«A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista.
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Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão.
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As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir.»
Citações retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta. Natália Correia foi uma poetisa portuguesa nascida em Fajã de Baixo, São Miguel, Açores, em 13 de Setembro de 1923 e falecida em Lisboa, em 16 de Março de 1993
2 comentários:
Se tivesse lido esse texto na altura da nossa entrada na então CEE, provavelmente teria dito que a Natália Correia era visionária e louca. Infelizmente revelou-se premonitória, terrivelmente certeira.
Vale a pena comprar o livro?
Abraço
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