quarta-feira, dezembro 27, 2006

Saudades do Mar

M
Muralha da praia da Parede em 1-Abr-2006
C
Continuo com saudades do mar, aquele mar-oceano a perder de vista, sem limites, tão bravo quão sereno e chãozinho, que de sexto continente passou a estrumeira, lixeira, imensa fossa aquática que absorve tudo o que se quer apagar do nosso horizonte visível. Por cá, país que gerou uma linhagem de navegadores e pescadores, num assomo de patética diarreia restritiva, criou-se uma taxa para os pescadores amadores (como os da fotografia), e uma lei que visa disciplinar a sua incontinente e “devastadora” actividade destruidora dos ecosistemas. Não são os monumentais derrames petrolíferos, nem o terror económico, nem o aquecimento global, nem as matilhas de baleeiros e as frotas de arrastões, que são preocupação por aí além. São eles, eles sim, os pacatos pescadores amadores, os grandes responsáveis pela extinção das espécies, pelo desperdício, pela fome que sopra para os lados do Darfur, e pelas bolsas de miséria que persistem por todo o lado, e que irá irromper por esse mundo fora, mais dia, menos dia, num abrir e fechar de olhos, sem dó nem compaixão. Ai, que saudades do mar!

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