quarta-feira, julho 28, 2010

Efeitos da Vaga de Calor

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O GOVERNO comunicou ao Bloco de Esquerda, pelo canal informativo do Ministério das Obras Públicas, que a TAP tem que ser privatizada, pois está fragilizada e não consegue sobreviver a uma nova crise, seja ela resultante do agravamento do preço dos combustíveis ou da quebra da procura, opinião que foi logo retransmitida para o país, pelos órgãos de comunicação social.
Interessado em desdramatizar a situação criada, António Mendonça, o admirável ministro dessas mesmas obras públicas, correu a dizer que a carta do seu ministério é “perfeitamente alarmista” e que “a recapitalização da TAP (operação entendida como ganho de resistência face às crises vindouras) é uma necessidade urgente”. Não contente com isso, no mesmo dia à tarde, afirmou que "não há urgência nenhuma para privatizar a TAP”.
Conclusão: o Governo em geral e António Mendonça em particular, devem andar a sofrer muito com o calor que se tem feito sentir, pois, como é sabido, o dito tanto dilata os corpos como provoca visões e alucinações.
Para quem não sabe ou não se lembra, é oportuno esclarecer que António Mendonça foi um dos primeiros subscritores do Manifesto de oposição ao Manifesto subscrito por Eduardo Catroga, Medina Carreira e Campos e Cunha, que entre outras personalidades da área económica, se insurgiram contra as obras públicas de baixa ou nula rentabilidade, e que aconselhavam o governo a repensar as mesmas, em função do que isso implicava de agravamento do endividamento público e externo. Talvez por isso, e como prémio de fidelidade, António Mendonça foi chamado por Sócrates para ficar à frente da pasta do Ministério das Obras Públicas, em substituição do fenomenal Mário Lino, onde se tem notabilizado por alimentar uma notável descoordenação com os “pontos de vista” do restante elenco governativo, bem como uma grande apetência pela produção de calinadas, complementadas com umas tantas macaquices.

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