«(...) O Tribunal de Contas (TC) vai aprovar uma auditoria que volta a arrasar o modelo das Parcerias Público Privadas (PPP) no sector rodoviário e adverte para a pesada dívida das Estradas de Portugal (EP). A acusação mais relevante é a que se refere à renegociação dos contratos de concessão das ex-SCUT para a introdução de portagens. Os novos contratos vão agravar em 10 mil milhões a factura do Estado.
(...)»
Excerto da notícia do semanário EXPRESSO on line, de 12 de Maio de 2011
Meu comentário: Nesta terra, cada cavadela que se dê, põe a descoberto um ninho de minhocas! O povo está cá para pagar tudo, mesmo os maus negócios com a construção de auto-estradas, com portagens ou sem elas. Os beneficiários são as construtoras do costume e o segredo está em que o governo encaixe “comissários políticos” no sítio certo, em sonegar informação relevante ao Tribunal de Contas, e se necessário, dizer que estes sacrifícios são em benefício da modernidade, das próximas gerações, da mobilidade, do “desenvolvimento sustentado”, se calhar do próprio “estado social”. E acima de tudo, acreditar que os portugueses são imbecis e masoquistas. Alguém já perguntou onde é que isto nos vai levar? Há parcerias Público-Privadas em que o Estado negociou concessões e comprometeu os contribuintes até 2085, altura em que presumivelmente, estaremos a negociar a décima intervenção do FMI …
Sócrates com as suas virtualidades de proto-engenheiro e feiticeiro da oratória, ainda vai acabar como quadro superior de alguma das grandes construtoras que, a bem do betão e da nação, por cá proliferaram e enriqueceram nos últimos seis anos, substituindo a agricultura, as pescas, a indústria alimentar, a metalomecânica, e uma constelação de nichos de actividades económicas que se foram extinguindo.
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sexta-feira, maio 13, 2011
quarta-feira, setembro 29, 2010
Recompensas em vez de Multas
SOUBE-SE agora que a Variante Sul de Coimbra, estrada que tem 5 km e custou 19,2 milhões de euros, foi inaugurada no passado dia 13 de Setembro, com dez meses de atraso, pelo ministro das obras públicas António Mendonça. Para que isso acontecesse, a empresa Estradas de Portugal (EP), gestora da rede rodoviária nacional, pagou cerca de 351 mil euros à construtora Ferrovial Agroman, a título de sobrecustos pela antecipação de abertura daquele troço, isto é um verdadeiro prémio, quando o que devia ter ocorrido era a cobrança de multas, motivadas pelo atraso da conclusão da obra, mesmo sem aquela estar concluída, na sua totalidade.
Estou errado? Não creio. Assim vai Portugal, imparável no que toca a despesas escandalosas, um guisado feito a fogo lento, bem nutrido e condimentado, para garantir a fidelidade dos amigos. Num dia são a frota de carros de luxo da empresa Águas de Portugal, no outro são os prémios pagos, em vez de multas cobradas, das obras negociadas pela empresa Estradas de Portugal. Para amanhã, veremos o que irá sair na rifa, porque a fila de espera dos vitelos mamadores não é pequena. Pequeno é o país!
Não admira, portanto, que haja muito dinheiro à solta por aí, e muita gente a glorificar e a tirar proveito desta crise persistente em que estamos atolados, e que continua a ser sustentada pelos contribuintes, os sacrificados do costume. Outros há, que acham que ir dar a cara à manifestação de hoje, marchar, marchar, marchar, é uma exorbitância, um desperdício. Bem, meus amigos, daqui a dez a anos, se eu ainda andar por cá a arrastar as botas, falaremos!
Estou errado? Não creio. Assim vai Portugal, imparável no que toca a despesas escandalosas, um guisado feito a fogo lento, bem nutrido e condimentado, para garantir a fidelidade dos amigos. Num dia são a frota de carros de luxo da empresa Águas de Portugal, no outro são os prémios pagos, em vez de multas cobradas, das obras negociadas pela empresa Estradas de Portugal. Para amanhã, veremos o que irá sair na rifa, porque a fila de espera dos vitelos mamadores não é pequena. Pequeno é o país!
Não admira, portanto, que haja muito dinheiro à solta por aí, e muita gente a glorificar e a tirar proveito desta crise persistente em que estamos atolados, e que continua a ser sustentada pelos contribuintes, os sacrificados do costume. Outros há, que acham que ir dar a cara à manifestação de hoje, marchar, marchar, marchar, é uma exorbitância, um desperdício. Bem, meus amigos, daqui a dez a anos, se eu ainda andar por cá a arrastar as botas, falaremos!
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