SEJA Poiares Maduro, Ministro da Propaganda (PMMP), ou seja o Ministro da Propaganda, Poiares Maduro (MPPM), em qualquer dos casos, as siglas são capicuas perfeitas. Com a prestimosa “adjuda” de Pedro Lomba, o secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional (um espanto, estes títulos!), ainda estamos longe das prometidas conferências diárias (briefings) de ponto de situação (agendadas há um mês atrás), mas já se começam a distinguir os contornos deste novo tipo de "comunicação" governamental, a prometer mundos e fundos, a lavar a cara aos ministros para torná-los apresentáveis, a traçar contornos e perfis, a delinear os desafios que há pela frente, a falar pela “troika”, a dar conta daquilo que o governo fez e desfez, do que faz e desfaz e do que pensa fazer e desfazer, seja a curto, médio ou longo prazo, querendo impingir a ideia de que entrou em novos e abrangentes moldes, que o ritmo está a acelerar e que todos estão ocupadíssimos, a gerir o barco e a enfrentar a grande tormenta. E digo mais, acho que isto não vai ter grande duração, pois quando o Governo recorre à encenação, ao espectáculo de feira, dia sim, dia não, é porque perdeu o pé, já não controla nada (nem a si próprio) e anda a esbracejar à procura de uma saliência onde se agarrar. Querem um responsável? O patrono desta coesa solução, sua excelência o divertido e inoxidável Aníbal Cavaco Silva!
Perante este espectáculo, que faz a comunicação social? Pouco ou nada! Nem sequer se contorce. Não tenho nada contra os seus profissionais, muitos deles estagiários à procura de uma oportunidade, mas a pobreza é confrangedora. Limitam-se a comparecer ao beija-mão, a transcrever e a divulgar as patranhas anunciadas e enunciadas, engolem tudo em seco, calma e serenamente, sem pedidos de esclarecimento, deixando correr o marfim, anichando-se numa desesperante postura situacionista de cortar a respiração, sem fazer as perguntas incómodas, que gostaríamos de ver respondidas. Longe vão os tempos em que, mesmo sob a vigilância apertada dos “majores” da censura, sem espaço para nada poder transpirar, se deixavam nas entrelinhas alguns sinais e pistas para reflexão. Hoje é coisa que não lhes passa pela cabeça. E se lhes passa, logo começa a funcionar a patilha de segurança da autocensura, ou então, como último recurso, o senhor director não deixa passar.
Perante este espectáculo, que faz a comunicação social? Pouco ou nada! Nem sequer se contorce. Não tenho nada contra os seus profissionais, muitos deles estagiários à procura de uma oportunidade, mas a pobreza é confrangedora. Limitam-se a comparecer ao beija-mão, a transcrever e a divulgar as patranhas anunciadas e enunciadas, engolem tudo em seco, calma e serenamente, sem pedidos de esclarecimento, deixando correr o marfim, anichando-se numa desesperante postura situacionista de cortar a respiração, sem fazer as perguntas incómodas, que gostaríamos de ver respondidas. Longe vão os tempos em que, mesmo sob a vigilância apertada dos “majores” da censura, sem espaço para nada poder transpirar, se deixavam nas entrelinhas alguns sinais e pistas para reflexão. Hoje é coisa que não lhes passa pela cabeça. E se lhes passa, logo começa a funcionar a patilha de segurança da autocensura, ou então, como último recurso, o senhor director não deixa passar.
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