sexta-feira, janeiro 12, 2007

Cliente Satisfeito...

H
Houve quem dissesse que as notícias que deram a conhecer que o GOVERNO ESTÁ A ESTUDAR UM NOVO IMPOSTO PARA A SAÚDE, baseadas nas conclusões de um relatório encomendado pelo ministério do senhor Campos, estavam a exceder-se e primavam pela falta de rigor. Ora isso não é exactamente verdade. Entre muitas e ajuizadas avaliações, duas das conclusões a que o tal relatório chegou foi que “no caso de um crescimento muito acelerado dos custos unitários de prestação de cuidados médicos, a actualização das taxas moderadoras deverá ser superior à inflação”, e que também “há necessidade de introduzir reforços no financiamento do SNS não excluindo qualquer possibilidade”. Bem vistas as coisas, com estas deixas, o senhor Campos, com tão pouco de médico e muito de comerciante, volta a ter pretextos e campo aberto para continuar a “negociar”, “vender” e “revender” a saúde dos portugueses.
Os grupos de trabalho, as auditorias, as comissões de sábios, os peritos, e outras entidades que elaboram estudos e relatórios, a pedido do governo, habitualmente, são chamadas a efectuar esses estudos e a darem pareceres, para que estes venham depois a servir de suporte técnico e argumento de autoridade para que o governo avance com as medidas que projectou. A lealdade é uma virtude sublime, mas nestes casos, em particular, não deveria ser essa a filosofia, pois a verdade não tem preço (dizem!). Como é habitual em Portugal, e confirma-o a experiência, os autores desses estudos, nas suas conclusões, têm por hábito nunca contrariar os desejos e propósitos do cliente que pagou o serviço.

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