuro; basta pensar no que tem acontecido recentemente, algo que é já muito incomodativo e que, como tal, já devia ter suscitado um exame atento da situação e a adopção de medidas que, de uma vez por todas, acabassem com as preocupações que o general Loureiro dos Santos levantou sobre o futuro. Estou a referir-me às variadas manifestações de insatisfação que têm acontecido nos últimos anos: as vigílias, os passeios no Rossio, os convívios, as jornadas de reflexão, os “jantares à porta fechada”, etc. Acontecimentos que podem ser naturais em países do Terceiro Mundo mas que não são próprios de um país europeu.

O Governo na sua “lógica” de olhar para os militares como funcionários públicos parece não ver qualquer inconveniente nessas manifestações e nem sequer presta atenção a esses acontecimentos. Na verdade, essa “lógica” retirou-lhe os argumentos para declarar inaceitável que os militares se exprimam publicamente nas ruas como os professores, os enfermeiros, ou quaisquer outros. Sendo todos funcionários públicos, os direitos dessa condição devem ser rigorosamente iguais.

Como “preocupação de coerência” é respeitável; no entanto, esquece o cuidado elementar de não dar azo a situações que abertamente não “jogam” com a dignidade de uma Instituição, «que preenche uma função estrutural estratégica e cuja razão de ser é dar resposta a uma necessidade que provém da própria sociedade» (Maria Carrilho, «O futuro das Forças Armadas», Colóquio Parlamentar, Junho 1993) e que afectam a imagem internacional do país, envergonhando-nos.

Aparentemente, o Governo tem dúvidas sobre se a Defesa é ou não um valor essencial para o País, uma responsabilidade colectiva que tem de assumir em nome da Nação. Eu digo que tem dúvidas, porque se não tivesse já teria resolvido o problema da dar às Forças Armadas condições de viabilidade de funcionamento, o que não se resume, como alguns poderão imaginar, a uma questão financeira. É também estrutural, de organização e de planeamento em função de um modelo que é preciso definir claramente tendo em conta o entendimento nacional sobre o que as Forças Armadas devem garantir.

É, por isso, indispensável verificar se, mesmo com mais recursos financeiros - em qualquer caso indispensáveis se quisermos cumprir os nossos compromissos internacionais - é possível conciliar a manutenção do actual modelo com a criação das condições que as Forças Armadas devem ter para que mantenham, de forma intransigente, o estatuto de Instituição, como acima caracterizado.”

Publicado no JORNAL DEFESA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS em 2008-Outubro-31


O Descontentamento dos Militares
Almirante António José de Matos Nunes da Silva

“A redução drástica do apoio aos militares e seus familiares foi na altura precedida e acompanhada duma campanha de difamação dos militares, para anestesiar a opinião pública.
Esse apoio consta expressamente da Lei da Condição Militar nos seus artigos 2 e 15:

Art. 2. ° A condição militar caracteriza-se:
a) Pela subordinação ao interesse nacional;
b) Pela permanente disponibilidade para lutar em defesa da Pátria, se necessário com o sacrifí­cio da própria vida;
c) Pela sujeição aos riscos inerentes ao cumpri­mento das missões militares, bem como à for­mação, instrução e treino que as mesmas exi­gem, quer em tempo de paz, quer em tempo de guerra;
d) Pela subordinação à hierarquia militar, nos ter­mos da lei;
e) Pela aplicação de um regime disciplinar pró­prio;
f) Pela permanente disponibilidade para o serviço, ainda que com sacrifício dos interesses pessoais;
g) Pela restrição, constitucionalmente prevista, do exercício de alguns direitos e liberdades;
h) Pela adopção, em todas as situações, de uma conduta conforme com a ética militar, por forma a contribuir para o prestígio e valoriza­ção moral das forças armadas;
I) Pela consagração de especiais direitos, compen­sações e regalias, designadamente nos campos da Segurança Social, assistência, remunerações, cobertura de riscos, carreiras e formação.

Art. 15. ° -
1 - Atendendo à natureza e caracterís­ticas da respectiva condição, são devidos aos militares, de acordo com as diferentes formas de prestação de serviço, os benefícios e regalias fixados na lei.
2 - É garantido aos militares e suas famílias, de acordo com as condições legalmente estabelecidas, um sistema de assistência e protecção, abrangendo, desig­nadamente, pensões de reforma, de sobrevivência e de preço de sangue e subsídios de invalidez e outras for­mas de segurança, incluindo assistência sanitária e apoio social.

Não faria sentido tal constar nessa Lei se o apoio fosse igual ao dado a qualquer cidadão.
Porque, para além do militar ter direitos de cidadania bem menores que os outros, como consta no citado artigo 2, é vital para o sucesso das operações ter disponibilidade moral para correr o risco de ficar estropiado ou perder a vida na defesa dos seus concidadãos.
E a disponibilidade terá de ser bem menor se pensar que tem de se poupar para que ele a sua família não sejam penalizados pelo que lhe possa acontecer.
Para além de terem deixado de cumprir o que consta expressamente da alínea l) do artigo 2º e no número 2 do artigo 5º, reduzindo drasticamente as contrapartidas mas exigindo o cumprimento de todos os deveres, ainda por cima se atrasam anos no pagamento das comparticipações.
Militar ofendido, humilhado e desprezado pelos seus concidadãos é militar desmoralizado para se sacrificar por eles.
Os militares vão apesar de tudo cumprindo exemplarmente os seus deveres, mas têm toda a razão para estar descontentes. E estão.

O que aqui escrevi enviei também a todos partidos políticos com representação parlamentar bem como a diversos órgão de comunicação social.”

Publicado no blog A VOZ DA ABITA (na Reforma)
em (
http://avozdaabita.blogspot.com/ )

sábado, novembro 01, 2008

Um Parlapatão na Cimeira Ibero-Americana

U
“Eu imagino o ar entalado do ministro dos Negócios Estrangeiros, um homem civilizado e capaz, moderado e “diplomata”, no bom sentido da palavra, ao ver o que se estava a passar, ao ver o seu primeiro-ministro a fazer de vendedor de cobertores como se estivesse numa feira manhosa, promovendo o “verdadeiro computador ibero-americano”. Sócrates, na pele de vendedor de uma empresa privada, a JP Sá Couto, que produz em regime de monopólio um computador que o Estado português “compra”, sem concurso público, em condições mal explicadas e mal esclarecidas, deu mais um passo num processo bizarro de envolvimento do Estado português como caixeiro-viajante de uma só empresa portuguesa. Imagino o que dirão as outras empresas do mesmo ramo, esmagadas perante esta competição desigual.
…”
Extracto do texto de José Pacheco Pereira in “A degradação da política externa portuguesa”, jornal PÚBLICO de 1 de Novembro de 2008

terça-feira, outubro 28, 2008

"A Grande Farra"

A
Em 1973 estreou-se nos cinemas um filme de Marco Ferreri, intitulado “La Grande Bouffe” (entre nós “A Grande Farra”), interpretado, entre outros, por Marcelo Mastroianni, Michel Piccoli, Philippe Noiret e Ugo Tognazzi. A história é simples: quatro amigos, bem instalados na vida mas saturados da aridez da sua existência, resolvem cometer suicídio em grupo. Para o efeito reúnem-se para fazer uma grande farra, de contornos pantagruélicos, onde se consomem iguarias atrás de iguarias, pitéus atrás de pitéus, onde se chafurda nos manjares, onde se faz amor à beira dos vinhos e acepipes, e onde invariavelmente se acaba a vomitar, e não só. Em resumo: come-se para morrer, não para viver. Longe de limitar-se a descrever uma orgia pornográfico-gastronómica, o objectivo do filme é outro: criticar e ridicularizar esta sociedade abjecta e decadente, tão recheada de baixeza quanto de abastança, e atolada em excessos.

Por cá, alguma da abastança que certos senhores exibem, vêm dos nossos impostos (outra coisa não era de esperar), sob a forma de cartões de crédito, ao passo que as comezainas a que apaixonadamente se entregam, pagas com esses mesmos cartões, são saboreadas em locais restaurativos tão sonantes como Porto de Santa Maria, Gambrinus, Varanda da União, António do Barrote, O Nobre, Restaurante O Cortador, O Jacinto, Tico Tico, A Laurentina, Taberna Ibérica, O Mercado do Peixe, Marisqueira Cais Sodré, Ritz Four Seasons, Sete Mares, Tapa Larga, Cervejanário, Restaurante Os Arcos, Restaurante Típico O Madeirense, Cervejaria Búzio, Fortaleza do Guincho, Cervejaria Concha D'Ouro, Bufallo Grill, A Central da Baixa, Real Palácio da Pena, Hotel Arribas, Ensaio Comida Real, Portugália, Jardim Marisco, Don Pomodoro, Siga La Vaca, Tertúlia do Paço, O Bem Disposto, Vela Latina, O Faroleiro, Ristaurante La Carbonara, Hotel Dom Pedro Palace, entre muitos outros. Como se pode apreciar, estas são outro tipo de farras, onde se come à conta do erário público, não para morrer, mas sim para engordar com estilo. Ora leiam o que sobre o assunto se tem escrito:

"A Câmara de Lisboa tem uma empresa, a Gebalis, altamente deficitária, como qualquer empresa pública que se preza, encarregada de administrar os bairros sociais. Várias criaturas, que passaram pela direcção da Gebalis até 2007, foram agora acusadas pelo Ministério Público de peculato e gestão danosa. De que se trata? Alegadamente, um pequeno grupo de três "gestores" (como hoje se diz) gastou em poucos meses 64.000 euros da empresa em 620 "refeições" (calculo que em restaurantes que se recomendam) e nunca deu gorjetas de menos de 20 euros. Suponho que, a ser verdade a história, os gestores da Gebalis presumiram que a sua importância burocrática e política e mesmo, em última análise, a dignidade do Estado exigia esta despesa e esta pompa.
Mas parece que isto não bastava. A sra. dra. Clara Costa, vogal da direcção, andou, supostamente, à custa do contribuinte por Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha. Estas viagens, em que segundo o Ministério Público se fazia acompanhar pelo seu "namorado", custaram à Gebalis 34.000 euros. Como era de esperar, a sra. dra. Clara Costa não vê nada de impróprio neste arranjo. Nem na pequena quantia de 11.530 euros, que empregou, também ela, em "refeições", compatíveis com o seu estatuto. O Expresso declarou isto "falta de vergonha". Peço licença para não concordar. Se o Ministério Público tem razão, a dra. Clara Costa usou o Estado como milhares de outros funcionários, de que ninguém fala e com que ninguém se escandaliza.
Existem na Gebalis - cuja função, convém repetir, é administrar bairros sociais - cinco pelouros: de relações internacionais, de recursos humanos, de sistemas de informação, de comunicação e, compreensivelmente, um pelouro jurídico. Esta exuberância burocrática abre oportunidade a tudo: de "viagens de estudo" a Marraquexe a festejos na marisqueira Sete Mares. Principalmente, quando se dá a cada vogal da direcção um cartão de crédito da empresa. A Gebalis já esqueceu com certeza o fim para que foi criada. Como o resto da máquina do Estado, vive para justificar os seus pelouros, por inúteis que sejam, e anichar os "companheiros" do partido. E, quando chegam, os "companheiros do partido" querem muito humanamente tirar o ventre de misérias: ir a Marraquexe e à marisqueira - o ideal da classe média que a "democracia" lhe prometeu. Para alguma coisa "apoiaram" o sr. X ou sr. Y.”

Vasco Pulido Valente, em jornal Público de 26.10.2008

"Gebalis: Cartões usados em férias
Os ex-administradores da Gebalis Francisco Teixeira, Clara Costa e Mário Peças receberam, entre Fevereiro de 2006 e Outubro de 2007, oito cartões de crédito daquela empresa municipal. O limite de crédito atribuído àqueles ex-gestores oscilou entre cinco mil euros e dez mil euros por mês.

O despacho de acusação do Ministério Público, a que o CM teve acesso, diz que, 'no início do mandato, a cada um dos arguidos foram fornecidos cartões de crédito', apesar de haver 'uma omissão legal e dos próprios Estatutos da Gebalis [sobre essa regalia]', segundo o relatório da Polícia Judiciária.
A Francisco Ribeiro, ex-presidente da Gebalis, foram dados, segundo o despacho de acusação, três cartões de crédito: um do BES com limite de 7500 euros, um do BPI com dez mil euros e um do Millennium bcp com cinco mil euros. Mário Peças, ex-vogal da empresa, teve também três cartões de crédito: um do BES com 7500 euros, um do BPI com dez mil euros e um do Millennium bcp com cinco mil euros.
Já Clara Costa contou com um cartão de crédito do BES com um limite de crédito de 7500 euros e outro do Millennium bcp com cinco mil euros. À excepção do cartão de crédito do BPI atribuído a Mário Peças, todos os cartões tiveram vários números e diferentes datas.
'Com os respectivos cartões de crédito em seu poder, cada um dos arguidos decidiu que os utilizaria para pagamento das despesas relativas a refeições suas e com amigos e outras pessoas de cujo convívio poderiam beneficiar no seu percurso profissional, político ou financeiro, quer nos dias de trabalho, quer em férias ou fins-de-semana, quer, ainda, no decurso de viagens ao estrangeiro', precisa o despacho de acusação do Ministério Público. Ontem, Clara Costa manifestou a sua 'total inocência'."

Notícia do jornal Correio da Manhã de 25-10-2008

Saiba mais:

REFEIÇÕES E VIAGENS
De Março de 2006 a Outubro de 2007, Clara Costa gastou 11.530 euros em refeições com o cartão de crédito.
40.145 euros foi a despesa de Mário Peças em refeições, de Março de 2006 a Outubro de 2007, com cartões de crédito.
12.738 euros foi o gasto de Francisco Ribeiro em refeições, de Março de 2006 a Outubro de 2007, com cartões de crédito.

quarta-feira, outubro 22, 2008

Muito Mentiroso

M
Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, garantiu em Guimarães, há uns dias atrás, num dos seus habituais exercícios de demagogia e propaganda, que não permitiria que o valor das pensões dos portugueses, fosse jogado na bolsa e entregue aos caprichos dos mercados financeiros. Está claro que disse isto sem que pudesse ignorar que o secretário de Estado da Segurança Social já tinha "ameaçado", em 2007, que iria colocar nas mãos da banca privada, à volta de 600 milhões de euros, para serem aplicados, em acções e outros produtos de "alto rendimento" e "alto risco", logo desaconselháveis. Muito embora o ministro Vieira da Silva se tenha escusado a dar pormenores sobre o assunto, começa agora a saber-se que tais "investimentos", em consequência da crise financeira internacional dos últimos tempos, já provocaram perdas nas reservas do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), na ordem dos 200 milhões de euros. Assim sendo, Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, tem contas a prestar e explicações a dar aos portugueses em geral, e aos contribuintes da (in)segurança social em particular. Esqueceu-se que, tal como diz o ditado, é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo, e o resultado está à vista.

Ainda Mais?

A
Manuela Ferreira Leite, em entrevista concedida a Constança Cunha e Sá na TVI, a propósito da “união de esforços” sugerida pelo Presidente Cavaco, disse que “não é só o PSD a aproximar-se do PS. O PS também tem de se aproximar do PSD.”
Baseado no estado geral do país, em consequência das políticas de direita que têm sido desenvolvidas desde 2005, o comentário que eu faço a este pedido de “união de esforços”, só pode ser um: AINDA MAIS?

segunda-feira, outubro 20, 2008

Preparem-se!

P
Preparem-se, o nosso estilo de vida vai mudar
Entrevista de James Howard Kunstler a Vítor Belanciano, publicada no jornal PÚBLICO de 16 Outubro 2008

Não se tem falado de outra coisa: derrapagem do preço do petróleo e crise financeira global. Responsáveis? O estilo de vida ocidental, dependente do petróleo. Solução? Mudar de estilo de vida. Escreveu-o James Howard Kunstler há cinco anos em O Fim do Petróleo. Vai repeti-lo hoje numa conferência e num debate em Lisboa.

Continuamos a brincar ao faz-de-conta. Entrámos na curva descendente da exploração petrolífera e do gás natural em que assenta o nosso modo de vida, mas insistimos em imaginar reservas inesgotáveis ou artifícios tecnológicos como substitutos.
Di-lo o americano James Howard Kunstler, especialista em urbanismo, jornalista, escritor, autor de O Fim do Petróleo - o grande desafio do séc. XXI (2005), onde relata o que nos espera depois do pico global de produção petrolífera ser superado, gerando mudanças económicas, políticas e sociais épicas.
Conhecido desde que publicou, em 1993, The Geography Of Nowhere: The Rise and Decline of America's Man-made Landscape, editou ensaios sobre planeamento e condição urbana, visando o que classifica como fiasco do modelo suburbano.
Em simultâneo, tem escrito romances. O último, deste ano, World Made By Hand, reflecte o mundo pós-petróleo. Controverso, lúcido, incisivo e profético são epítetos utilizados para falar de alguém que tem antecipado não só a derrapagem dos preços do petróleo, mas também a crise financeira global.
Hoje, às 9h30, no auditório 3 da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, Kunstler profere a conferência A longa emergência: o futuro da energia e do urbanismo, no contexto de um ciclo de prelecções promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. À tarde, pelas 16h30, estará num debate no Instituto Superior Técnico.

Diz que o estilo de vida ocidental tem de mudar porque é inconsistente com os reduzidos recursos enérgicos que temos. A crise dos mercados financeiros é mais uma indicação de que o mundo está a mesmo a mudar de forma dramática?
No Ocidente, seja nos EUA ou na Europa, o esgotamento dos combustíveis fósseis tem implicações profundas no complexo sistema que atribui sentido à vida em sociedade. Esse estilo de vida está em vias de se tornar insustentável ou entrar em colapso, à medida que entramos no território desconhecido da redução permanente de petróleo. As finanças são apenas um desses sistemas - aquele que colige e atrai capital. Agora está sob tensão, à beira da ruptura. Em parte por causa do esforço para contornar o previsível fim do crescimento industrial petrolífero, que conduziu a uma série de aldrabices, ou seja, investimentos mutantes que se revelaram fraudulentos.
É claro que o sistema financeiro está ligado com os outros sistemas dos quais dependemos - alimentação, transportes ou comércio, e o falhanço de cada um deles afecta todos os outros.

Tendências que previu em O Fim do Petróleo, como a crise dos mercados financeiros e a aflição causada pela especulação imobiliária, estão a acontecer. Por que não foi feito nada?
Porque os EUA, e o resto do mundo, como costumo dizer, estão a caminhar como sonâmbulos rumo ao futuro. Estamos a enfrentar o fim da era dos combustíveis fósseis baratos, ou seja, o fim da história industrial, e não assumimos que as reservas são finitas, não se renovam, distribuem-se de forma desigual e não temos substitutos.
Isto é mal compreendido pela população, preocupada com o dia-a-dia, e por quem detém poder de pensar e agir. Não é conspiração. É inércia cultural, agravada pela ilusão colectiva de quem vive num ambiente de conforto. Talvez faça parte da natureza das coisas ignorarem-se as condições que as provocam até ser tarde de mais para se fazer seja o que for. Mas era bom que se percebesse que o pico de produção global de petróleo vai mudar a vida económica do mundo.

Há solução para a derrapagem do preço do petróleo?
Ao mesmo tempo que assistimos a distorções no preço do petróleo, existe a presunção de que abrandar as economias mundiais amortecerá a procura de produtos petrolíferos. É optimismo a mais. Existe uma capacidade mínima para operar nos países desenvolvidos e suspeito que as margens são maiores do que se pensa.
Segundo, as distorções de preços criarão mais problemas no futuro, porque muitos investimentos serão adiados ou cancelados porque foram planeados para ser rentáveis apenas com o barril de petróleo a 100 dólares. A situação actual afectará futuras provisões que serviriam para compensar futuros esgotamentos. É complicado. Por outro lado, outros factores continuarão a fazer-se sentir, como as questões ligadas ao "nacionalismo petrolífero", que transformam o petróleo numa arma geopolítica.

Qual poderá ser o futuro das grandes companhias criadas num contexto onde os recursos pareciam inesgotáveis e baratos?
No espaço de cinco anos, talvez antes, as companhias de aviação, por exemplo, não existirão tal como as conhecemos. Isso é certo. É inacreditável que os EUA tenham um deplorável serviço de caminhos-de-ferro. Destruímo-lo! Se não encontrarmos uma maneira de o reconstruir, não iremos a lado nenhum neste novo mundo que se descortina. Não custa imaginar que as travessias de oceano por barco voltarão a ser normais ou que a indústria dos camiões morrerá, pelo menos da forma como está organizada.

Acredita-se que através da tecnologia encontraremos substituto para os problemas energéticos. Diz que é uma falácia. A tecnologia é problema, não faz parte da solução?
Sofremos de "tecnotriunfalismo". A maior parte das pessoas não admite a possibilidade de a civilização industrial não ser salva pela inovação tecnológica. Pensam: como podem nações que chegam à Lua não superar estas dificuldades? Esta visão conduziu-nos a um pântano, com investimentos de filosofia errada. A mania, agora, nos circuitos ecológicos americanos, é encontrar maneiras de circular com carros amigas do ambiente. Uma loucura. A solução para a falhada utopia automobilística não é mais carros que circulam de formas diferentes, mas sim bairros, vilas ou cidades onde se circule a pé.

A economia global subsistirá ou a tendência será, como parece defender, regressarmos a uma economia localizada?
Ainda não sabemos se as disfunções nas finanças ou nos recursos energéticos conduzirão a graves problemas geopolíticos, o que, a acontecer, afectará a lógica de comércio internacional. Seja como for, o mundo deixará de encolher, tornando-se, outra vez, maior. A globalização não tornou o mundo mais plano, como se diz. Mudarão radicalmente quase todas as relações económicas entre pessoas, nações e instituições. O comércio mundial não desaparecerá, mas o contexto onde se fará será mais reduzido. Genericamente, viveremos mais localmente.

Há uma corrente de opinião que sustenta ser possível uma transição suave dos combustíveis fósseis para os seus substitutos (hidrogénio, energia solar, etanol...). O que pensa disso?
Acredito que tentarão esses e muitos mais e desiludir-se-ão com todos. Alguns deles, como o etanol, revelar-se-ão fraudes imediatas, pelo menos em termos económicos. Temos é de nos concentrar em conservar o que ainda temos, estabelecer modelos locais, pensar num tipo de desenvolvimento urbano compacto e em paisagens agrícolas menos mecanizadas. A crença de que a "economia de mercado" nos facultará um substituto é ilusão.

Tem reflectido sobre os subúrbios americanos, argumentando que são insustentáveis e sem futuro. No mundo pós-petróleo, o que lhes acontecerá?
O conceito de subúrbio não é reformável. E não o é porque foi concebido para fazer sentido na era dos combustíveis baratos - logo, são insustentáveis. Mas não vamos ter muitas saudades, porque nas últimas décadas produziram apenas alienação, solidão e depressão.

Os subúrbios americanos são uma espécie de réplica artificial da vida no campo. Para além das questões energéticas, o problema deve-se ao facto de serem uma amálgama de cidade e campo?
Sim, topologicamente, são confusos. Nem urbanos, nem rurais, com as desvantagens de ambos e quase nenhuma das vantagens. Têm, por exemplo, congestionamentos de carros e nenhum dos proveitos resultantes da densidade, porque as pessoas estão presas nos carros. Têm paisagem rural, mas quase nenhuma ligação com outras ecologias e organismos vivos. O subúrbio tem inscrito no código genético a palavra entropia, a força da natureza que conduz à morte.

Mas as cidades e as concentrações urbanas não desaparecerão. Como será a vida urbana?
As cidades serão menores em escala. As megacidades não são outra coisa senão a manifestação de uma época onde a energia era barata. As cidades mais afortunadas tenderão a ser densas e compactas, nos centros históricos e margens dos rios que as circundam. A era do automóvel provou que as pessoas toleram ruas e edifícios feios desde que possam fugir desses locais em automóveis bem equipados. Mas se regressarmos a uma escala humana de construção, haverá uma boa hipótese de os bairros urbanos serem mais sustentáveis e bonitos.

Na Europa, o modelo de subúrbio é diferente. Terá mais hipóteses que o americano?
Os europeus nunca perderam o respeito pelo carácter e charme da vida urbana. Não destruíram as suas vilas e cidades, ao longo do "processo suburbano", como nós. A qualidade do urbanismo, a sua escala, é mais sustentável.

Cidades como Paris, Londres ou Lisboa estarão mais preparadas para as mudanças que, presumivelmente, se avizinham?
Absolutamente. Nos próximos anos, os cidadãos de Dallas ou Atlanta sentir-se-ão perdidos nas suas casas gigantes, a quilómetros do nada. Em Lisboa ou Dusseldorf, as pessoas continuarão as suas vidas. Na Europa, até as urbes mais pequenas dispõem de um elevado nível de equipamentos sociais e culturais. Mesmo que houvesse uma grande interrupção no abastecimento de petróleo, a maior parte dos europeus continuaria a sua vida quotidiana.

A ideia de que voltaremos ao estilo de vida local, em vilas, vivendo com menos, comprando localmente, andando de bicicleta, não é demasiado romântica?
As pessoas farão o que a realidade as forçar a fazer.

Voltar ao passado, ao que já conhecemos, é a conduta óbvia quando os tempos são de mudança. É mais difícil olhar em frente, para o desconhecido. Não existe outra opção senão voltar ao passado?
As pessoas são inventivas e flexíveis, mas já se fizeram demasiadas coisas falhadas, em nome da inovação. Existem muitas coisas da nossa vida quotidiana que não necessitam de ser reinventadas. Quarteirões onde se pode andar a pé, por exemplo. Todos os dias, encontro uns idiotas que, periodicamente, querem construir sistemas de transportes, concebidos para funcionarem como os carros. Para quê? É de loucos. Os bairros mais desejáveis das grandes cidades são os mais intimistas.

E na China, no Brasil ou na Índia? O Ocidente andou a dizer-lhes que o seu estilo de vida é que era, e agora que, aparentemente, têm frutos dessa adopção, irão abdicar do que conquistaram?
Também estão a enfrentar imensas mudanças e desafios. Pensa-se que, nos próximos anos, a China irá deter uma espécie de hegemonia global. Duvido. Têm muitos problemas, especialmente de escala, até mais do que as nações ocidentais, por causa da população, da destruição ecológica, da escassez alimentar e da insuficiência de reservas de petróleo.
A China transformou-se rapidamente numa grande economia industrial, mas entrou no jogo tarde de mais. Ou seja, industrializou-se no momento preciso em que se reduzem, em todo o mundo, os recursos necessários a esse processo.

Há anos, afirmou que, genericamente, os líderes políticos eram fracos. Como tem visto a corrida eleitoral nos EUA?
Obama é honesto, inteligente, e espero que venha a ser um digno líder dos EUA. Mas irá passar por desafios e dificuldades terríveis e tenho pena da sobrecarga que vai herdar. Quanto aos problemas energéticos, é difícil perceber até que ponto os candidatos estão informados. Mas o ponto principal é que os cidadãos não têm tido coragem para enfrentar a realidade, independentemente do que os líderes sabem, dizem ou pensam.

O que tem mudado, na sua vida privada, para se preparar para o mundo pós-petróleo?
Tenho uma vida comedida, nada extravagante. A decisão mais importante foi tomada há 30 anos, quando assentei numa vila americana, Saratoga Springs, 300 quilómetros a norte de Nova Iorque. É uma escala e tipo de vida que está de acordo com aquilo que serão as exigências do futuro.

Meu comentário:
Com as actividades humanas a deixarem de depender, exclusivamente, do petróleo e seus derivados, estas mudanças apontadas por James Howard Kunstler, não serão as únicas que se verificarão no estilo de vida ocidental. O impacto profundo nas sociedades terá repercussão sobre os sistemas económicos e políticos, e as próprias relações entre estados, terão forçosamente que se reinventarem, a fim de se adaptarem às novas escalas e necessidades. Haverá novos conceitos de desenvolvimento e de progresso. Ocorrerão grandes alterações nos hábitos e novos valores (re)surgirão, devolvendo às sociedades e aos seus relacionamentos, uma escala mais humanizada. Irão alterar-se as relações laborais, o ensino, o aproveitamento dos tempos livres, senão mesmo a coesão dos laços familiares e de vizinhança. Até o ambiente ganhará. Quer resulte de uma lenta progressão, ou seja fruto de um choque abrupto e doloroso, esta visão já não cabe entre as utopias. Quer queiramos, quer não, acabará por tornar-se uma realidade, e com o passar do tempo as gerações vindouras acabarão por concluir que, afinal, sempre há males que vêm por bem.

domingo, outubro 19, 2008

Reinar...

R
Os efeitos paradoxais da crise são vários. O último que já não entrou na crónica foi o facto do PR tão cuidadoso a ler todos os diplomas que lhe chegam da AR ter despachado a promulgação do diploma dos avales à banca em 30 minutos. Como dizia Álvaro Pais ao Mestre de Aviz: reinar é dar o que não é vosso.

José Medeiros Ferreira, in blog BICHO CARPINTEIRO ( http://bichos-carpinteiros.blogspot.com/ ), em 18 de Outubro 2008

"Já sabemos quem vai pagar a crise"

J
"Afinal, quem vai pagar esta crise?", assim se titulava o Editorial do Publico no dia 16.

O meu caso, reformada da chamada classe média, pode ser uma resposta:
- não sou empresária, portanto não beneficio dos cortes no IVA nem no IRC, nem posso usar linhas de crédito bonificado.
- não pertenço ao grupo dos “mais necessitados” por isso não recebo subsídios, não me dão casa, não tenho água luz e telefone mais baratos, não sou isenta de taxas no SNS.
- sou reformada do sector privado, o que significa que a minha pensão, à partida inferior ao ordenado que tinha no activo, vai aumentar este ano de novo abaixo do valor da inflação.
- já não tenho filhos bebés, nem estudantes, por isso a descida do IVA das cadeirinhas, o desconto fiscal dos computadores e o 13º mês do abono, não me ajudam.
- também já não tenho pais velhinhos; não posso descontar os encargos.
- comprei uma casa, quando tive dinheiro para o fazer, não tenho por isso dívidas que o Estado me ajude a pagar.
- tenho algumas poupanças, aplicadas em Certificados de Aforro; foram desvalorizadas pelo Governo.
- suporto os aumentos do combustível, das portagens e dos impostos se quero deslocar-me em viatura própria. Suporto a subida de preços dos bens essenciais e também dos outros.
Quem vai pagar esta crise? Sou eu!

Maria Rosa Redondo, in Cartas ao Director, jornal PÚBLICO de 17 de Outubro 2008

Amanhecer na Lezíria (1)

A
Amanhecer na lezíria ribatejana em 17 de Outubro 2008

sábado, outubro 18, 2008

Sócrates ganhou a "Sorte Grande"

S
“Sócrates ganhou uma "Sorte Grande", ou um Euromilhões, eu sei lá...
A um ano das eleições, em plena de preparação do Orçamento de Estado, sai-lhe na rifa uma crise financeira mundial. Nem que fosse encomendada, ou planeada resultaria melhor.
Agora todos os problemas dos portugueses podem ser atribuídos à malfadada crise.
Agora é possível fazer um Orçamento cheio de chupa-chupas coloridos, que não resolvem nada mas enfeitam muito, e ninguém se atreve a gritar: Eleitoralistas !!
É tudo pela salvação do povo. Dá-me cá a impressão que à oposição só resta pedir ainda mais chupa-chupas. Ou de outra cor.”
S
Publicado por Fernando Penim Redondo em
http://dotecome.blogspot.com/ , em 14 de Outubro de 2008

"Mistérios da Crise"

M
"... A crise acabou por se tornar a salvação dos políticos falhados. Correndo gravemente de Paris para Bruxelas, de Bruxelas para Londres ou de Londres para Washington, falam e voltam a falar e a plebe, apavorada, que sempre os detestou, acredita neles.
Pior do que isso, a gente do poder e a que mandou na economia e nas finanças durante 30 anos pede "confiança". É preciso "confiança"; a "confiança" é essencial; a "confiança" é, garantidamente, a redenção. Mas "confiança" em quê e em quem? Não com certeza num sistema e numa ordem global insustentável e absurda.
..."
Vasco Pulido Valente, in "Mistérios da Crise", jornal PÚBLICO de 2008-Setembro-17

Enigma

E
O que diz a sardinha fresca para a sardinha de conserva?
- É preciso ter lata!

domingo, outubro 05, 2008

Implantação da República

R


1910.10.02 - A revolução é marcada para o dia 4, à 1 hora da madrugada.

1910.10.03 - Miguel Bombarda, médico republicano, é assassinado. Às 20h realiza-se a última reunião dos conspiradores.

1910.10.04
00.45 h - Revoltas nos quartéis da Infantaria 16 (Campo de Ourique), Artilharia 1 (Campolide) e Marinha (Alcântara)
05.00 h - Acampamento na Rotunda
07.00 h - Encontrado morto o republicano Cândido dos Reis, na Rotunda.
08.00 h - Oficiais do Exército abandonam a Rotunda.
10.00 h - 50 manifestantes são alvejados a tiro nos Restauradores.
12.30 h - Ataque à Rotunda por Paiva Couceiro (dura até às 16h).
14.00 h - Navios revoltosos bombardeiam o Palácio das Necessidades. O Rei D. Manuel II refugia-se em Mafra.
16.00 h - A Marinha bombardeia o Terreiro do Paço.
21.00 h - O navio D. Carlos é capturado pelos republicanos.

1910.10.05
06.00 h - Combates de artilharia na Avenida da Liberdade.
08.00 h - A República é proclamada na Câmara Municipal de Lisboa, por José Relvas.
17.00 h - A Família Real embarca na Ericeira para Gibraltar, a caminho do exílio.

"O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o povo instituiu a Republica para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a Republica para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel-general, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."
(Edital da Proclamação da República (Teófilo Braga), Lisboa, 5 de Outubro de 1910)

"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga"
(Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910)

sábado, outubro 04, 2008

Diz-me Zé Povão...

Z

- Diz-me Zé Povão o que é que farias se o intragável Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, te viesse suplicar para contribuíres para a recuperação da “saúde” dos “nossos” debilitados bancos e seus respectivos accionistas, apanhados na onda do maremoto financeiro de Wall Street, assim como ajudar a tapar os buracos negros das ruinosas políticas do seu (des)governo?
- O que é que eu faria? Nada! Apenas um grande TOMA, à boa maneira do Bordalo!

sexta-feira, outubro 03, 2008

Entregar o Ouro ao Bandido

E
«Em Guimarães, Sócrates garantiu que não permitirá que o valor das pensões dos portugueses seja jogado na bolsa e entregue aos caprichos dos mercados financeiros (…) Saberá Sócrates que 20,67 % das reservas do FEFSS - fundos da segurança social - (mais de 1.562 milhões de euros) se encontram aplicadas em acções e “entregues ao jogo da bolsa”? E lembrar-se-á que o seu secretário de Estado da Segurança Social anunciou no ano passado que iria confiar outros 600 milhões à gestão privada”?»

Manuel António Pina, in Jornal de Notícias em 22.09.2008