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Victor Dias, no jornal Público de 29 de Dezembro de 2006, com a sua habitual e excepcional clarividência, enunciou os três truques da governação Sócrates. Resumidamente, e com palavras minhas, são os seguintes: Primeiro - O truque da legitimidade concedida pela maioria absoluta conquistada nas eleições, onde o que Sócrates prometeu, feitas as contas, deu o seguinte resultado: ou não cumpriu o que prometeu, ou fez às avessas o que anunciou. Habitualmente, e apesar de já serem decorridos dois anos, continua a argumentar com a ignorância (???) do estado em que os governos do PSD/CDS lhe deixaram a nação. Segundo - O truque entendido por muitos comentadores políticos como “coragem”, “determinação” e “espírito reformista” do governo, quando o que na realidade está a ser levado a cabo são contra-reformas direccionadas para o sistemático desmantelamento do estado social, apontado como o grande responsável pela endémica crise económica e os desmandos orçamentais. Terceiro - O truque da perseguição a certas classes profissionais, friamente convertidas em inimigos públicos, e a cassação dos direitos adquiridos pelos mais variados sectores laborais, convertidos em inexplicáveis “privilégios”. Através de passes de mágica, com recurso a grandes, competentes e agressivas intervenções mediáticas, o pobre transmuta-se em abastado, o remediado em podre de rico, e aqueles modestos direitos, quantas vezes conquistados a pulso pelas associações sindicais, mesmo antes do 25 de Abril, são acusados de serem os grandes responsáveis pela degradação da economia e das condições de vida do país, ao passo que os verdadeiros e escandalosos privilégios que grassam um pouco por todo o lado, quando não são exorbitados e reforçados, continuam a ser, estratégica e deliberadamente, deixados na sombra.
Victor Dias, no jornal Público de 29 de Dezembro de 2006, com a sua habitual e excepcional clarividência, enunciou os três truques da governação Sócrates. Resumidamente, e com palavras minhas, são os seguintes: Primeiro - O truque da legitimidade concedida pela maioria absoluta conquistada nas eleições, onde o que Sócrates prometeu, feitas as contas, deu o seguinte resultado: ou não cumpriu o que prometeu, ou fez às avessas o que anunciou. Habitualmente, e apesar de já serem decorridos dois anos, continua a argumentar com a ignorância (???) do estado em que os governos do PSD/CDS lhe deixaram a nação. Segundo - O truque entendido por muitos comentadores políticos como “coragem”, “determinação” e “espírito reformista” do governo, quando o que na realidade está a ser levado a cabo são contra-reformas direccionadas para o sistemático desmantelamento do estado social, apontado como o grande responsável pela endémica crise económica e os desmandos orçamentais. Terceiro - O truque da perseguição a certas classes profissionais, friamente convertidas em inimigos públicos, e a cassação dos direitos adquiridos pelos mais variados sectores laborais, convertidos em inexplicáveis “privilégios”. Através de passes de mágica, com recurso a grandes, competentes e agressivas intervenções mediáticas, o pobre transmuta-se em abastado, o remediado em podre de rico, e aqueles modestos direitos, quantas vezes conquistados a pulso pelas associações sindicais, mesmo antes do 25 de Abril, são acusados de serem os grandes responsáveis pela degradação da economia e das condições de vida do país, ao passo que os verdadeiros e escandalosos privilégios que grassam um pouco por todo o lado, quando não são exorbitados e reforçados, continuam a ser, estratégica e deliberadamente, deixados na sombra.
José Sócrates, até agora, tem sido melhor que Luís de Matos, e por isso, honra seja feita à equipa de marketing político que o tem assessorado. Com apenas três passes de magia, e apesar de haver quem resista, quase tem conseguido iludir um país inteiro. Falta saber até quando.
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