quarta-feira, maio 26, 2010

Sob o Signo da Fraude

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INICIEI o ano de 2010 e o décimo caderno deste blog, com um artigo introdutório, que tinha por título "Sob o Signo da Corrupção, do Lixo e das Sucatas". Dizia aí que a falta de escrúpulos não são exclusivas desta actividade (as sucatas): abrange todas as áreas, tal é fedor, que começa nas lixeiras, aterros sanitários e paióis de sucata, depósitos de resíduos tóxicos, detritos e entulhos à beira das estradas, e acaba nos gabinetes dos políticos, gestores dos institutos, fundações e grandes empresas do sector empresarial do estado, verdadeiras “estações de tratamento” de um sistema corrupto que gira entre a política, os negócios e os respectivos ajustes directos. Em resumo: Portugal é cada vez mais uma extensa estrumeira que vive e sobrevive sob o signo da corrupção, do lixo e das sucatas.
Seis meses depois, com o processo “Face Oculta” a passar à clandestinidade, e dadas as notícias que chegam até nós, em que mais de sete milhões de euros é o valor das facturas falsas apreendidas, na semana passada, em buscas domiciliárias e não domiciliárias realizadas a sucateiros dos distritos de Leiria, Lisboa e Santarém, somos levados a concluir que o “fenómeno” continua a alastrar. E se inferirmos que com o expediente das facturas falsas, outras fraudes e actividades ilegais correm em paralelo, envolvendo outras gentes e outros sectores de actividade, somos levados a supor que haverá mais "godinhos", que arrastam consigo outros pequenos "varas" e "penedos", que espalhados por aí, se dedicam a depauperar o Estado, e consequentemente, a aliviarem os nossos bolsos, pois somos nós que, por via de mais uns quantos agravamentos de impostos, seremos chamados a tapar os buracos das receitas públicas.

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