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José Rodrigues dos Santos, apresentador da RTP, canal público de televisão, concedeu uma entrevista ao PÚBLICO/PÚBLICA, onde veio denunciar a ocorrência de pressões e interferências, desde 2004, altura em que era director de informação, por parte do poder político, no sentido de determinar as orientações editoriais e os alinhamentos daquela estação, sobretudo em matéria de informação, pondo em causa a sua independência. A administração vem agora dizer que quer apurar todas as responsabilidades, supondo-se que pretenda controlar os danos causados pelas declarações de Rodrigues do Santos, tentando reduzir a denúncia de carácter eminentemente político, a um simples problema de natureza laboral.
Tudo isto não é nada que não fosse já falado à boca pequena, pois alguém está a entregar-se ao exercício de funções que excedem as suas competências, e isso vê-se nos programas de informação e “grande informação”, onde é notório que paira a omnipresença da “voz do dono”. A televisão é aquela “senhora” que nos entra pela casa dentro sem pedir licença, e os governos sabem isso. Moldar o que lemos, o que vemos e o que ouvimos ao sabor dos seus critérios, desejos e intenções é um fruto demasiado apetitoso, e está ali, mesmo à mão de semear.
Já tardava, mas aconteceu. José Rodrigues dos Santos vestiu a pele da raposa, teve a grande coragem de falar com todas as letras, e o resultado está à vista: a capoeira entrou em alvoroço.
José Rodrigues dos Santos, apresentador da RTP, canal público de televisão, concedeu uma entrevista ao PÚBLICO/PÚBLICA, onde veio denunciar a ocorrência de pressões e interferências, desde 2004, altura em que era director de informação, por parte do poder político, no sentido de determinar as orientações editoriais e os alinhamentos daquela estação, sobretudo em matéria de informação, pondo em causa a sua independência. A administração vem agora dizer que quer apurar todas as responsabilidades, supondo-se que pretenda controlar os danos causados pelas declarações de Rodrigues do Santos, tentando reduzir a denúncia de carácter eminentemente político, a um simples problema de natureza laboral.
Tudo isto não é nada que não fosse já falado à boca pequena, pois alguém está a entregar-se ao exercício de funções que excedem as suas competências, e isso vê-se nos programas de informação e “grande informação”, onde é notório que paira a omnipresença da “voz do dono”. A televisão é aquela “senhora” que nos entra pela casa dentro sem pedir licença, e os governos sabem isso. Moldar o que lemos, o que vemos e o que ouvimos ao sabor dos seus critérios, desejos e intenções é um fruto demasiado apetitoso, e está ali, mesmo à mão de semear.
Já tardava, mas aconteceu. José Rodrigues dos Santos vestiu a pele da raposa, teve a grande coragem de falar com todas as letras, e o resultado está à vista: a capoeira entrou em alvoroço.
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