sexta-feira, janeiro 09, 2009

A Cidade Fascinante (3) – Alfama

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NÃO É DIFÍCIL perdermo-nos no meio de Alfama, este bairro que tem uma geografia única. Desordenado, labiríntico, entrópico. São becos, ruas, ruelas e vielas que se articulam entre si ligados por mais de 50 lances de escadas de calçada que vencem os desníveis da encosta. E é neste sobe e desce que se vai avançando à descoberta de um mundo diferente das avenidas cosmopolitas, dos centros comerciais ou das lojas da moda.
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(Texto extraído do site http://www.lifecooler.com/ - Fotos de Fernando Torres feitas em 29-FEV-2008)
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Alfama - Beco do Penabuquel - 29-FEV-2008

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Alfama - Rua dos Remédios - 29-FEV-2008
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Alfama - Arco do Rosário - 29-FEV-2008
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Alfama - Fonte do Poeta - 29-FEV-2008
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Alfama - Arco de Jesus – 29-FEV-2008

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Os Assessores Estão Pela Hora da Morte

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Via E-MAIL, recebi a seguinte novidade:

Este país do faz-de-conta é cada vez mais uma anedota pegada. Ora atentem lá nesta coisa vinda no Diário da República nº 255 de 6 de Novembro 2008:

EXEMPLO 1
No aviso nº 11 466/2008 (2ª Série), declara-se aberto concurso no I.P.J. para um cargo de "ASSESSOR", cujo vencimento anda à roda de 3500 EUR (700 contos). O " Método de selecção a utilizar é o concurso de prova pública que consiste na apreciação e discussão do currículo profissional do candidato."

EXEMPLO 2
No Aviso simples da pág. 26922, a Câmara Municipal de Lisboa lança concurso externo de ingresso para COVEIRO, cujo vencimento anda à roda de 450EUR (90 contos) mensais."
Método de selecção:
Prova de conhecimentos globais de natureza teórica e escrita com a duração de 90 minutos. A prova consiste no seguinte:
1. - Direitos e Deveres da Função Pública e Deontologia Profissional;
2. - Regime de Férias, Faltas e Licenças;
3. - Estatuto Disciplinar dos Funcionários Públicos.
Depois vem a prova de conhecimentos técnicos: Inumações, cremações, exumações, trasladações, ossários, jazigos, columbários ou cendrários.
Por fim, o homem tem que perceber de transporte e remoção de restos mortais. Os cemitérios fornecem documentação para estudo. Para rematar, se o candidato tiver:
- A escolaridade obrigatória somará + 16 valores;
- O 11º ano de escolaridade somará + 18 valores;
- O 12º ano de escolaridade somará + 20 valores.
No final haverá um exame médico para aferimento das capacidades físicas e psíquicas do candidato.

Isto tudo para um vencimento de 450 euros mensais, enquanto que o outro, com 3.500 euros, apenas precisa de uma cunha. Vale a pena dizer mais alguma coisa?

quarta-feira, janeiro 07, 2009

“Sinto muito”

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ATÉ QUE PONTO a comunicação social em Portugal está domesticada e obediente? A minha opinião é que, em Portugal, já não é preciso voltar a instituir a Censura ou a Comissão de Exame Prévio, pois estes instrumentos limitadores da liberdade de expressão passaram a ser desempenhados pelas dóceis direcções e redacções de alguns jornais, rádios e televisões, e instalados na própria cabeça dos jornalistas, dependentes, ou melhor, à mercê, de uma controversa lealdade, em relação a quem lhe assegura o vencimento, atitude que pode ser sintetizada naquela expressão de um profissional das nossas televisões, quando disse, certo dia, que “quem tem ética passa fome”. O artigo que se segue põe o dedo na ferida, e é bem demonstrativo do patético estado em que se encontra, em certos meios, um certo tipo de jornalismo.

“Sinto muito, mas a entrevista dada ao ‘Expresso’ por Azeredo Lopes, presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, não pode deixar ninguém indiferente, muito menos os senhores jornalistas. Mas, mais uma vez, a única voz que se ouviu foi a do silêncio. Não sei se foi por terem medo deste ‘patrão’, se foi por subserviência ou falta de consciência profissional e social.
A transparência e a qualidade da Democracia exigem mais destes actores que exercem uma profissão que, sendo nobre, não pode ficar condicionada na sua actividade nem ‘algemada’ no seu espírito crítico. O que se passou foi grave aos olhos do Estatuto dos Jornalista e das legis arte desta profissão, não tanto pela substância da entrevista, que não trouxe nada de novo, mas pela circunstância do entrevistado se ter dado ao luxo de vetar a presença de um jornalista do ‘Expresso’. O direito de informar e de ser informado, em suma a liberdade de expressão, mereciam mais respeito de Azeredo Lopes, quer enquanto cidadão, quer, sobretudo, enquanto presidente da Entidade que regula este sector.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que foi politicamente santificada e que pretende ser um poço de pureza ética, não pode dar este mau exemplo. Nesta fotografia, a preto e branco, todos ficaram mal vistos. Ficou mal visto Azeredo Lopes, que, embora tendo direito à palavra, era a última pessoa a ter o direito de escolher os jornalistas que iam fazer a entrevista (só faltou escolher as perguntas). Se já havia dúvidas sobre as qualidades e a eficácia do funcionamento regular desta instituição a que preside Azeredo Lopes, ao recusar falar com um jornalista, demonstrou que não acredita na regulação nem no seu papel. O direito à palavra nada tem que ver com a escolha dos jornalistas para uma entrevista.
A isenção e a independência que deveriam ser salvaguardadas pela ERC, ficaram à porta com o jornalista vetado. Ficou, igualmente, mal vista a jornalista do ‘Expresso’, Rosa Lima, que aceitou fazer o frete imposto pela sua direcção e conduzir a entrevista sozinha, sabendo que o seu colega de profissão, tinha sido ‘escorraçado’. Seria bom, antes de mais, ler o seu Código Deontológico, para ver se andou bem e se não foram violados os mandamentos da sua profissão. Também ficou mal visto o ‘Expresso’ que, com uma justificação irresponsável e absurda, aceitou fazer este ‘servicinho’. No fundo, o ‘Expresso’, Azeredo Lopes e Rosa Lima estão bem uns para os outros.
Bom Ano a todos os leitores.”

Artigo de Rui Rangel, Juiz desembargador, em Jornal Correio da Manhã de 31 Dezembro 2008

Sobre este lamentável caso, do site gestor de conteúdos IN VITRUS, colhemos a seguinte informação:

A entrevista ao presidente da Reguladora da Comunicação Social tem um enredo que, em nome da transparência para com os leitores, deve ser contado.
1.A ideia da entrevista foi sugerida pelo assessor de comunicação da ERC e aceite pela direcção do Expresso, que designou para a tarefa os dois jornalistas que habitualmente fazem a cobertura desta área: Humberto Costa (HC) e Rosa Pedroso Lima. A entrevista decorreria sem limite de temas ou de tempo.
2.Depois de marcada e designados os jornalistas, o mesmo assessor de imprensa comunicou que a entrevista não se realizaria caso HC nela participasse.
3.O Expresso repudiou a ideia de que o entrevistado pudesse escolher os entrevistadores. Mas, num acordo entre os jornalistas envolvidos e a direcção, foi decidido fazer uma contra-proposta à ERC, dando-lhe a possibilidade de a entrevista ser realizada sem HC (e com a prévia aceitação deste jornalista) desde que começasse precisamente por confrontar o presidente da Reguladora com esta atitude e com a sua adequação a alguém que, precisamente, tem para com a Comunicação Social deveres de isenção e imparcialidade. Só nestes termos o Expresso aceitou este trabalho, considerando que desta forma se garantia o dever de informar e de ser informado.
4.A entrevista decorreu como combinado. Durou mais de duas horas, numa conversa viva, por vezes acesa.
5.O presidente da ERC, porém, não conseguiu explicar com base em factos qual o motivo da exclusão de HC, cujas notícias nunca sofreram qualquer desmentido por parte da ERC ou de qualquer dos seus membros.
6.O presidente da ERC sustentou a sua atitude no facto de o jornal ser "sistematicamente hostil à ERC", apesar de reconhecer que nunca lhe fora "negado espaço no Expresso" em artigos de opinião. Afirmou ainda que "não existiu (no Expresso) nenhuma notícia neutra" em relação àquele organismo e que considera legítimo recusar falar com um jornalista, pois tem "o direito à palavra, o que significa que falo com quem quero".
7.Deixou claro, aliás, que HC é "o único jornalista em Portugal com quem não falo". E sente que nem o facto de ser detentor de um cargo público - regulador da Comunicação Social - o obriga a mudar de atitude. Admite mesmo que HC e o Expresso possam apresentar queixa à ERC contra o seu presidente, por ter vetado um jornalista e negado o seu acesso à informação. Garante que não participará na discussão deste assunto.
Nota da Direcção
Neutro?
Azeredo Lopes acusa o Expresso, entre outras coisas, de falta de neutralidade no tratamento da ERC. Mas acrescenta que nunca a ele lhe foi negado espaço para contrapor e responder. É, precisamente, por reconhecermos que podemos cometer erros que damos, com todo o gosto, espaço a Azeredo Lopes. E cremos que a independência do jornal (que é diferente da neutralidade) fica assim assegurada e manifesta, ao contrário do que pensa o responsável pela regulação dos jornais. Um jornal plural como o Expresso há-de ter diferentes opiniões, incluindo a do presidente da ERC a quem excepcionalmente permitimos o veto a um entrevistador. O que não há-de ter é a neutralidade química que Azeredo reivindica. Porque a exigida neutralidade (mesurável, segundo afirma) é uma outra forma de alguém exterior ao jornal decidir o que nele se publica. E isso tem um nome que todos sabemos qual é.
Texto publicado na edição impressa do Expresso de 20 de Dezembro.

O Decreto dos Milhões

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O ANO 2008 acabou bem, e o 2009 que agora começa promete muito mais, mas tal como anteriormente, apenas e só para alguns. Senão, vejamos:
O actual primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, o tal “menino de ouro do PS”, achou por bem entrar em concorrência directa com os Jogos da Santa Casa, e também está na disposição de começar a distribuir muitos milhões, pelos felizes contemplados do costume. Isto tudo porque um recente decreto aprovado no conselho de ministros de 30 de Dezembro, reza o seguinte:

“O regime excepcional agora aprovado vigorará em 2009 e 2010 e, no essencial, prevê:(i) A possibilidade de ser escolhido o procedimento de ajuste directo, no âmbito de empreitadas de obras públicas, para contratos com valor até 5 150 000 euros e, no âmbito da aquisição ou locação de bens móveis ou da aquisição de serviços, para contratos com valor até 206 000 euros;(ii) A redução global dos prazos dos procedimentos relativos a concursos limitados por prévia qualificação e a procedimentos de negociação de 103 dias para 41 dias, ou de 96 para 36 dias quando o anúncio seja preparado e enviado por meios electrónicos.”

Segundo informa a agência Lusa, diz o Governo que se trata de um conjunto de medidas adoptadas com carácter de urgência no âmbito da “Iniciativa para o Investimento e Emprego” adoptada pelo executivo no Conselho de Ministros do passado dia 13.Com a aprovação do diploma, passará a haver maior “flexibilidade” na concretização de investimentos para a modernização de escolas, energia sustentável, modernização de infra-estruturas tecnológicas (redes de banda larga de nova geração), apoio especial à actividade económica, exportações e pequenas e médias empresas, assim como para apoio ao emprego. No final do Conselho de Ministros, o secretário de Estado da Presidência, com a sua lábia habitual, referiu que o diploma “visa uma mais rápida execução dos investimentos públicos considerados prioritários”.
Enfim, tudo conversa da treta, de alto gabarito. Se nas adjudicações sujeitas a concurso pública, já acontecem os ardis e episódios mais incríveis, para que o serviço seja entregue à entidade menos recomendável (mas mais amigável), imaginemos o que se irá passar daqui para a frente. O limite de 5,15 milhões de euros não é uma quantia insignificante; corresponde em moeda antiga a qualquer coisa como 1 milhão e trinta e dois mil contos.
Subjacente a esta medida pulsa muito favorecimento, muito frete, muito amiguismo, muita corrupção, muita falta de vergonha, senão mesmo financiamento encapotado de partidos, que se tenta dissimular com a pretensa necessidade de “uma maior flexibilidade e uma mais rápida execução dos investimentos públicos considerados prioritários”, como o afirmou o inefável e intraduzível secretário de estado da Presidência. Tal como é sugerido no blog “Blasfémias”, “face a este descaramento, pergunto se não será mais idóneo começarmos a pagar os nossos impostos directamente às construtoras em vez de ao presente intermediário governamental.”

terça-feira, janeiro 06, 2009

Conversas com o "Menino de Ouro"

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PINTO DE SOUSA, também conhecido por José Sócrates, "Menino de Ouro" para os amigos, deu uma entrevista à SIC, para falar sobre a governação.
Reconheceu que iremos entrar em recessão, que vai rever as previsões para o desemprego e crescimento, o que significa avançar já com rectificações ao Orçamento de Estado recém aprovado, mas continua a insistir que as grandes dificuldades com que nos iremos deparar neste ano de 2009 resultam dos efeitos da crise internacional, e não do aprofundamento e agravamento da crise nacional que já estava implantada há muito no nosso tecido económico.
Desvalorizou as divergências com o Presidente da República e teceu rasgados elogios ao seu programa de investimentos para colmatar os efeitos da crise, os quais se resumem a salvar da falência bancos pouco recomendáveis, impermeabilizar o país com mais cimento e asfalto, construir um novo aeroporto e ir para a frente com um TGV de dimensões estratosféricas, onde os principais beneficiários serão os grandes construtores, e onde os resultados de combate ao desemprego serão reduzidos, dado que aquele sector recruta preferencialmente a mão-de-obra imigrante. Quanto a investimentos em recursos produtivos, pouco ou nada há, tal como é total a sua despreocupação, quando lhe falam do insustentável endividamento externo, continuando também por explicar as disparatadas declarações do Ministro da Economia, quando afirmou há meses que a crise tinha acabado, e as do Ministro das Finanças que, em cima da crise financeira mundial, garantiu que o sistema financeiro português estava de boa saúde e não necessitava de ser intervencionado pelo Estado.
À mistura com os habituais tiques de autoritarismo e obstinação, e o facto de não gostar de ser contraditado e contrariado, Pinto de Sousa continuou a exibir muito jogo de cintura e socorreu-se da repetição exaustiva dos chavões sobre a obra feita, a redução do défice, da coragem e determinação com que enfrentou a urgência de reformas, tudo isso para fugir às muitas perguntas incómodas, colocadas pelos entrevistadores.
Sobre o problema da avaliação de desempenho dos professores, chegou mesmo a afirmar que a inexistência de um modelo credível era a causa principal do endémico e precoce abandono escolar, querendo dar a entender que esse abandono tinha como causa a má qualidade do ensino prestado pelos docentes, quando a causa desse fenómeno é bem diferente.
Na parte final da entrevista transfigurou-se. Afivelou o ar cândido de quem não parte um prato, disse que continua a contar com Manuel Alegre nas fileiras deste PS, que como ele diz é o “partido do povo de esquerda e não de vanguardas e elites”, espera vir a ser reeleito secretário-geral do PS e novamente primeiro-ministro, e para o efeito avançou com um pedido de maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Está no seu direito, assim como os eleitores estão no seu direito de não lha concederem.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Terra Prometida, Povo Comprometido

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DIGAM O QUE DISSEREM, Israel sempre se comportou como uma potência de ocupação, determinada em manter os palestinianos sob vários tipos de pressão: sujeitos a um permanente bloqueio, sem economia digna desse nome e com os movimentos tolhidos, ficam desde logo sem trabalho, condenados à miséria e simples subsistência; geográfica e politicamente divididos, ficam à mercê dos objectivos do ocupante, sendo facilmente controláveis e manobráveis. A experiência já demonstrou que o estado judaico não está interessado em negociar com os palestinianos. Ou eu muito me engano, ou Israel ainda não disse com todas as letras, preto no branco, que o seu objectivo é deixar sair dos territórios ocupados, tantos quantos os que escolherem o exílio, e dominar pela exaustão e pelo medo, até ao extermínio, os que decidirem ficar. Erigirem o vergonhoso muro da Cisjordânia, não passa de mais um passo para institucionalizar a guerra psicológica, pois ninguém gosta de viver encurralado. Já há várias décadas que avançaram com o esbulho e a ocupação do território palestiniano, logo seguido da instalação de colonatos. Não é por acaso que o dossier do retorno dos refugiados está congelado e assim continuará ad eternum, e não era agora, com negociações ou sem elas, que iam abrir mão e recuar nos seus propósitos, sendo Israel uma potência militar, e não por acaso temível, ainda para mais detentora de poder nuclear.
Adolfo Hitler iniciou a 2ª. Guerra Mundial com o fundamento da necessidade de espaço vital para a acomodação do povo alemão. À conta disso fez a guerra, ocupou quase toda a Europa, e ainda teve pretensões de se lançar para leste, tiro esse que lhe saiu pela culatra. Antes disso começou a perseguir e a eliminar os judeus, que economicamente lhe faziam sombra, e os doentes mentais e deficientes, que lhe sobrecarregavam o orçamento, mas pelo caminho, com o evoluir da guerra, pôs em prática aquela ideia redutora de exterminar todos os povos étnicamente indesejáveis. Adolf Hitler, para além de ser um alienado perverso, foi um bom mestre, de tal modo que os hebreus aprenderam bem a lição e demonstraram ser bons discípulos. Apesar de distanciado no tempo mais de 60 anos, o gueto de Gaza é hoje quase uma fotocópia do gueto de Varsóvia, com vantagens para Varsóvia. No gueto de Varsóvia os heróicos resistentes judeus ainda podiam fugir para a rede de esgotos da cidade; em Gaza, um rectângulo de território com 45 Kms de comprimento e 8 Kms de largura, onde se acotovelam 1,5 milhões de habitantes e resistentes palestinianos, nem isso. Do céu caem bombas. Em terra, de um lado há arame farpado, postos de controle e carros de combate israelitas, e do outro o mar, patrulhado pela marinha dos mesmos.
O povo judeu tem direito a existir e a dispor de um território, mas não assim. Aquela terra, nem qualquer outra terra, prometida ou não, não pode tornar-se um campo de tiro ou uma coutada de caça a seres humanos.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

INFERNO Português Suave

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NO VERÃO grassam os fogos, no Inverno alastram as inundações, e agora até a neve deixa o país boquiaberto e paralisado, enquanto os ricos se vão banqueteando no paraíso, ao passo que o povo desabonado desce aos infernos. Entretanto, Sócrates e os seus querubins de meia-tigela, vão alimentando a fornalha.

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Encerrado Para Balanço

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Vou encerrar temporariamente para Balanço. Voltarei no próximo ano, com um novo Caderno, mais coisa, menos coisa, lá para meados de Janeiro. Se ainda me sobrar tinta na caneta e discernimento, prevejo que vou distribuir porrada a torto e a direito.

terça-feira, dezembro 30, 2008

Assunto Sério

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A propósito da promulgação do Estatuto Político-Administrativo dos Açores pelo Presidente da República, sujeito a um veto, e duas vezes votado, digam o que disserem, argumentem o que argumentarem, nunca, jamais em tempo algum, a Constituição da República pode ser alterada por uma lei ordinária. Apenas a Assembleia da República, investida de poderes constituintes pode levá-lo a cabo. O governo, escudado na sua maioria, inchado de soberba e jactância, passou de largo, nem sequer aflorou o assunto, mas se calhar até gostaria que se iniciasse uma guerra “atómica” com o Presidente Cavaco - que neste assunto até tem razão - para obter dividendos eleitorais que tanta falta lhe farão. Que o governo tente fazer disto uma república dos ananases ainda se percebe; que a Assembleia da República, nomeadamente as oposições, embarquem nesta viagem, já é coisa que não se entende. Esperemos que o Tribunal Constitucional exerça a competente vigilância sobre este caso.

Falsificações

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Habituámo-nos a promessas que não passam disso mesmo, a engenheiros que não são engenheiros, a socialistas que não são socialistas, a políticos que não são políticos, a uma democracia que prescinde do sufrágio universal, a obras públicas que são negócios privados, a pobres que são equiparados a remediados, a remediados que são qualificados de ricos, e a ricos que não se sabe quem são nem onde param, a pessoas que se fazem passar por honestas e o não são, e o mais certo é julgarmos que somos um país e isso também não ser verdade (com grande escândalo e indignação dos patriotas do costume).

Recado

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O pior hábito que um político pode ter, é aquele que resulta de acreditar piamente nas mensagens, pareceres e sugestões dos seus assessores e conselheiros, por andar demasiado atarefado com cerimoniais e acções de propaganda, não se dando conta das diferenças que existem entre a FICÇÃO e a REALIDADE.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

A Guerra Interminável

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Estou farto sim, desta guerra interminável que se arrasta há 60 anos (desde 1948), mas calar-me é que não, para que não se chegue a uma "Solução Final" de sinal contrário, em que as antigas vítimas passam impunemente a exterminadores.

Faixa de Gaza sob bombardeamento - Foto do Palestinian Centre of Humain Rights em:
http://www.pchrgaza.org/files/PressR/English/2008/121-2008.html

Silêncio e Condescendência

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Perante o silêncio e a condescendência dos países (nomeadamente a vizinha União Europeia) que habitualmente - com outros protagonistas e noutras circunstâncias - são tão céleres a pressionar e a condenar, Israel voltou a lançar a sua força militar contra os territórios e a população palestiniana. Convém lembrar que Israel é uma potência regional expansionista, ocupante dos territórios palestinianos, de que ilegalmente se apropriou e que controla militarmente. Entretanto, o estado hebraico continua a invocar o seu direito à auto-defesa, como justificação para conduzir impunemente as acções militares, com recurso à táctica de “choque e pavor”, que pretendem levar à subjugação e genocídio do povo palestiniano, encurralado na faixa de Gaza e no gueto murado da Cisjordânia, isto sem contar com as muitas centenas de milhares que se encontram confinados a campos de refugiados, espalhados pelos países limítrofes.

domingo, dezembro 28, 2008

Boas Notícias

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Nestes últimos dias de 2008, os trabalhadores portugueses tiveram uma inesperada boa notícia, quase prenda, vinda de um “pai natal” atento e vigilante. O Tribunal Constitucional rejeitou por unanimidade a norma do Código do Trabalho que pretendia alargar de 90 para 180 dias a duração do período experimental para a generalidade dos trabalhadores. O governo, escudado na sua maioria, inchado de soberba e jactância, desvalorizou o facto.

Tão simples como dois e dois serem quatro!

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Recebida por e-mail, do meu estimado amigo PCA, recebi esta curiosa analogia, destinada a explicar de forma simples, a génese da crise financeira nos E.U.A., e todas as que por arrastamento possam acontecer a nível planetário. Como o texto não vinha assinado fiz-lhe algumas alterações de estilo e de pormenor, e portanto aqui vai o resultado:

O Ti Ambrósio tem uma tasca, na Vila Carrapato. Um belo dia decidiu passar a vender copos "fiados" aos seus leais fregueses, todos grandes consumidores, porém sem dinheiro para pagar as despesas, ao respeitável estilo de toma lá dá cá. Porque decidiu vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol, da branquinha e dos torresmos, sendo que esta diferença funciona como uma espécie de taxa que os borrachos pagam pelas bebidas fiadas.
O gerente do banco do Ti Ambrósio, um ambicioso e ousado gestor formado numa universidade muito badalada, pensou, pensou, pensou, e decidiu que o livrinho das dívidas daquela tasca, constituía, afinal, um activo, hipoteticamente cobrável, logo negociável, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, para que aquele possa alcoolizar a crédito, apenas com as dívidas dos bebedolas como garantia.
No imediato, e como as novidades se propagam depressa, apareceram outros seis bancos interessados no negócio. Vai daí, correram a montar uma operação destinada a fraccionar e embelezar os tais activos do primeiro banco, transformando-os em coisas como CDB/Mais, RDO/Gold, ACD/Seguro, UTQ/Super, OVN/Garantido, OSO/Prime ou qualquer outra atractiva sigla financeira, que ninguém sabe exactamente que origem tem, o que cauciona ou o que vale.
Aqueles novos produtos entraram no circuito financeiro, passaram a alavancar o mercado de capitais e conduziram a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, tendo como suporte os tais livrinhos das dívidas do Ti Ambrósio, que todo mundo desconhece quem é, onde fica e o que faz.
O tempo vai correndo, esses derivativos são negociados como se fossem títulos sérios e seguros, com fortes garantias reais, nos mercados financeiros de 93 países, até que um dia, um modesto estagiário, estrábico e com contrato a prazo, descobre que a tertúlia copofónica da Vila Carrapato nunca terá dinheiro para pagar as suas contas.
De imediato o banco credor corta o crédito ao Ti Ambrósio, a seguir exige ser reembolsado dos empréstimos adiantados à taberna, e esta sem dinheiro para satisfazer a exigência, acaba por ir à falência. Em consequência disso, o tal gerente bancário é despedido e indiciado de burla à escala planetária, toda a cadeia de bancos envolvida no negócio, montado a partir do tal livrinho de dívidas incobráveis, e sem liquidez para satisfazer os pedidos de resgate dos tais promissores títulos, entra em colapso, numa cascata imparável que dá a volta ao mundo, enquanto o diabo esfrega um olho e vai rindo à socapa.
Mais coisa, menos coisa, é assim que as coisas se passam. Tão simples como dois e dois serem quatro!

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Coscorões e Conversa Fiada

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Ontem, o primeiro-ministro Pinto de Sousa, também conhecido por José Sócrates, veio para a comunicação social dirigir-se aos portugueses através da sua mensagem natalícia. Em rigor, voltou a tentar convencer-nos que se não fossem as malfeitorias geradas por esta abominável crise internacional, estaríamos agora a usufruir as delícias de uma espécie de paraíso, resultante da prática política deste “socialismo moderno, moderado, popular e democrático”, de que ele é o grande timoneiro. Em resumo, vejamos o que ele disse, seguido dos meus comentários:

JSPS: "Nos últimos três anos, o país ultrapassou a crise orçamental".
Meu comentário: A crise orçamental foi (temporariamente) ultrapassada à custa do generalizado empobrecimento dos portugueses, ao passo que os gastos sumptuários, a adjudicação de obras de necessidade duvidosa, as custas com propaganda e marketing político e a satisfação dos pedidos da agência de colocações dos “boys”, não olhavam a meios nem despesas.

JSPS: "Isso permite-nos agora responder melhor às dificuldades económicas que nos chegam de fora. Podemos agora usar mais recursos do Estado para apoiar o emprego, as empresas e as famílias."
Meu comentário: As dificuldades económicas antes de virem de fora já cá moravam dentro. A prova disso é que de há três anos a esta parte, semana sim, semana não, Teixeira dos Santos e Manuel Pinho, coadjuvados por Victor Constâncio, revezavam-se a declarar que a retoma vinha a caminho, ou então que já se via a luz ao fundo do túnel. A crise internacional só veio agravar ainda mais o estado debilitado em que se encontrava a nossa economia.

JSPS: "Os portugueses compreendem melhor por que foi preciso consolidar as finanças públicas, defender a Segurança Social pública, reformar os serviços públicos: justamente para que, no momento em que as famílias mais precisam do Estado, o Estado tenha as condições para intervir e ajudar quem precisa."
Meu comentário: Na sua acção, o Governo protegeu prioritariamente os interesses do grande capital e acabou a intervir na salvação da actividade bancária menos recomendável, ao passo que poucas ou nenhumas medidas tomou de apoio às actividades económicas produtivas (vulgo economia real), geradoras de riqueza e emprego.

JSPS: "Determinação na protecção das famílias, especialmente as de menores rendimentos, protegendo-as das dificuldades que sentem e ajudando-as nas suas despesas principais".
Meu comentário: Recorreu à habitual lenga-lenga expositiva, recheada de atributos e auto-elogios, em que enumera e enaltece a obra feita, reservando um grande espaço para enunciar e prometer o que falta fazer, isto com a atenção já fixada nas eleições que aí vêm.

JSPS: "o ano de 2009 vai certamente ser um ano difícil e exigente para todos".
Meu comentário: Eis a tónica do optimismo contido, desafiador e arregimentador, na boca do grande mestre da impertinência, dissimulação e demagogia, que irá usar e abusar da crise global, como um subterfúgio a explorar em seu benefício.

JSPS: "O nosso dever é não ficarmos à espera que os problemas se resolvam por si próprios. Pela minha parte, e pela parte do Governo quero garantir-vos que não temos outra orientação que não seja defender o interesse nacional."
Meu comentário: Depois de defraudar todas as expectativas, em vésperas de eleições, ensaia o lançamento da sua candidatura a salvador da pátria.

JSPS: "Usar todos os recursos ao alcance, com rigor, sentido de responsabilidade e iniciativa, para ajudar as famílias, os trabalhadores e as empresas a superarem as dificuldades, e para incentivar o investimento económico que gera riqueza e emprego".
Meu comentário: Eis, em véspera de eleições, a fazer com grande mestria e frenesi, aquilo para que se sente vocacionado: pavonear-se, distribuir balelas, vender hipocrisia e muita banha de jibóia. Lá mais para a frente irá pedinchar os respectivos votos, porventura para uma nova maioria absoluta.

Salazar queria convencer-nos que a nossa pobreza era uma virtude; Caetano fez tudo para que acreditássemos que a nossa pelintrice era um ponto de partida para a evolução na continuidade; Sócrates faz tudo para nos persuadir que a nossa pobreza envergonhada é riqueza de facto.
Enfim, José Sócrates Pinto de Sousa continua a ser igual a si mesmo, isto é, exuberante como feirante, um enigma como engenheiro e uma fraude como político.

A Viagem

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Lido o último romance de Saramago, “A Viagem do Elefante”, cabe-me dar aqui a minha modesta opinião. Aqui está um exemplo de como a literatura de primeira água pode ser simultaneamente perspicaz - porque faz do cornaca subhro/fritz um “alter ego”, senão mesmo um “alter idem” do elefante salomão/solimão, como se cornaca e elefante fossem uma única e indivisível entidade - e genuinamente divertida, pela sua colorida, prosaica e habitual liberdade narrativa, abundante em ironia, alusões e considerações pessoais, recheadas do típico sarcasmo do autor. Entretanto, aquele diálogo travado entre o cornaca e o sacerdote, no qual o segundo insiste para que seja obrado um milagre à porta da basílica de Pádua, é uma peça de antologia, fazendo-me lembrar um certo e determinado discurso esgrimido em pleno nevoeiro, a bordo de um batel, num tal “Evangelho Segundo Jesus Cristo”.
Resumindo: Dez anos depois de ter sido agraciado com o Nobel, José Saramago continua a ser um escritor pejado de recursos, e sempre que publica, insiste em surpreender(-me). Mais uma vez ganhámos nós, a literatura e a língua portuguesa.

quinta-feira, dezembro 25, 2008

Resposta Incómoda

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Nesta quadra natalícia, Bárbara Wong do jornal Público, interpelou várias personalidades portuguesas ligadas à religião, e não só, com a seguinte pergunta:
- Como seria e o que faria Jesus se viesse hoje à Terra?
Entre quase uma vintena de respostas publicadas, escolhi a mais curta, a que me pareceu mais conforme a realidade, logo mais incómoda, e que foi articulada pela autora de livros de culinária, Maria de Lurdes Modesto:
- Jesus não chegava a pôr os pés no chão, por julgar que se tinha enganado no caminho e estava a chegar ao Inferno.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Emigrantes

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Emigrantes portugueses num estaleiro de construção da região parisiense em 1970. Fotografia de Gérald Bloncourt em http://www.bloncourt.net/

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Cinco Passes de Lógica

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Recebi por e-mail este esclarecedor artigo que merece uma atenção especial. Prova que a política, mais do que uma área para a psicologia comportamental, é também um território a desbravar pela filosofia.

“Depois de uma audiência com Dias Loureiro, o Presidente da República declarou aos jornalistas que o seu ex-ministro, apoiante, amigo e actual conselheiro de Estado lhe garantiu "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" enquanto administrador da Sociedade Lusa de Negócios, detentora do BPN. Mas nem isso nem o seu extenso comunicado autojustificativo acalmaram as conversas - e as notícias - quanto ao papel de Dias Loureiro em todo o processo. Não por qualquer devaneio conspirativo ou prazer obscuro em sujar o nosso imaculado Presidente, receio bem, mas porque duas ou três gotas de perfume não conseguem disfarçar o desagradável odor que este caso liberta. É que, para haver uma solene inocência de Dias Loureiro, seria necessário que:

1) Ele fosse solenemente incompetente. Apesar de o próprio se gabar do seu talento para os negócios, que lhe permitiram enriquecer em meia dúzia de anos, Dias Loureiro teria de ser um miserável gestor: à frente da SLN, não topou nada do que se passava abaixo dele e permitiu que um banco sob a sua tutela fosse alegremente gerido sem reuniões da administração.

2) Ele fosse solenemente crédulo. O ex-ministro da Administração Interna que mandou nas polícias com mão de ferro teria afinal de ser uma alma sensível e facilmente manipulável. Depois de patrocinar um negócio ruinoso envolvendo offshores em Porto Rico, Dias Loureiro perguntou onde estavam os prejuízos nas contas do banco e Oliveira e Costa respondeu-lhe "você não percebe nada de contabilidade". Justificação prontamente aceite.

3) Ele fosse solenemente ingénuo. Dias Loureiro foi bater à porta do Banco de Portugal pedindo-lhe "uma atenção especial ao BPN". É certo que o seu interlocutor já o veio desmentir. Mas admitamos a boa-fé de Dias Loureiro: seria o mesmo que Luís Filipe Vieira ir pedir à Liga de Clubes para vigiar com especial atenção a equipa do Benfica.

4) Ele fosse solenemente esquecido. Convém recordar a primeira declaração de Dias Loureiro a propósito deste caso, a 3 de Novembro: "Nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN. Tudo o que sei é o que leio nos jornais." Difícil de conjugar com o ponto 3.

5) E, por fim, ao mesmo tempo que era solenemente incompetente, solenemente crédulo, solenemente ingénuo e solenemente esquecido, teria também de ser solenemente inteligente - porque, quando o caso BPN explodiu, Dias Loureiro já tinha saído e levado consigo todo o dinheiro que havia investido no banco.

Como se vê, o problema de Cavaco e Dias Loureiro não são os golpes baixos nem as conspirações políticas. O problema é mesmo a maldita lógica que Aristóteles inventou.”