quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Entrevista para “acalmar as hostes”

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SÓ AGORA consigo perceber, porque razão o Procurador-Geral da República, senhor Pinto Monteiro, levou mais de dois meses para vir repetir e confirmar, em entrevista à revista VISÃO (sempre as entrevistas!), agora de forma definitiva, o que anteriormente já havia decidido. Se querem saber, tenho uma desconfiança: depois de muita reflexão, aquele senhor aproveitou esta semana de intensa actividade partidária, por parte do PS, mobilizado no sentido de cerrar fileiras e renovar a confiança na liderança do engenheiro incompleto, para numa manobra de puro oportunismo político, voltar a repetir a lenga-lenga já conhecida e dar o assunto por encerrado, usando o expediente da entrevista descontraída (sempre as entrevistas!), assim como quem vai dizendo umas coisas, enquanto mastiga uma alheira de Mirandela. Também por isso, só agora percebo a quem se destinava o recado, quando disse em 14 de Novembro de 2009, que se fosse necessário divulgaria as escutas para “acalmar as hostes”...
Hoje, no entanto, vai mais longe, chegando ao ponto de afirmar, como uma punhalada florentina, que tem “muita consideração pelo senhor procurador de Aveiro, que é um bom magistrado, mas, obviamente, como procurador-geral da República, não estou obrigado a concordar com as suas opiniões jurídicas". Resta saber o que irá acontecer a esse magistrado, pelos vistos, desenquadrado, caprichoso e pouco entendido nestas matérias, depois deste senhor procurador-geral o ter acusado, de forma mais do que subentendida, de andar a propiciar o armadilhamento do sagrado território da Democracia e do Estado de Direito. Porque não tem condições para o exercício do cargo, se estivesse na minha mão, este era um motivo, mais do que suficiente, para "arquivar" este senhor procurador-geral. Só espero que amanhã, sexta-feira, o semanário SOL acrescente a divulgação de mais algumas “armadilhas” e “conspirações”, àquelas que já conhecemos.

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