PS pede eleições mas o Governo diz que está de pedra e cal, não se demite e garante que está empenhado em continuar a extorquir direitos, teres e haveres aos portugueses, para salvar as gerações futuras. PS pede ao oportunista CDS que dê um passo em frente, precipitando a maioria em minoria, mas o Governo não se divide, pois o CDS sabe que estar lá e fingir que não está, é uma das vantagens dos casamentos de conveniência. PS pede eleições ao inquilino de Belém, mas ele faz ouvidos de mercador e vai discorrendo sobre as lutas políticas que não resolvem os problemas do país. Condenada à partida, e na sua aberrante singularidade, a moção lá se vai arrastando penosamente, ao longo de três horas e tal de debate parlamentar - numa esgrima verbal entre PS e PSD, onde até veio à baila uma serôdia carta de Seguro para a troika e as obras suspensas do túnel do Marão -, para chegar ao fim sem resultados, embora o PS tenha ficado com o ego mais reconfortado, continuando a subscrever a tese de que o Governo é incompetente. Nada mais falso. O Governo sabe o que quer, quando e como fazer, nem que para isso tenha que fazer muita pantomina, e se necessário, atropelar a Constituição e pisar os terrenos da ilegalidade. Quando este governo for embora, alguém terá que fazer a pergunta que se impõe: Quando é que será devolvido aos portugueses, aquilo que os Ladrões lhes roubaram?
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quinta-feira, abril 04, 2013
quarta-feira, outubro 03, 2012
A Coerência da Incoerência
EM 1 de Outubro de 2012, o vice-presidente da bancada do Partido Socialista José Junqueiro acusou Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, de andar de "mão dada com a direita", a propósito de aquele ter afirmado que o PS se demitiu de ser força de oposição à coligação PSD/CDS-PP. Disse isto sem se rir, e foi ainda mais longe, acusando Jerónimo de Sousa de ser um dos responsáveis por existir actualmente um governo de direita, na medida em que ao votar ao lado da direita, contra o PEC IV (Plano de Estabilidade e Crescimento) - produto de um suposto governo de esquerda, apenas no espírito mas não de facto - levou a que José Sócrates se demitisse.
Dois dias depois, em 3 de Outubro de 2012, o PS (partido submisso) do mesmo José Junqueiro, ancorado num pretenso sentido de responsabilidade por ter subscrito o memorando da troika, por se considerar oposição responsável e alternativa ao Governo, e rejeitar “populismos fáceis”, declarou que se irá abster (expressão máxima de coerente incoerência) na votação das Moções de Censura do PCP e do BE, dirigidas contra o Governo da coligação PSD/CDS-PP, as quais irão ser discutidas e votadas na sessão da Assembleia da República de 4 de Outubro de 2012.
A ver vamos o que resultará desta estrábica “lucidez” política.
Dois dias depois, em 3 de Outubro de 2012, o PS (partido submisso) do mesmo José Junqueiro, ancorado num pretenso sentido de responsabilidade por ter subscrito o memorando da troika, por se considerar oposição responsável e alternativa ao Governo, e rejeitar “populismos fáceis”, declarou que se irá abster (expressão máxima de coerente incoerência) na votação das Moções de Censura do PCP e do BE, dirigidas contra o Governo da coligação PSD/CDS-PP, as quais irão ser discutidas e votadas na sessão da Assembleia da República de 4 de Outubro de 2012.
A ver vamos o que resultará desta estrábica “lucidez” política.
segunda-feira, junho 25, 2012
Ministro Sem Pasta
UM estraterrestre que tivesse aterrado hoje no hemiciclo da Assembleia da República, e tivesse ouvido o discurso do deputado do PS (partido Seguro), Pedro Silva Pereira, posicionando o seu o partido, relativamente à moção de censura apresentada pelo PCP, concluiria que este cavalheiro era o melhor ministro sem pasta (e sem vergonha) que a coligação PSD/CDS-PP poderia ter encontrado, para defender, branquear e isentar a governação de Pedro Passos Coelho, que estava a ser objecto de censura. Lamentável, para não dizer abjecto!
domingo, fevereiro 13, 2011
Moções e Monções
É CERTO que há uns dias atrás, aqui neste post do blog A ESSÊNCIA DA PÓLVORA, eu tinha pedido - sem me dirigir a ninguém em especial - para que, a propósito de moções de censura, trabalhassem, discutissem, ponderassem, analizassem em profundidade, mas que se despachassem, sem se precipitarem, porque a situação já passava das marcas. Mas afinal, o meu pedido não resultou. Embora ainda não se conheça a sua fundamentação (se é que a fundamentação tem interesse determinante), a moção do Bloco de Esquerda, tem tudo para se tornar um perfeito paradoxo. Tanto pode ser uma coisa como o seu contrário, e os seus dirigentes, que deviam ser comedidos nas palavras, continuam a multiplicar-se em declarações, estarrecedoras umas, e patéticas outras, ao passo que a direita, à distância de um mês, mesmo sem fundamentação, já passou a bola, que anda por aí a saltitar, e ninguém a quer agarrar. Assim não!
Primeiro foi o apoio à candidatura bífida de Manuel Alegre às eleições presidenciais, agora esta moção de censura. Duas infantilidades em tão pouco tempo, é demais. A direita respira aliviada e Sócrates agradece. Assim não!
Primeiro foi o apoio à candidatura bífida de Manuel Alegre às eleições presidenciais, agora esta moção de censura. Duas infantilidades em tão pouco tempo, é demais. A direita respira aliviada e Sócrates agradece. Assim não!
terça-feira, fevereiro 08, 2011
Que Parvos Que Eles São!
AS DECLARAÇÕES do sempre impagável comentador Vitalino Canas, são de uma comicidade escandalosa, quando diz que "o PCP sempre se manifestou disponível para censurar governos do PS e sempre esteve disponível para derrubar governos do PS mesmo que isso tenha como hipotética consequência um regresso das forças de direita ao Governo".
Já o engenheiro incompleto, a cavalgar a mesma onda, também dá um ar da sua graça, quando diz que este é um tempo para cerrar fileiras à volta dos governos, para enfrentar as dificuldades, e não para discutir questões de poder ou crises. Coitados, que parvos que eles são!
Ora o problema está exactamente aí: não se pode falar de um regresso das forças de direita ao Governo, quando elas já lá estão, bem vivinhas da costa, com provas dadas, tanto em intenções como em resultados, por obra e graça do PS (partido Sócrates), uma amálgama que se diz socialista por fora, mas que por dentro, quase nada a distingue de uma direita genuína, de tal forma que já não melindra perguntar: o que é que a direita pode fazer, que o PS já não tenha feito?
Já o engenheiro incompleto, a cavalgar a mesma onda, também dá um ar da sua graça, quando diz que este é um tempo para cerrar fileiras à volta dos governos, para enfrentar as dificuldades, e não para discutir questões de poder ou crises. Coitados, que parvos que eles são!
Ora o problema está exactamente aí: não se pode falar de um regresso das forças de direita ao Governo, quando elas já lá estão, bem vivinhas da costa, com provas dadas, tanto em intenções como em resultados, por obra e graça do PS (partido Sócrates), uma amálgama que se diz socialista por fora, mas que por dentro, quase nada a distingue de uma direita genuína, de tal forma que já não melindra perguntar: o que é que a direita pode fazer, que o PS já não tenha feito?
terça-feira, outubro 12, 2010
Decidam-se lá!
QUER-ME parecer que não nos andam a contar toda a verdade. Por um lado temos aqueles que quase nos garantem que Sócrates se vai demitir em 29 de Outubro, na sequência da rejeição do Orçamento de Estado, pelo Parlamento, com os votos do PSD. Por outro, temos quem afiance que estamos a assistir a jogos e pressões, com negociatas e entendimentos de permeio, mais ou menos confidenciais, exibidos como genuíno patriotismo, e que irão adiar as eleições por mais uns meses, para depois das presidenciais, enquanto o fogo do inferno vai consumindo pessoas, teres e haveres.
Entretanto, exactamente a 24 de Novembro, irá ocorrer uma Greve Geral, suportada pela CGTP e a UGT, emoldurada com as contestações às portagens das SCUTs, e mais umas quantas reivindicações. Quanto ao PS, em ambiente de fim de festa, vai-se movimentando nos bastidores e nas suas distritais, vai arrumando a casa e varrendo as incoerências para debaixo do tapete, contando espingardas e descendo os escaleres, para abandonar o barco antes que ele se afunde a pique, e leve no seu turbilhão, uns quantos refractários que se perderam à procura de parceiro para dançar o tango.
Um novo e péssimo orçamento para 2011, ou um novo-velho orçamento, baseado em duodécimos, não me parece fazer grande diferença, atendendo ao estado em que Sócrates está a deixar o país, e não me venham com o “papão” das agências de rating e a possibilidade de deixar de haver quem nos dê crédito, porque isso, com ou sem orçamento, de uma forma ou de outra, é uma alcateia que trazemos coladas às canelas, e de que já não nos conseguimos livrar. Persiste apenas a dúvida de saber se Sócrates joga no tabuleiro das eleições lá para meados do ano que vem, ou se espera que se reúnam as condições para ele se voltar a vitimizar, auto-imolando-se, com a desculpa da ausência de orçamento próprio, ficando limitado à sua condição de governo de gestão, desprovido de poder para produzir mais malefícios.
Feitas as contas, não sei o que é pior, se continuar a manter-se este permanente e quotidiano escândalo nacional, em que o próprio governo, depois de dizer que está fora de questão aumentar os impostos, acaba a esbulhar o povo português dos seus já reduzidos meios de subsistência, ou se devem reunir-se as condições para açaimar e manietar um (des)governo onde ninguém se demite ou é demitido, onde nem sequer se equaciona a hipótese de remodelação, mas onde ainda se brinca ao “rapa-tira-põe-deixa”, a propósito das acumulações de pensões e vencimentos da classe dirigente, ou se faz vista grossa aos gastos sumptuários com consultorias e aniversários de organismos do Estado. Todos se desentendem, porém, é evidente, o problema já não é a desafinação do colectivo governativo, mas sim o chefe da orquestra, propriamente dito, que vai continuando a girar, impondo o ritmo, entre o estarmos hoje em crise, grave e profunda, amanhã já se ver a luz ao fundo do túnel, para depois de amanhã deixar de se vislumbrar a tal luz e o próprio túnel. Ou então decidir-se hoje a fazer o TGV, amanhã já não ser oportuno, e depois de amanhã logo se vê. Fica uma pergunta no ar: dizem isto automaticamente, porque têm que dizer qualquer coisa, ou é tudo premeditado, para armar confusão?
Na verdade, quem nos está a governar e a governar-se, são os escritórios de advogados, contratados por ajuste directo e pagos a peso de ouro, as empresas de organização de eventos e as agências de comunicação, e pelo meio, apenas se vê Sócrates a rodopiar. Não desarma a barraca, e todos os dias, continua a atordoar-nos com os seus números de circo, prometendo, simulando, adiando, gesticulando, mentindo, gastando, esvoaçando como o cuco, e pondo os seus ovos em ninho alheio, esquecendo ou ignorando que já ninguém o leva a sério, e todos lhe chamam trafulha e mentiroso. Com tudo isto não se controlam os danos feitos ao país. Sócrates vai acabar mal, mas nós, graças a ele e à sua pandilha, assados, fritos ou cozidos, vamos ficar pior, por muito e longo tempo. Vá lá, meus senhores, decidam-se! Os tomatinhos-miniatura não são só uma inovação gastronómica; na política são um facto… Já agora, à falta de chumbo do orçamento, entalem o Sócrates e dêem-lhe com outra moção de censura!
Entretanto, exactamente a 24 de Novembro, irá ocorrer uma Greve Geral, suportada pela CGTP e a UGT, emoldurada com as contestações às portagens das SCUTs, e mais umas quantas reivindicações. Quanto ao PS, em ambiente de fim de festa, vai-se movimentando nos bastidores e nas suas distritais, vai arrumando a casa e varrendo as incoerências para debaixo do tapete, contando espingardas e descendo os escaleres, para abandonar o barco antes que ele se afunde a pique, e leve no seu turbilhão, uns quantos refractários que se perderam à procura de parceiro para dançar o tango.
Um novo e péssimo orçamento para 2011, ou um novo-velho orçamento, baseado em duodécimos, não me parece fazer grande diferença, atendendo ao estado em que Sócrates está a deixar o país, e não me venham com o “papão” das agências de rating e a possibilidade de deixar de haver quem nos dê crédito, porque isso, com ou sem orçamento, de uma forma ou de outra, é uma alcateia que trazemos coladas às canelas, e de que já não nos conseguimos livrar. Persiste apenas a dúvida de saber se Sócrates joga no tabuleiro das eleições lá para meados do ano que vem, ou se espera que se reúnam as condições para ele se voltar a vitimizar, auto-imolando-se, com a desculpa da ausência de orçamento próprio, ficando limitado à sua condição de governo de gestão, desprovido de poder para produzir mais malefícios.
Feitas as contas, não sei o que é pior, se continuar a manter-se este permanente e quotidiano escândalo nacional, em que o próprio governo, depois de dizer que está fora de questão aumentar os impostos, acaba a esbulhar o povo português dos seus já reduzidos meios de subsistência, ou se devem reunir-se as condições para açaimar e manietar um (des)governo onde ninguém se demite ou é demitido, onde nem sequer se equaciona a hipótese de remodelação, mas onde ainda se brinca ao “rapa-tira-põe-deixa”, a propósito das acumulações de pensões e vencimentos da classe dirigente, ou se faz vista grossa aos gastos sumptuários com consultorias e aniversários de organismos do Estado. Todos se desentendem, porém, é evidente, o problema já não é a desafinação do colectivo governativo, mas sim o chefe da orquestra, propriamente dito, que vai continuando a girar, impondo o ritmo, entre o estarmos hoje em crise, grave e profunda, amanhã já se ver a luz ao fundo do túnel, para depois de amanhã deixar de se vislumbrar a tal luz e o próprio túnel. Ou então decidir-se hoje a fazer o TGV, amanhã já não ser oportuno, e depois de amanhã logo se vê. Fica uma pergunta no ar: dizem isto automaticamente, porque têm que dizer qualquer coisa, ou é tudo premeditado, para armar confusão?
Na verdade, quem nos está a governar e a governar-se, são os escritórios de advogados, contratados por ajuste directo e pagos a peso de ouro, as empresas de organização de eventos e as agências de comunicação, e pelo meio, apenas se vê Sócrates a rodopiar. Não desarma a barraca, e todos os dias, continua a atordoar-nos com os seus números de circo, prometendo, simulando, adiando, gesticulando, mentindo, gastando, esvoaçando como o cuco, e pondo os seus ovos em ninho alheio, esquecendo ou ignorando que já ninguém o leva a sério, e todos lhe chamam trafulha e mentiroso. Com tudo isto não se controlam os danos feitos ao país. Sócrates vai acabar mal, mas nós, graças a ele e à sua pandilha, assados, fritos ou cozidos, vamos ficar pior, por muito e longo tempo. Vá lá, meus senhores, decidam-se! Os tomatinhos-miniatura não são só uma inovação gastronómica; na política são um facto… Já agora, à falta de chumbo do orçamento, entalem o Sócrates e dêem-lhe com outra moção de censura!
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