DEPOIS de 21,35% da EDP terem sido entregues à chinesa Three Gorges, foi a vez de 25% da Rede Eléctrica Nacional (REN) passar para a mãos dos chineses da China State Grid, e mais 15% para os árabes da Omã Oil. Vamos ver quais as novidades que nos trazem as próximas facturas de energia, com um toque MADE IN PRC, porque para já, e feitas as contas, não sobra nada para acender a ansiada e prometida luz ao fundo do túnel.
O Orçamento de Estado de 2012 prevê a entrega de mais uma bagatela de 600 milhões de euros ao BPN, que se somará aos 3,5 mil milhões já lá enterrados, a fim de continuar a recapitalização deste poço sem fundo. Recorde-se que o BPN foi vendido ao angolano BIC de Mira Amaral e de Isabel dos Santos, pela módica quantia de 40 milhões de euros, um verdadeiro preço para amigos. O saldo da operação é calamitosamente negativo, e quem pagou e vai continuar a pagar tudo isto, continua a ser o respeitável contribuinte português.
Assim vai o andamento das privatizações em Portugal, que como se vê, são autênticos negócios da China, sobretudo quando o que está em causa são activos estratégicos, de que normalmente ninguém abre a mão. Entre saldos, promoções e vendas ao desbarato, o ambiente é mais de liquidação total do que de tentativa de recuperação económica. No entanto, os tratantes que têm por hábito governar Portugal, orgulham-se de serem muito atrevidos e inovadores neste tipo de transações. Faz-me lembrar a história daquele barco que já meio naufragado, por excesso de carga nos porões, a única coisa de que o comandante se lembrou para o aliviar do peso, foi mandar atirar os salva-vidas pela borda fora.