domingo, junho 21, 2009

Grande Mesquita Hassan II




É uma pequena-grande maravilha da arquitectura hispano-mourisca contemporânea. Edificada à beira do Oceano Alântico, na cidade de Casablanca, sobre uma plataforma conquistada ao mar, foi mandada construir pelo falecido monarca Hassan II de Marrocos (1961/1999), com recurso a subscrição pública. Concebida pelo arquitecto francês Michel Pinseau, o seu custo final estimou-se em 800 milhões de dólares.

A sua construção decorreu em tempo recorde, entre 1986 e 1993, com o recurso à mão-de-obra de perto de 6.000 operários e artesãos, ao longo de 7 anos, sem interrupção, 24 sobre 24 horas, em 3 turnos de trabalho de 8 horas. Se não tivesse sido usado este expediente, a sua construção ter-se-ia prolongado durante 21 anos. .

Foram utilizadas as mais modernas técnicas científicas aplicadas à arquitectura, nomeadamente o laser e a computação gráfica, bem como os materiais mais nobres, a maioria de proveniência marroquina, tais como o cedro do Médio Atlas e o mármore, ao passo que apenas foram importados o granito branco das colunas, os lustres de vidro de Murano (Veneza) e o titânio utilizado nas monumentais portas. A construção é anti-sísmica, o pavimento aquecido, para conforto dos crentes, e as portas são operadas eléctricamente, devido ao seu enorme peso e dimensões.


A cobertura da mesquita é constituída por dois elementos que, quando necessário, se separam, deslizando em cerca de 4 minutos, para deixar entrar a luz natural no recinto interior. O seu minarete (ou almadena) tem uma altura de 210 metros, sendo encimado por um potente raio laser que, à noite, serve simultaneamente para apontar a direcção de Meca e assinalar a entrada do porto de Casablanca.

Pode albergar 25.000 crentes no seu espaço interior, ao passo que no recinto exterior, circundado de monumentais arcadas, a sua lotação pode chegar aos 75.000 crentes.
Actualmente, esta mesquita é a única que permite visitas guiadas, sem restrições a não-muçulmanos e a mulheres com a cabeça descoberta, sendo permitido que se obtenham imagens em fotografia e vídeo, tanto do interior como do exterior.

Semelhante a um grande diamante, soberbamente lapidado, com os pavimentos de mármore, na meia obscuridade, a assemelharem-se a espelhos de água, torna-se difícil transmitir através de palavras a beleza deste templo. Apesar das suas dimensões colossais, impera tanto no exterior como no interior, uma extraordinária leveza, transmitida pela luz coada pelos vitrais, a embeber-se na profusão do rendilhado que decora os arcos mouriscos e na fluidez das colunas que se perdem lá no alto, entre as cúpulas, onde esvoaçam aves que ali encontram acolhimento. É um lugar de excelência, feito para orar e meditar.

(Fotos de F.Torres em 2009-Junho-9)

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