terça-feira, março 02, 2010

Distrito 9

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Título original: District 9
Ano: 2009
Realizador: Neill Blomkamp
Argumento: Neill Blomkamp e Terri Tatchell
Género: Acção / Drama / Ficção Científica

Intérpretes:
Sharlto Copley ... Wikus Van De Merwe
Jason Cope ... Grey Bradnam - UKNR Chief Correspondent
Nathalie Boltt ... Sarah Livingstone - Sociologist
Sylvaine Strike ... Dr Katrina McKenzie
Elizabeth Mkandawie ... Interviewee
John Sumner ... Les Feldman - MIL Engineer
William Allen Young ... Dirk Michaels
Greg Melvill-Smith ... Interviewer
Nick Blake ... Francois Moraneu - CIV Engineer Team
Morena Busa Sesatsa ... Interviewee
Themba Nkosi ... Interviewee
Mzwandile Nqoba ... Interviewee
Barry Strydom ... Interviewee
Jed Brophy ... James Hope - Police Officer
Louis Minnaar ... Piet Smit

Duração:112 min
País:USA / Nova Zelândia
Idioma: Inglês / Nyanja / Afrikaans
Cor: Color
Formato:1.85 : 1
Audio: DTS / Dolby Digital / SDDS
Locais de filmagens: Johannesburgo, Gauteng, África do Sul

( Fonte: IMDB – The Internet Movie Data Base -
http://www.imdb.pt/ )

Meu comentário:
Nascido a partir de uma curta-metragem, “Distrito 9” é mais um falso filme do género ficção científica. O facto de o argumento gravitar à volta da invulgar aparição sobre a cidade de Johannesburgo, na África do Sul, de uma nave em dificuldades, vinda do espaço exterior, que mais parecia uma jangada à deriva, e a raça de extraterrestres que ela transportava, ter depois sobrevivido durante mais de 20 anos, num gueto da periferia da cidade, paredes meias com colossais lixeiras a céu aberto, sob apertado controle e em condições de subsistência infra-humanas, tal não passa de um álibi, um pretexto para abordar problemas que são do foro da natureza e condição humana. Fosse com uma nave recheada de extraterrestres, uma aldeia bosquímana ou uma tribo de pigmeus, o resultado seria sempre o mesmo (ou quase).
Sendo aquele o primeiro contacto com uma civilização vinda do espaço, um momento que se esperava ser um clímax imponente e triunfal, veio-se a constatar que a Humanidade não estava preparada para acolher o evento sob aquela forma, como uma operação de salvamento e acolhimento dos visitantes em risco. No entanto, as coisas aconteceram assim e não havia volta a dar-lhes: os visitantes em vez de nos virem ajudar com a sua cultura e bagagem tecnológica, eram eles que pediam ajuda à Humanidade, a qual, bem ou mal, tinha que assumir esse inesperado e frustrante papel, dando razão a quem costuma dizer que, quando menos se espera, o acaso prega destas partidas.
Aqueles extraterrestres, longe de serem seres super-evoluídos e dominadores, como sempre os concebera o imaginário popular, eram criaturas aparentadas com artrópodes que, embora detentores de um certo nível civilizacional, talvez não passassem de náufragos de uma nave danificada, de uma qualquer missão abortada ou mal sucedida, e agora entregues à benevolência e caridade dos humanos, e como tal, vulneráveis e susceptíveis de serem oprimidos e perseguidos. E os humanos, como nessa matéria, além de uma larga experiência, não costumam deixar os seus créditos por mãos alheias, não se fizeram rogados e cumpriram o que se esperava deles, fazendo a vida negra à comunidade de extraterrestres, reprimindo-os, explorando-os, multiplicando os conflitos e extravasando ódios desmedidos.
A intolerância humana chegou a tal extremo, que acabou por ser decidido efectuar o despejo dos extraterrestres daquela favela, deslocando-os para bem longe da cidade e da sua nave, que continuava a pairar imóvel lá no alto, há mais de 20 anos. E foi aí que começaram os problemas…
Com um ritmo e estrutura própria de uma reportagem televisiva, feita de câmara ao ombro, aliada a uma narrativa que oscila entre o objectivo e o caótico, recheada de opiniões avulsas e apontamentos de reportagem, colhidos aqui e ali, a fazer a marcação do território, dos acontecimentos, dos medos e dos interesses envolvidos, este filme acaba por fazer, num caldo de racismo e xenofobia, a actualização dos preconceitos e valores da nossa época, encurtando a distância que separa a ficção das realidades, sobretudo as que têm a ver com todos os apartheids deste mundo, extintos ou não.
Em alguns dos seus propósitos, comparo este “Distrito 9” de Neill Blomkamp com “Os Filhos do Homem” (Children of Men) de Alfonso Cuarón e com “O Fiel Jardineiro” (The Constant Gardener) de Fernando Meirelles. Assim sendo, dou nota quase máxima a esta obra que nos confronta com uma visão de nós mesmos, quando teimamos em não nos reconhecermos. E talvez por isso e com base nisso, assim se continuem a fazer grandes filmes. E por aqui me fico.

segunda-feira, março 01, 2010

Que Punição?

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O HONORÁVEL e holográfico bonzo da causa socretina, deputado europeu Vital Moreira, a propósito da notícia de um semanário (deve ser o SOL), que acusava o poder judicial de encobrimento do poder político (no caso das escutas mal explicadas), deixou no seu post "O freio nos dentes", do blog CAUSA NOSSA, a seguinte pergunta:
Será que um dislate destes pode passar sem consequências?
É a minha vez de perguntar:
Que consequências pensa Vital Moreira que seriam as mais adequadas?
Instauração da censura?
Encerramento do jornal?
Nacionalização do jornal?
Apreensão das edições?
Suspensão de publicação?
Acção judicial?
Diga lá de sua justiça que nós não levamos a mal.

Erros Antigos e Catástrofes Recentes

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O RIGOR e profissionalismo com que as obras públicas são encaradas na Madeira, está bem patente nas declarações do inenarrável e insubstituível régulo local, Alberto João Jardim, também ele sem diploma de engenheiro, quando disse, há dias, durante a visita a um dos lugares mais atingidos pela catástrofe, que não estava disposto a continuar a lutar contra a natureza, e sendo assim, ia mandar construir um túnel ali, ao mesmo tempo que apontava um local qualquer à sua escolha, na paisagem circundante, como se fosse dono e senhor de tudo aquilo, e a pessoa mais habilitada para o decidir.
Seja porque não sabe, porque não lhe interessa, ou porque outros interesses falam mais alto, há gente que não aprende nada, nem mesmo com os erros antigos e as catástrofes recentes, mesmo que isso traga avultados prejuízos e mais mortes pelo meio.

Lei das Compensações

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COM O TEMPORAL de sábado e as arremetidas da ventania, o meu jardim perdeu uma árvore de pequeno porte, mas como compensação ganhei 100 quilos de lenha para animar a lareira e enfrentar o frio que voltou a aparecer aqui, pelas bandas de Bucelas.

domingo, fevereiro 28, 2010

Enfim, é o Que Temos!

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EM DECLARAÇÕES para as televisões, ao estilo de apontamento de reportagem feito à saída de um qualquer evento, o senhor Almeida Santos, advogado e presidente do PS (partido Sócrates), do alto da sua experiência e conhecedor como é do potencial das novas tecnologias, avançou com uma rocambolesca e invejável teoria, sobre a violação do segredo de justiça. Na sua douta opinião, a coisa é facílima, direi mesmo SIMPLEX. Senão vejamos: polícias, magistrados, juízes, advogados e funcionários judiciais, isto é, as pessoas que têm acesso aos processos judiciais e outros elementos de investigação, assim como quem não quer a coisa, durante a consulta e manipulação dos documentos, puxariam do seu telemóvel equipado com câmara fotográfica de um quantos megapixeis, e bateriam uns quantos ciber-shots, e já está! As imagens dos documentos seriam posteriormente transferidas para um computador, melhoradas e calmamente transcritas, para virem a ser despachadas e usadas no futuro, com os mais maldosos intentos, contornando as precauções e acabando a violar o sacrossanto segredo de justiça. Como é óbvio, o doutor Santos não tem provas do que diz, mas como parece que anda a pôr em dia os seus conhecimentos sobre técnicas de espionagem, não vem grande mal ao mundo que entre em delírio, de vez em quando.
Por sua vez, o sociólogo António Barreto, em entrevista ao semanário EXPRESSO deu a entender que acredita piamente na existência de uma próspera indústria de escutas, associada com um promissor comércio de violações do segredo de justiça, e a coisa processa-se assim: os magistrados judiciais e do ministério público são os agentes que alimentam a imprensa com fugas de informação, que ainda por cima são pagas, e com isso ganham-se fortunas, mas como ninguém passa recibo, a coisa vai ser muito difícil de provar, digo eu, a não ser que se ponham os magistrados sob apertada vigilância e escuta, como sugeriu a preclaríssima doutora Cândida Almeida, ideia que, pelos vistos, o senhor Barreto subscreveria.
Nunca esperei que o lançamento e a colocação no domínio público do site PORDATA, de que António Barreto foi implementador, pudesse ficar manchado com declarações deste teor.
Almeida Santos e António Barreto, cada um na sua especialidade, bem podem juntar-se os dois à esquina, a tocar a concertina e a dançar o vira, a bem do combate contra as escutas e as violações do segredo de justiça, essas coisas que atentam contra a privacidade e mancham o bom nome de certas pessoas, verdadeiros mártires do serviço público, que só querem o nosso bem. Enfim, é o que temos!

Tónico para a Memória

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DURANTE a audição da Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, o senhor doutor Rui Pedro Soares, o tal que não sabe bem quem representava e de quem recebia orientações como ex-administrador da PT, e que afirmou nunca ter tido o pelouro da publicidade, coisa que já foi contrariada por outro ex-administrador da empresa, tem, no entanto, uma convicção inabalável: é desde tenra idade um grande e destemido adepto do Futebol Clube do Porto, já foi galardoado com o troféu “Dragão de Ouro”, todos seus filhos menos um, comungam da mesma paixão, e ele até perde a vontade de jantar quando o seu clube perde algum jogo. Registada a preferência, acredito estarmos na presença de alguém cheio de convicções em termos de simpatias clubísticas, embora com alguns lapsos de enquadramento profissional. Assim sendo, daqui lhe envio um conselho: barriga sem bucha toda a noite estrebucha, portanto, mastigue sempre qualquer coisa antes dos jogos, e vai ver que o desgosto se torna muito mais fácil de suportar, além de que o alimento sempre foi um bom tónico para os problemas de memória.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

"Os pobres que paguem a crise"

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Para recapitular e perceber a crise que vivemos à escala global, chamo a vossa atenção para o artigo do deputado ao Parlamento Europeu, Rui Tavares, publicado no jornal PÚBLICO de 19 de Fevereiro de 2010, com o título OS POBRES QUE PAGUEM A CRISE, e que também pode ser regularmente consultado nos links da banda esquerda deste blog.

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Obsessões, Pressões e Violações

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ONTEM, 24 de Fevereiro de 2010, em declarações prestadas à Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura, o director do semanário EXPRESSO, Henrique Monteiro, informou que na véspera da saída de um artigo que versava sobre a polémica licenciatura de José Sócrates, aquele lhe telefonou, não desmentindo nem corrigindo o artigo, mas pedindo encarecidamente para que a notícia não fosse publicada. Disse ainda que esta iniciativa do primeiro-ministro - uma pessoa que ele considera obcecada com a sua imagem - bem como a retirada de publicidade por parte do Banco Espírito Santo (BES), como retaliação pela publicação de um artigo de opinião, foram as maiores pressões que sofreu, no desempenho das suas funções como director do semanário.
Entretanto, hoje, o jornal PÚBLICO, informa que o sub-director do semanário SOL, Vítor Rainho e as jornalistas Felícia Cabrita e Ana Paula Azevedo, foram constituídos arguidos, no âmbito de um inquérito sobre a violação do segredo de justiça, ordenado pelo próprio procurador-geral da República, Pinto Monteiro. Este inquérito tem que ver com a publicação de despachos e escutas telefónicas, levadas a cabo pelo semanário, pelo que terão que ser interrogados, na semana que vem, pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa. Em declarações ao jornal PÚBLICO, a jornalista Felícia Cabrita confirmou a notificação, tendo declarado que aquela iniciativa "não é nada que me espante. O procurador-geral da República é muito rápido para determinados processos".
Aliás, eu direi mais: a violação do segredo de justiça, e não propriamente o solucionamento dos casos que tem entre mãos, dos quais decorrem essas violações, diga-se em abono da verdade, algumas delas de origem altamente duvidosa, tornaram-se uma obsessão para este procurador-geral da República.
Sou de opinião que o segredo de justiça, embora glorificado por alguns, funciona como uma faca de dois gumes; quando bem salvaguardado, serve para garantir a protecção dos arguidos e da investigação, ao passo que se for “cirurgicamente” violado, serve para atrasar com expedientes, arrastar e, sobretudo, contestar e desacreditar a própria investigação, situação que apenas beneficia os arguidos, em especial os “grandes” arguidos. Agora, basta olhar para a natureza de alguns processos em curso, que têm sido objecto de alegadas violações, e cada um tirar as suas conclusões.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

Alegação Estupidamente Desnecessária

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A SENHORA Cândida Almeida, coordenadora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), declarou em entrevista ao JORNAL DE NEGÓCIOS (sempre as entrevistas!), que seria uma boa medida para combater as violações do segredo de justiça, estender aos magistrados a possibilidade de também aqueles virem a ser alvo de escutas.
Ora, chama-se a isto fazer uma alegação estupidamente desnecessária, pois acontece que aqueles magistrados sempre estiveram sujeitos a tal medida, pois a lei não distingue nem abre excepções, sendo aplicável a qualquer cidadão, independentemente da função ou lugar que desempenha.
As permanentes diatribes contra as violações do segredo de justiça, a par da reprovação dos chamados julgamentos na praça pública (leia-se, investigação jornalística, à falta da outra), tornaram-se a grande desculpa para que as investigações associadas aos grandes processos continuem a marcar passo (desacertado) e não produzam resultados.

terça-feira, fevereiro 23, 2010

Dão-se Alvíssaras a Quem Souber o Paradeiro do CHEFE!

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EM ENTREVISTA (sempre as entrevistas!) ao jornalista Miguel Sousa Tavares, José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, ou menino de ouro, ou ainda Zézito, afirmou sem se rir, que ele não é o CHEFE, nem tão-pouco o CHEFE MÁXIMO a quem o “boy” Rui Pedro Soares se referia nas escutas relacionadas com o caso da compra da TVI pela PT. Continuando sem se rir, afirmou em tom muito convicto e solene, que como ele não é o CHEFE, esse tal CHEFE tem que ser outra pessoa, isto é, se branco não é, é porque não foi a galinha que o botou. Como o “boy” Soares ainda não explicou a quem se referia, quando mencionou o tal CHEFE, fiz alguns contactos e diligenciei saber qual seria o seu paradeiro.
Com tão ingrata tarefa, contactei o CHEFE Adrião da estação de Palhavã, o CHEFE Torcato, aposentado da guarda-fiscal, o CHEFE Ludovino, cozinheiro da casa de pasto O Retiro dos Alcatruzes, o CHEFE da banda do Grupo Folclórico da Aldeia dos Arrebenta, o Valente, CHEFE do balcão de reclamações da Loja do Cidadão de Alhos Verdes, o menino Vasco, CHEFE de turma da escola 2+S da zona oriental da freguesia de São Picoito, o Adérito, CHEFE dos Bombeiros Voluntários de Doze-Irmãos, e todos eles foram unânimes em dizer que, embora sejam ou tenham sido CHEFES, nunca se relacionaram com o menino Soares, todos cumpriram as suas obrigações, e quanto à PT, embora o serviço não seja famoso, não têm facturas em atraso. Quanto ao CHEFE da Protecção Civil exclamou que não respondia a provocações, e que se fosse preciso, despia o macaco, tirava o boné e fazia-me a cara num hamburger mal passado. Só não consultei a dona Cândida Almeida, responsável do DIAP, porque o rapaz Soares foi bem claro, quando afirmou que a entidade em questão era um CHEFE, e não uma CHEFA, e nestas coisas que envolvem chefias, não convém confundir os géneros.
Feitas as contas, e como os resultados não foram famosos, concluí que para esclarecer esta história da tentativa fracassada de compra da TVI pela PT, e acabar de vez com estas perseguições, conspirações, campanhas negras e assassinatos de carácter de pessoas inocentes, o melhor é pôr um anúncio e dar-se alvíssaras, a quem souber quem é o tal CHEFE, para ajudar a localizá-lo e tirar a coisa a limpo.

O Caderno 2 de Saramago

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COM CHANCELA da Caminho e um interessante prefácio de Umberto Eco, escrito para a edição italiana do primeiro volume do Caderno, o sempre prolífico José Saramago publicou o segundo volume do Caderno com os apontamentos que tem vindo a escrever, com alguma regularidade, no seu blog (apesar dos seus 87 anos), cujo link continua disponível na banda esquerda deste blog. É um trabalho sobre pessoas, casos, lugares e ideias, cinzelado com o talento enérgico e polémico a que o escritor sempre nos habituou.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

25 de Novembro de 1967

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Alberto João Jardim, presidente da Região Autónoma da Madeira, recorrendo aos seus habituais tiques autoritários, advertiu os jornalistas para terem cuidado com as dramatizações do que aconteceu na ilha, na medida em que a economia madeirense depende do exterior, por via do turismo. Não consigo perceber a razão deste silenciamento, como se os operadores turísticos andassem distraídos, e não se inteirassem previamente das condições dos destinos que habitualmente oferecem. Tal como não percebo porque esse senhor insiste em estar pouco receptivo à declaração de estado de calamidade, por causa do eventual impacto negativo nos mercados turísticos, quando os meios de comunicação estrangeiros já deram notícia dos acontecimentos, e vai ser o próprio estado português que vai requerer auxílio à União Europeia, para fazer face aos efeitos da catástrofe, e isso é coisa que não passa despercebida.
Esta atitude faz-me lembrar o que aconteceu em 25 de Novembro de 1967, um sábado, já lá vão 42 anos, quando Lisboa e algumas das suas localidades limítrofes, foram atingidas por um grande temporal, que originou grandes inundações, com consequências catastróficas. Lembro-me perfeitamente de que chovia torrencialmente e de ver a Avenida da República, por alturas do Campo Pequeno, transformada num grande e caudaloso rio, já impossível de transpor, para eu chegar às instalações do Externato Crisfal, onde ia ter aulas, pelas nove e tal da noite. Encharcado até aos ossos, acabei por voltar para trás, rumo ao Campo Grande, atravessando a passagem de nível e escolhendo a Rua de Entrecampos como alternativa de regresso a casa.
Só nos dias seguintes nos começámos a aperceber da verdadeira extensão da tragédia. As chuvas diluvianas tinham atingido as zonas baixas e periféricas de Lisboa, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Alenquer. As cheias e enxurradas arrastaram carros, árvores, pessoas e animais, destruíram pontes, casas, estradas e condutas subterrâneas. As comunicações foram interrompidas e os transportes públicos ficaram paralisados. Bombeiros, Marinha, Exército e funcionários da Junta Autónoma de Estradas participaram nas operações de socorro, ao passo que os cadáveres das vítimas eram recolhidos nos quartéis dos bombeiros, lado a lado com os desalojados e sobreviventes da catástrofe.
À época, o regime autoritário de Oliveira Salazar e Américo Tomás, não estava interessado em divulgar as verdadeiras consequências daquela catástrofe, já que os principais atingidos tinham sido os grandes bairros periféricos e clandestinos da capital, plantados em leitos de cheia, de construção caótica, abarracada e com condições infra-humanas, habitados pelos estratos mais humildes da população. O número certo das vítimas nunca chegou a ser divulgado, já que o regime apertou a censura e decretou o fim da divulgação pública da contagem das vítimas. Depois do DIÁRIO DE NOTÍCIAS ter noticiado a 29 de Novembro de 1967 que até aquela data haviam sido contabilizados 427 mortos, a partir daí fez-se o silêncio, quando na realidade, os mortos foram mais de 700.
Naquela altura também o turismo era a quinta-essência das nossas actividades económicas, e a ditadura tinha que assegurar o prestígio possível, mantendo a miséria, e tudo o que com ela se relacionasse, arredada da boca de cena da paisagem e dos itinerários turísticos, recorrendo a grandes biombos de silêncio e desinformação.
Voltemos à Madeira e à catástrofe que agora tão tragicamente a assolou. Está na altura de Alberto João Jardim se convencer que aqueles tempos de 1967 já lá vão, que hoje a informação corre célere, é incompatível com isolacionismos patetas, e os mecanismos de recuperação das adversidades são bem mais humanos e surgem de onde menos se espera.

Mentirosos!

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Da autoria do jornalista Carlos Rodrigues Lima e publicadas no DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 21 de Fevereiro, transcrevo algumas passagens do artigo que tem o título "PGR mentiu ao Parlamento". O título do post é da minha autoria.
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"PGR mentiu ao Parlamento.
Pinto Monteiro recusou ao PSD despacho, alegando que continha escutas de Sócrates. Mas estas não constam.
Durante os últimos meses, o procurador-geral da República recusou (até ao grupo parlamentar do PSD) o acesso aos despacho de arquivamento ao crime de atentado contra o Estado de direito, alegando que os documentos continham escutas entre Armando Vara e
José Sócrates, mandadas destruir pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento. E, caso as revelasse, estaria a violar a decisão de destruição. Porém, num dos despachos em causa, a que o DN teve acesso, em lado algum aparecem as conversas entre Sócrates e Vara.
Aliás, na página 3 do despacho de 18 de Novembro, cujas conclusões foram reveladas esta semana pelo DN, Pinto Monteiro revela que nem levou em consideração as escutas entre Vara e Sócrates que, conjugadas com as restantes já conhecidas, levaram o procurador João Marques Vidal e o juiz de instrução António Costa Gomes a considerar que estava em causa um crime de atentado contra o Estado de direito.
Este dado novo, que consta do despacho do procurador-geral de 18 de Novembro de 2009, contraria frontalmente as informações por si prestadas nos últimos meses, quer em notas à comunicação social quer em resposta aos deputados do PSD, Fernando Negrão e José Pedro Aguiar-Branco. Refira-se que, por duas vezes, estes deputados requereram acesso aos despachos de Pinto Monteiro.
..."
Meu comentário: José Sócrates já não está sozinho. Tudo indica que o procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, também mentiu à Assembleia da República. Aguardam-se as consequências.

domingo, fevereiro 21, 2010

Madeira

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A MADEIRA esteve debaixo de um temporal que a deixou a chorar mortos e feridos, destroçada, mais frágil, mais pobre, fruto da ambição de meia dúzia de famílias e da avidez da especulação imobiliária, abençoada e consentida pelo régulo Alberto João Jardim, que a deixou transformada numa mortífera cascata de betão. Nós, por cá, não estamos melhor! Convivemos com uma miséria parecida, embora de outro tipo, mascarada de modernidade, alimentada com as falcatruas e idiotices do engenheiro incompleto, um mentiroso compulsivo, também conhecido por José Sócrates, que saiu de um comício propagandístico no Porto, destinado a mobilizar as tropas, para ir debitar para o Funchal, mais umas promessas e patranhas, à mistura com lágrimas de crocodilo.
Em qualquer país civilizado, numa emergência destas, o governo arregaça as mangas, manda equipar dois ou três aviões de transporte militar com pessoal e meios de socorro, para seguir à frente e atender as necessidades imediatas das populações. Cá em Portugal, mobiliza-se o Falcon ao serviço do governo, para levar até lá o primeiro-ministro e o ministro da administração interna, para “avaliarem os estragos” (coitados!), e já agora, posarem para as câmaras das televisões e retocarem o prestígio.

sábado, fevereiro 20, 2010

Lamentável

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NA PASSADA sexta-feira assisti (via ARTv) à sessão de audições da comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura que questionou a jornalista Felícia Cabrita, sobre as eventuais pressões que têm sido exercidas sobre os profissionais e os órgãos de comunicação social. Achei lamentável e pouco dignificante, enquanto decorria a sessão, o divertido espectáculo de caretas, galhofa, risadinhas e cochichos protagonizado entre a deputada do PS Inês de Medeiros, a tal senhora que todas as semanas anda cá e lá, entre Lisboa e Paris, e o seu sisudo colega de bancada João Serrano. Digo isto porque, por mais que me esforce, não consegui perceber onde estava a graça, na medida em que o assunto era sério e aquilo não era nenhum recreio.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Perfil e Calibre

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QUANDO o sucesso das acções e iniciativas políticas (mesmo que em conversas ditas do foro privado) passam a ser medidas em subsídios de desemprego, fica bem definido o perfil e calibre dos políticos que nos andam a governar.

Chefe Máximo Dixit

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As conclusões não são minhas, mas do jornal CORREIO DA MANHÃ e do jornalista João Pedro Henriques, na sua edição de hoje, dia 19 de Fevereiro de 2010. E diz o seguinte, nos parágrafos que passo a transcrever:

"José Sócrates "explorou" ontem a entrevista do PGR à VISÃO e a revelação pela LUSA das razões que levaram Pinto Monteiro a não o incriminar por "atentado ao Estado de direito" com uma comunicação ao País, às 20.00, transmitida pelas televisões (excepto a SIC, que estava a dar futebol), em que se mostrou firme na disposição de continuar a governar."
...
"O primeiro-ministro reafirmou "três verdades claras e fáceis de compreender". Primeira: "Nem eu próprio nem o Governo demos qualquer orientação à PT, ou a qualquer dos seus administradores, para adquirir a TVI ou qualquer outra empresa de comunicação social". Segunda: "Nem o Governo nem eu próprio temos, nem tivemos, um plano para controlar ou condicionar os órgãos de comunicação social em Portugal" - uma suspeita que aliás considerou "rotundamente falsa", "infundada e até delirante". Terceira: "Temos em Portugal uma comunicação social livre, onde diariamente se exprimem, sem qualquer condicionamento, as mais diferentes e diversas correntes de opinião." Referiu ainda uma outra "falsidade": "Que alguma vez eu ou o Governo, à data da minha primeira declaração sobre o assunto na Assembleia da República, tenhamos sido informados pela PT, sobre as suas intenções de adquirir a TVI"."
"Sócrates garantiu que nada tem a "temer" da "divulgação criminosa de escutas" ou de violações do segredo de justiça. Considerou "especialmente condenável a indignidade daqueles que tentam aproveitar-se destes crimes para lançarem ataques de carácter aos seus adversários políticos", dando mostras de "não saber aceitar a escolha e o resultado das eleições legislativas". Agora, a sua prioridade é clara: "Discussão e aprovação final do Orçamento do Estado sem o desvirtuar e respeitando a sua coerência" e apresentar e discutir o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento)."

Meu comentário: Por aqui se vê que a ocorrência dos dois acontecimentos no mesmo dia (a publicação da entrevista do PGR e a dissertação do engenheiro incompleto para as televisões, no horário dos telejornais da noite), não foram concertados, tratando-se apenas de “meras coincidências”, muito embora, tanto numa como noutra estejam lá escarrapachadas as alusões às “conspirações” e às “armadilhas políticas”.

quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Entrevista para “acalmar as hostes”

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SÓ AGORA consigo perceber, porque razão o Procurador-Geral da República, senhor Pinto Monteiro, levou mais de dois meses para vir repetir e confirmar, em entrevista à revista VISÃO (sempre as entrevistas!), agora de forma definitiva, o que anteriormente já havia decidido. Se querem saber, tenho uma desconfiança: depois de muita reflexão, aquele senhor aproveitou esta semana de intensa actividade partidária, por parte do PS, mobilizado no sentido de cerrar fileiras e renovar a confiança na liderança do engenheiro incompleto, para numa manobra de puro oportunismo político, voltar a repetir a lenga-lenga já conhecida e dar o assunto por encerrado, usando o expediente da entrevista descontraída (sempre as entrevistas!), assim como quem vai dizendo umas coisas, enquanto mastiga uma alheira de Mirandela. Também por isso, só agora percebo a quem se destinava o recado, quando disse em 14 de Novembro de 2009, que se fosse necessário divulgaria as escutas para “acalmar as hostes”...
Hoje, no entanto, vai mais longe, chegando ao ponto de afirmar, como uma punhalada florentina, que tem “muita consideração pelo senhor procurador de Aveiro, que é um bom magistrado, mas, obviamente, como procurador-geral da República, não estou obrigado a concordar com as suas opiniões jurídicas". Resta saber o que irá acontecer a esse magistrado, pelos vistos, desenquadrado, caprichoso e pouco entendido nestas matérias, depois deste senhor procurador-geral o ter acusado, de forma mais do que subentendida, de andar a propiciar o armadilhamento do sagrado território da Democracia e do Estado de Direito. Porque não tem condições para o exercício do cargo, se estivesse na minha mão, este era um motivo, mais do que suficiente, para "arquivar" este senhor procurador-geral. Só espero que amanhã, sexta-feira, o semanário SOL acrescente a divulgação de mais algumas “armadilhas” e “conspirações”, àquelas que já conhecemos.

MIL é Um Número Redondo

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NÃO É CASO para grandes festejos, pois continua a perpassar um fedor insuportável a corrupção, escórias, traficâncias, lixos e sucatas, combinado com falta de idoneidade, poucos escrúpulos, incompetência e negligência, oriunda de um bando de gente voraz, sedenta de poder e pouco respeitável, que arremete contra a liberdade de expressão e se esforça por tomar conta de Portugal.
Porém, ao fim dos 1.000 artigos publicados neste blog (no Blogger desde Agosto de 2005), e mesmo considerando que os tempos são de crise, verifico que a tinta da minha caneta ainda não se esgotou, embora a paciência deste escrevinhador tenha limites.
Sem estar preocupado em saber quantos são, e de que quadrante vêm (a minha exigência são a adopção das causas justas), desejo a todos os que comigo continuam a navegar neste oceano de liberdade de expressão e de opinião (os links deste blog são a manifestação, embora exígua e imperfeita, deste anseio), que não desistam, e que a sua rota seja um percurso sem fim, e sempre renovado.

Opiniões a Ter em Conta

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O NOVO e supostamente bem informado e convincente ministro das obras públicas, António Mendonça, afirmou ontem na Assembleia da República, que o Estado não teve qualquer influência nos fantasiosos planos de compra da TVI pela PT, que o governo não tem nada a ver com o caso dos administradores Rui Pedro Soares e Soares Carneiro, e que já estamos habituados a não acreditar em tudo o que vem na imprensa.
Complementar desta, temos a opinião do presidente do PS, senhor Almeida Santos, quando disse à porta da sede do PS no Largo do Rato, que esta questão das escutas e da TVI não vai dar em nada, ficando a dúvida no ar, sobre o aquele senhor quererá dizer com isso.

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Vai-se Habituando…

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José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, entrou para a reunião do Secretariado Nacional do PS, pela porta das traseiras da sede do Largo do Rato, para evitar as perguntas dos jornalistas. Diz o meu amigo JB que isso significa que já anda a treinar. Chegará a altura em que em vez de entrar, sairá, também pelas traseiras, para não voltar. Parafraseando aquilo que o malicioso António Victorino disse há cinco anos atrás, o dito incompleto “vai-se habituando…”.

O Preço da Fidelidade

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INÊS de Medeiros, grande apoiante de José Sócrates, eleita deputada nas listas do Partido Socialista pelo círculo de Lisboa, mas com residência em Paris, recebe, além do vencimento de deputada, mais 528€ diários (15.840€ mensais, mais ou menos 3.000 contos em moeda antiga) de ajudas de custo, acrescidos de passagens de ida e volta a Paris, todos os fins-de-semana, o que corresponde à compensação possível para tão grande maçada, perturbadora da estabilidade pessoal e emocional da senhora. Embora suportado pela lei e estatutos da Assembleia da República, para que conste, este é o preço da fidelidade.

terça-feira, fevereiro 16, 2010

EuroMilionário

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VICTOR Constâncio foi exportado para a vice-presidência do Banco Central Europeu, como recompensa por todos os fretes a pedido do governo, mais toda a incúria e incompetência que demonstrou como governador do Banco de Portugal, onde com tão fraco desempenho, conseguia ganhar mais do dobro do que auferia o presidente da Reserva Federal dos E.U.A.. Ficamos a aguardar qual a figura que Sócrates e Teixeira dos Santos irão escolher para substituir o nosso rico e excêntrico emigrante. Esperemos que não venha aí mais uma carnavalada…

Ou Eu ou o Caos

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O ENGENHEIRO incompleto, também conhecido por José Sócrates, está a precisar urgentemente de que a sua imagem seja restaurada e garantido o apoio incondicional do PS, em consequência da erosão que tem sofrido, com os casos da licenciatura da UNI, da Cova da Beira, do Freeport, do processo "Face Oculta" e do negócio PT/TVI. Para controlar o danos daí resultantes, convocou de rajada, para terem lugar no curto espaço de uma semana, nada mais, nada menos, que quatro reuniões com alguns órgãos do partido, nomeadamente o Secretariado Nacional, a Comissão Nacional, o grupo parlamentar e um grupo de militantes da federação distrital do Porto. Para Sócrates está na hora de usar o PS, até agora apático e subjugado, em seu benefício. Para Sócrates, mais do que ouvir o partido, ou ser o partido a ouvi-lo a ele, quer-me parecer que o que lhe interessa, no imediato, é exigir unidade e usar o partido para recuperar o fôlego e as forças.
Perante a recusa, por parte das oposições, de morderem o isco que Capoulas Santos e António Costa lhes acenaram, de serem elas a avançar com uma moção de censura ao governo, não está excluída a hipótese de sair destas reuniões a decisão de apresentação, pelo próprio PS, da solução contrária, isto é, de uma moção de confiança.
Como está claro de se ver, estas iniciativas partidárias irão ter uma ampla cobertura televisiva, que encherão o nosso campo de visão com o Sócrates do costume, ao melhor estilo dos comícios eleitorais, tentando colmatar também junto da opinião pública, a péssima imagem que se tem instalado à volta da sua figura, usando a receita habitual de inverter a situação, acusando os outros daquilo que ele é acusado, explorar a vitimação e impor a ideia de que para o país só há dois caminhos: ou ele ou o caos.

domingo, fevereiro 14, 2010

Saída Airosa

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ALGUMAS vozes do PS, confrontadas com a crise política gerada pelo envolvimento do governo nos vários episódios de tentativas de controle da comunicação social, acrescida da incomodidade que as ramificações do caso Face Oculta estão a provocar na opinião publica, começaram a sugerir que a solução poderá estar na queda do governo de José Sócrates, através da apresentação e aprovação de uma moção de censura na Assembleia da República. Era o que faltava! Como é compreensível, essa não passaria de uma saída airosa, para não lhe chamar branqueadora, do que se tem vindo a passar. Há outras soluções que não passam pela queda do governo e a convocação de eleições intercalares. A crise e as explicações que o primeiro-ministro deve ao país, não se apagam com a queda do executivo, além de que a adopção de tal medida agravaria a ingovernabilidade do país e faria cair sobre as oposições a responsabilidade pela situação, a qual, convém recordar, cabe inteiramente a José Sócrates e ao PS, ao longo dos últimos 5 anos da sua (des)governação.

sábado, fevereiro 13, 2010

Apeadeiro ou Fim da Linha?

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EMBORA pouco ou nada transpire para a opinião pública, penso que neste momento o PS já deverá estar, entre o assustado e o atormentado, a reflectir e a confrontar-se com uma decisão que poderá tornar-se urgente e inadiável: ou continua a ser um “partido Sócrates”, sequestrado, reprimido, descaracterizado e quase sem identidade, ou opta pela alternativa de sacudir os aventureiros e indesejáveis, fazer uma viragem e voltar a ser o Partido Socialista que, embora com uma matriz instável e recheada de contradições, foi aquele a que a sociedade portuguesa se habituou deste o 25 de Abril.
Se for este o caminho, irá ter que lutar muito para se livrar do engenheiro incompleto, da alcateia dos seus “compagnons de route”, e da extensa rede de comissários e fidelidades que foram assegurando a concretização de projectos pessoais de poder e outros suspeitos exercícios, que nada tinham a ver com os interesses e a governação do país.

As Entrevistas Inúteis

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O PRESIDENTE do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, deu uma entrevista (sempre os apontamentos de reportagem e as entrevistas!) para explicar qual foi a seu papel no caso das escutas do processo Face Oculta. Estive a ver e a escutá-la com muita atenção, mas, verdade seja dita, não consegui perceber quase nada do que o senhor disse. Ficou-me apenas a sensação de que ele, entre a habitual dificuldade que os juízes têm de se exprimirem numa linguagem que o comum dos mortais perceba, já não se lembrar exactamente de quantas escutas eram, quem era quem em cada uma delas, desembaraçou-se do problema e das perguntas com alguma ligeireza, como quem passa por água uma pilha de pratos engordurados (neste caso CDs), num acampamento de escuteiros.
Também as entrevistas que têm sido feitas de raspão ao Procurador-Geral da República, Fernando Pinto Monteiro, embora com uma forma diferente, acabam nos mesmos resultados inconclusivos. Pinto Monteiro fala, balbucia, ri-se, comenta, diz e desdiz, faz uns passes de peito, umas “verónicas” e “chiquelinas”, e depois desanda com aquele sorriso bacano estampado na cara, deixando tudo em águas de bacalhau.
Não irá sendo altura de o aparelho judicial e o Ministério Público criarem departamentos vocacionados para fazerem a ligação com a comunicação social e a sociedade civil, a fim de se evitarem as reportagens acidentais e as inúteis entrevistas sobre questões do foro judicial, em que o questionado, usando indecifrável vocabulário jurídico, e com a preocupação de blindar as suas declarações, contra malévolas ou falsas interpretações, acaba por não tirar dúvidas, não esclarecer nada, e em certos casos, gerar ainda maior confusão?

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Em Cheio no Alvo

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COMO AFIRMOU Joaquim Vieira, ex-provedor dos leitores do jornal PÚBLICO, há momentos na vida em que contestar e contrariar as decisões da justiça, e assumir de peito aberto as consequências imprevisíveis desse acto de rebeldia, é um acto de coragem.

Última Hora

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POR CAUSA das escutas, das correntes de ar e das insolações, o primeiro-ministro José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, mandou tapar todos os buracos de fechadura do Palácio de S.Bento e da sede do PS no Largo do Rato, e preparar uma trintena de providências cautelares, para o que der e vier.

quinta-feira, fevereiro 11, 2010

A Baboseira da Semana

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Terça-feira, 9 de Fevereiro de 2010, e com o título "Liberdade de imprensa", Vital Moreira escreveu o seguinte no blog “CAUSA NOSSA”:

"Há-de ficar como cúmulo do anedotário político a acusação de que a liberdade de imprensa está em perigo entre nós. Quando o Governo não controla nenhum órgão de comunicação - nem sequer a televisão pública - e quando a generalidade dos órgãos de comunicação social mantém contra o Governo e o primeiro-ministro uma ofensiva em todos os azimutes (onde não faltam a injúria e o insulto), é caso para tentar imaginar o que seria se a tal "mordaça" governamental sobre imprensa não existisse..."

Meu comentário: Seja porque se identifica demasiado com os delírios e fantasias de José Sócrates, seja porque agora está bastante mais longe, com assento nas bancadas do Parlamento Europeu, este senhor, nas considerações que tece, está cada vez mais afastado da realidade portuguesa.

Eis a Solução!

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Extracto da entrevista efectuada por Adriano Nobre, jornalista do JORNAL "i", ao director do SOL, José António Saraiva, com o título "A cúpula da justiça tentou camuflar escutas”, publicada em 10 de Fevereiro de 2010. O título do post é da minha autoria.
"...
Pergunta - Concorda com a ideia de que vivemos os tempos mais difíceis para a liberdade de expressão desde 1974?

Resposta - No único almoço que o “Sol” teve com Sócrates em São Bento, ele às tantas disse-me que “isto de a gente tentar comprar jornalistas é um disparate, porque a melhor forma de controlar a imprensa é controlar os patrões”. Foi extraordinário o desplante de ter dito isto e depois ter posto esse plano em prática. De há algum tempo para cá, a sua estratégia tem sido controlar os patrões: foi o “Diário Económico” comprado pela Ongoing, a Controlinveste através do financiamento bancário, a TVI através da compra pela PT e depois com a Ongoing e por aí fora. A pouco e pouco, o que a gente vê é que a margem de liberdade começa a ser muito limitada através desse mecanismo simples: entrar por cima, sobretudo num período de crise económica, em que todos os grupos vivem com dificuldades financeiras e em que a chantagem e o controlo têm repercussões enormes, porque toda a gente tem medo de ter dificuldades de financiamento ou de publicidade se estiver contra o governo."

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Subscrevo

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Extracto do artigo de Rui Tavares, publicado no seu blog ( http://ruitavares.net/blog/ ) em 10 de Fevereiro de 2010, com o título "Não pode passar em claro"
"...
A imprensa é a fraqueza de Sócrates, uma fraqueza de tonalidades nixonianas que pode acabar por o perder. Foi repetidamente avisado e não emendou caminho. O seu descontrole emocional em relação à imprensa impôs-se a qualquer sensatez política e pôs em causa a sacralidade da imprensa — para um governo a imprensa deveria ser isso mesmo: sagrada — revelando-se em coisas que vão do alegadamente patético (exteriorizações coléricas sobre um jornalista) ao alegadamente gravíssimo (ter aliados políticos interessados em mudar a propriedade de canais de media).
...
Eu compreendo que não se queira chafurdar na porcaria, e que se queira evitar quem apenas se interessa pelas vantagens tácticas imediatas desta situação. Mas isso só é aceitável em quem tiver um discurso autónomo e vigoroso sobre isto, exigindo que tudo seja esclarecido até ao fim e — caso não o seja — levantar a voz para dizer que é inaceitável que a fraqueza de um primeiro-ministro faça resvalar um país inteiro."

O Estado da Nação em 4 Andamentos

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1
ESPECIALISTA em virar os acontecimentos do avesso, ontem, durante mais um cerimonial no parque tecnológico de Cantanhede, com cobertura televisiva, José Sócrates, com a sua habitual loquacidade, falou aos jornalistas sobre o artigo publicado na última edição do semanário “Sol”, classificando a divulgação das escutas a Armando Vara, Paulo Penedos e Rui Pedro Soares como “um acto criminoso e ilegal, contra a privacidade e contra a justiça”, e lamentou que “não tenha havido um único partido da oposição a criticar o crime praticado pelos jornalistas”. Foi mais longe ainda quando disse que lamenta “que os partidos não tenham tido pudor e tenham usado esse crime para o atacar”, e com isso "foram longe demais", pois tal "é uma violação do Estado de Direito".
Resumindo: Os jornalistas são criminosos, todos partidos políticos são seus cúmplices, logo, eles sim, estão a atentar contra o Estado de Direito. Lapidar e impróprio de um primeiro-ministro!

2
O MINISTRO da Justiça, Alberto Martins, em conferência de imprensa, pediu ao procurador-geral da República Pinto Monteiro que lhe apresente uma solução para acabar com a violação do segredo de justiça. João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, comentou as preocupações do ministro da Justiça afirmando que "chega a ser ridículo e triste que se reduzam os problemas da Justiça em Portugal a alegadas violações do segredo de justiça".
Resumindo: Enquanto o processo esteve sob investigação em Aveiro, não houve qualquer violação do segredo de justiça. Ela só ocorreu a partir do momento em que a investigação chegou à Procuradoria-Geral da República, ao ponto de os escutados serem advertidos da investigação e todos (menos um) terem procedido à troca de telemóveis.

3
PINTO MONTEIRO foi veloz e incisivo na resposta: afirmou que para a quebra do segredo de justiça não tem solução. Disse ainda que não recebeu nem se pronunciou sobre as escutas divulgadas pelo semanário SOL, tendo-se limitado a decidir sobre os 11 telefonemas em que intervém o primeiro-ministro, José Sócrates. Entretanto, garante que continua a ter condições para desempenhar o seu cargo, tal como no primeiro dia.
Resumindo: A jornalista Felícia Cabrita já tinha advertido que ainda haveria de ouvir dizer que aquelas escutas nunca tinham sido apreciadas e avaliadas. Quanto à solução para a violação do segredo de justiça, compreende-se a dificuldade…

4
O EDITORIAL da Direcção Nacional da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, versando sobre o caso das escutas, diz a dado passo que “o silêncio, ou os escassos esclarecimentos, a que se remeteram de novo as autoridades judiciárias que fizeram a avaliação final dos indícios não contribuiu, em nada, para a credibilidade da Justiça.”. Considerando que “é um imperativo democrático que as principais autoridades judiciárias prestem os esclarecimentos que têm a prestar”, apela por isso ao “Procurador-Geral da República e ao Presidente do Supremo Tribunal de Justiça para que assegurem aos portugueses que têm razões para confiar na autonomia do Ministério Público e na independência do poder judicial.”
Resumindo: Tudo aponta que o poder político e o poder judicial, que deveriam ser autónomos, se encontram conluiados, amparando-se um ao outro na tarefa de encobrimento e branqueamento dos processos polémicos que têm assolado a sociedade portuguesa. A Democracia e o Estado de Direito não são compatíveis com alianças deste tipo, e em consequência disso a Nação está num impasse.

terça-feira, fevereiro 09, 2010

Abafar é Preciso...

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CONSTA que José Sócrates está disposto a recorrer a uma providência cautelar para proibir a eventual divulgação das escutas com Armando Vara, controversamente declaradas nulas pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça. O engenheiro incompleto, determinado a abafar a comunicação social a qualquer preço, se não o consegue de uma maneira, consegue-o de outra.

A Baboseira do Dia

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Nuno Godinho de Matos, um dos advogados de Armando Vara, administrador do BCP, e um dos protagonistas do caso "Face Oculta" e do negócio da aquisição da TVI pela PT, afirmou que é contra a divulgação das escutas que envolvem o seu cliente e o primeiro-ministro, pois "a divulgação dessas escutas é tão ilegítima como um testemunho obtido sob tortura".

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

As Ventosas do Polvo

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Passo a transcrever um extracto da notícia publicada pelo jornal PÚBLICO de 8 de Fevereiro de 2010, onde se pode verificar, a par do congelamento de salários da função pública, o resultado da campanha de austeridade que o Governo está a aplicar sobre si próprio, no sentido de reduzir o despesismo causado pelo desperdício, e contribuir para o combate ao défice. Como se pode verificar, persiste a preocupação de que tudo se passe de forma transparente e não seja afectada a competência e eficácia do governo. Claro que estas nomeações são complementares das outras, de carácter eminentemente político, cujos titulares chegam a deter mais poder que os próprios ministros, e que são habitualmente conhecidas por “jobs for the boys”, os tentáculos do octópode…

“O segundo Governo de José Sócrates já nomeou 1361 pessoas desde que assumiu funções no final de Outubro. Só para os gabinetes ministeriais já foram recrutadas 997 pessoas, 323 sem qualquer vínculo à Administração Pública. Estas são as principais conclusões que se podem retirar da pesquisa efectuada pelo PÚBLICO aos despachos publicados em Diário da República até à última sexta-feira.
Estes números significam que o Governo de José Sócrates já nomeou mais pessoas do que os de Santana Lopes e Durão Barroso. Após cinco meses em funções - data em que foi feito o primeiro balanço das nomeações do primeiro executivo PSD/PP - Durão Barroso e os seus 18 ministros e 34 secretários de Estado tinham efectuado 1260 nomeações, das quais 940 para os gabinetes (250 sem vínculo à Administração Pública).

Apesar de bater os seus antecessores, o segundo executivo de José Sócrates está, ainda assim, aquém das 5597 pessoas que o Governo de António Guterres nomeou entre Outubro de 1995 e Junho de 1999. Só para os gabinetes ministeriais, a equipa de António Guterres chegou a nomear 2132 pessoas, de acordo com os dados divulgados em Julho de 1999 pela Secretaria de Estado da Administração Pública.

Apesar de a legislação em vigor determinar que os despachos publicados em Diário da República devem conter o currículo dos nomeados para os gabinetes, tal obrigação continua por cumprir.

Não obstante a escassa informação sobre o percurso profissional dos nomeados, uma análise mais cuidada dos despachos permitiu encontrar algumas situações em que, à partida, não se vislumbra qualquer relação entre o serviço de origem dos recrutados e as áreas governamentais para onde foram trabalhar.
…”

domingo, fevereiro 07, 2010

O Buraco da Fechadura e a Antecâmara do Estado Totalitário

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José Sócrates, incomodado e irritado com o jornalismo de investigação que põe a nu o manobrismo, a podridão e o baixo carácter de alguma classe política, e dos seus homens de mão, resolve classificá-lo de infame "jornalismo de buraco de fechadura". Contrariando o que ele diz, aquilo que os jornalistas andam a destapar não são meras conversas privadas, mas sim combinações de pura conspiração. O seu objectivo não é atacar pessoas, mas sim expor processos e modos de actuação marginais, com efectiva relevância criminal, na medida em que atentam contra a liberdade de informação (e não só!), um dos pilares da democracia e do estado de direito. Se alguém tem contribuído para a degradação da nossa vida pública, tem sido exactamente ele, o engenheiro incompleto, que pouco tem governado, mais o seu círculo próximo que tem vindo a movimentar-se, com grande destreza, para utilizar gente de confiança, uns mercenários, outros moços de fretes, para ocupar todos os lugares relevantes que sirvam para alavancar o poder, numa manobra que visa a consolidação de uma versão consentida de estado totalitário, com fachada democrática. Se atentarmos bem, eles não têm governado o país, mas sim ocupado posições, para eles e seus amigos, em tudo o que sejam empresas estratégicas, actividade financeira, comunicação social, aparelho judicial, enfim, tudo o que sirva para alargar e consolidar o poder.
Para distrair o povo enquanto vai conspirando e alargando a sua teia de influências, o primeiro-ministro José Sócrates, também conhecido por engenheiro incompleto, ou Zézito, ou menino de ouro, ou o raio que o parta, vai passando todos os dias nas nossas televisões, com cenários de ocasião, como se fosse um político em versão de desenho animado pindérico, o seu one-man-show onde vai impingindo pensos rápidos, atropelos, benzeduras, promessas, objectivos bacocos, recuperações económicas e optimismo às pazadas, e umas quantas receitas de emagrecimento, que as gentes crédulas, vão engolindo sem mastigar.
A ele, engenheiro incompleto, socialista defeituoso, falso menino de coro, grande mestre da ocultação, aconselho-o a inscrever-se numa qualquer maratona, a calçar umas sapatilhas e a só parar quando chegar a Vilar de Maçada, para fazer um retiro espiritual e começar tudo do princípio, rumo a uma vida nova, se for capaz.

sábado, fevereiro 06, 2010

Um Filme às Avessas

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NO DIA em que o semanário SOL publicou os despachos em que o juiz de Aveiro, António da Costa Gomes considerava haver «indícios muito fortes da existência de um plano» em que estaria envolvido o primeiro ministro José Sócrates, com o intuito de controlar a TVI, o bastonário da Ordem dos Advogados, Dr. Marinho e Pinto, achou por bem dar o seu clarividente parecer sobre o assunto, afirmando que não competia ao magistrado, talvez motivado por paixões políticas, fazer aquele tipo de apreciações, pois está-se mesmo a ver que o objectivo não era o de salvaguardar os princípios do Estado de Direito, mas sim atingir a idoneidade do primeiro-ministro José Sócrates. Isto é, para este douto causídico, o magistrado devia ficar muito quietinho, reduzir-se à sua insignificância, resignar-se, meter o rabo entre as pernas ou ir tomar um calmante. Quanto à publicação pelo SOL do despacho e dos extractos das escutas telefónicas, acha ele que isso foi uma coisa imperdoável, melhor, uma forma de torpedear a decisão do Supremo de mandar destruir as escutas, que há uma sensação de apodrecimento das instituições judiciais, e isso demonstra que a sociedade portuguesa está numa deriva de desrespeito pelos valores essenciais da democracia e do Estado de Direito.
Coitado do senhor, é quase garantido que anda a rebobinar mal! A visão que ele tem do problema é como se estivéssemos a ver um filme cómico em que um bando de ladrões anda a perseguir os polícias, a algemá-los, a prendê-los e a levá-los a julgamento, sob a acusação de que não os deixam trabalhar em paz.

Gente Pouco Recomendável

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ONTEM, sexta-feira, o semanário SOL publicou os despachos do juiz de instrução e alguns excertos das conversas telefónicas trocadas entre Paulo Penedos, Rui Pedro Soares e Armando Vara, arguidos do processo “Face Oculta”, através das quais se descobriu que, a par das traficâncias de sucatas, congeminavam um plano, e acertaram os pormenores (com José Sócrates, apanhado nas escutas) para levar a cabo a aquisição encapotada da Televisão Independente (TVI), com o objectivo de a colocarem sob a alçada do governo, com gente de confiança à sua frente, atropelando a liberdade de independência dos órgãos de comunicação social, logo atentando contra as regras do Estado de Direito.
Este não é o local indicado para transcrever os artigos publicados. Quem quiser conhecer os pormenores, pode consultar o SOL, no entanto, e em síntese, o semanário tomou como base um extracto do despacho do juiz do processo, o qual reza o seguinte:

“Das conversações entre Paulo Penedos e Armando Vara resultam indícios muito fortes da existência de um plano em que está directamente envolvido o Governo, nomeadamente o Primeiro-Ministro, visando o controlo da estação de televisão TVI e o afastamento da jornalista Manuela Moura Guedes e do seu marido, José Eduardo Moniz, para controlar o teor das notícias.
Resultam ainda fortes indícios de que as pessoas envolvidas no plano tentaram condicionar a actuação do Presidente da República, procurando evitar que o mesmo fizesse uma apreciação crítica do negócio.”

O artigo está muito bem estruturado e redigido, permitindo saber-se quem é quem dentro deste grupo de conspiradores, como se relacionavam, além de que a organização cronológica das várias conversas telefónicas transcritas, permite estabelecer uma ligação coerente com os respectivos acontecimentos, e compreender com uma clareza, mais do que suficiente, os pormenores daquele plano secreto e maquiavélico com que o governo de José Sócrates pretendia assumir o controle da TVI, através da Portugal Telecom (PT), colmatando os prejuízos que a PT pudesse vir a ter com “favores” do Estado.
Neste retrato ficaram muito mal o Procurador-Geral da República, Fernando Pinto Ribeiro, e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha do Nascimento, os quais padecem de um mal profundo, que se está instalando na sociedade portuguesa, e que se chama subserviência e situacionismo, para não lhe chamar subtil encobrimento.
Quem ler os despachos dos juízes e as transcrições das conversas telefónicas publicadas no semanário SOL, fica perplexo, sem entender porque razão estes senhores magistrados desvalorizaram as provas, considerando existir falta de indícios fortes e relevância criminal para continuar a investigação, para levar os seus protagonistas perante a justiça. Uma verdade é certa: esta gente não é recomendável, não olha a meios, está organizada e está à frente dos poderes e destinos do país.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

Conselho de Estado

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GOSTAVA de ser mosca para ter entrado à socapa e ter assistido ao Conselho de Estado que ontem teve lugar em Belém. Espremidas as parcas declarações que foram feitas à saída, sobra-nos aquela com que o pitoresco e intragável Alberto João Jardim nos brindou à despedida, sabe-se lá com que secretas intenções: “desejos de um bom Carnaval”…

Declarações de IRS na Internet

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Strecht Ribeiro, Afonso Candal e Mota Andrade, três dos 12 vice-presidentes da bancada parlamentar do PS, à revelia de José Sócrates e Francisco Assis, avançaram com um projecto, que se inseria num suposto combate à corrupção, que visava tornar públicos, através da Internet, os rendimentos brutos declarados ao fisco pelos contribuintes. José Sócrates e Francisco Assis correram a matar o projecto à nascença, numa tentativa para evitar divisões e uma crise interna no partido. Com esta iniciativa os subscritores do projecto apenas conseguiam transferir para o domínio público, convertendo-o num mero exercício de bisbilhotice, e na proliferação de denunciantes acobertados pelo anonimato, as responsabilidades que cabem ao Estado, no que diz respeito ao combate contra a corrupção, a fuga ao fisco e as variadas formas de enriquecimento ilícito.

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

O Coiso e Tal...

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José Sócrates, o nosso primeiro-ministro, também conhecido por engenheiro incompleto, comemorou os 100 dias do seu mino-maioritário governo constitucional, com um repasto-convívio com 14 (catorze ou quatorze?) senhoras da nossa praça, que aceitaram embarcar (coitadas!) na fantochada. Se ligarmos esta iniciativa com as notícias que a imprensa cor-de-rosa tem vindo a debitar sobre os sexy-dotes, desamores e novos amores desta fraude política, a coisa vai-se percebendo como sendo mais uma insidiosa e cientificamente programada campanha de marketing político (não esqueçam, paga por todos nós!), destinada a açucarar e a trazer para o "convívio humano" a desgastada imagem do homem, do artista, do sedutor, enquanto coiso e tal...

terça-feira, fevereiro 02, 2010

“O Fim da Linha”

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Passo a transcrever o artigo redigido pelo jornalista Mário Crespo, destinado a ser publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS de 1/Fev/2010, mas que o director daquele matutino, José Leite Pereira, rejeitou. Na sequência daquela decisão, o jornalista cessou a sua colaboração naquele jornal. O artigo foi posteriormente publicado no site do Instituto Francisco Sá Carneiro. Contactado o governo para se pronunciar sobre o conteúdo do artigo, aquele respondeu que "o Governo não se ocupa de casos fabricados com base em calhandrices". A verdade é que a liberdade de informação e de opinião, um bem inestimável do 25 de Abril, está a ser sistematicamente condicionada. O recuo e o protesto civilizado, sendo uma solução, não faz ceder a escumalha que detém e usa o poder em benefício de outras causas, que têm muito a ver com duvidosos projectos de poder pessoal, e muito pouco a ver com a democracia e a liberdade de expressão. Exigem-se outras medidas. Avancem os carrosséis!

“Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.”

Mário Crespo

Manias e Lapalissadas

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O NOSSO egrégio e sofisticado ministro das finanças, senhor Teixeira dos Santos (o tal que se enganou redondamente nas contas do orçamento e previsões do défice), declarou que não haverá penalizações nas reformas da função pública, na condição de os funcionários não solicitarem a reforma antecipada. O senhor Jacques de la Palice não diria melhor, isto é, se eu resolver não sair de sair de casa, posso ter quase a certeza absoluta de que não serei atropelado.
Entretanto, na cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro Museu dos Coches, e num momento que quase roçou a intimidade, o nosso engenheiro incompleto, também conhecido por José Sócrates, confessou que sempre teve a mania de que percebia alguma coisa de arquitectura. Neste caso, e apenas neste, estou perfeitamente de acordo com ele. Essa mania, enquanto tal, é apenas um capricho e não a insinuação de alguma recalcada competência, podendo ser comprovada pelos projectos de mamarrachos que ele assinou, quando andou a "fazer pela vida" na Câmara Municipal da Guarda.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Não Há Duas Sem Quatro

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A CERIMÓNIA de lançamento da primeira pedra do novo Museu dos Coches, à qual deveria comparecer e dar cobertura o engenheiro incompleto (José Sócrates), foi iniciada com hora e meia de atraso. Segundo informação de um elemento da comitiva, que pediu o anonimato, o facto deveu-se à impossibilidade de encontrar uma primeira pedra apropriada, tantas são as cerimónias desta espécie, que a pedreira já não tem mãos a medir para satisfazer as exigências do coitado do nosso trolha acidental...

O MINISTRO das finanças Teixeira dos Santos diz que se enganou nas contas redondamente, em todo o lado, e sobretudo na previsão sobre o défice, e que a coisa não foi intencional (coitado!), o que significa que o ministro das finanças só tem duas alternativas: ou sai de ministro, por indecente, má figura e nos querer fazer passar por estúpidos, ou mete férias e inscreve-se nas Novas Oportunidades para aprender a tabuada…

O JORNALISTA Mário Crespo diz ter conhecimento que José Sócrates, Pedro Silva Pereira e Jorge Lacão (a corja), tiveram uma reunião com um executivo de televisão, onde apelidaram o jornalista de ser “profissionalmente impreparado”, “mentalmente débil”, carecer de internamento psiquiátrico, e constituir “um problema que teria que ter solução”. Insatisfeita com a razia provocada pelo afastamento de Manuela Moura Guedes, Marcelo Rebelo de Sousa e José Manuel Fernandes, na mira da governamentalização de alguns sectores da comunicação social, a corja prepara-se para o passo seguinte, no sentido de silenciar mais algumas vozes incómodas…

HÁ UM MÊS atrás iniciei o caderno deste ano de 2010, sob a égide da corrupção, do lixo e das sucatas, o que se veio a provar não ter sido um exagero, atendendo a que chegou agora ao domínio público a informação de que está sob investigação um grande negócio de facturas falsas em negócios de sucatas, ocorrido entre 1999 e 2003, com um prejuízo para o Estado Português na ordem dos 4,8 milhões de euros, envolvendo a vereadora Guilhermina Rego da Câmara Municipal do Porto, a qual nega qualquer envolvimento no caso (é sempre).
Portanto, mais sucatices e corrupção, eis o que nos espera...

É Uma Série Portuguesa, Com Certeza…

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Recebi por e-mail a seguinte informação:

CHEGA a notícia de que está em preparação uma série televisiva que passará na Rádio Televisão Portuguesa (RTP) em Outubro, por altura da comemoração do 100º aniversário da Proclamação da República - série que, em oito episódios de 50 minutos cada, se propõe falar-nos de «cem anos de política portuguesa, entre 1910 e 2010».
Ora aí está uma excelente ideia!

A notícia prossegue, informando que esses cem anos chegar-nos-ão «através do olhar privilegiado de Mário Soares», que é «a personagem principal» da série e que nos «vai contar as suas memórias».
Ora aí está como se estraga uma excelente ideia!

A notícia diz, também, que «o testemunho de Mário Soares será, depois, cruzado e confrontado com os testemunhos de outras personagens» pertencentes «a todos os quadrantes políticos».
Lendo os nomes dessas «outras personagens» constata-se que estão lá «todos os quadrantes políticos»... menos o dos comunistas...
Ora aí está no que uma excelente ideia pode dar!

Quem está a realizar a série é um cineasta sobrinho de Mário Soares, de seu nome Mário Barroso - apoiado numa «equipa ecléctica de oito intelectuais», ou seja: também pertencentes «a todos os quadrantes políticos».
Lendo os nomes dos oito eclécticos constata-se que nenhum deles é comunista - nem pouco mais ou menos...
Ora aí está a ideia!...

Posto isto, está-se mesmo a ver o que aí vem: é uma série portuguesa, com certeza, é com certeza uma série portuguesa...

NOTA – Estarei atento, aguardando pela exibição da prometida série, sobre cem anos de política portuguesa, entre 1910 e 2010, em que a estrela da companhia será Mário Soares, para avaliar do rigor e credibilidade de tal trabalho, e tecer o meu comentário.

domingo, janeiro 31, 2010

As Sementes da República

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ESTE ANO, no centenário da Implantação da República Portuguesa, as comemorações iniciam-se no Porto, recordando que as sementes do novo regime começaram a germinar no Porto, com a revolta de 31 de Janeiro de 1891, acontecimento ocorrido dezanove anos antes da sua consumação de facto.
A Inês, do blog
RETALHOS DE HISTÓRIA dá-nos uma curta síntese do que se passou há 119 anos.


“Revolta do 31 de Janeiro de 1891

Onde e porquê?

No dia 31 de Janeiro de 1891 deu-se, no Porto, a 1ª tentativa de implantar a República em Portugal.

Os revoltosos estavam descontentes com a situação económico-financeira do país, com a situação social e com as decisões do governo relativas ao Ultimato Inglês de 1890, tendo por isso tentado implantar a República, através deste movimento revolucionário.

O que aconteceu?

A revolta começou na madrugada do dia 31 de Janeiro. Os soldados dirigiram-se para o Campo de Santo Ovídio (hoje em dia, Praça da República) e daí descem a Rua do Almada até à actual Praça da Liberdade. No antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, Alves da Veiga proclama o governo provisório da República, hasteando uma bandeira verde e vermelha.

Entretanto, a multidão, que já festejava, sobe a Rua de Santo António e vai em direcção à Praça da Batalha para tomar a estação de Correios e Telégrafos.

Porém, uma carga de artilharia e fuzilaria da Guarda Municipal, posicionada no topo da rua, interrompe bruscamente o cortejo, acabando por ferir tanto militares revoltosos como civis. O balanço foi de 12 mortos e cerca de 40 feridos.

Resultados

Apesar de a revolta ter fracassado, foi considerada o primeiro grande passo em direcção à Implantação da República.

Mais tarde, depois de implantada a República, o nome da Rua de Santo António foi alterado para Rua de 31 de Janeiro, em honra desta revolta e de todas as suas vítimas.”

sábado, janeiro 30, 2010

Os Sumo-Intrujões

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BASTOU que Victor Constâncio tivesse andado por Bruxelas, a tratar do seu futuro exílio dourado, portanto, um bocado arredado dos problemas do país e das contas de mercearia em que costuma atolar-se, para que o défice, esse monstro voraz e implacável, tivesse aproveitado a distracção do sacerdote da suma-intrujice, e tivesse progredido de 9,24 para 9,30, deixando o nosso (in)Constâncio, indignado e amedrontado com tanto atrevimento, o suficiente para que ele se sentisse na obrigação de exibir um ar compungido, entre o preocupado e o assustado, sobre o lindo futuro que nos espera.
Tal como Teixeira dos Santos, também ele é verdadeiro artista que balança entre os anúncios da retoma e a persistência das dificuldades económicas, ajustando as suas declarações às necessidades político-propagandísticas do governo.

"O pelintra pródigo"

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PARA REFLECTIR sobre a pobreza, como potencial geradora de muitas e diversas generosidades, passo a transcrever o artigo de opinião de Manuel António Pina, publicado no JORNAL DE NOTÍCIAS de 27 de Janeiro de 2010.

"A notícia vem no DN: o Governo português comprometeu-se a emprestar a Angola até 200 milhões de dólares. Para isso, apesar de a dívida externa do país ultrapassar já os 100% do PIB (e com as agências de "rating" a anunciar, em face disso, o aumento das taxas de juro da remuneração da dívida), o Governo irá contrair um (mais um) empréstimo.

A boa notícia é que o mais certo é que parte desses milhões, ao menos a das "comissões" e das "contrapartidas", acabe por voltar a penates, seja através das empresas e dos negócios do costume, seja em artigos de "griffe" como relógios de ouro Rolex e Patek Phillipe, pulseiras Dior e H. Stern, roupas Ermenegildo Zegna e até... casacos de peles, comprados nas lojas de luxo de Lisboa sem olhar a preços. De facto, as elites do regime angolano constituem hoje, segundo uma notícia publicada pelo EXPRESSO em finais de 2009, 30% do mercado de luxo português. Que isso nos sirva de conforto, aos pelintras contribuintes portugueses, quando pagarmos a escandalosa factura dos 200 milhões. Porque, como diria o gondoleiro de "Morte em Veneza", haveremos de pagá-la."

sexta-feira, janeiro 29, 2010

O Respeitinho é Uma Coisa Muito Bonita…

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“Cavaco é um ditador! Mandou quatro amigos meus, dos melhores ministros, para a rua, assim, 'com vermelho directo’”, afirmação de Belmiro de Azevedo, fundador e ex-presidente da SONAE, referindo-se a Aníbal Cavaco Silva, em entrevista publicada na revista VISÃO de 28 de Janeiro de 2010.

Meu comentário - Só porque telefona ou manda telefonar com muita frequência, se calhar a queixar-se do jornal PÚBLICO, então o engenheiro incompleto, também conhecido por José Sócrates, só gosta de mandar e já não é ditador? Não há dúvida que o respeitinho é uma coisa muito bonita…

quinta-feira, janeiro 28, 2010

A SAGRES a Todo o Pano

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O NE (Navio Escola) SAGRES iniciou a sua 3ª. viagem de circum-navegação, uma aliciante aventura que aconselhamos a seguir, não a par e passo, mas dia a dia, nó a nó, ou sempre que o vento rode. Acompanhemo-la através deste SITE e votos de boa viagem, tanto para os que embarcaram como para os que ficaram.
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Extracto da primeira entrada no Diário de Bordo, em 19 de Janeiro de 2010
Por Proença Mendes Comandante do NRP "Sagres"
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“Após 2 semanas de trabalho intenso para preparar o melhor possível esta epopeia de um ano, em que houve vários problemas de pessoal e material para resolver ou atenuar, estamos finalmente a navegar para SSW.Este foi também o período em que a Sagres e a sua guarnição tiveram a maior exposição mediática de sempre, o que é altamente motivante para as nossas famílias e um motivo acrescido de orgulho e responsabilidade para os que embarcámos nesta aventura!
Largámos pouco depois das 11:00 após alguns directos para as Rádios e TV's, uma rápida apresentação da viagem às 4 dezenas de jornalistas a bordo, e as despedidas de alguns amigos que fizeram questão de se virem despedir pessoalmente.
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Navegámos um pouco para montante e passámos frente ao Cais de Alcântara já com algumas velas latinas a saudar as centenas de pessoas que assistiram à largada.Os jornalistas desembarcaram frente à Torre de Belém para embarcações da Capitania do Porto de Lisboa e nós seguimos viagem acompanhados de algumas embarcações que só desistiram quando a ondulação começou a ficar mais dura, à saída da barra.
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Esta era para ser uma tarde calma, até porque o vento W não permitia caçar pano redondo (um dia destes explico estas coisas!) mas o motor sobreaqueceu e foi necessário desmontar o arrefecedor - estava obstruído com lodo e detritos. Houve mais uma pequena reparação numa vela e os preparativos para uma reparação mais complicada num verga sécia que prendeu num apêndice do cais, à largada.
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Há vários jovens que estão a fazer a sua primeira saída para o mar, e muitos estão enjoados. Há também muito pessoal a fazer de observador até poder fazer quartos sozinho e, por isso, alguns outros estão a bordadas (quartos de 6 em 6h).
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Já determinei: Amanhã teremos alvorada surda, i.e. apenas para o pessoal que entra de quarto. E sem ruído!
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Não temos sinal de TV, pelo que não pudemos ver se a nossa largada saiu nos telejornais. Mas a TV serviu para uma demonstração das capacidades da Wii do nosso engenheiro. Promete!
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O vento vinha muito fechado e estávamos a progredir abaixo da média necessária mas já abriu e, com o pano latino a ajudar, já temos uma folga que me deixa mais descansado!”

Prémio Nobel da Economia

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ANTEONTEM, dia 26 de Janeiro, pouco antes da meia-noite, hora a que a grande maioria dos portugueses já está de persianas corridas, foi entregue ao Presidente da Assembleia da República, a proposta do governo de Orçamento de Estado para 2010. Pouco à vontade nesta matéria, e nos pormenores de negociações sobre a melhor e a pior maneira de gerir a coisa pública (já me basta o controle das finanças domésticas), faço no entanto dois ou três reparos sobre o assunto.
A estratégia de redução das despesas, logo da redução do défice, continua a passar, não pela luta contra o desperdício, pela cessação dos contratos ruinosos, pela contenção com gastos sumptuários, pela ineficiência e redundância de serviços, pelo termo das fraudes estatísticas, das contas marteladas e das injecções de capital em bancos geridos por malfeitores, mas sim pelo sacrifício da função pública no seu todo, com o congelamento dos salários, penalização das regras de cálculo das pensões e limitações à entrada de novos funcionários. Por outro lado, com os estímulos à economia a continuarem concentrados nas grandes obras públicas (de braço dado com as respectivas relações de amizade), nas novas auto-estradas, no novo aeroporto, na nova ponte sobre o Tejo e no querido TGV, a dívida pública continua a subir a um ritmo tal, que não se sabe bem onde nos levará. Ah, é verdade, programam-se também mais privatizações para abater à dívida pública, ao passo que o país continuar a perder soberania sobre os seus activos estratégicos. Mais ainda: sem acabarem os falsos recibos verdes, os ditos passam a ter uma solução electrónica (mãozinha do choque tecnológico), que não se sabe bem o que seja, nem como possa contribuir para acabar com o imenso exército de trabalhadores precários na administração pública.
Por outro lado, a medida do Governo de obrigar os gestores da banca a pagar uma taxa agravada sobre os seus prémios e outras remunerações variáveis, é uma medida puramente demagógica e populista, destinada a satisfazer apenas uma falsa ideia de justiça tributária, na medida em que não vai trazer receitas significativas para os cofres do Estado. Já a tributação sobre as mais-valias obtidas com a actividade bolsista ou o agravamento dos impostos sobre os lucros pantagruélicos da actividade financeira, continuam a ficar-se pelas promessas eleitorais não cumpridas (não convém incomodar os amigos), a aguardar que o governo e o PS (partido Sócrates), em termos políticos, voltem a ter uma verdadeira "recaída de esquerda".
Resumindo: como diz Manuel Carvalho da Silva, secretário-geral da CGTP Intersindical, este Orçamento do Estado para 2010 não contém medidas para superar a crise, mas sim para aprofundá-la, contendo os ingredientes para agravar as desigualdades e a pobreza em Portugal.Quanto a Teixeira dos Santos, ministro das Finanças que, como ele diz, até consegue trabalhar 24 horas por dia, na noctívaga conferência de imprensa que se seguiu à entrega da proposta orçamental, afiançou que este é um orçamento de "confiança" que "visa continuar a apoiar de forma sustentada o processo de recuperação económica que já começou, mas é consciente dos importantes desafios que temos de vencer". Pelas minhas contas, esta já é a terceira ou quarta vez que o “avô metralha” afiança, contra ventos e marés e sem esboçar um sorriso, que a retoma está no bom caminho.
Antes disso, já Vieira da Silva (um falso socialista), ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, tinha defendido que é muito difícil estimular a economia e simultaneamente corrigir os desequilíbrios das finanças públicas, coisa que este orçamento considera possível alcançar, se recorrermos, tanto como o governo, a grandes doses de autismo e infundamentado optimismo. Talvez por isso Vieira da Silva (também cómico de serviço) tenha sugerido que quem o conseguir fazer é “um sério candidato ao Prémio Nobel da Economia”, e com esta afirmação não sei em quem ele está a pensar, sei lá, talvez em si próprio ou Teixeira dos Santos...
Como diria o meu saudoso amigo JS, só falta acabar a história com um sonoro e patético “meninas à sala que vem aí o nosso Prémio Nobel da Economia…”

quarta-feira, janeiro 27, 2010

A Barreira do Silêncio

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SABE-SE agora que os cerca de 400 cooperantes da brigada médica cubana no Haiti foram a mais importante assistência medico-sanitária concedida ao povo haitiano, durante as primeiras 72 horas após a catástrofe de 13 de Janeiro, os quais realizaram centenas de intervenções cirúrgicas em 5 locais de assistência diferentes, na cidade de Port-au-Prince, à qual se juntou uma brigada cubana de 60 especialistas em catástrofes, elementos do Contingente “Henry Reeve”, que voaram de Cuba com medicamentos, soro, plasma e alimentos.
Entretanto, os grandes meios de comunicação social silenciaram todo este esforço de solidariedade, ao ponto do jornal diário EL PAÍS, na sua edição de 15 de Janeiro, ter ignorado esta presença, e Cuba nem sequer aparecer entre os 23 Estados que já haviam disponibilizado ajuda e assistência às vítimas do sismo. Indiferente a vozes críticas oriundas dos próprios E.U.A., a cadeia televisiva Fox News (EUA) chegou mesmo ao ponto de afirmar que Cuba foi dos poucos países das Caraíbas que não haviam prestado qualquer ajuda ao Haiti.
Tirando esta mentira intencional, que caracteriza um certo tipo de comunicação social, a verdade é que a informação veiculada pela maioria das agências noticiosas mundiais, tem tido como preocupação central o enaltecimento das contribuições e donativos dos países e cidadãos mais abastados do mundo, levantando uma barreira de silêncio sobre quem contribuiu de forma solidária, desinteressada e determinante (e não foi apenas Cuba), para a limitação do sofrimento, miséria e vulnerabilidade do povo haitiano.
Mas a barreira de silêncio não se fica por aqui; consentida ou não, mas sob o pretexto da necessidade de policiamento, restabelecimento da ordem e segurança, parece estar a passar despercebida uma efectiva e maciça ocupação militar do território do Haiti, por parte das forças armadas dos Estados Unidos da América, a qual, a ser verdade, pode ser o embrião de uma futura poderosa base, destinada a ampliar e consolidar a sua influência na região.

terça-feira, janeiro 26, 2010

Capitalismo & Pandemias, SA

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CURIOSAMENTE, até ao momento apenas o CORREIO DA MANHÃ noticiou este escândalo. Passo a transcrever o artigo do jornalista Henrique Custódio. O título do post é da minha autoria.
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«A campanha mundial contra a «pandemia da gripe A» já rendeu cinco mil milhões de euros aos grandes laboratórios farmacêuticos, com o pormenor de a «pandemia» não ter existido, pelo linear facto de... ter sido inventada.
A acusação surge do próprio presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, o alemão Wolfgang Wodarg, ao afirmar que a campanha da «falsa pandemia da gripe, criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros institutos em benefício da indústria farmacêutica, é o maior escândalo do século em Medicina».
Este médico alemão é também responsável pela proposta a ser debatida com carácter de urgência no Conselho da Europa no próximo dia 25, alegando o exagero da OMS sobre os perigos da gripe A. «O Conselho da Europa», acrescentou Wodarg, «vai organizar um debate sobre a influência da indústria farmacêutica na OMS e, posteriormente, serão informados dos resultados 47 parlamentos da Europa».
Os pormenores da tranquibérnia são avassaladores. António Vaz Carneiro, Professor da Faculdade de Medicina de Lisboa, afirmou ao CM que os organismos científicos internacionais «reagiram de uma forma política, numa situação lamentável». E pormenoriza: «A OMS avançou com a possibilidade, muito reduzida, de haver 71 milhões de mortos no Mundo [vítimas da gripe A]. A verdade é que até hoje morreram 12 mil no Mundo. Valor muito abaixo da gripe sazonal, que só em Portugal mata dois mil por ano».
E esta monumental «previsão» da OMS, de que o Inverno faria 71 milhões de mortos no mundo com a gripe A, ainda por cima foi apresentada como uma «possibilidade reduzida», deixando no ar o terror de uma mortandade dantesca. O que abriu caminho, obviamente, a que a generalidade dos países desenvolvidos (os únicos com dinheiro para gastar) se lançassem numa corrida à vacinação em massa.
As consequências são conhecidas, embora não haja, curiosamente, alarde do caso na comunicação social: as populações começaram a esquivar-se à toma da vacina ao verem os corpos clínicos e de enfermagem a dela também se furtarem; o Inverno, que traria uma mortandade de peste medieval, afinal parece que só «matou» o vírus da gripe A e, de repente, a Alemanha viu-se a braços com 25 milhões de vacinas excedentárias, a França com 50 milhões, a Espanha com 24 milhões, a Holanda com 19 milhões e a Suíça com 4,5 milhões (falando só de alguns casos), o que ao módico preço de 7,5 euros por dose dá uma batelada de milhões de euros deitados à rua, ou, melhor dizendo, lançados nas contas das grandes empresas farmacêuticas, cujos lucros também já estão devidamente contabilizados:
Até ao final deste 1.º trimestre de 2010, a Novartis vai embolsar 428 milhões de euros, a Sanofi 786 milhões, a Roche 1200 milhões e a GSK (norte-americana) uns módicos 2642 milhões.
Tudo graças a uma «pandemia» impingida ao Mundo a contra-relógio por entidades tão responsáveis como a Organização Mundial de Saúde e o Centro de Controlo de Doenças dos EUA e que são, nas palavras do Prof. Vaz Carneiro, «os grandes responsáveis por criarem um pânico infundado» com a gripe A. Aliás, tal como já haviam feito «com as vacas loucas e a gripe das aves»...
Na verdade, a grande pandemia que o Mundo enfrenta é mesmo o sistema capitalista que, obscenamente, até já doenças inventa para multiplicar os lucros.»

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Identidade e Credibilidade

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À BEIRA DE COZINHAR com a direita, o “orçamento limiano” para 2010, este é um governo que pouco se tem esforçado por enfrentar, não a crise do desemprego, mas a própria crise de identidade e credibilidade em que mergulhou. A prová-lo está a rejeição por parte do PS (partido Sócrates), com a indiferença da direita, dos critérios de alargamento da atribuição do subsídio de desemprego, proposta pelo PCP, como forma de superar a presente situação de emergência social. A contestá-lo, transcrevo parte da intervenção que Bernardino Soares, líder do grupo parlamentar do Partido Comunista Portugês (PCP), levou a cabo no plenário da Assembleia da República, a qual retrata com enérgica clarividência, a tal crise de credibilidade e de identidade que atrás referi.
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«(...) A situação de mais de 300 mil desempregados sem apoio da prestação do subsídio de desemprego é uma injustiça e um grave problema social. E é ao mesmo tempo um cilindro compressor de salários e direitos. É que um trabalhador sem subsídio de desemprego está muito mais vulnerável no que toca aos seus direitos e salário em novo emprego.Com a eliminação do subsídio de desemprego o Governo sabe que está a ajudar patrões sem escrúpulos a pagar menos e a retirar direitos. (...)Não podemos saber ao certo os custos da aprovação destas medidas, uma vez que isso dependerá da evolução do desemprego e da situação concreta dos trabalhadores nos empregos que perdem. Mas sabemos com certeza que os custos sociais de não fazer estas alterações são insuportáveis. Mesmo assim podemos dizer ao Governo onde pode obter verbas para estas medidas. E nem é preciso invocar os mais de 4 mil milhões injectados pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) no Banco Português de Negócios (BPN), ou os milhões perdoados à banca. Basta que o Governo aplique agora os milhões que poupou ao longo destes anos no subsídio de desemprego; basta que o Governo aplique aqui uma parte dos 400 milhões de euros que ficaram por utilizar em 2009 na iniciativa de apoio ao emprego; ou uma parte das sistemáticas isenções nas contribuições para a segurança social que são agora “pau para toda a obra” na política do Governo; ou que tivesse aceitado usar os 60 milhões de euros de diminuição na despesa que registou no orçamento rectificativo para este fim.(...)»

domingo, janeiro 24, 2010

“O MEU HOMEM VITRUVIANO”

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PUBLICADA por Amadeu Carvalho Homem em 21 de Janeiro de 2010, no blog LIVRE E HUMANO, deixo aqui o LINK para o que considero a mais inteligente, despretensiosa e poética interpretação que li sobre o estudo de Leonardo da Vinci.

Caridades ou Oportunidades?

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COMO ACABAR com a pobreza? Com caridades ou com oportunidades? A questão foi colocada pelo JORNAL “i” na sua edição de 23 de Janeiro de 2010, sob o título “E você, o que faz para combater a pobreza? Entre as muitas respostas dadas por várias personalidades da sociedade portuguesa, todas elas sensíveis e preocupadas com o fenómeno, e cada uma à sua maneira a tentar contribuir para o mitigar, destaco a que foi dada pelo economista Carlos Carvalhas, que naturalmente subscrevo. Diz ele o seguinte: “Em Portugal, a grande mancha de pobreza resulta da má distribuição do rendimento nacional. Aliás, os baixos salários de hoje vão ser as baixas pensões de amanhã, o que é preocupante. A única forma de contornar o problema será melhorar a distribuição da riqueza, através de uma política fiscal mais justa e de uma melhoria dos salários e das reformas… Não pertenço ao grupo dos que acham que o problema se pode resolver através de pequenos contributos pessoais. Acredito, antes, que a única forma de ser combatido é através de políticas mais justas. No meu caso, procuro denunciar, apresentar propostas e continuar a luta.”

sábado, janeiro 23, 2010

Ai, D. Policarpo!

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SOU ATEU, mas depois de ler as últimas declarações de D. José Policarpo sobre os géneros, os valores e obrigações do casamento, só me apetece abraçar o politeísmo e entrar numas quantas orgias dionisíacas…

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Palavras Que Valem Mil Imagens

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- Que grandeza tem a eternidade? Perguntou o aluno ao professor. Aquele, cruzou os braços, quedou-se pensativo, e pouco depois, entre o período de tempo incomensurável que é para uns, e a duração que não tem começo nem fim para outros, encontrou uma resposta.
- Bem, imaginemos que a Terra é como a conhecemos, com a mesma forma e as mesmas dimensões, porém feita de bronze, e que uma andorinha, de mil em mil anos, roça com as suas asas por ela. Quando por força de tão suave erosão, a Terra tiver deixado de existir, só então começará a eternidade.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Mandem-na para Hogwarts

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INTERPELADA na Assembleia da República sobre o desemprego, a ministra do Trabalho (ou será do Desemprego?) Helena André afirmou que não tinha uma varinha mágica para saber até onde vai crescer o desemprego (o que significa que não faz a mínima ideia até onde ele irá), o que é lamentável, pois é do entendimento geral que a questão não é resolúvel com poções, bruxarias, encantamentos ou passes de mágica (mas podemos mandá-la tirar um curso para a Escola de Hogwarts), mas com medidas concretas e adequadas do foro político. Entretanto, chamou a atenção dos deputados presentes de que está na altura de "refrescar" a problemática do desemprego com novas ideias, provavelmente, baseada no mesmo estratagema que leva o governo, para equilibrar as estatísticas, de tempos a tempos, a "refrescar" os números do desemprego, ao ponto de os "congelar".