quarta-feira, outubro 26, 2005

Imunidades

(Este comentário tem a ver com a amplitude da justiça e não com as motivações dos infractores)
Já com três antecedentes no currículo, sendo portanto reincidente nesta matéria, o Mário Soares permitiu-se voltar a violar, descaradamente, desta vez nas eleições legislativas e autárquicas de 2005, o que a lei eleitoral determina, sobre o termo das campanhas e os períodos de reflexão. Frente às assembleias de voto, mesmo ali à boca das urnas, perante os microfones e câmaras de televisão (que teriam sido cúmplices na divulgação dos apelos), insolente e incorrigível, apelou ao voto nos candidatos do Partido Socialista, sendo que num dos casos se tratava do seu próprio filho. As três primeiras foram arquivadas, e das duas últimas, até à data não sofreu qualquer sanção que se visse ou ouvisse, emitida pela Comissão Nacional de Eleições. Porém, contra o que é habitual no nosso país, onde a justiça também dá sinais de falência, desta última vez, o crime não compensou, em termos de ganhos eleitorais.
Já sabíamos de ministros, secretários de estados, juízes e outras eminências que, nas barbas da Brigada de Trânsito, se deslocam de automóvel a velocidades proibitivas ou cometem infracções que fazem tábua rasa do Código da Estrada, mas ignorávamos que o ter sido detentor de orgãos de poder, ser candidato ou recandidato aos mesmos, concede imunidade a todos os atropelos que possam cometer.

1 comentário:

Anónimo disse...

Imunidades, né?! Ou será impunidades?
Anyway, é só para quem pode... E quem pode significa mais ou menos ter o poder de ou para: No caso vertente, sua excelência o senhor que já foi e que pretende vir a ser...
Tendo o passado e o presente como parâmetros, nem é preciso o Tarot nem grandes artes de adivinhação para perceber o que lá vem. As duas candidaturas que se perfilam como potenciais ganhadoras, já têm provas dadas (e que provas!), as outras candidaturas são para o confronto de ideias e nada mais, o que é pena. Bipolarização ou, mais popularmente, "ora agora mandas tu, ora agora mando eu"!

Voltando às imunidades, convém não esquecer: prevaricar e candidatar-se! Um dos candidatos, eleito, por sinal, até nunca fugiu... o mandato ainda não tinha sido emitido!
São as regras do jogo... umas que se mudam a meio, outras que se mudam no fim, outras que se mudam em qualquer altura... e que dá sempre jeito a alguém.
Digam-me lá, que fazer com este voto que a constituição me dá?

Abc
Cnasc