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NO DIA 12 de Junho de 2007, terça-feira, este post do blog SABER A VERDADE, que aparece na lista de links aqui do lado esquerdo, dizia o seguinte:
R.I.P.
Depois de muito tempo sem escrever, os escritos anteriores podiam ter deixado de fazer sentido não fosse a realidade confirmar praticamente tudo o que se tem vindo a dizer. Mas o que me leva a voltar ao trabalho aqui no blog é o lançar de um novo grito de alerta para os tempos de mudança que temos andado a viver, mudanças de fundo no contexto geopolítico, económico e financeiro. De facto, urge perceber o que se passa para se entender o que se vai passar, pois os grandes ganhos vêm do entendimento dos sinais dos tempos antes dos tempos mudarem de vez. Assim, o mundo teimosamente insiste em seguir um caminho já antes trilhado, não vamos nós insistir também em só nos apercebermos disso quando já nada houver a ganhar com isso. Mas então, comecemos...
Da já afamada crise financeira global que tanto se tem falado aqui neste blog, temos sinais de tal modo fortes dados nos últimos 3 meses que não podia ter deixado passar em vão. Meus amigos, pela primeira vez desde a I Guerra Mundial os EUA perderam o estatuto de centro financeiro mundial. Os mercados financeiros no final de Março totalizavam 11760 biliões de euros nos EUA e 11819 biliões na Europa. Nos últimos anos os mercados americanos cresceram 70% contra os 160% dos mercados europeus. Claro que a depreciação do dólar não ajudou nada, mas esta tendência verifica-se também nas trocas comerciais mundiais, onde já em 2005 os europeus representavam mais de 50% de todo o comercio externo da Rússia, 65% da Argélia, 31% do Irão (seguido pelo Japão com 12%), 20% da Arábia Saudita (contra apenas 16% dos EUA), 30% do Kuwait (contra apenas 11% dos EUA) entre muitos outros. Note-se que os EUA detinham os primeiros lugares em todos estes mercados por larga margem de avanço. A China ultrapassou mesmo os EUA como o 1º importador na União Europeia. Este ajustar de forças geopolíticas e económicas está a acontecer agora e a uma velocidade estonteante, levando os habituais players do mercado a não reagir pois estão imobilizados com teorias e tendências que funcionaram durante quase um século e que agora começam a valer nada. Temos de juntar a isto a grave crise imobiliária nos EUA, que tem funcionado como uma caixa multibanco para cada família americana endividada até aos cabelos com empréstimos sobre a habitação na expectativa da subida de preço do imobiliário, que já todos agora percebem não vai acontecer. Algumas das maiores instituições financeiras americanas já estão a falir, a 2ª maior de todas, a New Century, foi a falencia mais badalada mas outras aconteceram e muitas mais se esperam acontecer. De facto o problema já é grave o suficiente para fazer manchete em todas as cadeias de media americanas, em programas como a Oprah e por todo o lado. Os únicos a não admitir o gravíssimo problema (gravíssimo porque tudo está baseado em consumo privado e sem dinheiro não há consumo, logo esta crise não tem resolução à vista) são os big players financeiros e a própria reserva federal americana, ambos com muito a perder caso o admitam publicamente. O Fed não admite a depressão pois isto obrigá-lo-ia a baixar as taxas de juro, depreciando ainda mais o dólar e fazendo a moeda americana colapsar ainda mais depressa do que se tem apregoado, os bigs das financeiras porque é nesta onda que têm surfado nas ultimas décadas e não sabem surfar noutras, alem disso ainda há muito dinheiro a ganhar com todo o maralhal que ainda acredita nos conselhos destes tubarões financeiros.
Com isto tudo vem o dizimar por completo da classe média americana empurrando-os para baixo e roubando-lhes as poupanças. Preocupante é também a analise do rácio de rendimentos entre os 0,01% mais ricos e os 90% mais pobres que desde 1950 tem andado entre os 170 a 180 e que de repente saltou para os 880 em 2005, níveis apenas vistos nos meses anteriores à grande depressão de 1929 em que o numero era de 891. O problema dos americanos é que 1929 aconteceu num contexto de crescimento da influencia dos EUA no mundo e hoje acontece exactamente o oposto. Por isso, em vez de termos uma grande depressão teremos uma enorme depressão. Num exemplo recente do deliberado esmagamento da classe média americana, a segunda maior cadeia de electrónica de consumo, a Circuit City Stores, despediu 3400 trabalhadores, 8,5% do seu pessoal de loja que ganhavam entre 10-11 dólares por hora para contratar o mesmo numero de trabalhadores a um preço de 8 dólares por hora. As novas contratações deram-se na América e com americanos, ou seja a classe média perdeu membros que passaram para a classe baixa, e a classe baixa ganhou trabalho pago como classe baixa e ainda recebeu mais membros fruto do desemprego ocorrido na classe média, um autentico downgrading social. Com toda esta crise as falências pessoais aumentaram exponencialmente, os casos de incumprimento bancário também e cada vez mais pessoas estão a perder as suas casas tomadas pelos bancos credores. Nos EUA o intervalo de tempo entre o incumprimento bancário e a perda do imóvel é em média de apenas 3 meses. Não tem havido novas compras de imobiliário, os impostos sobre o património e as transacções imobiliárias tem descido a pique bem como as receitas fiscais relacionadas com o consumo. Na Califórnia e na Florida as receitas fiscais diminuíram pela primeira vez em 30 anos. As receitas dos impostos sobre os lucros das empresas têm descido vertiginosamente também. Isto vai levar a mais endividamento publico a juntar ao já obsceno endividamento americano, levando a mais uma queda do dólar. Depois temos os iranianos a afirmar que mais de 60% das suas exportações já são feitas em moeda totalmente independente do dólar. Claro, temos o Irão fora todos os outros países que já só querem distancia do dolar, até mesmo da China. Mas se tudo isto não bastasse, são os próprios números estatísticos a darem-nos a dimensão do problema. De facto os EUA entraram em recessão técnica em Maio. Não de acordo com o seu PIB expresso em dólares, mas quando analisamos os mesmos dados mas com as contas feitas em Euros, Libras, Yenes ou Yuans, o resultado é o mesmo, a recessão técnica. Ou seja, para a América existe crescimento, para o resto do mundo existe recessão. É a magia dos números a funcionar.
Por isso meus amigos, esqueçam tudo o que lêem e ouvem nas noticias, e se estão à espera de um crash bolsista lembrem-se que a quando a bolsa crasha é porque tudo o resto já caiu também. Os EUA já eram, a missa já foi lida mas o mundo inteiro ainda mantém a ideia contrária e toma decisoes com esta base, ajudando os grandes tubarões a planearem a sua fuga e deixarem o menino nos braços da classe média cega por promessas de infalibilidade do sistema e incorruptibilidade do império americano. Conversa tal e qual a imposta nas vésperas de 1929. Nunca nenhum império sobreviveu para sempre nem nenhuma moeda sobreviveu mais do que 100 anos sem colapsar.
NO DIA 12 de Junho de 2007, terça-feira, este post do blog SABER A VERDADE, que aparece na lista de links aqui do lado esquerdo, dizia o seguinte:
R.I.P.
Depois de muito tempo sem escrever, os escritos anteriores podiam ter deixado de fazer sentido não fosse a realidade confirmar praticamente tudo o que se tem vindo a dizer. Mas o que me leva a voltar ao trabalho aqui no blog é o lançar de um novo grito de alerta para os tempos de mudança que temos andado a viver, mudanças de fundo no contexto geopolítico, económico e financeiro. De facto, urge perceber o que se passa para se entender o que se vai passar, pois os grandes ganhos vêm do entendimento dos sinais dos tempos antes dos tempos mudarem de vez. Assim, o mundo teimosamente insiste em seguir um caminho já antes trilhado, não vamos nós insistir também em só nos apercebermos disso quando já nada houver a ganhar com isso. Mas então, comecemos...
Da já afamada crise financeira global que tanto se tem falado aqui neste blog, temos sinais de tal modo fortes dados nos últimos 3 meses que não podia ter deixado passar em vão. Meus amigos, pela primeira vez desde a I Guerra Mundial os EUA perderam o estatuto de centro financeiro mundial. Os mercados financeiros no final de Março totalizavam 11760 biliões de euros nos EUA e 11819 biliões na Europa. Nos últimos anos os mercados americanos cresceram 70% contra os 160% dos mercados europeus. Claro que a depreciação do dólar não ajudou nada, mas esta tendência verifica-se também nas trocas comerciais mundiais, onde já em 2005 os europeus representavam mais de 50% de todo o comercio externo da Rússia, 65% da Argélia, 31% do Irão (seguido pelo Japão com 12%), 20% da Arábia Saudita (contra apenas 16% dos EUA), 30% do Kuwait (contra apenas 11% dos EUA) entre muitos outros. Note-se que os EUA detinham os primeiros lugares em todos estes mercados por larga margem de avanço. A China ultrapassou mesmo os EUA como o 1º importador na União Europeia. Este ajustar de forças geopolíticas e económicas está a acontecer agora e a uma velocidade estonteante, levando os habituais players do mercado a não reagir pois estão imobilizados com teorias e tendências que funcionaram durante quase um século e que agora começam a valer nada. Temos de juntar a isto a grave crise imobiliária nos EUA, que tem funcionado como uma caixa multibanco para cada família americana endividada até aos cabelos com empréstimos sobre a habitação na expectativa da subida de preço do imobiliário, que já todos agora percebem não vai acontecer. Algumas das maiores instituições financeiras americanas já estão a falir, a 2ª maior de todas, a New Century, foi a falencia mais badalada mas outras aconteceram e muitas mais se esperam acontecer. De facto o problema já é grave o suficiente para fazer manchete em todas as cadeias de media americanas, em programas como a Oprah e por todo o lado. Os únicos a não admitir o gravíssimo problema (gravíssimo porque tudo está baseado em consumo privado e sem dinheiro não há consumo, logo esta crise não tem resolução à vista) são os big players financeiros e a própria reserva federal americana, ambos com muito a perder caso o admitam publicamente. O Fed não admite a depressão pois isto obrigá-lo-ia a baixar as taxas de juro, depreciando ainda mais o dólar e fazendo a moeda americana colapsar ainda mais depressa do que se tem apregoado, os bigs das financeiras porque é nesta onda que têm surfado nas ultimas décadas e não sabem surfar noutras, alem disso ainda há muito dinheiro a ganhar com todo o maralhal que ainda acredita nos conselhos destes tubarões financeiros.
Com isto tudo vem o dizimar por completo da classe média americana empurrando-os para baixo e roubando-lhes as poupanças. Preocupante é também a analise do rácio de rendimentos entre os 0,01% mais ricos e os 90% mais pobres que desde 1950 tem andado entre os 170 a 180 e que de repente saltou para os 880 em 2005, níveis apenas vistos nos meses anteriores à grande depressão de 1929 em que o numero era de 891. O problema dos americanos é que 1929 aconteceu num contexto de crescimento da influencia dos EUA no mundo e hoje acontece exactamente o oposto. Por isso, em vez de termos uma grande depressão teremos uma enorme depressão. Num exemplo recente do deliberado esmagamento da classe média americana, a segunda maior cadeia de electrónica de consumo, a Circuit City Stores, despediu 3400 trabalhadores, 8,5% do seu pessoal de loja que ganhavam entre 10-11 dólares por hora para contratar o mesmo numero de trabalhadores a um preço de 8 dólares por hora. As novas contratações deram-se na América e com americanos, ou seja a classe média perdeu membros que passaram para a classe baixa, e a classe baixa ganhou trabalho pago como classe baixa e ainda recebeu mais membros fruto do desemprego ocorrido na classe média, um autentico downgrading social. Com toda esta crise as falências pessoais aumentaram exponencialmente, os casos de incumprimento bancário também e cada vez mais pessoas estão a perder as suas casas tomadas pelos bancos credores. Nos EUA o intervalo de tempo entre o incumprimento bancário e a perda do imóvel é em média de apenas 3 meses. Não tem havido novas compras de imobiliário, os impostos sobre o património e as transacções imobiliárias tem descido a pique bem como as receitas fiscais relacionadas com o consumo. Na Califórnia e na Florida as receitas fiscais diminuíram pela primeira vez em 30 anos. As receitas dos impostos sobre os lucros das empresas têm descido vertiginosamente também. Isto vai levar a mais endividamento publico a juntar ao já obsceno endividamento americano, levando a mais uma queda do dólar. Depois temos os iranianos a afirmar que mais de 60% das suas exportações já são feitas em moeda totalmente independente do dólar. Claro, temos o Irão fora todos os outros países que já só querem distancia do dolar, até mesmo da China. Mas se tudo isto não bastasse, são os próprios números estatísticos a darem-nos a dimensão do problema. De facto os EUA entraram em recessão técnica em Maio. Não de acordo com o seu PIB expresso em dólares, mas quando analisamos os mesmos dados mas com as contas feitas em Euros, Libras, Yenes ou Yuans, o resultado é o mesmo, a recessão técnica. Ou seja, para a América existe crescimento, para o resto do mundo existe recessão. É a magia dos números a funcionar.
Por isso meus amigos, esqueçam tudo o que lêem e ouvem nas noticias, e se estão à espera de um crash bolsista lembrem-se que a quando a bolsa crasha é porque tudo o resto já caiu também. Os EUA já eram, a missa já foi lida mas o mundo inteiro ainda mantém a ideia contrária e toma decisoes com esta base, ajudando os grandes tubarões a planearem a sua fuga e deixarem o menino nos braços da classe média cega por promessas de infalibilidade do sistema e incorruptibilidade do império americano. Conversa tal e qual a imposta nas vésperas de 1929. Nunca nenhum império sobreviveu para sempre nem nenhuma moeda sobreviveu mais do que 100 anos sem colapsar.
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Continuarei a fazer mais transcrições deste blog, devidamente autorizadas pelo autor.