Manuel da Silva Martins, ex-bispo de Setúbal, continua a ser um homem que admiro, tanto pela sua acção e coragem no passado, como por continuar a manifestá-lo no presente, tanto nas palavras como nas ideias. A entrevista que deu ao semanário EXPRESSO é a concretização desta minha permanente admiração.
A "qualidade devida" de Luísa Schmidt deixou-nos a seguinte mensagem: «(...) Por exemplo, "fala-se" na infame intenção de vender a Companhia das Lezírias. Seria uma decisão lesiva a todos os níveis - financeiro, económico, político, cultural, ambiental, estratégico... A começar logo pelas contas. A Companhia das Lezírias dá lucro ao Estado; esse lucro está em progressão sustentada há anos e produz bens transacionáveis. Não é disso que nós precisamos para pagar a dívida? Não é um exemplo de gestão assim que o país precisa de replicar pelo seu território e pelos diversos sectores económicos? (...) Será agora que ficaremos a saber se o actual ministério [da agricultura] e a sua ministra existem, ou se são uma mera convenção a servir de máscara ao "Ministério da Liquidação Geral".»
Disse-nos ainda o Daniel Oliveira: «(...) Houve um tempo em que as famílias da alta sociedade dividiam tarefas por género: os senhores exploravam os pobres, as senhoras organizavam festas cristãs para os ajudar. Infelizmente, a família já não é o que era e as mulheres dos homens ilustres já não têm tempo para se dedicarem à caridade. A empresa trata de tudo: com uma mão paga miseravelmente, com a outra dá um consolo, um ensinamento e um ralhete. Mas ninguém pode dizer que os senhores do Pingo Doce estão sózinhos. Limitam-se a seguir o exemplo do Estado, que enquanto destrói a economia das famílias inventa um abjecto plano de emergência, que transforma o Estado Social numa instituição de caridade. (...)»