quarta-feira, julho 10, 2013

Reformas e Pensões na Loja de Penhores


«Governo manda investir até 90% do dinheiro das reformas em títulos do Estado. Se houver uma reestruturação da dívida, pode haver perdas altas.

A concentração do dinheiro do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) em aplicações na dívida pública portuguesa, como determina uma medida aprovada esta semana pelo Governo, poderá pôr em risco o pagamento futuro das pensões dos portugueses.

Caso a dívida pública portuguesa tenha de ser reestruturada, como vários especialistas já alertaram na sequência da actual crise política, "se houver perdas no FEFSS, as pensões correm sérios riscos de perder muito dinheiro", alerta João Cantiga Esteves, professor de Economia no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). No final de Junho, o FEFSS tinha um valor total de 11 mil milhões de euros.

O Governo, através de uma portaria assinada ainda pelo ex-ministro das Finanças e pelo ministro da Segurança Social [Vitor Gaspar], determina que, a partir de 3 de julho, sejam investidos em dívida pública portuguesa até 90% das verbas do FEFSS. Vítor Gaspar e Pedro Mota Soares dizem que a medida está prevista no memorando assinado com a troika e tem em vista a sustentabilidade da dívida do Estado.

No final de Junho, segundo o Ministério da Segurança Social, o valor do FEFSS ascendia a 11 mil milhões de euros, dos quais cerca de 55% aplicados em dívida pública portuguesa. Com a nova orientação do Governo, o investimento do FEFSS em dívida pública aumentará para 9,9 mil milhões de euros, contra os atuais seis mil milhões de euros.

Para Cantiga Esteves, "o risco é demasiado", até porque "não é recomendável pôr os 'ovos todos no mesmo cesto'". José Santos Teixeira, responsável da Optimize, reconhece que o reforço das aplicações do FEFSS "é bom para a dívida pública, porque é um comprador suplementar e pode segurar as taxas de juro no mercado secundário." Só que, "no fundo, aumenta o risco no pagamento futuro das reformas", frisa.»

Artigo de António Sérgio Azenha, com o título "90% do dinheiro das reformas em títulos de dívida do Estado", in jornal CORREIO DA MANHÃ em 6 de Julho de 2013. O título do post é de minha autoria.

segunda-feira, julho 08, 2013

Segundo Resgate a Caminho…

… ou aquilo que os outros sabem e nós não sabemos, porque há quem nos queira manter na ignorância. A imagem é de um recorte do jornal EL PAÍS on-line de 8 de Julho de 2013.

domingo, julho 07, 2013

As Misérias De Que Se Fala

O SENHOR Manuel Clemente devia pensar duas vezes naquilo de diz, mais a mais na sua primeira homilia do Mosteiro dos Jerónimos, logo após a sua tomada de posse como patriarca. No meio dos tratos de polé a que o Governo sujeita o povo, era dispensável que alguém viesse acentuar, como ele o fez, que uns são mais sacrificados que outros, ou que uns são mais exemplo de resistência que outros, pois os portugueses não precisam que os dividam, mas sim que os unam. Que eu saiba, a pregação de Cristo nunca se inspirou ou fez distinção entre gentes do norte, do centro ou do sul, sobretudo quando todos estão sob o mesmo jugo e são alvo das mesmas malfeitorias. E numa audiência daquela solenidade, tão frequentada por gentes que sobraçam o poder e gostam de exibir a sua devoção, era desejável que não ficassem isentos de reparo, já que são eles que fabricam as misérias de que se fala.

sábado, julho 06, 2013

Ensaio Sobre a Crise-Mistério


A SOLUÇÃO da crise está encontrada, agora só falta o veredicto do inquilino de Belém (o tal que não é pressionável), que ainda tem que cumprir o calendário de receber os partidos da oposição, uma tarefa de faz-de-conta, apenas para simular que ainda está a formar a sua decisão, e que somos uma democracia cheia de nove horas. Entrementes, o Coelho e o Portas protagonizaram mais uma encenação e vieram confessar-nos, numa comunicação conjunta ao país, com tonalidades porno-softcore, que tinham encontrado a quadratura do círculo, a bem da durabilidade e da estabilidade governativa. Fica no ar a imagem junto do povo crente que o pequenote "david" derrotou o grande "golias". Em vez da pedrada certeira que eliminou o adversário, a "negociação" e o "consenso" prevaleceram. O mútuo desejo de salvação da pátria e de levar a bom termo o seu resgate, sobrepôs-se às diferenças que cada um deles tem sobre o modelo e aspectos particulares da governação, e o compromisso acabou por ser encontrado. Se não podes vencê-lo, junta-te a ele, mas impõe condições, e ficam ambos perdoados! Lá para terça ou quarta-feira, Sua Quinta-Essência o presidente Cavaco, descerá do "monte sinai" e dirá de sua justiça. Estão a perceber, não estão?

Assim, o CDS, com os olhos postos nos superiores interesses da nação - logo devíamos estar humildemente reconhecidos e obrigados pelo seu labor - reforça a sua posição no Governo, com o "contrabandista" Portas, que disse nunca transgredir a fronteira das suas convicções, fronteira essa que afinal tem um traçado variável, conforme as conveniências, a passar a vice-primeiro-ministro, indo agora mudar de fato, para voltar a tomar posse, fraternalmente agradecido a Passos Coelho por este ter rejeitado o seu “irrevogável” pedido de demissão, mas a deixar no ar a suspeita de que tudo não passou de jogo combinado. Já o Álvaro "pastel-de-nata" deixa a economia e regressa a Vancouver, parece que substituído por António Pires de Lima, ao passo que o Jorge Moreira da Silva parece que fica a tratar do Ambiente, ao passo que permanece a incógnita de quem ficará com o casarão das Necessidades, compondo assim o ramalhete deste simulacro de remodelação, onde o elenco governativo se transmuda de tamanho S em tamanho XL. Curiosamente, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, o factor determinante da "discórdia" do Portas com o Coelho, mantém-se no Governo e ficam todos amigos, renovando-se a suspeita de que ela apenas serviu de pretexto para o desencadear desta misteriosa "crise". O objectivo era dramatizar e colocar o meio político sobre uma pressão insuportável, tentando convencer-nos que com a agudização da crise social e o constante pedido de eleições antecipadas, desembocaríamos num inevitável segundo resgate, sendo adiado "sine die" o regresso aos queridos mercados.

Que se lixe a taça, que se lixem as eleições e outras complicações, pois os objectivos foram atingidos. Vejam só que até a meteorologia tem vindo, nos últimos dias, a dar uma preciosa ajuda à recuperação económica do país, passando a desenrolar-se em piloto automático. Para além da satisfação dos mercados e das agências de rating, importante mesmo era manter operacional a quadrilha de malfeitores, com a tarefa que têm entre-mãos de fazer o "reset" do país e dos portugueses. Volto a dizer que eles não são garotelhos inexperientes nem incompetentes, apenas se querem fazer passar por tal, e com isso obterem a nossa comiseração. Como diria o "outro", sabem muito bem o que querem e para onde vão, e com estes episódios, apenas nos querem fazer passar por parvos, enquanto eles, entre garraiadas e improvisações, vão levando a água ao seu moinho. Das aparências não reza a história, mas sempre vão dando uma ajuda substancial, para esbater as diferenças entre o ser e o parecer. Foi uma mini-série dramática que se irá arrastar durante semana e meia, que garantirá mais uns tempos de sobrevivência à coligação, contando que o 2015, não tarda nada, já estará ali ao virar da esquina. Mas isto são apenas as suas intenções, que não quer dizer se concretizem. A ver vamos!

sexta-feira, julho 05, 2013

Alguém Tem Dúvidas?

PARA regressar às feiras e aos mercados, a pessoa indicada é o Paulo Portas. Alguém tem dúvidas?

Crise, Qual Crise?

CRISE, qual crise? Afinal, tudo não passou de um equívoco. O Portas, cuja demissão passou de irrevogável a negociável, provavelmente por razões "patrióticas, apenas queria negociar (tal como a sardinha na lota) o peso de CDS-PP no Governo. Só os mal-intencionados podem dizer que houve crise. Como se pode ver, as presidenciais diligências de Cavaco, continuam em passo de caracol e envoltas em mistério. Uns dizem que ele exige que o Portas se mantenha no Governo, outros que isso não é condição essencial. Entretanto, o que transpira cá para fora, diz que tudo continua na mesma, e que ele apenas exige que o Governo encontre e apresente soluções de estabilidade e durabilidade, tal como as pilhas "duracell", e que evitem perturbar a sua magistratura de influência.

quarta-feira, julho 03, 2013

De Surpresa em Surpresa


COMEÇAM a juntar-se as peças do puzzle e verifica-se que as palhaçadas e as anedotas extravasaram Belém e São Bento e começam a contaminar toda a cena política do país. Reparem, o Governo começa por dizer que a demissão de Victor Gaspar o apanhou de surpresa. Paulo Portas repete que foi uma surpresa a nomeação da Maria Albuquerque para ministra das Finanças, que não concorda com a solução e demite-se. O primeiro-ministro Coelho, a ver o governo ficar em fanicos e o poder a fugir-lhe por entre os dedos, acrescenta que foi para si uma surpresa o pedido de demissão do "guarda fronteiriço" Paulo Portas, e por isso não a aceitou, pedindo mais explicações e rejeitando demitir-se, garantindo que não abandona Portugal, ao passo que o senhor Cavaco, com uma leitura minimalista dos seus poderes institucionais, sem o mínimo sentido de Estado e indiferente a tudo o que se passa à sua volta, dava posse à ministra Maria Albuquerque e aos seus secretários de Estado, duas horas depois de já ser conhecida a demissão do Paulo Portas, segunda figura do Governo. E assim vamos de surpresa em surpresa até ao descalabro total.

Conclusão: Cavaco Silva prefere continuar a brincar com os binóculos, a ver passar os comboios, mantendo o neófito tiranete ligado ao ventilador, como se nada estivesse a acontecer, ao mesmo tempo que se começa a ouvir um coro de vozes de "gente importante", banqueiros, grandes empresários, marcelos e marcelinhos, politólogos da treta e comentadores de aviário (só falta pedir a opinião ao Papa Francisco e ao Durão Barroso) a repetirem, em sincronizada algazarra, que eleições antecipadas nem pensar, olhem que se perde a estabilidade e a luz ao fundo do túnel, que há o vazio do poder, que a reforma do Estado fica adiada, que os sacrifícios dos portugueses não podem ser desperdiçados, que a troika não vai gostar, que os mercados não vão gostar e os juros vão disparar, que logo virá um segundo resgate, que Portugal não é a Grécia, etecetera e tal. A propósito, já me esquecia, que será feito do Relvas?

segunda-feira, julho 01, 2013

Ai a Minha Imaginação!

APESAR do retumbante "sucesso do programa de ajustamento", do desemprego a continuar a fazer a sua escalada ascensional, com a dívida pública quase em 130% e o défice a passar para 10,6%, o glorioso Pedro Passos Coelho garante que desta vez é que vai ser, e que é no último trimestre deste ano, nem mais, que se vai operar a milagrosa "viragem da tendência económica".

Entre o caos harmonioso do Sócrates e a luminosa obscuridade do Coelho, como é usual dizer-se, que venha o diabo e escolha. Por isso há quem acredite que todos os tormentos que nos afligem, são obra do diabo, que anda por aí à solta. Nada mais errado, pois os diabretes são outros! O pérfido estado de excepção em que vivemos é bem humano, não tem nada de sobrenatural, muito embora nos seus contornos tenha todas as perversas características daquilo que seria uma parceria público-privada entre o Governo e satanás, para instalar aqui uma sucursal do inferno, salvaguardada com mais um “swap” especulativo.

Entretanto, a cambada governativa, com todos os argumentos e embustes esgotados, passou a aconselhar que procuremos na fé, na esperança e numa grande dose de "boa sorte", os remédios para os nossos males. Para consumar essa intenção, e à falta de um balcão para serem passados atestados de pobreza, o Coelho achou por bem inaugurar uma "sala de chuto" para atender diariamente a comunicação social, onde o ministro Poiares Maduro exercitará os seus dotes de anestesista. Entretanto, fico à espera que me venha dizer (ou repetir) que o ministro Gaspar já tinha pedido a demissão há oito (8) meses, e que o Coelho não aceitou. Que isto foi um contratempo, mas que vai voltar tudo a entrar nos eixos. Há oito (8) meses, quem diria! Como vingança, vejam só o que ele fez de lá para cá! E depois, para que a História se volte a repetir, só falta que o Coelho se demita, queixando-se de falta de apoio, e o Cavaco, sempre desejoso de manter a estabilidade política e governativa, chame a Belém o "mago das finanças" Victor Gaspar, para o convidar para primeiro-ministro e formar governo...

domingo, junho 30, 2013

Registo Para Memória Futura (88)


«A proposta de lei que reduz o cálculo das indemnizações em caso de despedimento para 12 dias por cada ana de trabalho foi hoje aprovada na generalidade. A proposta de lei do Governo Nº. 120/XII foi aprovada no Parlamento com os votos favoráveis das bancadas do PSD, CDS-PP e PS. PCP, Bloco de Esquerda e Verdes votaram contra.»

Notícia da Agência LUSA em 28 de Junho de 2013

Meu comentário: Despedir é cada vez mais fácil, acreditar nos partidos da "troika" (PSD, CDS-PP e PS), seja pelo que dizem ou pelo que fazem, é cada vez mais difícil, senão mesmo impossível.

sexta-feira, junho 28, 2013

Documento Essencial da História Recente


Título - Alcora - O Acordo Secreto do Colonialismo
Autores - Aniceto Afonso - Carlos de Matos Gomes
Prefácio - Fernando Rosas
Género - História de Portugal Contemporânea

Editor - Divina Comédia
Data da Edição – 2013
Capa – Patrícia Furtado
Paginação – Segundo Capítulo
Impressão - Rainho e Neves, Lda.
Páginas – 399

NOTA – Um documento de capital importância que faz a abordagem de uma importante, altamente secreta e contranatura aliança, em que o salazarismo e o marcelismo se envolveram, na desesperada tentativa de sobreviverem aos “ventos de mudança” que assolaram a última fase do colonialismo português, até ao desfecho do 25 de Abril de 1974.

Sindicalismo Ornamental

«Quem se mete com o governo leva, é a tradução jorgecoelhista desta proposta vinda de quem vive mal com a liberdade sindical e o direito à greve. Quem faz este tipo ataque é a favor do direito à greve se ele não for exercido, a favor do sindicalismo livre se ele não for viável e a favor da concertação social se ela resultar em acordos em que só um dos lados tem uma palavra a dizer.»

Conclusões de um artigo do comentador Daniel Oliveira. O título deste post é de minha autoria.

quinta-feira, junho 27, 2013

No Decurso da Greve Geral

“O país não está parado e a opinião do Governo é que é exactamente de trabalho que o país precisa”, disse Marques Guedes na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de Conselho de Ministros, ocorrida em dia de Greve Geral.

NOTA - Reunião essa do Conselho de Ministros onde certamente foram aprovadas mais umas quantas medidas do seu catálogo de malfeitorias, que levarão à destruição de mais uns quantos postos de trabalho.

Hoje Estou em GREVE!

 
De produtivo, ESCREVER é a única coisa que farei para desancar nos malfeitores que nos querem (ou já conseguiram) perder.

quarta-feira, junho 26, 2013

Haja Muita Paciência!

Um garatujador chamado Bruno Proença escreveu um comentário de grosso calibre no DIÁRIO ECONÓMICO sobre a greve dos professores. E fez a descoberta do século! No essencial, entre outras barbaridades, garante que Portugal faliu por causa de greves como esta, e que quando o governo capitula, os grandes derrotados são os contribuintes, pois os grevistas não produzem o suficiente para justificar o que custam, e com isso o Estado continua a acumular défice e dívida, e o País acaba às mãos da troika, a sofrer com as medidas de austeridade. Só faltou dizer que o bem intencionado ministro Nuno Crato, ao meter-se com os sindicatos, acabou todo emporcalhado. Nem mais! O garatujador disse isto tudo sem pestanejar nem titubear. Que foi por causa dos professores, e outros que tais, que Portugal está falido. Uma calamidade! Não foi por causa dos "swaps", nem das parcerias público-privadas, nem do BPP e do BPN, nem dos défices camuflados, nem dos cálculos mirabolantes do Victor Gaspar, nem da economia paralela, nem das fugas de capitais para os "paraísos fiscais", nem das fugas aos impostos, nem dos perdões fiscais, nem dos ajustes directos, nem dos estádios de futebol, nem da compra dos submarinos e dos blindados "pandur", nem da recapitalização dos bancos à custa dos contribuintes, nem da destruição do tecido económico, gerador de desemprego e pobreza, desprezo pelos pobres e roubo sistemático dos “remediados”, nem dos “furacões” sem fim à vista, nem da corrupção generalizada. Nada disso! As culpadas são as greves, e com isso, o persistente adiamento da tal reforma do Estado, uma medida tão necessária como um ataque de sarna. Em resumo: o rabiscador não resvalou, nem tropeçou, estatelou-se ao comprido e apenas resta desejar-lhe as melhoras. E quanto ao jornalismo situacionista e de meia-tigela, só lhe faltava emparceirar com o comentário rasca e acintoso. Haja muita paciência!

Notícias às Três Pancadas

Reparem no "bom português" do jornal PÚBLICO on-line de 26 de Junho de 2013...

 
Clique para aumentar

segunda-feira, junho 24, 2013

O Anjinho Bom e os Diabinhos Maus

Miguel Poiares Maduro funciona no Governo como válvula de compensação, uma espécie de anjinho bom que se põe do nosso lado, e nos canta umas lérias ao ouvido, sempre que os diabinhos maus, fazem ou vão fazer das suas. Depois de nos ter confidenciado que o Governo "quer oferecer esperança aos portugueses", agora, para justificar os "castigos" e "penitências" que nos estão a ser impostos pelos diabinhos exterminadores da troika e do Governo, foi a vez de nos vir dizer que isso se deve ao facto de "durante muito tempo este país ter vivido fora da realidade", como podem ver, uma variante do já estafado argumento do termos vivido acima das nossas possibilidades. E que tal se fosse dar banho às pulgas...

domingo, junho 23, 2013

Registo Para Memória Futura (87)

«Está em implementação o Sistema Integrado de Informação Criminal, aprovado pelos "partidos do poder" (PSD e CDS-PP) com o indisfarçável propósito de controlar politicamente a investigação criminal e as informações que esta produz, aproveitando-as para fins que a Constituição não permite, como a "prevenção de ameaças graves e imediatas à segurança interna", conceito que, como temos visto, hoje tudo abarca, até meras manifestações cívicas.

Este sistema é "coordenado" por um secretário-geral que depende directamente do Primeiro Ministro.O Governo, que não pode ter acesso aos inquéritos-crime, administra a base dos dados que os mesmos produzem!

O Ministério Público, que por imposição constitucional dirige a investigação criminal e a quem todas as polícias criminais devem obediência funcional, está afastado da direcção deste sistema, tendo até um acesso muito mais limitado do que qualquer polícia.

Uma aberração que deve merecer a maior preocupação!»

Artigo de Rui Cardoso, Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, em 4 de Março de 2013, no jornal CORREIO DA MANHÃ e com o título "A Aberração".

Meu comentário: É uma espécie de "Patriot Act", produzido pelas mentes diabólicas e alucinadas que moram no ministério da Administração Interna, e para aplicar aos indígenas da Ocidental Praia Lusitana, se eles deixarem, claro está.

quinta-feira, junho 20, 2013

Lei da Greve ou Outra Qualquer

SE O GOVERNO discorda da Lei da Greve (ou de outra qualquer), a solução é simples: altera-se a Lei! Daí até proibir as greves (ou outra coisa qualquer), vai um salto de curta distância. A fazer coro com alguns jagunços que andam por aí, o inenarrável Alberto João Jardim, já declarou que é insustentável o direito à greve em certos sectores, e defendeu a proibição da realização de greves na saúde, justiça, transportes, forças armadas e forças de segurança. Só faltou acrescentar que a seguir pode ir o resto, basta haver vontade para isso. E com o presidente da República que temos, que contra o que era habitual, passou a promulgar leis, vinte e quatro (24) horas depois de lhe terem sido enviadas para apreciação, a coisa está garantida. É preciso não esquecer que o inquilino de Belém, em tempos, também foi barreirista, e ultimamente, entusiasmado com o andar da carruagem, deve ter voltado aos treinos.

Acertar Agulhas

O Governo volta a reunir o Conselho de Ministros no próximo sábado dia 22, com dois pratos fortes: assinalar os dois anos da (des)governação em que hipotecou o país e fez a vida negra aos portugueses, e fazer a compilação das iniciativas políticas e legislativas associadas com a tão desejada "reforma do Estado", onde continuarão a delinear e acertar agulhas para aplicar mais um pacote de malfeitorias. Tanto o que foi feito como o que falta fazer, é garantido que têm uma característica comum: não constam do Programa de Governo com que se apresentaram às eleições de 2011. O receio de ser recebido com protestos, assobiadelas e "grandoladas" fez com o Governo tenha decidido reunir fora de Lisboa, em local mantido em segredo, e suspeita-se que não serão divulgadas conclusões pormenorizadas no fim da reunião.

quarta-feira, junho 19, 2013

Registo Para Memória Futura (86)

«(...) O Governo já cancelou os contratos de swap das empresas públicas com todos os bancos à exceção do Santander Totta, de acordo com informações avançadas hoje por fonte oficial do ministério das Finanças. Do total de perdas potenciais iniciais a rondar 3.000 milhões de euros, restam agora cerca de metade que dizem respeito apenas aos contratos celebrados com o banco espanhol que, entre os vários swaps contratados, tem seis casos "potencialmente especulativos".
Os números exatos da negociação com os bancos não foram divulgados mas o ministério de Vítor Gaspar refere que a poupança conseguida no cancelamento dos contratos rondou 30% - cerca de 500 milhões de euros -e que o Estado irá pagar os restantes 1.000 milhões de euros. (...)»

Excerto de notícia do EXPRESSO on-line de 18 de Junho de 2013, e que adopta o novo acordo ortográfico.

Meu comentário: E depois ainda continuam a repetir até à exaustão que é a saúde, a educação, as prestações sociais, as deficitárias empresas públicas e o nosso faustoso (des)nível de vida que são insustentáveis, sendo necessário passarmos de país pobre a país paupérrimo. A par disso, alguns dos figurões que negociaram os tais "contratos especulativos" foram "desobrigados" das suas funções governativas, vão passar uns tempos a "branquear-se", e depois, quando as fúrias acalmarem, lá voltarão ao circuito da gestão de topo das empresas privadas, depois de terem andado a treinar-se e a usar as empresas públicas como laboratórios de experiências de alto risco, espatifando-as com grande competência. Entretanto, continuo com grande curiosidade em saber pormenores sobre o tal inquérito às Parcerias Público-Privadas, que segundo consta deixou certas áreas na sombra, não apurando toda a extensão e totalidade das responsabilidades, limitando-se a fazer recair, exclusivamente, sobre José Sócrates e alguns dos seus ministros, o grosso das patifarias.