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quinta-feira, abril 26, 2012

Rescaldo de Abril (2)

"Essa associação [Associação 25 de Abril] tomou uma atitude que é perfeitamente razoável tendo em consideração aquilo que é a sua posição enquanto organização da sociedade civil. Todos os cidadãos, quaisquer que sejam e quaisquer que são as funções que desempenham, têm o direito de ter opinião, de a expressar, mesmo que seja uma opinião crítica".

Declaração do general Ramalho Eanes, ex-Presidente da República, à saída da sessão solene das comemorações do 25 de Abril, que decorreu na Assembleia da República, a propósito da recusa de participação da Associação 25 de Abril naquela cerimónia.

quarta-feira, abril 25, 2012

Rescaldo de Abril (1)

UM AMIGO meu quando leu o meu post EM ABRIL, VONTADES MIL, contrapôs-me a seguinte questão: então, porque é que o PS, o PCP, o BE e o PEV, tão críticos e combativos em relação à actuação deste governo, não fizeram também gazeta às comemorações na Assembleia da República, como foi o caso da Associação 25 de Abril e outras individualidades, deixando o Governo, mais o PSD e CDS-PP a falarem sózinhos? Perante o primeiro impacto deste comentário, engoli em seco, mas depois reconsiderei e percebi que a situação não é comparável. Aos eleitos pelo povo não lhes competia recusarem-se a participar. Dispõem de um mandato popular, foi-lhes dado o uso da palavra - e outra coisa não era de esperar –, para dizerem de sua justiça e apontarem as suas razões (e não foram poucas!). Quanto aos convidados, que neste momento se representam apenas a si próprios, e a quem estava vedado discursar, tiveram que se remeter a um incómodo silêncio. Se eu fosse convidado e não pudesse desabafar, tal como foi o caso da Associação 25 de Abril, também não participaria no arranjo floral de que o Governo se rodeou, para branquear aquilo que vai destruindo nos outros 364 dias do ano. Também declinaria o convite e não poria lá os pés. Se fosse deputado, outro galo cantaria.

terça-feira, abril 24, 2012

Em Abril, Vontades Mil

(...)
Entendemos ser oportuno tomar uma posição clara contra a iniquidade, o medo e o conformismo que se estão a instalar na nossa sociedade e proclamar bem alto, perante os Portugueses, que: 

- A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril configurado na Constituição da República Portuguesa;

- O poder político que actualmente governa Portugal, configura um outro ciclo político que está contra o 25 de Abril, os seus ideais e os seus valores; 

Em conformidade, a A25A anuncia que:

- Não participará nos actos oficiais nacionais evocativos do 38.º aniversário do 25 de Abril;

- Participará nas Comemorações Populares e outros actos locais de celebração do 25 de Abril;

- Continuará a evocar e a comemorar o 25 de Abril numa perspectiva de festa pela acção libertadora e numa perspectiva de luta pela realização dos seus ideais, tendo em consideração a autonomia de decisão e escolha dos cidadãos, nas suas múltiplas expressões. 

Porque continuamos a acreditar na democracia, porque continuamos a considerar que os problemas da democracia se resolvem com mais democracia, esclarecemos que a nossa atitude não visa as Instituições de soberania democráticas, não pretendendo confundi-las com os que são seus titulares e exercem o poder.
(...) 

Excerto do Manifesto da Associação 25 de Abril, divulgado em 23 de Abril 2012. O título do post é de minha autoria.