terça-feira, fevereiro 06, 2007

Pior só no Uzbequistão

P
O Tribunal de Contas apurou que o governo regional da Madeira, durante o ano de 2005 (havemos de chegar às contas de 2006), financiou em 4,6 milhões de euros, a título de inexplicáveis suprimentos mensais, o diário Jornal da Madeira, único jornal estatizado do país, isto apesar de haver legislação que proíbe as regiões autónomas e autarquias de serem proprietárias de órgãos de comunicação social. Acrescente-se que aquele bizarro diário tem uma tiragem inferior a 5.000 exemplares, querendo isso dizer que recebeu de ajudas, o quíntuplo do seu custo nas bancas.
O grunho (1) já foi director deste diário logo após o 25 de Abril, mas actualmente, apenas usa as suas páginas para debitar, quase diariamente, uma crónica de opinião. Para além disso, o matutino funciona como porta-voz e meio de propaganda do executivo regional, numa espécie de nova versão do bailinho da Madeira. Fundamentando a atribuição de tão altos valores àquele diário, o grunho declarou que se justificam para manter e assegurar o pluralismo (???) na comunicação social, ele que, num assomo de irrepreensível espírito totalitário, não permite que os madeirenses subscrevam assinaturas dos jornais do continente, excepto os constantes de uma exígua lista, e para que a concessão se verifique, exige que o interessado faça um prévio pedido, sujeito a autorização dos 9 membros do governo regional, os quais, neste caso, desempenham o papel de “mesa censória”. Tirando as confusões entre governação e negócios com sifões de retretes, pior que isto só no Uzbequistão.
Sem ser necessário utilizar telescópio para se concluir isso, o Jornal da Madeira é um autêntico buraco negro que atrai e devora quantidades astronómicas de dinheiros públicos, e que ninguém sabe em que galáxia (ou bolso) vão desaguar, o que talvez explique o facto do jornal, apesar dos apoios milionários, estar a atravessar uma grave situação financeira. Entretanto, o grunho, indómito timoneiro e educador daquela nau, continua imbatível, de vento em popa, exuberante e truculento no seu desprezo por prestações de contas, em resumo, a fazer o que lhe apetece e sem medo de ninguém.
(1) Alberto João Jardim

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