NA SUA visita ao México, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho discursou ao lado do Presidente Enrique Peña Nieto, ladeado por uma bandeira nacional adulterada. A Presidência mexicana remeteu a responsabilidade para a embaixada portuguesa, que foi quem teria fornecido aquele "trapinho", tudo levando a crer que tivesse sido comprado, à última da hora, na "loja dos 300" mais próxima.
sexta-feira, outubro 18, 2013
Cada Bandeira, Cada Barraca
NA SUA visita ao México, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho discursou ao lado do Presidente Enrique Peña Nieto, ladeado por uma bandeira nacional adulterada. A Presidência mexicana remeteu a responsabilidade para a embaixada portuguesa, que foi quem teria fornecido aquele "trapinho", tudo levando a crer que tivesse sido comprado, à última da hora, na "loja dos 300" mais próxima.
quarta-feira, outubro 16, 2013
O Medo do Macedo
O ILUMINADO ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, bem pode besuntar a fronha de preto e limpar as mãos à parede, com a sua decisão de proibir a marcha de protesto da CGTP na ponte 25 de Abril. Mascarando a polémica decisão política com supostos motivos de segurança (que na sua opinião já não se poriam na também-ponte Vasco da Gama), o caga-sugestões chegou ao ponto de dizer que "não é por acaso que nunca foi realizada uma manifestação em cima da ponte", ficando por esclarecer o que são as corridas pedrestes que lá têm ocorrido, senão manifestações de carácter desportivo. A ser assim, a imagem supra não é de nenhuma manifestação desportiva, mas sim um teste de resistência de materiais, levado a cabo sem nós sabermos. Mas o medo do Macedo talvez se torne pesadelo. Pelo sim, pelo não, sempre que tenho que ir à retrete, continuo a fazê-lo com dedicatória.
terça-feira, outubro 15, 2013
A Quadrilha Esteve em Conclave
DOMINGO, 13 de Outubro de 2013. A quadrilha do governo esteve reunida em "conclave" extraordinário, desde as 10 horas da manhã, até às tantas da noite, para trocar "desenhos" sobre o Orçamento de Estado para 2014, melhor dizendo, sobre os novos assaltos que irá fazer à fazenda dos portugueses. Pelo meio-dia, junto às instalações do Conselho de Ministros o cheiro a suor era já insuportável, de tal modo que os malfeitores optaram por fazer um "almoço de trabalho" (sandwichs, croquetes, empadas e sumos), e depois, ao longo da tarde, foram deixando "transpirar" que já havia "fumo branco" quanto ao desejado acordo. Mais um mistério que fica por explicar. Acordo? Qual acordo, e com quem?
Pelas 21 horas o "irrevogável" farsante Portas fez uma pausa, para vir até cá fora para informar os jornalistas e "tranquilizar" o povo, dizendo que apenas as pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros serão sujeitas a redução, o que corresponde, na opinião do "irrevogável", a uma solução “muitíssimo moderada”, bem longe daquilo que gente sem escrúpulos tinha andado a propalar. Com isto respirei fundo mas não fiquei descansadíssimo. E mais: dos 800.000 pensionistas "sobreviventes" apenas 25.000 irão ser afectados por mais esta expropriação, pois são os tais que vivem à grande e à francesa, com champagne, caviar e tudo. Assim sendo, fica por explicar onde o Governo irá buscar o restante, para perfazer os 100 milhões que contava arrecadar, ou será que essa verba foi mais uma falsa pista adiantada por este pouco escrupuloso Governo, para ver qual era a reacção? Ou será que o restante fica para o ano que vem? E mais ainda: disse o “irrevogável” que a razão de ser deste esbulho é que o Estado é deficitário em 1.200 milhões de euros, entre o que paga e o que recebe no regime contributivo, como se fossemos nós os culpados pelo facto do Estado não ser honesto nas contas, e um péssimo administrador das contribuições que entregamos à sua guarda. Cá ficamos à espera das cenas dos próximos capítulos. Entretanto, acautelemo-nos com os carteiristas que continuam a andar por aí…
Pelas 21 horas o "irrevogável" farsante Portas fez uma pausa, para vir até cá fora para informar os jornalistas e "tranquilizar" o povo, dizendo que apenas as pensões de sobrevivência acima dos 2.000 euros serão sujeitas a redução, o que corresponde, na opinião do "irrevogável", a uma solução “muitíssimo moderada”, bem longe daquilo que gente sem escrúpulos tinha andado a propalar. Com isto respirei fundo mas não fiquei descansadíssimo. E mais: dos 800.000 pensionistas "sobreviventes" apenas 25.000 irão ser afectados por mais esta expropriação, pois são os tais que vivem à grande e à francesa, com champagne, caviar e tudo. Assim sendo, fica por explicar onde o Governo irá buscar o restante, para perfazer os 100 milhões que contava arrecadar, ou será que essa verba foi mais uma falsa pista adiantada por este pouco escrupuloso Governo, para ver qual era a reacção? Ou será que o restante fica para o ano que vem? E mais ainda: disse o “irrevogável” que a razão de ser deste esbulho é que o Estado é deficitário em 1.200 milhões de euros, entre o que paga e o que recebe no regime contributivo, como se fossemos nós os culpados pelo facto do Estado não ser honesto nas contas, e um péssimo administrador das contribuições que entregamos à sua guarda. Cá ficamos à espera das cenas dos próximos capítulos. Entretanto, acautelemo-nos com os carteiristas que continuam a andar por aí…
segunda-feira, outubro 14, 2013
Small Is Beautiful
«Pensei, durante muitos anos, que os contos eram apenas um modo de ir ganhando prática enquanto não arranjava tempo para escrever um romance (...) Depois descobri que os contos eram tudo o que eu conseguia fazer, de modo que encarei esse facto.»
Declarações de Alice Munro, prémio Nobel da Literatura 2013
Declarações de Alice Munro, prémio Nobel da Literatura 2013
domingo, outubro 13, 2013
Os Chantagistas
INTERCALANDO com as pressões que o governo do Coelho e a sua corte de seguidores e comentadores, vão exercendo sobre o Tribunal Constitucional, foi a vez da sempre exuberante directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e do "preclaro" presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, virem meter a sua colherada, ou melhor dizendo, exercerem a sua dose de chantagem. A primeira veio lembrar-nos que Portugal tem uma "dificuldade particular" para cumprir o programa da troika, consubstanciada nos pontos de vista que o Tribunal Constitucional tem adoptado sobre a inconstitucionalidade de algumas medidas do Governo, ao passo que o segundo, numa intervenção no Fórum Empresarial do Algarve, também achou que era oportuno advertir-nos que os "mercados" estão atentos ao desenrolar da situação, e que todos os orgãos de soberania, incluindo os tribunais (leia-se Tribunal Constitucional), devem convergir para que sejam cumpridas as metas definidas pelo programa do Governo, pois sempre que as taxas de juro sobem, são menos uns milhões que reverterão em benefício dos "coitados" dos portugueses.
Pois bem, o que ambos querem dizer é que temos que capitular, sem tugir nem mugir. A mensagem não tem duas leituras. Ou nos deixamos fritar alegremente, ou se saltarmos para fora da frigideira, o resultado será sermos assados no lume. Estas pressões, chantagens e interferências, que vindas de dentro e de fora do país, pretendem condicionar o Tribunal Constitucional, sugerindo uma leitura "descomprometida" e a pedido das normas constitucionais, é coisa que deveria ser objecto de um "ponto de ordem à mesa" e de um veemente repúdio, de quem tem por dever salvaguardar a soberania nacional, isto é, a Presidência da República. Mas nada, não incomodem Sua Excelência! A pouca soberania que nos resta limita-se a uma pernoita nas Ilhas Selvagens.
Pois bem, o que ambos querem dizer é que temos que capitular, sem tugir nem mugir. A mensagem não tem duas leituras. Ou nos deixamos fritar alegremente, ou se saltarmos para fora da frigideira, o resultado será sermos assados no lume. Estas pressões, chantagens e interferências, que vindas de dentro e de fora do país, pretendem condicionar o Tribunal Constitucional, sugerindo uma leitura "descomprometida" e a pedido das normas constitucionais, é coisa que deveria ser objecto de um "ponto de ordem à mesa" e de um veemente repúdio, de quem tem por dever salvaguardar a soberania nacional, isto é, a Presidência da República. Mas nada, não incomodem Sua Excelência! A pouca soberania que nos resta limita-se a uma pernoita nas Ilhas Selvagens.
sexta-feira, outubro 11, 2013
Um Quadrúpede em Directo
"Se eu falhar a minha missão é o país que falha", conclusão do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, em 9 de Setembro de 2013, durante o programa "O País Pergunta", da RTP1, perante uma audiência de vinte escolhidos, para fazerem perguntas ao convidado.
Como a missão dele tem sido a de empobrecer os portugueses, dividindo-os entre bons, maus e vilões, pondo uns contra os outros, destruir o tecido económico, promover a precariedade e o desemprego, accionar o desmentelamento do estado social e privatizar o património, governando contra os interesses da maioria dos portugueses e contra a Constituição, em benefício dos grandes interesses e dos detentores do grande capital, pois então que falhe, para que o país sobreviva.
Como a missão dele tem sido a de empobrecer os portugueses, dividindo-os entre bons, maus e vilões, pondo uns contra os outros, destruir o tecido económico, promover a precariedade e o desemprego, accionar o desmentelamento do estado social e privatizar o património, governando contra os interesses da maioria dos portugueses e contra a Constituição, em benefício dos grandes interesses e dos detentores do grande capital, pois então que falhe, para que o país sobreviva.
quinta-feira, outubro 10, 2013
Pantominice Nacional
TEMOS como ministro dos negócios estrangeiros um inoxidável cavalheiro chamado Machete, que todos os dias se desdobra em novas declarações sobre os mesmos assuntos, e cujas versões, curiosamente, nunca coincidem entre si. A incombustível ministra Luís Albuquerque também tem o mesmo hábito, sobretudo quando se fala de "swaps". Já o irrevogável e inafundável vice-primeiro-ministro Portas diz que não sabe o que se passa com os cortes das pensões de sobrevivência. Os restantes ministros, com algumas variações, afinam pela mesma bitola, ao passo que o Coelho fala em "choque de expectativas" e dá cobertura a todos. Quanto a Cavaco Silva, exibindo o seu anibalesco sado-masoquismo, defende que é urgente conciliar as medidas de austeridade com crescimento económico e combate ao desemprego, mas deixa por explicar como se pode concertar o tão desejado crescimento com a destruição do tecido empresarial, o qual por sua vez arrasta o inevitável desemprego.Há um nome para tudo isto: chama-se pantominice nacional.
Fenómenos do Entroncamento e Governantes Sem Abrigo
EM 8 de Julho de 2013, por despacho do ainda Ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, e do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, foi designado para presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário do Entroncamento, um tal senhor doutor que por obra e graça de sabe-se lá o quê, apenas possui o antigo 3º. Ciclo Liceal. Porém, isto não passa de uma curiosidade menor, uma quase anedota. Mais preocupante é sabermos que alguns novos Secretários de Estado do governo do Coelho, passaram a ter direito a 750 euros mensais de subsídio de alojamento (porque coitados não têm abrigo em Lisboa), e para o qual certamente irão contribuir os prometidos cortes nas pensões de sobrevivência, cumprindo-se assim o tal justo preceito de tirar a quem tem, para dar a quem não tem.
quarta-feira, outubro 09, 2013
A Arte da Confusão
O HÁBITO já vem do tempo dos governos de Cavaco Silva, António Guterres, Durão Barroso, Santana Lopes, José Sócrates, até que passou a ter agora a sua expressão máxima, no governo do Passos Coelho. Mentir, baralhar, desconversar, desinformar, não confirmar nem desmentir, era para ser assim mas já não é, o futuro só a Zeus pertence, etecetera e tal, são expressões que passaram a povoar o nosso quotidiano, e que têm por objectivo deixar-nos confundidos. Ora isto não acontece por acaso. Dizer hoje uma coisa e amanhã o seu contrário, armar a confusão, instalar o caos, é uma estratégia ancestral. Ouvir repetidamente uma coisa e logo depois o seu desmentido, é a forma mais segura de provocar o nosso progressivo alheamento e desinteresse sobre essa matéria, até que somos apanhados desprevenidos, e é desferido o golpe fatal. Já Sun-Tzu, o general chinês que há dois mil anos escreveu um tratado sobre a arte da guerra, aconselhava que antes de darmos batalha ao inimigo, devemos lançar a maior confusão possível entre as suas hostes, pois um exército confundido é um exército antecipadamente derrotado. Só que, neste caso, há uma grande diferença: o inimigo a abater é o próprio povo de que os políticos se dizem governantes.
segunda-feira, outubro 07, 2013
A Solução Final
«"O Governo compromete-se, para o OE2014, com uma poupança de 100 milhões de euros na despesa com pensões de sobrevivência." De sobrevivência. O governo vai cortar pensões de sobrevivência. Irá fazer contas a cada pensionista e definir, talvez, qual o mínimo de calorias diárias para não morrer de fome, depois multiplica por 30 e paga. O dia extra mês-sim-mês-não ficará por sua conta e risco. Os felizes pensionistas rejubilarão em cada ano não-bissexto. É isto as "poupanças", o "ajustamento", a anunciada "saída da crise". Não sei como Pedro Mota Soares consegue dormir em paz, mas se algum dia um velho o apanhar na rua e lhe escarrar na cara, aplaudirei de pé.
Não ficava mais barato e não seria mais misericordioso contratar uns pelotões de fuzilamento e acabar com os velhos de uma vez, sem dor, logo ali? Seria tão bom para a "poupança", para a sustentabilidade da Segurança Social, para as contas públicas, para o combate ao desperdício, para o défice, para todos. Talvez não. Quem pagaria a bala?»
Post de Paulo Pinto no blog JUGULAR, com o título "the walking dead" e publicado em 6 de Outubro de 2013. O título deste post é de minha autoria.
Meu comentário: Na Alemanha, entre 1939 e 1941, o regime nazi de Adolf Hitler resolveu o problema dos inválidos, dos doentes mentais, dos recém-nascidos problemáticos, dos doentes incuráveis e dos indesejáveis, com a instituição da eutanásia (com e sem consentimento), através do programa “Action T4”, tendo sido executadas ao abrigo desta medida cerca de 100.000 pessoas em menos de dois anos. Em versão "democrática" passos-coelhista, sem alardes nem violências, com encargos mínimos, embora mais lento, o resultado vai dar ao mesmo. Campos de concentração, injecções letais e câmaras de gás, são coisas do passado. Convém não esquecer que em matéria de extermínio, os processos mais lentos e desconcentrados, para não levantar suspeitas, são sempre os mais eficazes.
domingo, outubro 06, 2013
A Prática do Fossado (*)
SEGUINDO o conselho do presidente Cavaco (o insustentável sado-masoquista) de que todos os cidadãos devem ser tratados no respeito pelos princípios da igualdade e da dignidade humana inscritos na Lei Fundamental, o bandoleiro Coelho prepara-se para efectuar mais um fossado contra os portugueses. Desta feita, prepara-se, a partir de Janeiro de 2014, para atacar as pensões de sobrevivência dos viúvos e órfãos, como compensação da não aplicação da chamada TSU dos pensionistas e dos chumbos do Tribunal Constitucional. O objectivo é reduzir as pensões entre 60 a 70 por cento do seu valor, poupando assim 100 milhões de euros, encontrando-se as vítimas entre os 700 mil beneficiários de pensões de sobrevivência no regime geral da Segurança Social, e 132 mil na Caixa Geral de Aposentações (CGA).
(*) Incursão guerreira praticada durante a idade média, sendo que um dos seus objectivos, para além das escaramuças, era o saque das populações inimigas, mas sem conquista de território ou povoações.
sábado, outubro 05, 2013
A República das Incorrecções Factuais
O IMPERTURBÁVEL ministro dos negócios estrangeiros Rui Machete (o incorrector factual), aproveitou uma entrevista a uma rádio angolana, para apresentar desculpas ao governo daquele país, pelo facto de o Ministério Público português ter levado a cabo investigações a empresários angolanos. Se bem que numa primeira abordagem, a atitude possa parecer anedótica, ela é mais grave que isso. É grave porque o Machete se foi acocorar e apresentar desculpas a um governo estrangeiro, no local menos indicado para o efeito, e exibindo o mais requintado lambebotismo, sem que lhe tenha sido passada qualquer procuração, para falar em nome do Ministério Público português. E mais grave ainda, pelo facto do Machete se ter intrometido numa área - a da justiça - que não é da sua competência, incorrendo num atropelo à separação de poderes. Recorrendo à pitoresca semântica que o ministro tem por hábito usar, é natural que o incidente venha a ser classificado como um insignificante deslize factual, pois se até o bronco do Coelho deu cobertura ao incauto, afirmando que esta situação não criou qualquer problema diplomático entre Portugal e Angola, e que ninguém pode ficar diminuído politicamente por ter usado uma expressão menos feliz. Pois não, a esta hora Angola deve estar a gozar perdidamente, e o Machete à procura no dicionário da expressão mais adequada para classificar o seu estatelanço.
quinta-feira, outubro 03, 2013
Registo Para Memória Futura (92)
«Não haverá segundo resgate para ninguém.»
Declaração do ministro da Economia, António Pires de Lima, na Alfândega do Porto, em 30 de Setembro de 2013. Ainda há quem acredite que nesta coisas de dinheiro e agiotagem, a fé é que nos move.
«Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável (…) só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo.»
Declaração do presidente Aníbal Cavaco Silva, numa conferência de imprensa, no decurso da sua visita à Suécia, em 2 de Outubro de 2013. Isto é o que dá quando pretensos economistas começam a dar sentenças sobre preversões e tendências do foro sexual.
ADENDA – Não fossem alguns jornalistas atentos terem referido o facto, lá eu teria deixado passar mais esta anibalesca cavacada. De facto, há dez (10) meses atrás, durante a sua mensagem de Ano Novo, Sua Exorbitância disse, sem se rir, olhos nos olhos com os portugueses, que a situação social do país não podia ser iludida e que a dívida era insustentável. Que eu saiba, nada de muito significativo mudou, logo se pouco ou nada mudou, porque é que Sua Exorbitância mudou tanto? Isto é o pior que nos podia acontecer. Além de desmemoriado e mal aconselhado, o sádico, veste-se de cabedal, puxa do chicote e diz que os outros é que são masoquistas…
Declaração do ministro da Economia, António Pires de Lima, na Alfândega do Porto, em 30 de Setembro de 2013. Ainda há quem acredite que nesta coisas de dinheiro e agiotagem, a fé é que nos move.
«Surpreende-me que em Portugal existam analistas e até políticos que digam que a dívida pública não é sustentável (…) só há uma palavra para definir esta atitude: masoquismo.»
Declaração do presidente Aníbal Cavaco Silva, numa conferência de imprensa, no decurso da sua visita à Suécia, em 2 de Outubro de 2013. Isto é o que dá quando pretensos economistas começam a dar sentenças sobre preversões e tendências do foro sexual.
ADENDA – Não fossem alguns jornalistas atentos terem referido o facto, lá eu teria deixado passar mais esta anibalesca cavacada. De facto, há dez (10) meses atrás, durante a sua mensagem de Ano Novo, Sua Exorbitância disse, sem se rir, olhos nos olhos com os portugueses, que a situação social do país não podia ser iludida e que a dívida era insustentável. Que eu saiba, nada de muito significativo mudou, logo se pouco ou nada mudou, porque é que Sua Exorbitância mudou tanto? Isto é o pior que nos podia acontecer. Além de desmemoriado e mal aconselhado, o sádico, veste-se de cabedal, puxa do chicote e diz que os outros é que são masoquistas…
quarta-feira, outubro 02, 2013
As Premonições de Natália Correia
«A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista.
…
Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão.
…
As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir.»
Citações retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta. Natália Correia foi uma poetisa portuguesa nascida em Fajã de Baixo, São Miguel, Açores, em 13 de Setembro de 1923 e falecida em Lisboa, em 16 de Março de 1993
terça-feira, outubro 01, 2013
Tomem Nota
"Portugal já saiu da recessão e apresenta o maior crescimento de toda a União Europeia."
Surpeendente anúncio de Aníbal Cavaco Silva, em entrevista publicada no diário sueco Dagens Nhyeter, em 30 de Setembro de 2013, em véspera de se deslocar em visita oficial àquele país.
Se por um lado há quem esteja surpreendido com o facto da recessão ter sido tão rápida e eficientemente debelada, logo deve ter sido usado um poderoso germicida, por outro, há também quem diga que o coitado do senhor, sempre que vai de viagem, e preocupado em “vender” uma boa imagem de Portugal, entra em delírio.
Surpeendente anúncio de Aníbal Cavaco Silva, em entrevista publicada no diário sueco Dagens Nhyeter, em 30 de Setembro de 2013, em véspera de se deslocar em visita oficial àquele país.
Se por um lado há quem esteja surpreendido com o facto da recessão ter sido tão rápida e eficientemente debelada, logo deve ter sido usado um poderoso germicida, por outro, há também quem diga que o coitado do senhor, sempre que vai de viagem, e preocupado em “vender” uma boa imagem de Portugal, entra em delírio.
segunda-feira, setembro 30, 2013
Nem Mais!
O COELHO reconhece que o resultado das eleições autárquicas foi claramente negativo para o PSD, mas contrapõe que quanto à governação não se afastará um milímetro do caminho trilhado. Assim sendo, os portugueses só podem contar com a sádica vingança que aí vem, recheada de mais sacrifícios para o futuro e a continuação do empobrecimento generalizado. Vamos ter que continuar a "grandolá-lo"...
Nota: a imagem é de um título do jornal "i" de 30 de Setembro de 2013
domingo, setembro 29, 2013
Os Dardos Foram Lançados!
NO DECURSO do domingo eleitoral, o Coelho disse que iria fazer uma leitura nacional das autárquicas. Pois que faça, mas certamente que se irá ancorar às recomendações do inquilino de Belém, que ainda o domingo ia a meio e já andava a pôr paninhos quentes nos resultados que se adivinhavam, dizendo que o futuro do Governo não depende das eleições autárquicas. Ambos continuam a insistir em fazer de nós atrasados mentais, pondo-se a tresler os sinais que o eleitorado lhes envia, com uma ousadia que roça a mais tenebrosa e insolente provocação. Mas não conseguem falsear a realidade. Os dardos foram lançados, e à conta das autárquicas, os execráveis governantes do PSD/CDS-PP já foram derrotados. Falta capitularem!
sábado, setembro 28, 2013
Mais Um Que Está a Precisar de Levar Com o Amplificador
O ministro Nuno Crato (o deseducador) afirmou ontem, em Bruxelas, que é natural que em vésperas de eleições, os problemas relacionados com o arranque do ano lectivo sejam "amplificados", e questionado sobre se espera que na próxima segunda-feira a situação esteja mais calma, o ministro disse ter "a certeza que sim". Quando lhe foi perguntado quantos alunos continuavam sem aulas, duas semanas depois do início do ano lectivo, respondeu que não tinha "números nesse sentido", expressão que na boca do Crato, que também sabe fazer-se de apatetado ou desentendido, tanto podia estar a referir-se a números residuais, como a exibir uma ministerial ignorância. Como ele disse estas coisas à margem de uma reunião em que participou, ao lado de ministros da Competitividade, Mercado Interno, Indústria, Investigação e Espaço da União Europeia, penso que estar naquela reunião, também só podia ser por engano.
sexta-feira, setembro 27, 2013
As Patranhas do Coelho
DEPOIS de ter andado a brandir a ameaça de um segundo resgate, o primeiro-ministro Coelho (o despovoador) garantiu que este (des)governo está a livrar Portugal do grande susto em que caímos, que os dados do terceiro trimestre são positivos e que isso significa que a nossa economia “está a dar a volta”. Acontece que na boca deste Coelho, a nossa economia é uma grande galdéria e contorcionista; depois de ter ido dar uma volta, já são muitas as vezes que “está de volta”, e outras tantas que “está a dar a volta”, só que no caminho de regresso encontra sempre quem não lhe quer bem, e lá tem que ir dar mais uma voltinha.
Ah, é verdade, já me esquecia do tal grande susto em que o Coelho diz que caímos. Não sei a qual se está a referir (já são muitos), muito embora esteja inclinado a considerar uma de duas hipóteses: ou da “irrevogável demissão” do Paulo Portas (o submarinista) que conseguiu torpedear a confiança dos mercados, ou então das folhas de Excel com que o Vítor Gaspar (o excelente mágico) infectou os computadores do ministério das Finanças.
Ah, é verdade, já me esquecia do tal grande susto em que o Coelho diz que caímos. Não sei a qual se está a referir (já são muitos), muito embora esteja inclinado a considerar uma de duas hipóteses: ou da “irrevogável demissão” do Paulo Portas (o submarinista) que conseguiu torpedear a confiança dos mercados, ou então das folhas de Excel com que o Vítor Gaspar (o excelente mágico) infectou os computadores do ministério das Finanças.
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