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Na sequência da denúncia efectuada por Francisco Louçã do BE, na Assembleia da Répública, sobre o envolvimento do Banco Espírito Santo (BES), através da sua agência na Florida, na detenção e gestão de contas bancárias do ex-ditador Augusto Pinochet, recapitulemos o que já em 2005 se dizia:
"A comissão do Senado norte-americano que está a investigar o escândalo das "contas-fantasma" de Augusto Pinochet nos Estados Unidos descobriu que o ex-ditador chileno tinha contas no Banco Espírito Santo da Florida.
O escândalo das contas de Pinochet nos Estados Unidos foi revelado durante uma investigação ao Banco Riggs, por suspeita de lavagem de dinheiro.
Para além de 28 contas no Banco Riggs, Pinochet tinha 97 contas em outros estabelecimentos bancários nos Estados Unidos, entre os quais o Banco Espírito Santo da Florida, o Banco do Chile e o grupo Citicorp. O relatório da comissão de investigação indica que o ex-ditador chileno recebeu transferências no montante de 3,91 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) entre 1991 e 2000 nas contas abertas no banco português.
O caso remonta a Julho do ano passado, quando a comissão do Senado anunciou que o antigo ditador chileno tinha cerca de oito milhões de dólares (seis milhões de euros) em várias contas no Banco Riggs.
Em Janeiro deste ano, o banco admitiu ter ocultado a existência das contas em nome do ex-ditador e aceitou pagar uma multa de 31 milhões de dólares (23 milhões de euros) por violação das leis anti-branqueamento de capitais, aprovadas depois do 11 de Setembro de 2001.
Mas a investigação prosseguiu e veio a detectar "que a rede financeira de Pinochet nos Estados Unidos era bem mais alargada e envolvia muitas mais instituições bancárias" do que tinha sido anunciado, revelou o senador democrata Carl Levin, um dos responsáveis pela comissão de investigação.
O documento é especialmente duro para com o Citibank, que abriu 63 contas para Pinochet e a sua família nos últimos 23 anos.
Os funcionários bancários responsáveis por estas contas alegaram que nem sabiam que os titulares de algumas delas (em nome de José Ramon Ugarte e José Pinochet Ugarte) estavam relacionados com o ex-ditador. "É uma falha espantosa não se saber quem é o seu cliente", comentou uma investigadora da comissão.
Os bancos "ajudaram um ditador estrangeiro a esconder os recursos do seu próprio povo", acusou o senador Carl Levin em conferência de imprensa.
Apesar das informações sobre o regime de Pinochet, nomeadamente as mortes e desaparecimentos de opositores, e das declarações do Departamento de Estado norte-americano sobre os abusos cometidos, nenhuma das instituições financeiras se interrogou sobre de onde vinha o dinheiro que entrava e saía das contas do ex-ditador, acrescentou Carl Levin."
Notícia da Agência Lusa em 16 de Março de 2005
Entretanto, o actual Governo do Chile (de Michelle Bachelet) decidiu, em decreto presidencial de Julho de 2008, processar os bancos sedeados em Miami, incluindo o português Banco Espírito Santo, por considerar que aquelas instituições financeiras foram muito mais além do que a simples negligência, tendo decidido ajudar o ditador Augusto Pinochet, numa sórdida história de ocultação e lavagem de dinheiro das suas grandes fortunas, geradas com o esbulho do povo e dos recursos chilenos, desvio de verbas públicas e tráfico de armas. Contráriamente àquilo que o presidente do BES, Ricardo Salgado, deu a entender, dizendo que aquele assunto, embora tendo ocorrido, era coisa do passado, e que o relatório do Senado norte-americano, após a investigação, tinha posto um ponto final no mesma, este último processo, desencadeado pelo presente governo chileno, e em que o BES está envolvido, não se encontra encerrado, continuando a correr os seus trâmites.
Na sequência da denúncia efectuada por Francisco Louçã do BE, na Assembleia da Répública, sobre o envolvimento do Banco Espírito Santo (BES), através da sua agência na Florida, na detenção e gestão de contas bancárias do ex-ditador Augusto Pinochet, recapitulemos o que já em 2005 se dizia:
"A comissão do Senado norte-americano que está a investigar o escândalo das "contas-fantasma" de Augusto Pinochet nos Estados Unidos descobriu que o ex-ditador chileno tinha contas no Banco Espírito Santo da Florida.
O escândalo das contas de Pinochet nos Estados Unidos foi revelado durante uma investigação ao Banco Riggs, por suspeita de lavagem de dinheiro.
Para além de 28 contas no Banco Riggs, Pinochet tinha 97 contas em outros estabelecimentos bancários nos Estados Unidos, entre os quais o Banco Espírito Santo da Florida, o Banco do Chile e o grupo Citicorp. O relatório da comissão de investigação indica que o ex-ditador chileno recebeu transferências no montante de 3,91 milhões de dólares (2,9 milhões de euros) entre 1991 e 2000 nas contas abertas no banco português.
O caso remonta a Julho do ano passado, quando a comissão do Senado anunciou que o antigo ditador chileno tinha cerca de oito milhões de dólares (seis milhões de euros) em várias contas no Banco Riggs.
Em Janeiro deste ano, o banco admitiu ter ocultado a existência das contas em nome do ex-ditador e aceitou pagar uma multa de 31 milhões de dólares (23 milhões de euros) por violação das leis anti-branqueamento de capitais, aprovadas depois do 11 de Setembro de 2001.
Mas a investigação prosseguiu e veio a detectar "que a rede financeira de Pinochet nos Estados Unidos era bem mais alargada e envolvia muitas mais instituições bancárias" do que tinha sido anunciado, revelou o senador democrata Carl Levin, um dos responsáveis pela comissão de investigação.
O documento é especialmente duro para com o Citibank, que abriu 63 contas para Pinochet e a sua família nos últimos 23 anos.
Os funcionários bancários responsáveis por estas contas alegaram que nem sabiam que os titulares de algumas delas (em nome de José Ramon Ugarte e José Pinochet Ugarte) estavam relacionados com o ex-ditador. "É uma falha espantosa não se saber quem é o seu cliente", comentou uma investigadora da comissão.
Os bancos "ajudaram um ditador estrangeiro a esconder os recursos do seu próprio povo", acusou o senador Carl Levin em conferência de imprensa.
Apesar das informações sobre o regime de Pinochet, nomeadamente as mortes e desaparecimentos de opositores, e das declarações do Departamento de Estado norte-americano sobre os abusos cometidos, nenhuma das instituições financeiras se interrogou sobre de onde vinha o dinheiro que entrava e saía das contas do ex-ditador, acrescentou Carl Levin."
Notícia da Agência Lusa em 16 de Março de 2005
Entretanto, o actual Governo do Chile (de Michelle Bachelet) decidiu, em decreto presidencial de Julho de 2008, processar os bancos sedeados em Miami, incluindo o português Banco Espírito Santo, por considerar que aquelas instituições financeiras foram muito mais além do que a simples negligência, tendo decidido ajudar o ditador Augusto Pinochet, numa sórdida história de ocultação e lavagem de dinheiro das suas grandes fortunas, geradas com o esbulho do povo e dos recursos chilenos, desvio de verbas públicas e tráfico de armas. Contráriamente àquilo que o presidente do BES, Ricardo Salgado, deu a entender, dizendo que aquele assunto, embora tendo ocorrido, era coisa do passado, e que o relatório do Senado norte-americano, após a investigação, tinha posto um ponto final no mesma, este último processo, desencadeado pelo presente governo chileno, e em que o BES está envolvido, não se encontra encerrado, continuando a correr os seus trâmites.
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