Era uma vez uma ilha chamada Madeira, também conhecida por Pérola do Atlântico, que era habitada por gente simples e trabalhadora, mas governada por uma criatura abjecta, um tal chamado Jardim, que ficava a meio caminho entre o director de uma colónia penal, com tiques de soba africano, e um desenho animado, astuto e ordinário, como um padrinho siciliano. Chegou ao poder com o 25 de Abril, porém, quanto a comemorar esse dia, nunca! Assim, para dar algumas alegrias ao pobre povo, era ele que animava, entre suores, fantochadas, atoardas e copos de vinho a martelo, os comícios do Chão da Lagoa, como se estivesse no Circo Máximo a distribuir pão e patacoadas, ou então, mascarado de palhaço rico, desfilava pelas ruas do Funchal para ir enterrar o Carnaval. Porém, comemorar o 25 de Abril, isso nem pensar! Quanto ao turismo, dizia que eram todos bem vindos, menos, por razões de higiene e segurança, essa “corja” dos partidos de esquerda, esses “gajos” do Tribunal Constitucional que pensavam que podiam dar ordens à Madeira, mais os “filhos da puta” dos jornalistas que não são imparciais, não respeitam o poder instituído e estão convencidos que sabem fazer jornalismo. E quanto a essa coisa do 25 de Abril, não passava de uma maçada, uma grande chatice. Quando chegava essa data mandava fechar as portas do Parlamento Regional, e quanto a comemorações, festejem onde quiserem, menos aqui. Era só o que faltava! Que é como quem diz: – isto é uma democracia, mas quem manda aqui sou eu. Para manter a ilha a flutuar, era ele que entre um chorrilho de impropérios, ladeado pela sua corte, um punhado de “grunhos” e homens de mão, exigia de dedo em riste, que os “cubanos do Contenente” lhe enviassem mais uns quantos contentores de dinheiro, para superar os problemas da insularidade, da pobreza, e para ele poder continuar a falar grosso. Quanto a comemorar o 25 de Abril, nem pouco mais ou menos, ou melhor dizendo, jamais! Na Madeira, estando lá ele, o 25 de Abril não era preciso para nada!
Apenas os distraídos continuam a chamar a este paraíso, mascarado de inferno, a Pérola do Atlântico. Já lá vão 32 anos, o 25 de Abril ainda não chegou à Madeira, mas quando lá chegar, tenho a certeza que vai ser uma festa.
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