JOÃO
MARCELINO é um nome a fixar. O sujeito podia ter qualquer outra ocupação menos
"mediática", mas calhou-nos em sorte que se tivesse tornado (ou o fizessem) director do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, um matutino que se assume como um
jornal diário de referência. Entretanto, ao pontificar nos editoriais do dito, o que diz Marcelino? Diz, nada mais, nada menos, que considera perfeitamente
aceitável que os jornais "vendam" notícias "encomendadas", seja pelo governo, ou qualquer outra entidade.
É
assim uma coisa parecida com um juíz, que em vez de apurar a verdade e aplicar
a justiça, se disponha a "transaccionar" a sua competência, isenção e
o poder que a lei lhe confere, aceitando a incumbência de ocultar ou perverter
provas, a fim de evitar que a verdade se imponha, que um dado arguido seja
condenado, ou sequer se sente no banco dos réus. Ou então que um qualquer
presidente de câmara municipal, “venda” por bom preço os seus préstimos, ao
primeiro especulador imobiliário que o aborde, interessado numa significativa
alteração do Plano Director Municipal (PDM), a favor das suas conveniências.
Dizendo
Marcelino o que diz - e talvez aplicando-o na sua prática quotidiana, sempre
que lhe surge uma boa oportunidade - acaba por converter num mero pasquim,
aquilo que deveria ser um jornal. Quanto a ele, nunca atingirá o patamar de um
simples director, muito menos de um conceituado e respeitado director,
ficando-se por um banal vendilhão de balelas, com direito a ser citado pela
negativa, nos cursos superiores de comunicação.