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terça-feira, setembro 20, 2011

Segredos de Estado


CAVACO Silva e Passos Coelho reuniram e fecharam-se em copas, tratando o assunto das "acções directas" e dos encobrimentos do Alberto João, como se não passassem de palhaçadas e traquinices de um fulano mal comportado, a quem tudo se desculpa e que convém manter sob reserva, como se a coisa merecesse o tratamento equivalente a um segredo de estado. Cavaco e Coelho acabaram por optar por um silêncio comprometedor, como se nada se passasse, dando corpo à ideia de que quem cala, consente. Onde é que eu já vi isto? Ah, já sei! Foi na sequência do envolvimento com o caso BPN, quando Cavaco Silva teve igual relutância em sanear Dias Loureiro do Conselho de Estado.

Entretanto, o Tribunal de Contas detectou que há mais 220 milhões de euros descobertos nas contas públicas da Madeira, elevando o buraco financeiro para valores próximos dos mil e novecentos milhões de euros, enfim, coisa pouca, apenas mais uns trocos para arredondar o buraco. Em resumo: tudo isto fede...

segunda-feira, setembro 19, 2011

Brincar às Laranjadas

O SOBA Alberto João, vinte e quatro horas depois de ter negado a existência de uma dívida oculta nas contas do Governo Regional da Madeira, deu o dito por não dito, reconhecendo que afinal sempre a dissimulou, diz ele que numa manobra de "legítima defesa", contra a nova Lei das Finanças Regionais que não tolera gastos à "tripa forra", e o governo do Sócrates, que não era sério, talvez porque mentia tanto ou mais do que ele.
É fácil de ver que este cavalheiro, empoleirado em mais de trinta anos de poder ininterrupto, e sempre bem guardado e protegido, já experimentou de tudo. Faltava-lhe apenas dar o golpe de mestre e brincar às escondidas com a legalidade. Estou com grande curiosidade para ver quais vão ser os resultados práticos da laranjada doméstica que vai ter lugar, para debater o assunto, entre os correligionários Cavaco Silva e Passos Coelho em pessoa, e com a figura tutelar do atrevido e insolente Alberto João Jardim a pairar entre eles.

sábado, setembro 17, 2011

Eclipses Orçamentais

É MUITO difícil que o encobrimento orçamental de 1,6 mil milhões de euros da Região Autónoma da Madeira, tenha passado despercebido, sem ninguém ter dado por ele. Na minha terra, contas são contas, e não se pode gastar o que não há, assim como não é possível esconder os gastos do que se tinha e deixou de ter. Por isso, apreciei sobremaneira, o encolher de ombros e a expressão de papalvo desentendido de Victor Constâncio, o ex-governador de um Banco de Portugal que fez tanta regulação bancária, ao ponto de deixar o BPN andar à deriva por aí, servindo de fachada para uma gigantesca roubalheira, e que agora se foi acoitar no BCE como vice-presidente de Jean-Claude Trichet. Já o "economista" Cavaco Silva, ex-apoiante e subscritor da saga BPN, defensor intransigente do são tomense emigrante de luxo Dias Loureiro, e agora Presidente da República, diz que o assunto é grave, exibe os seus habituais esgares de consternação artificial, mas fica-se por aí, à espera que os próximos eclipses astronómicos, sejam eles do Sol ou da Lua, sirvam para esconder mais qualquer coisita. A verdade é que talvez seja oportuno relembrar que a Grécia está como está, porque houve grandes encobrimentos orçamentais, que foram dando como saudável, ao longo dos anos, um país à beira do colapso, ao ponto de estar como hoje se encontra.

O descalabro madeirense, velho de tanto tempo quantos os anos de caciquismo jardinista, e respectivas cumplicidades, não pode ser varrido para debaixo de tapete, ou disso lavar-se as mãos, como cínicamente o faz Pedro Passos Coelho, ao dizer que aquele é um problema das escolhas políticas da Madeira e do PSD-Madeira, e que ambos vão ter que o resolver, o que não é verdade, pois quem vai ser chamado para isso, voltando a revirar os bolsos do avesso, são os "cubanos" do costume. 0 problema é que a Madeira não se pode "extinguir", como se fosse uma qualquer direcção-geral ou organismo público, mas o mesmo já não digo do seu intragável, cabotino e impenitente presidente do governo regional, e de todos aqueles que lhe têm dado apoio e cobertura.

quinta-feira, setembro 08, 2011

Aviso


O QUE será que Pedro Passos Coelho quis insinuar, quando disse que "em Portugal, há direito de manifestação, há direito à greve. São direitos que estão consagrados na Constituição e que têm merecido consenso alargado em Portugal, mas nós não confundiremos o exercício dessas liberdades com aqueles que pensam que podem incendiar as ruas e ajudar a queimar Portugal". E mais ainda: "Pode haver quem se entusiasme com as redes sociais e com aquilo que vê lá fora, esperando trazer o tumulto para as ruas de Portugal".

Provavelmente, não houve ninguém que dissesse a Passos Coelho que os meninos não devem brincar com fósforos, e já sendo crescidos, nos tempos que correm, ameaçar com a intimidação, polícia de choque e afins, não é a melhor forma de governar um país.

quinta-feira, setembro 01, 2011

O Coelho saiu da Toca

DE VISITA a Espanha, Pedro Passos Coelho, em entrevista ao jornal EL PAIS, e manifestando cobardia política, acabou por dizer lá fora, aquilo que não teve coragem para dizer cá dentro, isto é, que quem é detentor das grandes fortunas e quem aufere rendimentos de capital pode respirar fundo e ir de fim-de-semana descansado, pois Passos Coelho já manifestou a sua discordância em tributá-los, porque isso, garante ele, em vez de atrair fortunas para investirem no país e criar riqueza (onde, onde?), conduziria à fuga de capitais para o estrangeiro (como se isso não acontecesse já). Curiosamente, o seu “delfim” Ângelo Correia, à margem de uma conferência na Universidade de Verão do PSD, afinou pelo mesmo diapasão, que não senhor, que estas medidas são um mal necessário e que os mais ricos, quanto a impostos, pois claro, já têm a sua conta, e coisa e tal.
Dito isto, fiz umas contas por alto e cheguei à conclusão que cada vez que um senhor accionista vai levantar os dividendos das suas acções, não é difícil imaginar quantas dezenas, centenas ou milhares de postos de trabalho ele vai criar, contribuindo para a reanimação da economia nacional, ou então, quantos "porches" e "lamborghinis" vai encomendar, em quantas "regatas" vai participar, quantas propriedades e obras de arte vai acrescentar ao seu património, quantas festanças vai frequentar, quantas empresas-fantasma vai criar, assim contribuindo (à sua maneira) para a reanimação da economia nacional.
Ao mesmo tempo que o Coelho saía da toca por terras de Espanha, cá em Portugal, o ministro das finanças, Vítor Gaspar, num exercício deveras demorado e muito sincopado, tocou uma música diferente: sentenciou que a estratégia orçamental é carregar a população trabalhadora com mais impostos, sobretudo a função pública e trabalhadores com salários elevados (como se quem é bem remunerado a trabalhar por conta de outrem, tivesse pretensões a ser rico), fazer cortes nos benefícios fiscais das despesas com a habitação, a saúde e a educação, ao passo que os cortes na despesa do Estado (e não nas prestações sociais) vão aguardar melhores dias. Quanto às mais-valias mobiliárias são timidamente agravadas em 1% (uma insignificância!). Entretanto, fazendo um jeito ao PS, que tinha reclamado a medida, as empresas com lucros superiores a 1,5 milhões de euros pagarão, no próximo ano, um imposto extra de 3%, o que quer dizer por via disso, haverá justificação para não haver reinvestimentos, e o pretexto para mais uma mão cheia de falências e despedimentos. A receita a conseguir com as sete medidas principais ronda os 1300 milhões de euros. Para além do que ontem foi anunciado, as receitas do aumento no IVA darão ao Estado mais 1190 milhões de euros.
Entretanto, o senhor Coelho, antes de voltar para a toca, achou por bem fechar a sua lengalenga com mais um aviso sério: ainda faltam as restantes 70 (setenta) medidas para concretizar…

quarta-feira, julho 13, 2011

Registo para Memória Futura (46)

«A CGTP considerou hoje que a aplicação de um imposto extraordinário ao subsídio de Natal evidencia que os rendimentos provenientes da especulação financeira estão mais protegidos que os rendimentos do trabalho.

"Perguntámos ao primeiro ministro se o Governo teria disponibilidade para actuar ao nível do sistema financeiro, por exemplo taxando as operações na banca, mas o primeiro ministro disse que não, o que indicia que a riqueza produzida em especulação financeira é mais protegida que a proveniente do trabalho", disse o secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva aos jornalistas.

Carvalho da Silva, que falou aos jornalistas no final de uma reunião com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, considerou que o imposto extraordinário sobre o 13º mês é injusto porque apenas vai ser aplicado a quem apresenta rendimentos englobados para IRS.

"Os verdadeiros detentores da riqueza continuam a ser dispensados de sacrifícios", disse o sindicalista, referindo que metade da riqueza produzida no país não se destina aos que apresentam os seus rendimentos em IRS
.»

Transcrição do DIÁRIO DE NOTÍCIAS on-line de 13 de Julho de 2011

segunda-feira, maio 16, 2011

Três Retratos Fotomaton

O Proto-Engenheiro Ilusionista
Habitualmente, o ilusionismo serve apenas para divertimento, ao passo que o proto-engenheiro Sócrates usa o ilusionismo para criar becos sem saída, geradores de condições de perpetuação no poder, isto é, a técnica consiste em fazer chantagem com um hipotético caos, queimar tempo, abeirar-se perigosamente do precipício da bancarrota, tornando o país refém de soluções e promessas que mais ninguém consegue assegurar, a não ser o político ilusionista. É ponto assente, que os grandes oradores não são, necessariamente, as criaturas mais habilitadas para governarem, e Sócrates, mesmo descontando o facto de ser um mentiroso compulsivo, já deu sobejas provas disso. Por outro lado, todo o governante tem normalmente duas ambições, uma delas é permanecer no poder, a outra é exercer esse poder para o interesse comum. Com Sócrates, porém, o desejo de permanecer no poder supera largamente a paixão de servir o interesse colectivo.



O Primeiro-Ministro Estagiário
O Coelho anda à nora. Tal como como o senhor Coelho do romance “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carrol, também o “nosso” Coelho parece estar sempre atrasado, para chegar a algum lado ou a alguma conclusão. Não consegue induzir na opinião pública, um perfil de pessoa experiente, segura e convicta, que quer encontrar um rumo para a governação, mas apenas lhe passa pela cabeça piorar o que já está mau. Saltitando de buraco em buraco, a sua acção acaba por tornar-se pior a emenda que o soneto, pois tudo aquilo que ele gostaria de fazer, já foi feito por Sócrates, deixando um vazio à sua frente. Depois vem o combate interno, pois ainda não conseguiu transpor a fronteira que separa a juventude social-democrata do baluarte sénior do PSD, o qual, como é sabido, sempre foi um autêntico saco de lacaus, onde reina uma quase permanente confusão, traições e lutas fratricidas entre os vários barões e baronetes.


O Penetra-Coligações
O Portas é líder de um partido de grupo, constituído por gente influente, e não um partido de massas. Por isso mesmo, periodicamente, candidata-se a ser cooptado para a área da governação, para compor o ramalhete, e fazer das suas, com alguns truques e manipulações, tal como adquirir submarinos, que vão ficar encostados por não haver verba para o gasóleo, ou acrescentar ao programa da “troika” FMI-UE-BCE umas promessas popularuchas sobre segurança e perseguição aos incumpridores fiscais. É um político hábil, que já foi jornalista, especialista na construção de cabeçalhos e rodapés, feitos de frases curtas e incisivas, que marcam certos momentos críticos, provocam turbulência e ficam no ouvido. Frases do estilo, vá-se embora, saia, pire-se, desapareça, com que presenteou Sócrates, em plena Assembleia da República, são expressões eficazes que ficam a vibrar no subconsciente daquele tipo de eleitorado que aprecia gente atrevida, mas que se preocupa pouco com o estado da nação e com as opções políticas em disputa.

domingo, abril 10, 2011

E se Fossem Privatizar… (2)

NÃO costumo ter o hábito de me repetir desnecessáriamente, mas neste caso acho que se impõe. Em Itália, país que é governado pelo delinquente Silvio Berlusconi, criatura que José Saramago, criativamente, classificou como "a coisa", foi decidido "vender" a "exploração" do Coliseu de Roma, obra construída entre os anos 70 e 90 d.C., desde a sua imagem até ao espaço própriamente dito, a uma empresa privada que comercializa calçado. A emblemática obra, cuja construção foi iniciada pelo imperador Vespasiano e inaugurada por Tito, passa assim da esfera pública para a privada, à boa maneira de quem entende que tudo é negociável e privatizável, com a agravante de que o contrato desta polémica "concessão" também não foi revelado, mantendo-se confidencial, vá-se lá saber porque motivo.
Em Março, a propósito da intenção de Pedro Passos Coelho pretender privatizar a Caixa Geral de Depósitos, recorri ao jargão de José Saramago para emoldurar o assunto. Agora porque a questão, embora ocorrendo em Itália, volta a repetir-se, com a vantagem de coincidir com o tema a que o escritor se referia, isto é, a escandalosa privatização de monumentos históricos, biso com as suas genuínas e certeiras palavras: «... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos»

(*) in Diário de 1 de Setembro 1995 - Cadernos de Lanzarote - Diário III

sexta-feira, abril 01, 2011

Biografias de Cordel

HOJE que é o tradicional “dias das mentiras”, para variar, apetece-me falar de trivialidades. Assim, falemos das biografias de cordel, que são uma epidemia, e quase todas têm as mesmas características em comum: são demasiado prematuras, habitualmente encomendadas a jornalistas dispostos a escrever sobre um certo cavalheiro ou madame, cuja imagem precisa de ser bem embrulhada para ser vendável, elogiosas a tal ponto, que raramente correspondem à realidade, servindo apenas para enfatizar e dar brilho ao cavalheiro ou madame em questão. Começou com o sublime José Sócrates, o tal "menino de ouro do PS", e agora, para não destoar, com Pedro Passos Coelho que se anuncia como "um homem invulgar". É obra! Ainda ontem andavam de fraldas e com ranho no nariz, e hoje até já têm biografia nos escaparates das livrarias. Cá por mim, e à falta de coisa com mais substância, prefiro o Almanaque Borda d’Água.

sexta-feira, outubro 22, 2010

Pedro Passos PERDIDOS

Pedro Passos Coelho não é deputado, logo apenas pode seguir as evoluções do seu PSD, na Assembleia da República, a partir das galerias destinadas ao público ou na ARtv, e o mais longe onde pode chegar é aos Passos Perdidos, logo daí o título do meu post. E agora, a caminho do fim do mês de Outubro, e avaliando as linhas e entrelinhas que vão sendo traçadas, apenas me fica uma quase certeza: Sócrates e o “seu” PS, não estão interessados em continuar a governar. Sabem que o que virá aí não é coisa boa, e haja ou não Orçamento de Estado, o FMI acabará por entrar por aí, logo, torna-se necessário deixar impressa e bem vincada uma imagem de vítimas (por falta de consensos e negociadores à altura, dirão eles), em contraposição com a outra imagem, que é a de terem sido eles os autores e continuadores do descalabro. Quanto a Passos Coelho penso que não está interessado em fazer haraquiri político, envolvendo-se com o Sócrates e o “seu” PS, acabando por ser arrastado no aluvião do que aí virá, e as ondas de choque que o FMI certamente provocará.

Entretanto, tecnicamente e face aos últimos desenvolvimentos, estamos perante uma espécie de governo de coligação do PS/PSD, com dois ministros das finanças - Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga - a acertarem agulhas e a garatujarem adendas para mascararem os malefícios do orçamento, pois já foi ultrapassada a fase do ping-pong de piropos, alternada com a troca de ameaças, coisa que apenas serviu para dramatizar, entreter e enganar os cidadãos. Estou curioso com o desfecho desta novela, pois não devemos esquecer que Passos Coelho sempre disse que nunca deixaria passar um Orçamento de Estado que contivesse um aumento brutal da carga fiscal sobre os portugueses, nem Sócrates aceitaria governar sem orçamento, ou com um que não exibisse a sua marca distintiva.

segunda-feira, outubro 18, 2010

A Dramática Preocupação

«A minha preocupação é que fiquemos numa situação muito difícil, se Portugal não tiver um orçamento para o próximo ano», afirmou Pedro Passos Coelho ao matutino alemão FRANKFURTER ALLGEMEINE.
É caso para fazer uma pergunta: Porque será que os políticos portugueses dizem certas coisas no estrangeiro (ou para os jornalistas estrangeiros), que não se arriscam a dizer cá dentro?