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sábado, março 09, 2013

Dois Grandes Fanáticos Da Pobreza (FDP)

António Borges, o economista que Passos Coelhos cooptou para o seu governo, como assessor para as privatizações, com um salário estratosférico, defende que ninguém quer um país pobre, mas que o ideal seria que os salários (dos outros) descessem. Finge não se lembrar que Portugal já é um país pobre, e que os salários dos portugueses (excepto o seu) já são dos mais baixos da Europa.

Mesmo de forma resumida, convém saber-se quem é este grande e retinto Fanático Da Pobreza (FDP). António Borges é economista, foi vice-presidente e director-geral do banco Goldman Sachs entre 2000 e 2008, período em que o banco ajudou a Grécia a encobrir os reais números do défice, através de "swaps" cambiais com taxas de câmbio fictícias, o que na prática permitiu a Atenas aumentar a sua dívida sem reportar esses valores a Bruxelas, chegando assim à situação em que actualmente se encontra. Após sair do banco integrou a associação que delineia a regulação dos "hedge funds". Em Outubro de 2010, foi nomeado director do FMI para a Europa. Do seu currículo de administrador de empresas consta ainda a passagem pela Administração do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre. Em 2011 foi encarregado pelo primeiro-ministro Passos Coelho para liderar uma equipa que deve acompanhar, junto da Troika, os processos de privatizações, as renegociações das parcerias público-privadas, a reestruturação do sector empresarial do Estado e a recapitalização da banca.

Quer isto dizer que o Borges anda a desempenhar, em equipa com Passos Coelho, outro grande Fanático Da Pobreza (FDP), a pantomina do polícia-bom/polícia-mau, em que o Coelho é o bonzinho, "parecendo" defender que não se devem descer os salários, ao passo que ele, o Borges mauzão, determinado e inflexível, é adepto de reduzir ainda mais, o que já é de si reduzido. Enquanto ficamos a digerir a falsa polémica, eles trocam de papéis e zás, sob o falso argumento da refundação do Estado, a par do desbaste nas funções sociais, consuma-se mais um corte nos salários e nas pensões.

quarta-feira, outubro 17, 2012

Mais Conselheiro Borges

DIZ o jornal PÚBLICO que António Borges, o preclaro consultor do Governo para as privatizações veio em defesa do ministro das Finanças para dizer que Víctor Gaspar é "muito bom" e que é uma "sorte enorme" tê-lo como ministro português, isto depois do FMI ter apontado para 2013, uma contracção do PIB que poderá chegar aos 5,3%, ao passo que o tal ministro "muito bom" apenas arriscou um patético e simplório 1%. É caso para dizer que, sorte, sorte teve o Ali Bábá que só teve que enfrentar 40 ladrões...

Entretanto a coligação PSD/CDS-PP, já não foi tão bafejada pela sorte como os ingratos portugueses, pois os malefícios financeiros do sonso Gaspar têm gerado mau ambiente no seio daquela união de facto, que passou a comportar-se como um casal à beira da ruptura. Já não conversam, aparecem de cenho carregado, cada um anda para seu lado, não dormem juntos, rasteiram-se à boca-pequena, mordem-se à socapa, ao mesmo tempo que se vão desdobrando em declarações, dizendo que está tudo bem, que estão de boa saúde, apenas para manter as aparências. Por este andar não falta muito que o Borges seja chamado para dar uma mãozinha à esfrangalhada coligação, desta vez como conselheiro matrimonial.

domingo, setembro 30, 2012

O Borges é Três Vezes FDP

A CRIATURA não merece muitas palavras, mas convém estarmos atentos à sua loquacidade fecal, porque o meliante tem lugar cativo à mesa do orçamento e emparceira com o Governo, influenciando (ou arquitectando) as suas perversas decisões. Assim, sem receio de errar, podemos dizer que o Borges é três vezes um refinado FDP; a primeira porque é um Figurão Dos Poderosos (desde que não sejam ignorantes, claro está!), a segunda porque é um Fanático Das Privatizações, e a terceira porque é um Fabricante De Precariedade. E mais não digo.

domingo, junho 03, 2012

Sobre a Equidade dos Sacrifícios


DEPOIS de ter ouvido António Borges, como consultor do Governo, clamar pela urgência de baixar os salários dos portugueses, vim a saber que o cavalheiro ganhou no ano de 2011, como funcionário do Fundo Monetário Internacional, 225 mil euros (à volta de 45 mil contos, em moeda antiga) livres de impostos, benefício de que gozam estes excelentíssimos funcionários. Mas não nos escandalizemos! Estas isenções vão ser reparadas com a aplicação da chamada lei das compensações, isto é, com outras medidas, como aquela sugerida pelo secretário de Estado da Saúde, Leal da Costa, resultante da poupança que o Estado irá fazer, ao deixar de pagar actos médicos ou cirúrgicos de eficácia duvidosa, como por exemplo, as terapias que prolongam por mais algum tempo a vida dos doentes terminais de cancro.

Já lá diz o povo, e com razão, que a ocasião faz o ladrão. Foi gente como esta, exemplares chefes de família, frios, calculistas e técnicamente irrepreensíveis, que Adolf Hitler fez questão de colocar à frente dos campos de extermínio nazis, uns a gerirem a eficácia das câmaras de gás, outros a fazerem render os despojos extorquidos aos gaseados. Agora, embora os tempos sejam outros, podemos ficar descansados, pois há o pretexto da crise, e como seu remédio, a tão suposta quanto propalada equidade dos sacrifícios. Na verdade, o objectivo é encaminhar-nos para o campo de concentração, uns aos empurrões, outros de mansinho e de livre vontade, alguns com soporíferos, e os restantes com uma injecção atrás da orelha, ao som dos acordes e hinos de um futuro risonho.

sábado, junho 02, 2012

Sua Luminária, o Caga-Sentenças


«Diminuir salários não é uma política, é uma urgência»

Declaração em entrevista à Económico TV, do economista António Borges, ex-dirigente do PSD, mas agora conselheiro do Governo para as privatizações, para as parcerias público-privadas, para a reestruturação do Sector Empresarial do Estado e a para a situação da banca. Foi Vice-Governador do Banco de Portugal, Vice-Presidente do Conselho de Administração do Banco Goldman Sachs International, administrador do Citibank, BNP Paribas, Petrogal, Sonae, Jerónimo Martins, Cimpor e Vista Alegre, além de director do Departamento Europeu do Fundo Monetário Internacional. Actualmente, é também administrador da Fundação Champalimaud.

Meu comentário: É uma palavra tão feia que tenho vergonha de dizer. Fico-me apenas pelo "caga-sentenças"!

domingo, março 18, 2012

Ser e Parecer


O ECONOMISTA António Borges foi vice-presidente da Goldman Sachs, o banco norte-americano que aprecia desempenhos, gerando notação financeira e "aconselhando" governos (caso da Grécia, a quem ajudou a esconder o seu astronómico défice), ao mesmo tempo que acarinha as famílias mais ricas do mundo. O mesmo senhor é agora consultor da Parpública, a empresa que gere o processo das privatizações e da renegociação das Parcerias Público-Privadas. Agora, vai aceitar as funções de vogal não executivo no conselho de administração do grupo Jerónimo Martins. A acumulação de ambas as funções, levantou dúvidas, e muito bem, quanto à eventualidade de ambos os cargos não serem compatíveis, ou a sua simultaniedade não ser aconselhável, em termos de transparência. Entretanto, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado em que diz não existirem "incompatibilidades ou conflitos de interesses", pelo que António Borges pode ficar descansado e ir em paz, com a respectiva benção do ministro Victor Gaspar.

Ora, a questão que se põe, e que pelos motivos óbvios não pode ser imediatamente clarificada, é que nada nos garante que o grupo Jerónimo Martins não venha a ser, no futuro, um potencial candidato às privatizações que estão na calha, e aí, António Borges, como detentor de informação previligiada, pode vir a dar uma ajuda considerável, sem que a coisa se saiba. Assim sendo, não nos queiram fazer passar por parvos, passando certificados de duvidosa garantia. Manda a transparência e algum sentido de ética que, tal como aconteceu com Calpúrnia, a mulher de César, não bastando que fosse séria, também era preciso que o parecesse. Neste caso, a solução é simples: se o Grupo Jerónimo Martins quer António Borges, pois então que o leve, e que se arranje outro que o venha substituir na Parpública. Gente desempregada é o que há mais por aí...

segunda-feira, outubro 10, 2011

Chamar os Bois pelos Nomes

«(...) As coisas estão neste estado porque se fizeram (e continuam a fazer) escolhas políticas criminosas. Porque os governos são estúpidos? Não. Porque são politicamente corruptos. Quando vemos António Borges a dirigir o Departamento Europeu do FMI e Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu e sabemos que os dois foram vice-presidentes da Goldman Sachs - que foi quem ganhou com a crise do "subprime" e que ajudou a Grécia a mascarar a verdadeira dimensão do seu défice -, percebemos de quem estamos reféns. De gente com um currículo que deveria ser considerado cadastro.»

Excerto do artigo de opinião de Daniel Oliveira, intitulado "Capitalismo de Candonga", e publicado no semanário EXPRESSO de 8 de Outubro de 2011. O título do post é de minha autoria.