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domingo, outubro 20, 2013

Sócrates ao Espelho


NÃO SUSPIRAVA pela entrevista que José Sócrates deu ao Expresso, mas subsistia alguma curiosidade. Dois anos passados, talvez algo tivesse mudado no cavalheiro, mas não. Este Sócrates é uma réplica de si mesmo. Para mim, apenas foi (des)interessante, enquanto combustível, ao longo de seis persistentes anos, para as minhas croniquetas de escárneo e maldizer. Depois de ter andado a viver uma boa vida parisiense e ter publicado um livro, repescado de uma sua tese, a conclusão que tiro é que continua igual a si próprio. Um estagiário pedante e palavroso. Basta atentar em meia dúzia de declarações para se perceber que continua a ser muito mentiroso e um bom comediante, um gajo que gosta muito de si próprio, muito corajoso e determinado, um empedernido egocêntrico que se considera uma pessoa de acção, pouco fadada para a reflexão, e com pedras no sapato. Volta a insistir que nunca teve nenhum problema com a sua vida académica, e percebe-se porquê; porque nunca teve vida académica. Confessa que leu um livro dez vezes, e de duas, uma; ou gostou muito do que leu e quis decorá-lo, ou então não percebeu patavina e insistiu até ficar a perceber ainda menos. Acredita que em política não há tempo para sopesar as graves decisões, pois o que conta é a bravura e não deixar-se ir abaixo. Continua convencido que é mais de esquerda que alguns que se dizem de esquerda, porém, diz ser o chefe democrático que os filhos-da-mãe da direita sempre quiseram ter, mas parece-se mais com o genuíno filho-da-mãe direitista, que o PS deixou infiltrar no seu seio, e que a direita tramou no momento oportuno. Em resumo, aquilo que diz pensar, não coincide com o que fez, razão porque não consegue libertar-se da fama de deslumbrado e arrivista pantomineiro. Pensa que governou um país, mas apenas geriu as suas relações, pactos e ambições, pelo que até nem conta voltar a ser escrutinado, e lá saberá porquê. Como terapia, fica-se por comentar semanalmente as tropelias do actual governo fora-da-lei, e viva o velho. Embora queira passar a imagem de que foi ingénuo, dizendo que foi traído e tramado, não consegue rever-se como o apressado almocreve que entregou o país moribundo, ao seu obstinado carrasco e coveiro, Passos Coelho, um convicto revolucionário direitista neo-liberal. Sócrates, afinal, ainda pensa que é uma estrela, mas não passa de opaco e sombrio lixo espacial, um salpico, uma nota de rodapé.

quarta-feira, outubro 09, 2013

A Arte da Confusão


O HÁBITO já vem do tempo dos governos de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, até que passou a ter agora a sua expressão máxima, no governo do Passos Coelho. Mentir, baralhar, desconversar, desinformar, não confirmar nem desmentir, era para ser assim mas já não é, o futuro só a Zeus pertence, etecetera e tal, são expressões que passaram a povoar o nosso quotidiano, e que têm por objectivo deixar-nos confundidos. Ora isto não acontece por acaso. Dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, armar a confusão, instalar o caos, é uma estratégia ancestral. Ouvir repetidamente uma coisa e logo depois o seu desmentido, é a forma mais segura de provocar o nosso progressivo alheamento e desinteresse sobre essa matéria, até que somos apanhados desprevenidos, e é desferido o golpe fatal. Já Sun-Tzu, o general chinês que há dois mil anos escreveu um tratado sobre a arte da guerra, aconselhava que antes de darmos batalha ao inimigo, devemos lançar a maior confusão possível entre as suas hostes, pois um exército confundido é um exército antecipadamente derrotado. Só que, neste caso, há uma grande diferença: o inimigo a abater é o próprio povo de que os políticos se dizem governantes.

terça-feira, abril 16, 2013

A Não Perder

SERAPIÃO, o meu anãozinho bisbilhoteiro, confidenciou-me que o erudito Relvas vai ser contratado pela RTP para partilhar com o engenhoso Sócrates as noites dominicais de comentário político, com moderação do falso mestre em Economia Empresarial, e também presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem. O novo programa chamar-se-á CANTINHO DA FRATERNIDADE. A não perder.

quinta-feira, março 28, 2013

O Desejado Indesejável

ESTIVE a ouvir, com a possível paciência e atenção, a entrevista dada à RTP1 pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates Pinto de Sousa, o engenheiro incompleto, que durante dois anos andou por Paris a fazer uma "pós-graduação", quiça "mestrado" em ciência política. Claro está que, de lá para cá, não mudou muito, além de que o seu regresso vai criar turbulência dentro do PS (ex-partido Sócrates, agora partido Seguro), indo com isso beneficiar o acossado Passos Coelho. Porém, com Sócrates ou sem Sócrates, quem verdadeiramente continua em perda, é o país e os portugueses. Na entrevista, o inenarrável Sócrates fez cabriolas, fintou as questões, fugiu às respostas, não respondendo a práticamente nada, apenas preocupado em limpar-se e justificar-se, voltando a brandir a sua versão dos factos, centrada na crise internacional, nas cavacais conspirações, e preocupado em transmitir a ideia de que foi injustiçado. Sócrates, o corajoso, Sócrates, o temerário, Sócrates, o indomável, Sócrates, o obstinado, Sócrates, o alucinado, Sócrates, o animal feroz, Sócrates, o mentiroso, Sócrates, o embusteiro, Sócrates, o embirrento, Sócrates, o verdadeiro artista, Sócrates, o santinho de pau carunchoso, todos esses vários Sócrates que nós conhecemos, lá continuam todos, saudáveis e bem vivinhos da costa. Para continuar assim, de duas uma, ou não conseguiu aprender nada, ou então deve ter faltado muito às aulas. Continua um autêntico vendedor da banha da cobra, mas agora com o produto já fora de prazo.

sexta-feira, março 22, 2013

Vampirismos

O EMIGRANTE José Sócrates (e não só), roído de saudades e pé-ante-pé, vai-se chegando de novo à pátria lusa. Depois das sabatinas parisienses e de um emprego numa empresa vampiresca que comercializa plasma sanguíneo, este regresso pressupõe que há uma agenda e calendário estudados ao milímetro. Para já, e com uma "pós-graduação" em ciência política, este regresso à lides do engenheiro incompleto e verdadeiro artista dos espectáculos com "teleponto", passa por aparecer na RTP, a partir de Abril, como comentador político, disputando o protagonismo político com António Seguro, o homem do "aparelho". No país, a notícia provocou estardalhaço; ao passo que alguns assinam petições a negar-lhe o regresso aos écrans, outros há que rejubilam e clamam por ele, desejosos que seja restaurado um hábito de seis anos de pantomina. Por um lado, como comentador, vai servir de manobra de diversão, palhaço de serviço, para desviar as atenções da questão central do país - a vampiresca e criminosa iniquidade do governo PSD/CDS-PP, herdeiro e continuador dos desacatos socratinos -, e por outro, vai dar razão a quem garante que os meliantes voltam sempre ao local do crime. A ser assim, cá te espero!

quarta-feira, julho 04, 2012

Licenciatura Zipada (i.e., com alta taxa de compressão)





COM uma licenciatura em Ciência Política e Relações Internacionais de 3 (três) anos, tirada em apenas 1 (um), e por continuar a dizer mentiras, a torto e a direito, com o ar mais sacripanta deste mundo, o ministro Miguel Relvas arrisca-se a ser mandado para Paris, de castigo, frequentar o respeitável curso da Sciences Po, e fazer companhia ao conhecido e prodigioso engenheiro incompleto José Sócrates.

sábado, junho 16, 2012

Mitómanos Anónimos

Pedro Passos Coelho, questionado na Assembleia da República sobre o anúncio do encerramento da Maternidade Alfredo da Costa até ao fim do corrente ano, decisão que foi divulgada pelo ministro da Saúde Paulo Macedo, e confirmada por um comunicado oficial, afirmou, ou melhor, garantiu que apenas soube do caso através da comunicação social.

De duas, uma: ou Pedro Passos Coelho é um projecto de rascunho de anedota de primeiro-ministro, ou então é um refinado mentiroso. Se o seu caso for a primeira hipótese, era bom que soubesse que não nos apetece rir; se se tratar da segunda hipótese, não vale fazer concorrência a José Sócrates, pelo que aconselho-o vivamente a passar a frequentar, com regularidade, os mitómanos anónimos.

Nota – Mitómano é um mentiroso obsessivo com tendência voluntária e consciente para a mentira.

domingo, maio 20, 2012

Sobre a Importância dos "Coisos" e das "Coisas"


O MINISTRO da Economia, Álvaro Santos Pereira, ao responder no Plenário da Assembleia da República a perguntas, a propósito da alta taxa de desemprego, e lutando com alguma dificuldade para se expressar com o rigor que o assunto merece, afirmou que está determinado a ultrapassar "o coiso". Ora se o tal "coiso" for o desemprego que assola Portugal e os portugueses, e que o ministro fez questão de tratar como "coisa" tão banal e sem importância - digamos, como qualquer ultrapassagem numa gincana rodoviária -, é bom que se prepare melhor para os debates das sessões parlamentares, e que se disponha a solucionar o cancro do desemprego, conforme prometeu, mas não em transgressão, como o tem feito até agora.

JÁ COM o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, a "coisa" fia mais fino. Embora o que vou dizer não seja generalizável, o facto é que nunca simpatizei com pessoas que andam sempre com a "carinha na água", quer chova ou faça sol. Como dizia a minha madrinha Conceição, o rosto e os olhos de uma pessoa, porque são o espelho da alma, acabam por determinar, com mais ou menos fiabilidade, se uma pessoa é ou não recomendável. No caso do ministro Relvas, as minhas suspeitas confirmaram-se: atrás daquele permanente sorriso, entre matreiro e velhaco, esconde-se alguém que nos quer tramar, soando a falso tudo o que lhe sai pela boca fora.

A "coisa" conta-se em meia dúzia de palavras. O ministro Relvas foi responder à Comissão Parlamentar de Direitos, Liberdade e Garantias sobre o caso das “secretas”, e houve um aspecto que não ficou bem explicado. Com dúvidas, uma jornalista do jornal PÚBLICO pediu-lhe esclarecimentos, o Relvas não respondeu, e acto contínuo não foi de modas: ameaçou que se publicassem a não-notícia, enviava uma queixa para a ERC, promovia um "black out" de todos os ministros ao jornal PÚBLICO, e divulgava na Internet pormenores sobre a vida privada da jornalista. Assim mesmo, sem mais nem menos. Uma intolerável e desmedida pressão sobre o direito de informação e liberdade de expressão, seguida de uma asquerosa intromissão e chantagem sobre a vida privada da profissional.

O Conselho de Redacção manifestou-se escandalizado com a "coisa", redigiu um comunicado, contudo, a Direcção do jornal achou por bem não dar importância ao caso, diz ela que aquele tipo de pressões são o pão nosso de cada dia dos jornais, mas também acabou por não publicar a tal não-notícia, diz ela que por ser irrelevante e não adiantar nada ao caso em questão. As ministeriais ameaças chegaram ao domínio público e o Relvas acabou por vir pedir desculpa, não se sabe bem de quê, e a "coisa" ficou assim: nem o jornal publicou a tal não-notícia que de tão inofensiva que era, provocou a ira do intragável Relvas, nem o indigesto Relvas foi demitido por comportamento impróprio de uma figura de Estado, ao tentar condicionar, limitar e obstruir a publicação de notícias, com ameaças de boicote e chantagem.

Num cidadão comum, este tipo de procedimento é grave; num governante é gravíssimo. Com uma classe política decente, tão deplorável comportamento seria sancionado de imediato; entre nós, graças à memória curta e aos habituais brandos costumes, faz-se tábua rasa da “coisa”. Assim vai a liberdade de expressão e informação em Portugal, e já agora, gostava de saber o que é que o Paulo Rangel tem a dizer sobre este ambiente de condicionamento da liberdade de expressão e de opinião, tal como o fez em 2008, face a alguns atropelos do mesmo jaez, ocorridos durante o primeiro governo do emigrado José Sócrates.

Nota: Para melhor esclarecimento do assunto, leia aqui no CARTÓRIO DO ESCREVINHADOR os comunicados do Conselho de Redacção do Jornal PÚBLICO e do Sindicato dos Jornalistas.

quarta-feira, março 14, 2012

Afinal Quem é Ele?


O homem que não lia jornais
O homem que nunca tinha dúvidas
O homem que nunca se enganava
O homem que nunca exibiu uma ideia construtiva
O homem que nunca dialogava e quanto a conversas só à bastonada
O homem que do Portugal profundo apenas conhece o Pulo do Lobo
O homem que confundiu o filósofo inglês Thomas More com com o escritor alemão Thomas Mann
O homem que não tem causas, mas tem não sei quantos doutoramentos honoris causa, sendo um deles em literatura…
O homem que dizia "deixem-me trabalhar", e tudo fez para espatifar a economia do país
O homem que faz da política um jogo de tabus
O homem que entrou numas negociatas imobiliárias e abichou uns dinheirinhos do BPN
O homem que deu protecção aos salteadores da arca do tal BPN
O homem que permitiu que fosse montada uma falsa conspiração contra si próprio
O homem que cultivava a chamada magistratura de influência
O homem que se gabava de privilegiar a cooperação institucional
O homem que insiste em não comentar situações da política nacional
O homem que deixou o país ir à falência sem questionar quem o governava
O homem que deixou passar todos os PECs
O homem que aceitou viver num protectorado governado por uma troika
O homem que se intitula provedor do povo
O homem que diz que é muito poupadinho
O homem que sendo economista, não sabe se tem dinheiro para pagar as despesas pessoais
O homem que foge de enfrentar uma manifestação de estudantes
O homem que não querendo parecer, é dos que maior responsabilidade tem no estado em que estamos
O homem que se queixa da deslealdade de Sócrates
O homem que não fazendo o que devia fazer, mais valia estar calado

Digam o que disserem, a História não os absolverá, nem a ele, nem a José Sócrates nem a Pedro Passos Coelho! E já agora também, para que não se fiquem a rir, a Durão Barroso e a Pedro Santana Lopes…

quinta-feira, março 01, 2012

O Grande Embuste


LÊEM-SE as transcrições das escutas das conversas telefónicas trocadas entre o suposto engenheiro José Sócrates (à época primeiro-ministro) e Luís Arouca (à época reitor da Universidade Independente, fábrica de licenciaturas a martelo), publicadas pelo jornal CORREIO DA MANHÃ (CM), e chega-se a uma rápida conclusão: que grandes vigaristas!

Inexplicávelmente, para além dos materiais que o CM tem divulgado sobre a tentativa de encobrimento da batota, e do trabalho de investigação levado a cabo por António Balbino Caldeira, autor do blog DO PORTUGAL PROFUNDO, mais ninguém fala nem acrescenta nada de nada. Vai descendo uma cortina de silêncio sobre este assunto.

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Sabem o que é "oposição construtiva"?


SABEM o que é uma "oposição construtiva"? Se não sabem, António José Seguro explica o que é. Diz que discorda de muitas das medidas da troika que o "outro PS" (o de José Sócrates) assinou, e das malfeitorias que o Governo tem vindo a implementar por conta própria, mas temos que ter paciência. Acrescenta que os compromissos inicialmente assumidos com a assinatura do memorando da troika, já foram largamente ultrapassados, mas como são compromissos, têm que ser respeitados e cumpridos, caso contrário a nossa credibilidade e honradez ficam postas em causa. Só falta fazer coro com Pedro Passos Coelho, dizendo que os sacrifícios são para levar para a frente, custe o que custar. Para mitigar vai dizendo que está a fazer uma coisa a que chama "oposição construtiva, responsável e honesta", isto é, vai contestando aqui e ali, não levanta a voz, faz queixinhas e vai-se lamentando aos jornalistas nos Passos Perdidos, aparentemente confortável, sempre a enrolar os problemas, e não passa daí. Parece que quer ganhar tempo, dar “passos seguros”, mas não se sabe muito bem para quê. Será que o caso dramático da Grécia, à beira do desastre final, não funciona como advertência, não o incomoda, nem desperta o socialista que era suposto haver em si? Ora, no ponto em que estamos, a questão já não é honrar compromissos, mas ser, sim ou não, uma muleta do Governo que, no fim de contas, até não precisa dela, a não ser para continuar a avalizar as políticas de confisco e depauperamento que estão a ser levadas a cabo.

sábado, janeiro 07, 2012

Pas(s)os Doble e Canções de Embalar


PEDRO Passos Coelho afirmou que 2012 é um ano de viragem económica para o país. 

Depois da canção de embalar vieram os pas(s)os doble, e a viragem económica está mais uma vez à vista: quase 15 mil pensionistas, detentores de pensões acumuladas da Segurança Social e outras entidades nacionais ou estrangeiras, alguns deles com pensões abaixo dos 550 euros, vão ter o valor da pensão reduzido, com cortes de 21,5%. Com este assalto aos pensionistas, o governo demonstra ser cobardolas, pois escolhe como alvo o sector mais frágil, menos organizado, logo com menor poder reivindicativo. Para sacudir a água do capote, o ministério do homem da Vespa veio dizer que a lei que permite mais este esbulho remonta a 2007 e é da autoria do governo de José Sócrates (só que foi aprovada pela maioria PS e PSD), tendo-se escusado a divulgar o critério usado para os cortes, que se suspeita terem sido cegos,

Dizem os especialistas que Portugal não é a Grécia. De acordo, mas por este andar vai ser muito pior. Os meninos do governo que continuem a esticar a corda, e depois não se queixem!

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Tão Amigos Que Nós Éramos...


TIVE um imperdoável esquecimento ao deixar passar em branco que José Sócrates, afinal, não está a frequentar nenhum curso de filosofia, mas sim um curso de ciência política. Tenha a informação origem num lapso ou aldrabice de quem a deu, tanto faz; importante mesmo é que ele está por Paris, e cada vez que abre a boca, mesmo que seja a debitar teorias bizarras ou a garantir que estudou economia, continua a ser notícia de primeira página e de abertura dos telejornais, e a ser citado na blogosfera, como é agora o caso.

Mas o que eu acho mesmo lamentável é que Diogo Freitas do Amaral, que foi seu ministro e acérrimo defensor – é verdade, do Sócrates traficante de banha da cobra e das suas "corajosas" políticas - tenha vindo agora desencar o dito, nas televisões e em horário nobre, passando uma esponja sobre todos os postais e cartas de amor com que o incensou, acusando-o de ter dito as barbaridades que disse, e ainda, por ter sido o principal responsável por todas as calamidades e descalabros em que o país se encontra. Esta traição, dita assim, tem um sabor amargo, e parece que estou a ouvir Sócrates a exclamar indignado, tal como Júlio César ao ser apunhalado no Senado: Também tu Diogo? E tão amigos que nós éramos...

quinta-feira, dezembro 08, 2011

Do Inglês Técnico ao Economês

«Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança (…) as dívidas dos países, pelo menos foi o que eu estudei em economia, são por definição eternas. As dívidas gerem-se, foi assim que eu estudei.»

Afirmações de José Sócrates perante uma plateia de estudantes universitarios da secção latino-americana da Sciences Po, a escola onde o ex-primeiro ministro estuda Ciência Política.

segunda-feira, setembro 19, 2011

Brincar às Laranjadas

O SOBA Alberto João, vinte e quatro horas depois de ter negado a existência de uma dívida oculta nas contas do Governo Regional da Madeira, deu o dito por não dito, reconhecendo que afinal sempre a dissimulou, diz ele que numa manobra de "legítima defesa", contra a nova Lei das Finanças Regionais que não tolera gastos à "tripa forra", e o governo do Sócrates, que não era sério, talvez porque mentia tanto ou mais do que ele.
É fácil de ver que este cavalheiro, empoleirado em mais de trinta anos de poder ininterrupto, e sempre bem guardado e protegido, já experimentou de tudo. Faltava-lhe apenas dar o golpe de mestre e brincar às escondidas com a legalidade. Estou com grande curiosidade para ver quais vão ser os resultados práticos da laranjada doméstica que vai ter lugar, para debater o assunto, entre os correligionários Cavaco Silva e Passos Coelho em pessoa, e com a figura tutelar do atrevido e insolente Alberto João Jardim a pairar entre eles.

segunda-feira, julho 18, 2011

Balcão de Reclamações

PARECE que há um “desvio” nas contas públicas portuguesas, da ordem dos 2.000 milhões de Euros, que vêm dos exercícios dos governos de José Sócrates. Como é óbvio, as reclamações devem ser apresentadas na esplanada do Café du Pont-Neuf, em Paris, França, à hora a que habitualmente José Sócrates aparece por lá, para atender e despachar.

terça-feira, junho 14, 2011

Dois Mil e Quatrocentos Anos os Separam

COM um nome tão fora do vulgar, o ex-primeiro-ministro José Sócrates, parece querer fazer-lhe juz, correndo a notícia de que irá para Paris, cursar filosofia durante um ano. Ironias à parte, mas ter nome de filósofo e pretender estudar filosofia é de uma grande responsabilidade, tão grande como chamar-se Futre e querer aprender a jogar futebol. A ser verdade, veremos o que vai sair dali, já que o Sócrates original (469-399 a.c.), em oposição à sua actual versão lusa, sempre se manteve afastado da política, e a sua personalidade, segundo crónicas e depoimentos daquela época da antiguidade clássica, provocava apreensão e inquietação, a quem se cruzava com ele.
Embora tivesse dedicado toda a vida à filosofia e ao seu ensino, o Sócrates original sobre ela nada deixou escrito, muito embora por ela tenha dado a vida, ao ser condenado à morte, acusado (talvez injustamente) de corromper a juventude de Atenas com as suas ideias e crenças, numa época em que não havia contemplações com os delitos de opinião. Com dois mil e quatrocentos anos a separar ambos os Sócrates, o pouco que sabemos do mais antigo foi-nos transmitido por Aristóteles, pelo historiador Xenofonte nos seus “Ditos Memoráveis de Sócrates”, e por Platão, ao qual deu voz em alguns dos seus “Diálogos”, em que o pensador é posto a discorrer sobre vários temas filosóficos. Teria adoptado a divisa délfica «Conhece-te a ti mesmo», regra que impunha um exame constante de si próprio em relação aos outros, e dos outros em relação a si mesmo. Mestre em discernir entre o imaginário ou falso, e o genuíno ou verdadeiro, terá aconselhado os seus discípulos, na sua derradeira lição, antes de ingerir a fatal taça de cicuta, que «se não vos preocupardes com vós próprios e não quiserdes viver da maneira conforme vos tenho aconselhado, fazer-me agora muitas e solenes promessas não servirá de nada». Fica aqui registado o oportuno comentário do original Sócrates, sobre a importante e tortuosa questão das promessas não cumpridas, e que ele ilumine quem dele ostenta agora o nome, bem como todos os outros.

Imagem: O Pensador de August Rodin (1840-1917)

domingo, junho 05, 2011

À Boca das Urnas - Uma Blague de Antologia

O líder do PS [José Sócrates] decidiu refutar [nas últimas horas da campanha eleitoral] os que o criticam por “não falar” de propostas. A resposta, ao fim de duas semanas de campanha por todo o país, foi desconcertante: “São poucos os segundos de televisão a que um pobre político tem direito.”

Excerto da notícia do jornal PÚBLICO on-line de 3 de Junho de 2011

terça-feira, maio 31, 2011

Fala a Experiência

… e depois, se te portares bem, até podes ter uma fundação para te entreteres, uma biografia a sério escrita por aquela jornalista que tu conheces, polícias e seguranças à porta, 24 sobre 24 horas, teres telemóveis em barda para escavacares, a oportunidade de abraçar uma causa como seja a protecção dos animais ferozes, ires à pesca de robalos com o Vara ou à caça das codornizes com o Alegre, frequentares um curso de artes marciais na China, integrares o conselho de administração da empresa que faz os “magalhães”, seres proprietário de um ginásio com spa no Freeport, jantares no Chez Dominique, considerado um dos melhores restaurantes do mundo, andares sempre com um teleponto na bagagem, porque podes ser convidado para discursar na Internacional Socialista ou nas campanhas eleitorais que vão aparecendo por aí, dares, uma vez por outra, aulas de inglês técnico na escola EB+S da tua área de residência, bem como beneficiares das mordomias que apenas estão reservadas aos grandes e excelentes estadistas como nós. É uma experiência alucinante, e tu tens estofo, podes crer!

sábado, maio 21, 2011

As Palavras, os Actos, a Honestidade e a Autoridade Moral

José Sócrates irritou-se esta manhã (19-Maio-2011) com um empresário durante uma conferência organizada pelo «Diário Económico». Depois da intervenção do primeiro-ministro demissionário e líder do PS, chegou a fase das perguntas.

«Fez um discurso muitíssimo bem conseguido, é profundo conhecedor dos problemas, mas eu tenho um problema essencial consigo, os seus actos não reflectem as suas palavras», afirmou um empresário, aplaudido de imediato pela plateia. A justificação para este «problema» surgiu depois. O empresário afirmou que «nos últimos seis anos o país perdeu sistematicamente competitividade» e perguntou a Sócrates «o que vai mudar para fortalecer a competitividade» caso seja reeleito.

«Não gostei do que disse», começou por responder Sócrates. «E não gostei por uma razão muito simples: Eu faço o meu melhor para que as minhas palavras correspondam exactamente aos meus actos. Desculpe, eu não lhe reconheço nenhuma autoridade moral para dizer que as suas palavras correspondem melhor aos seus actos do que as minhas», respondeu, visivelmente irritado.

«Os políticos podem sempre ter objectivos que não são cumpridos, mas o que me espanta é que o senhor não seja capaz de reconhecer, com honestidade, que entre 2005 e 2007, antes da crise que todo o mundo viveu, que a nossa economia estava a crescer. 2007 foi o ano em que a economia mais cresceu durante esta década», afirmou ainda José Sócrates.

«Considero injusto que considere que o meu governo também é responsável pela crise internacional. Fez o que fizeram os outros Governos», disse ainda.

Transcrição do site do canal de televisão por cabo TVI24

Moral da História: O Mundo, e Portugal muito em especial, estão pejados de impostores, que se consideram, campeões da verdade, honestidade e moralidade. Em contrapartida, há um défice de pessoas que não tenham receio de os colocar no seu devido lugar.