HÁ CASOS em que dar uma entrevista encomendada, postar umas reflexões no Facebook ou escrever um prefácio, tem a mesma função do detergente ou da limpeza a seco, sobretudo quando o protagonista é alguém que pretende lavar-se, justificar-se ou distanciar-se dos problemas em que esteve ou está envolvido. É este o caso de Aníbal Cavaco Silva, Sua Ineficiência o Presidente da República Portuguesa, alguém que em vez de se empenhar em ser parte da solução, continua a insistir ser um elemento perturbador, senão mesmo a questão central do problema político português.
Diga o que disser, escreva o que escrever (seja com ajuda ou não de um “escritor-fantasma”), seja como extensa oração de sapiência, manual de instruções para presidentes em contexto de crise (como ele classificou o prefácio ao seu “roteiro”), ou passagem pelo confessionário para se limpar dos pecados, tal atitude é sempre pouco dignificante, mais a mais, sendo ele um Presidente da República ainda em exercício, que não teve pudor de ser juiz em causa própria. Não reflectiu sobre o seu comportamento, ignorando acontecimentos marcantes. Preferiu simular ser paciente e psicólogo, num cómodo exercício de desdobramento de personalidade. Em resumo: faz questão de passar incólume e assumir-se como virgem impoluta, antes que alguém o venha acusar de ser o “comandante-chefe” das operações que, derrota após derrota, conduzirá o país da insignificância à destruição.
Por mim, bem pode limpar as mãos à parede, como político, e não só. Será sempre um dos actores que trará para a boca-de-cena o velho projecto de Francisco Sá Carneiro, que desejava a tripla coligação, consubstanciada numa maioria, um governo e um presidente, todos da mesma família política, para chegar onde acabámos por chegar. O professor que não lia jornais, que nunca tinha dúvidas e que nunca se enganava, pode ficar descansado: o veredicto final, quer queira, quer não, pertencerá sempre ao Povo e à História.
A receita de como lavar mais branco, da autoria de Aníbal Cavaco Silva, está publicada no CARTÓRIO DO ESCREVINHADOR
Diga o que disser, escreva o que escrever (seja com ajuda ou não de um “escritor-fantasma”), seja como extensa oração de sapiência, manual de instruções para presidentes em contexto de crise (como ele classificou o prefácio ao seu “roteiro”), ou passagem pelo confessionário para se limpar dos pecados, tal atitude é sempre pouco dignificante, mais a mais, sendo ele um Presidente da República ainda em exercício, que não teve pudor de ser juiz em causa própria. Não reflectiu sobre o seu comportamento, ignorando acontecimentos marcantes. Preferiu simular ser paciente e psicólogo, num cómodo exercício de desdobramento de personalidade. Em resumo: faz questão de passar incólume e assumir-se como virgem impoluta, antes que alguém o venha acusar de ser o “comandante-chefe” das operações que, derrota após derrota, conduzirá o país da insignificância à destruição.
Por mim, bem pode limpar as mãos à parede, como político, e não só. Será sempre um dos actores que trará para a boca-de-cena o velho projecto de Francisco Sá Carneiro, que desejava a tripla coligação, consubstanciada numa maioria, um governo e um presidente, todos da mesma família política, para chegar onde acabámos por chegar. O professor que não lia jornais, que nunca tinha dúvidas e que nunca se enganava, pode ficar descansado: o veredicto final, quer queira, quer não, pertencerá sempre ao Povo e à História.
A receita de como lavar mais branco, da autoria de Aníbal Cavaco Silva, está publicada no CARTÓRIO DO ESCREVINHADOR
Sem comentários:
Enviar um comentário