sexta-feira, setembro 24, 2010

Fazer o Mal e a Caramunha

EMBORA diga que não, o governo de Sócrates anseia - e faz tudo por isso – para que o Fundo Monetário Internacional (FMI) faça a sua entrada em Portugal o mais depressa possível. Isso vai mantê-lo artificialmente no poder (o FMI precisa de um interlocutor), libertá-lo da pressão política, e tirar-lhe de cima dos ombros a responsabilidade pelo pacote de medidas drásticas e anti-populares que aquele organismo exigirá, ficando com o ónus de ter sido o grande culpado de mais uns quantos malefícios, que daí advirão para os portugueses. Quanto ao PSD, a coisa também lhe dá jeito, porque para já, não está interessado em eleições, nem muito menos a formar governo.
Com a hipocrisia do costume, PS e PSD virão depois queixar-se, para quem os quiser ouvir, que a culpa foi do governo e das oposições, respectivamente, que não colaboraram nem arredaram pé com as suas exigências. Finalmente, ainda ouviremos José Sócrates balbuciar, com a Universidade de Columbia em fundo, Manuel Pinho a bater palmas e exibindo um inglês técnico exuberante, “mas que culpa tenho eu de continuar vivo?”.

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