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PINTO DE SOUSA, também conhecido por José Sócrates, "Menino de Ouro" para os amigos, deu uma entrevista à SIC, para falar sobre a governação.
Reconheceu que iremos entrar em recessão, que vai rever as previsões para o desemprego e crescimento, o que significa avançar já com rectificações ao Orçamento de Estado recém aprovado, mas continua a insistir que as grandes dificuldades com que nos iremos deparar neste ano de 2009 resultam dos efeitos da crise internacional, e não do aprofundamento e agravamento da crise nacional que já estava implantada há muito no nosso tecido económico.
Desvalorizou as divergências com o Presidente da República e teceu rasgados elogios ao seu programa de investimentos para colmatar os efeitos da crise, os quais se resumem a salvar da falência bancos pouco recomendáveis, impermeabilizar o país com mais cimento e asfalto, construir um novo aeroporto e ir para a frente com um TGV de dimensões estratosféricas, onde os principais beneficiários serão os grandes construtores, e onde os resultados de combate ao desemprego serão reduzidos, dado que aquele sector recruta preferencialmente a mão-de-obra imigrante. Quanto a investimentos em recursos produtivos, pouco ou nada há, tal como é total a sua despreocupação, quando lhe falam do insustentável endividamento externo, continuando também por explicar as disparatadas declarações do Ministro da Economia, quando afirmou há meses que a crise tinha acabado, e as do Ministro das Finanças que, em cima da crise financeira mundial, garantiu que o sistema financeiro português estava de boa saúde e não necessitava de ser intervencionado pelo Estado.
À mistura com os habituais tiques de autoritarismo e obstinação, e o facto de não gostar de ser contraditado e contrariado, Pinto de Sousa continuou a exibir muito jogo de cintura e socorreu-se da repetição exaustiva dos chavões sobre a obra feita, a redução do défice, da coragem e determinação com que enfrentou a urgência de reformas, tudo isso para fugir às muitas perguntas incómodas, colocadas pelos entrevistadores.
Sobre o problema da avaliação de desempenho dos professores, chegou mesmo a afirmar que a inexistência de um modelo credível era a causa principal do endémico e precoce abandono escolar, querendo dar a entender que esse abandono tinha como causa a má qualidade do ensino prestado pelos docentes, quando a causa desse fenómeno é bem diferente.
Na parte final da entrevista transfigurou-se. Afivelou o ar cândido de quem não parte um prato, disse que continua a contar com Manuel Alegre nas fileiras deste PS, que como ele diz é o “partido do povo de esquerda e não de vanguardas e elites”, espera vir a ser reeleito secretário-geral do PS e novamente primeiro-ministro, e para o efeito avançou com um pedido de maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Está no seu direito, assim como os eleitores estão no seu direito de não lha concederem.
PINTO DE SOUSA, também conhecido por José Sócrates, "Menino de Ouro" para os amigos, deu uma entrevista à SIC, para falar sobre a governação.
Reconheceu que iremos entrar em recessão, que vai rever as previsões para o desemprego e crescimento, o que significa avançar já com rectificações ao Orçamento de Estado recém aprovado, mas continua a insistir que as grandes dificuldades com que nos iremos deparar neste ano de 2009 resultam dos efeitos da crise internacional, e não do aprofundamento e agravamento da crise nacional que já estava implantada há muito no nosso tecido económico.
Desvalorizou as divergências com o Presidente da República e teceu rasgados elogios ao seu programa de investimentos para colmatar os efeitos da crise, os quais se resumem a salvar da falência bancos pouco recomendáveis, impermeabilizar o país com mais cimento e asfalto, construir um novo aeroporto e ir para a frente com um TGV de dimensões estratosféricas, onde os principais beneficiários serão os grandes construtores, e onde os resultados de combate ao desemprego serão reduzidos, dado que aquele sector recruta preferencialmente a mão-de-obra imigrante. Quanto a investimentos em recursos produtivos, pouco ou nada há, tal como é total a sua despreocupação, quando lhe falam do insustentável endividamento externo, continuando também por explicar as disparatadas declarações do Ministro da Economia, quando afirmou há meses que a crise tinha acabado, e as do Ministro das Finanças que, em cima da crise financeira mundial, garantiu que o sistema financeiro português estava de boa saúde e não necessitava de ser intervencionado pelo Estado.
À mistura com os habituais tiques de autoritarismo e obstinação, e o facto de não gostar de ser contraditado e contrariado, Pinto de Sousa continuou a exibir muito jogo de cintura e socorreu-se da repetição exaustiva dos chavões sobre a obra feita, a redução do défice, da coragem e determinação com que enfrentou a urgência de reformas, tudo isso para fugir às muitas perguntas incómodas, colocadas pelos entrevistadores.
Sobre o problema da avaliação de desempenho dos professores, chegou mesmo a afirmar que a inexistência de um modelo credível era a causa principal do endémico e precoce abandono escolar, querendo dar a entender que esse abandono tinha como causa a má qualidade do ensino prestado pelos docentes, quando a causa desse fenómeno é bem diferente.
Na parte final da entrevista transfigurou-se. Afivelou o ar cândido de quem não parte um prato, disse que continua a contar com Manuel Alegre nas fileiras deste PS, que como ele diz é o “partido do povo de esquerda e não de vanguardas e elites”, espera vir a ser reeleito secretário-geral do PS e novamente primeiro-ministro, e para o efeito avançou com um pedido de maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Está no seu direito, assim como os eleitores estão no seu direito de não lha concederem.
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