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quarta-feira, abril 25, 2012

Não Deixemos Fechar as Portas!

(…)

Mesmo que tenha passado
às vezes por mãos estranhas
o poder que ali foi dado
saiu das nossas entranhas.
Saiu das vinhas sobredos
vales socalcos searas
serras atalhos veredas
lezírias e praias claras
onde um povo se curvava
como um vime de tristeza
sobre um rio onde mirava
a sua própria pobreza.

E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe.
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu.


(…)

Excerto do poema «As Portas que Abril Abriu» de José Carlos Ary dos Santos, Julho-Agosto de 1975. A versão integral do poema pode ser lida aqui no CARTÓRIO DO ESCREVINHADOR.