terça-feira, janeiro 13, 2009

A Máquina do Tempo (2)

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No dia 5 de Fevereiro de 2006, domingo (está quase a fazer três anos), este post do blog SABER A VERDADE, que aparece na lista de links aqui do lado esquerdo, dizia o seguinte:

O ramalhete vai-se compondo...

Hoje por volta das 11h saiu o relatório das vendas de casas nos EUA. Era um relatório muito aguardado pois iria trazer notícias sobre o motor da economia americana. O motor porque o consumo na América é a única coisa que tem feito a economia mexer, e este é suportado pelo recente e disparatado boom imobiliário que tem habituado os americanos a ter uma máquina multibanco no quarto. Isto deve-se ao ainda mais disparatado boom nos refinanciamentos imobiliários que tem dado aos americanos a hipótese de re-hipotecarem as suas casas devido à subida dos preços das mesmas. Mas hoje foi revelado que as novas vendas baixaram mais de 10% e o inventário de casas vazias é estonteante. Os preços só poderão baixar mais embora as dividas se mantenham, muitas delas aumentem pois os bancos tinham inventado mil e uma formas de conceder credito, desde carências eternas até amortizações negativas. Foi exactamente esta a causa da grande depressão de 1929, bastando para isso substituírem a palavra imobiliário por bolsa. A partir de agora o consumo vai descer e a economia voltar ao seu estado verdadeiro, o de recessão grave. A juntar a isto temos a subida de 2 dólares do preço do petróleo o que originou uma subida de 10 dólares no preço do ouro, algo que até a mim me surpreendeu. Na Europa as coisas não vao melhores, com o numero de desempregados a atingir os 19 milhões e uma taxa de desemprego entre os jovens de 18%. A juntar ao desemprego escondido a verdade é que estamos a viver as taxas de desemprego que se viveram na grande depressão de 1932. Mas está toda a gente cega e só se pensa no carro que se vai comprar a seguir e na marca do plasma que se há-de comprar. Enquanto isso, a China e a Índia têm taxas de crescimento de dois dígitos. A mastodôntica Europa vê com muito maus olhos os exemplos eslovaco e irlandês que cortaram dramaticamente nos impostos para conseguir um crescimento notável. De facto, os líderes europeus já se preparam para proibir esta mexida nas politicas fiscais que retira competitividade a países com os impostos mais altos como a Alemanha, a França e os países escandinavos, devido ao endividamento nacional. A politica que se pretende seguir é a de prosseguir o modelo escandinavo já completamente ultrapassado, de ter os impostos mais elevados do mundo. O mito da prosperidade escandinava já caiu por terra há muito, já que desde 1970 que os países escandinavos não conseguem parar a descida do crescimento interno e passaram de estar entre os cinco países mais prósperos para ocupar posições perto do 15º lugar. Por isso só se compreende a tomada da Escandinávia como exemplo económico quando percebemos o enorme sarilho em que nos encontramos relativamente ao endividamento e esse ser o caminho mais rápido para angariar fundos para o pagamento da mesma. Já na reunião dos Bilderberg em Sintra se falava que se devia aumentar progressivamente os impostos de modo a serem os 52% de IRS da Suécia um nível normal na Europa. Os pequenos países que querem ser competitivos serão proibidos de o fazer. Também durante a semana passada assistimos, sem ninguém saber ou falar disso, à maior fraude bancária da história com o roubo das informações dos cartões de débito do Citibank. Estranho é que com toda a segurança informática, o Citibank tenha deixado os PIN´s dos cartões e a chave de desencriptação dos mesmos no mesmo servidor, ou seja um único ataque causou todo o estrago possível. Cheira-me a mais um teste ao grande ataque informático previsto que vai assolar o mundo financeiro de tal forma que seja então posta em pratica a chamada internet 2, onde só entidades certificadas têm acesso a ter sites. Isto vai finalmente dar aos senhores do mundo a oportunidade de estancarem a resistência e imporem a censura na net. Só para terminar, e para os resistentes à teoria da desvalorização permanente do dólar, vejamos só que em 2000, 49,6% dos activos financeiros chineses eram em dólares e apenas 31,1% em euros. Seis anos depois, 37% em dólares e 46,8% em euros. É uma mudança maciça da predominância dos activos em tão pouco tempo. É por isso que nesta semana sai o ultimo relatório do Fed sobre a propriedade de activos financeiros no estrangeiro, um relatório que se publica desde sempre e que o Fed decide agora abolir.

Oportunamente voltarei a fazer mais transcrições, devidamente autorizadas pelo autor.

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