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segunda-feira, fevereiro 18, 2013

Adaptação do «Auto da Barca do Inferno»

 
ADAPTAÇÃO do «Auto da Barca do Inferno», de Gil Vicente, feita por Gonçalo, Carolina e Filipe, alunos de 14 anos de idade, Turma 9º D da Escola EB23 Dra. Maria Alice Gouveia, de Coimbra, numa aula de Português, que teve direito a publicação na biblioteca digital da escola e que merece ser partilhada:

Vem Miguel Relvas conduzindo aos zigue zagues o seu Mercedes banhado a ouro e sai do carro com o seu diploma na mão. Chegando ao batel infernal, diz: 

RELVAS - Hou da barca!

DIABO - Ó poderoso Doutor Relvas, que forma é essa de conduzir?

RELVAS - Tirei a carta de scooter e deram-me equivalência. Esta barca onde vai hora?

DIABO - Pera um sítio onde não hai contribuintes para roubar!

RELVAS - Pois olha, não sei do que falais. Quantas aulas eu ouvi, nom me hão elas de prestar.

DIABO - Ha Ha Ha. Oh estudioso sandeu, achas-te digno de um diploma comprado nos chineses ao fim de três aulas?

RELVAS - Um senhor de tal marca não há de merecer este diploma!

DIABO - Senhores doutores como tu, tenho eu cá muitos.



Miguel Relvas, indignado com a conversa, dirige-se ao batel divinal.



RELVAS - Oh meu santo salvador, que barca tão bela, porque nom eu dir eu nela?

ANJO - Esta barca pertence ao Céu, nom a irás privatizar!

RELVAS - Tanto eu estudei, que nesta barca eu entrarei.

ANJO - Tu aqui não entrarás, contribuintes cortaste, dinheiro roubaste e um curso mal tiraste.

 
Relvas, sem alternativa, volta à barca do Diabo.

 
RELVAS - Pois vejo que não tenho alternativa. Nesta barca eu irei.Tanto roubei, tanto cortei, não cuidei que para o inferno fosse.

DIABO - Bem vindo ao teu lar, muitos da tua laia já cá tenho e muitos mais virão. Entra, entra, ó poderoso senhor doutor magistrado Relvas. Pegarás num remo e remarás com a força e vontade com que roubaste aos que afincadamente trabalharam.

NOTA – Recebido por e-mail.

domingo, setembro 25, 2011

Auto do Jardim das Delícias

O JULGAMENTO do processo-crime contra os quatro ex-administradores do Banco Comercial Português (BCP), incluindo Jardim Gonçalves e Filipe Pinhal, foi adiado 'sine die' devido à sobreposição de datas com o processo movido pela CMVM, que também abrange estes arguidos, os quais têm direito a estar presentes em ambos os julgamentos. Embora estes senhores sejam conhecidos por possuírem muitos e valiosos talentos, não se lhes conhece o dom da ubiquidade. Quanto à Justiça portuguesa, continua a ser fértil em atrasos, erros e incidentes processuais, que quando bem explorados pelos senhores advogados, transformam os processos em comédias para todos os gostos. Esta acusação do Ministério Público data de Junho de 2009, e mais de dois (2) anos depois ainda estamos neste impasse. Gil Vicente se por cá aparecesse, teria assunto de sobra para mais um dos seus admiráveis autos; talvez um Auto do Jardim das Delícias…