NESTE momento, cá por este protectorado (como lhe chama o "irrevogavelmente demissionário" Paulo Portas) tudo serve para desviar as atenções do que é essencial. No presente caso, até os ímpetos de um "espontâneo" que desceu ao relvado, perseguido por polícias e protegido por um treinador de futebol - hediondo crime que até pode levar o tal treinador à prisão -, é pretexto para abafar tudo o resto que por cá se passa. Se a justiça for tão peculiar e exigente que se concretize a ameaça, é caso para perguntar quais as sanções que deviam ser aplicadas ao bando de criminosos, de colarinho branco e "rolex" no pulso, gente venal e corrupta que não respeita as leis, nem a Constituição, nem os tribunais, que mente contínua e obscenamente na praça pública, que persegue os fracos e quem trabalha, que saqueia empregos, salários, reformas, pensões e prestações sociais à luz do dia, e até beneficia de protecção para o fazer e não ser molestado. Há razões de sobra para que não nos deixemos embriagar com bagatelas e ninharias - que dá muito jeito serem amplificadas -, e não esqueçamos que estamos a ser ludibriados, injustiçados e vítimas de verdadeiras agressões que nos são dirigidas, e que nos deviam deixar encolerizados.