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AO REBUSCAR na arca das memórias, fui descobrir algumas fotos com quase trinta e nove anos (FEV-1970), da época em que os jovens portugueses tinham que rumar ao sul, para manter viva uma certa ideia de “império”. Daquela viagem de oito dias guardo a lembrança de um nefasto acontecimento, que acabou por impressionar todos os militares embarcados. Pelo segundo ou terceiro dia de viagem, após o almoço, um dos militares, vá-se lá saber por que motivo, deslocou-se para a ré do navio, içou-se na amurada e lançou-se deliberadamente ao mar. Feito o alerta de “homem ao mar”, o navio inverteu a sua marcha, foram baixados os escaleres e iniciou-se a tentativa de resgate, que se prolongou quase até ao pôr-do-sol, com o navio a descrever círculos apertados na zona, sem qualquer sucesso. O grande mar oceano fechara-se sobre ele e tornara-se a sua derradeira morada. Ainda antes do jantar, foi feita uma chamada geral no convés, já sob a luz dos holofotes, para apurar a identidade do infeliz militar. A sua guerra tinha terminado ali, sem uma carta para a família, sem um tiro, mas provavelmente com muita raiva ou desespero. Aos que ficámos, esperavam-nos outras paragens muito mais ao sul.
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NOTA: Partilho da mesma intenção do blog DOTeCOMe_o BLOG, dedicando este post ao recente site GUERRA COLONIAL em http://www.guerracolonial.org
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 18-FEV-1970
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 20-FEV-1970
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 22-FEV-1970
AO REBUSCAR na arca das memórias, fui descobrir algumas fotos com quase trinta e nove anos (FEV-1970), da época em que os jovens portugueses tinham que rumar ao sul, para manter viva uma certa ideia de “império”. Daquela viagem de oito dias guardo a lembrança de um nefasto acontecimento, que acabou por impressionar todos os militares embarcados. Pelo segundo ou terceiro dia de viagem, após o almoço, um dos militares, vá-se lá saber por que motivo, deslocou-se para a ré do navio, içou-se na amurada e lançou-se deliberadamente ao mar. Feito o alerta de “homem ao mar”, o navio inverteu a sua marcha, foram baixados os escaleres e iniciou-se a tentativa de resgate, que se prolongou quase até ao pôr-do-sol, com o navio a descrever círculos apertados na zona, sem qualquer sucesso. O grande mar oceano fechara-se sobre ele e tornara-se a sua derradeira morada. Ainda antes do jantar, foi feita uma chamada geral no convés, já sob a luz dos holofotes, para apurar a identidade do infeliz militar. A sua guerra tinha terminado ali, sem uma carta para a família, sem um tiro, mas provavelmente com muita raiva ou desespero. Aos que ficámos, esperavam-nos outras paragens muito mais ao sul.
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NOTA: Partilho da mesma intenção do blog DOTeCOMe_o BLOG, dedicando este post ao recente site GUERRA COLONIAL em http://www.guerracolonial.org
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 18-FEV-1970
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 20-FEV-1970
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Lisboa – Luanda – Navio PÁTRIA em 22-FEV-1970
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