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Que fazer com esta victória, é o que dirão agora os democratas americanos, quando confrontados com a nova realidade, depois de terem reconquistado a maioria na Câmara dos Representantes e no Senado, além do governo de alguns Estados.
Demitir e fazer recuar o Donald Rumsfeld (nem Kissinger gostava dele) para os bastidores da política, onde continuará a tricotar as suas ideias e influências, era o mínimo que G.W.Bush tinha que fazer, pois aquele havia sido o arquitecto da invasão do Iraque, e nestas eleições, foi o descalabro em que se transformou aquele país, associado à memória da intervenção no Vietname, que levou o eleitorado a inverter o sentido do voto, levando os republicanos a esta amarga derrota.
A invasão e a ocupação do Iraque, fundamentada em grossas mentiras, que garantiam uma suposta posse de armas de destruição maciça, a insolência com que os países europeus foram mimoseados, ao ponto de os resistentes aos planos americanos serem acusados de representarem a “velha Europa”, em contraste com uma enfileirada “Nova Europa”, a imposição de um unilateralismo arrogante que acabou por desembocar no desprezo pelas leis internacionais, mais a criação dos infernos concentracionários de Guantánamo e Abu Ghraib e a legalização da tortura, foi uma deriva neo-conservadora da política externa americana, que acabou por ter as consequências que estão à vista de todos: no Afeganistão a produção de ópio voltou a ser a principal actividade económica, ao passo que os talibãs voltam a controlar imensas parcelas do território, Osama Bin Laden continua algures em parte incerta a mexer os cordelinhos de um terrorismo global em franca expansão, deixando comprometida a suposta guerra contra o terrorismo, e o Iraque, transformado num imenso matadouro, encontra-se em vésperas de mergulhar numa guerra civil.
Apesar desta derrocada republicana, acho que pouco ou nada irá mudar. Muito embora, e na sequência do 11 de Setembro de 2001, hajam sido aprovadas leis que contradizem o espírito de liberdade e tolerância da sociedade americana (Patriot Act), ainda irá correr muita água debaixo das pontes, até que os E.U.A. voltem ao bom caminho, pois a presidência só voltará a estar em disputa lá para fins de 2008. Além disso, é preciso não esquecer que o círculo mais íntimo de conselheiros e colaboradores de G.W.Bush (Dick Cheney, Condoleezza Rice, John Bolton, Donald Rumsfeld, Richard Perle, George Tenet, Karl Rove, entre muitos outros), inspiradores das políticas desta presidência, são um grupo de malfeitores neo-conservadores, que não recuam em nada para continuarem a deter e a influenciar o poder.
Por agora, extintos que estão os discursos exaltados que inflamaram a campanha eleitoral e atingidos os objectivos eleitorais, os democratas, afinal, acabam por concordar com os republicanos, em linhas gerais, quanto aos objectivos da política externa norte-americana, a qual continua a pugnar por um grande espaço global não regulamentado, onde o petróleo continue a jorrar a bom ritmo, num mundo em que a “pax americana” seja vigiada por uns Estados Unidos, dominadores e intransigentes. Diferenças, se as houver, será apenas na forma e nos pormenores para a concretizar.
Assim, apesar do sentido de voto ter invertido a relação de forças entre o Congresso e a Presidência, o mais certo é que o nó górdio iraquiano continue por desatar, e as tropas americanas não regressem a casa tão cedo. Porém, os democratas que se cuidem. Em democracia, as maiorias, conforme se fazem, também se desfazem, e estas eleições são bem a prova disso.
Finalmente, um amigo meu que sempre manteve um acentuado sentido crítico, relativamente ao comportamento dos americanos, tanto dentro como fora das suas fronteiras, diz ele que, seja republicano ou democrata, quando se fala de políticos, torna-se difícil encontrar diferenças, pois é tudo farinha do mesmo saco.
Que fazer com esta victória, é o que dirão agora os democratas americanos, quando confrontados com a nova realidade, depois de terem reconquistado a maioria na Câmara dos Representantes e no Senado, além do governo de alguns Estados.
Demitir e fazer recuar o Donald Rumsfeld (nem Kissinger gostava dele) para os bastidores da política, onde continuará a tricotar as suas ideias e influências, era o mínimo que G.W.Bush tinha que fazer, pois aquele havia sido o arquitecto da invasão do Iraque, e nestas eleições, foi o descalabro em que se transformou aquele país, associado à memória da intervenção no Vietname, que levou o eleitorado a inverter o sentido do voto, levando os republicanos a esta amarga derrota.
A invasão e a ocupação do Iraque, fundamentada em grossas mentiras, que garantiam uma suposta posse de armas de destruição maciça, a insolência com que os países europeus foram mimoseados, ao ponto de os resistentes aos planos americanos serem acusados de representarem a “velha Europa”, em contraste com uma enfileirada “Nova Europa”, a imposição de um unilateralismo arrogante que acabou por desembocar no desprezo pelas leis internacionais, mais a criação dos infernos concentracionários de Guantánamo e Abu Ghraib e a legalização da tortura, foi uma deriva neo-conservadora da política externa americana, que acabou por ter as consequências que estão à vista de todos: no Afeganistão a produção de ópio voltou a ser a principal actividade económica, ao passo que os talibãs voltam a controlar imensas parcelas do território, Osama Bin Laden continua algures em parte incerta a mexer os cordelinhos de um terrorismo global em franca expansão, deixando comprometida a suposta guerra contra o terrorismo, e o Iraque, transformado num imenso matadouro, encontra-se em vésperas de mergulhar numa guerra civil.
Apesar desta derrocada republicana, acho que pouco ou nada irá mudar. Muito embora, e na sequência do 11 de Setembro de 2001, hajam sido aprovadas leis que contradizem o espírito de liberdade e tolerância da sociedade americana (Patriot Act), ainda irá correr muita água debaixo das pontes, até que os E.U.A. voltem ao bom caminho, pois a presidência só voltará a estar em disputa lá para fins de 2008. Além disso, é preciso não esquecer que o círculo mais íntimo de conselheiros e colaboradores de G.W.Bush (Dick Cheney, Condoleezza Rice, John Bolton, Donald Rumsfeld, Richard Perle, George Tenet, Karl Rove, entre muitos outros), inspiradores das políticas desta presidência, são um grupo de malfeitores neo-conservadores, que não recuam em nada para continuarem a deter e a influenciar o poder.
Por agora, extintos que estão os discursos exaltados que inflamaram a campanha eleitoral e atingidos os objectivos eleitorais, os democratas, afinal, acabam por concordar com os republicanos, em linhas gerais, quanto aos objectivos da política externa norte-americana, a qual continua a pugnar por um grande espaço global não regulamentado, onde o petróleo continue a jorrar a bom ritmo, num mundo em que a “pax americana” seja vigiada por uns Estados Unidos, dominadores e intransigentes. Diferenças, se as houver, será apenas na forma e nos pormenores para a concretizar.
Assim, apesar do sentido de voto ter invertido a relação de forças entre o Congresso e a Presidência, o mais certo é que o nó górdio iraquiano continue por desatar, e as tropas americanas não regressem a casa tão cedo. Porém, os democratas que se cuidem. Em democracia, as maiorias, conforme se fazem, também se desfazem, e estas eleições são bem a prova disso.
Finalmente, um amigo meu que sempre manteve um acentuado sentido crítico, relativamente ao comportamento dos americanos, tanto dentro como fora das suas fronteiras, diz ele que, seja republicano ou democrata, quando se fala de políticos, torna-se difícil encontrar diferenças, pois é tudo farinha do mesmo saco.