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quinta-feira, novembro 07, 2013

Governo em Ressaca Permanente


DEPOIS de o Governo ter aumentado o horário de trabalho dos funcionários da administração pública para 40 horas semanais (isto é, mais tempo de trabalho pelo mesmo salário), sabe-se agora pela boca de Pedro Lomba, o papagaio invertebrado que ocupa a sinecura de secretário de Estado Adjunto do ministro do Desenvolvimento Regional, que estes mesmos funcionários vão passar a ter a possibilidade de verem reduzido o seu horário de trabalho para a modalidade de tempo parcial, acompanhado da respectiva redução salarial, medida esta que, diz o acólito, é mais amiga da família e da tranquilidade, e vai no sentido de se instituírem e adoptarem boas práticas políticas de apoio à família. E pasme-se: os aderentes a esta modalidade serão contemplados com a isenção do corte aplicado aos salários de 600 euros.

Preocupado com os índices de felicidade dos trabalhadores portugueses, e apostado em transferir o paraíso para este protectorado lusitano, o Governo - essa aberração em estado de ressaca permanente -, e pela voz dos seus cabotinos de serviço, vai-nos passando a excelsa mensagem de mais esta refinada filhaputice, contemplada no OE para 2014: meio tempo de trabalho e meio salário corresponde à felicidade relativa; sem trabalho e sem salário é o expoente máximo da felicidade absoluta. E tudo isto, como se pode ver, a bem do apoio à maternidade e à paternidade, bem como das famílias com necessidades especiais, serviços básicos, educação, formação, habitação, urbanismo e transportes. Um mimo!

segunda-feira, agosto 05, 2013

Sem Papas na Língua

O PROVEDOR dos leitores do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, Óscar Mascarenhas, escreveu um artigo arrasador sobre o comportamento do ministro Miguel Poiares Maduro e do secretário Pedro Lomba, nos chamados "briefings", ou encontros com a comunicação social, ou conferências de imprensa, ou lá o que aquilo seja. Curiosamente, há meia dúzia de dias atrás, abordei este mesmo assunto AQUI. Entretanto, uns acham que Óscar fez bem, outros sugerem que como provedor dos leitores não pode manifestar opiniões políticas, outros que ultrapassou as suas funções, outros que desacredita a função de provedor, outros que se excedeu, outros que foi muito duro, outros etecetera e tal. Interessante é que todos bateram na mesma tecla, dizendo que Óscar Mascarenhas, ao querer fazer pedagogia, inverteu os alvos, trocando os jornalistas pelos políticos, o que me parece não ter sido o caso. Quem se der ao trabalho de ler o artigo em causa, verá que quando Óscar Mascarenhas diz que

«... manda o nosso Código Deontológico [do DIÁRIO DE NOTÍCIAS], no seu ponto 3, que "o jornalista deve lutar contra as restrições no acesso às fontes de informação e as tentativas de limitar a liberdade de expressão e o direito de informar. É obrigação do jornalista divulgar as ofensas a estes direitos." Venham os Poiares Pedros ou os Lombas Maduros que vierem, jornalista do DN que se acobarde perante este fascismo com pés de lã, pode ter a certeza, à fé de quem sou, que fica com o nome num pelourinho de cobardolas que prometo expor aos leitores. Porque é dos direitos dos leitores que estamos a falar. Enquanto estiver nesta casa e nela tiver voz, o fascismo não entra de esguelha.»,

não está a fazer mais do que a "defender a liberdade de imprensa", a "defender a deontologia profissional", condenando a tentativa "de intromissão dos membros do governo" e lançando um "apelo para que os jornalistas do DN não entrassem nesse jogo". Na verdade, o que está em causa não é a política em si, mas sim o posicionamento e comportamento dos políticos perante a comunicação social e a sua função. Se lá pelo meio há o recurso a uma linguagem mais colorida, longe dos habituais "tons pastel" do politicamente correcto, não é nada que se compare às expressões abjectas e ofensivas que ultimamente temos ouvido, como por exemplo, quando o Passos Coelho mandou os desempregados emigrarem ou irem para outro lado, seja esse lado qual for. Neste caso, muitos dos que deveriam ter falado, ficaram calados, ao passo que agora, com Óscar Mascarenhas, decidiram alegremente, meter a sua garfada. Na verdade, salvo raras excepções, está-se a perder o salutar hábito de "chamar os bois pelos nomes", pôr os pontos nos "is" e os traços nos "tês". Será com medo do tal fascismo, ou seja lá o que for, que se anda a insinuar de esguelha?