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O presidente Bush já reconheceu os seus erros, já pediu desculpa por eles, mas ignorante e estúpido como é (imagem de marca!), aliado ao facto de continuar a ser atazanado pelos seus compinchas neo-conservadores, que trabalham nos bastidores da Casa Branca, recusou-se a fazer a agulha para outra solução, quanto à guerra no Iraque. Após uma invasão com pretextos baseados em mentiras (quase todos os presidentes americanos têm, invariavelmente, o hábito de mentirem ao Congresso e ao povo), continua a insistir na sua visão de uma vitória pantagruélica, em que a guerra civil será apagada como uma fogueirinha insignificante, o petróleo continuará a jorrar e a sua democracia de exportação, com mais uma injecção de 21.500 militares combatentes, irá ficar de pedra e cal para a posteridade.
Embora tenha encomendado o relatório Baker-Hamilton, o qual vaticina para a intervenção americana no Iraque um desastre garantido, e que para o evitar, propunha uma retirada honrosa e faseada, em simultâneo com uma ofensiva diplomática regional, destinada a salvar a face dos EUA, o presidente, que insiste em não aprender nada, fez orelhas moucas dos conselhos do relatório, e engrenou novamente o seu discurso de “vitória”, correndo a pedir ao Senado mais um reforço de 6,8 mil milhões de dólares e o reforço da capacidade de mobilização para 90.000 militares, de forma a poder satisfazer a rotação das unidades militares no terreno, ao mesmo tempo que começou a responsabilizar e a exigir, com veemência, do “seu” governo iraquiano, o cumprimento da sua parte do “contrato”, que terá a ver com o controle e pacificação das várias milícias que operam no território.
Repete-se a estratégia adoptada na guerra do Vietname (1964-1975), com algumas variantes. Tal como no Iraque, também no Vietname, a intervenção americana começou com um falso pretexto, tendo sido invocado um incidente que nunca teria acontecido, entre os norte-vietnamitas e os navios USS Maddox e USS C.Turney Joy, os quais patrulhavam o golfo de Tonquim, em Julho de 1964. Depois foi a escalada militar, ocorrida na sequência da ofensiva do Tet em 1968, que marcou uma viragem no curso da guerra e impulsionou a oposição da opinião pública norte-americana em relação à guerra, já que correspondia a uma cada vez maior mobilização, com os militares americanos em missão no Vietname a atingirem mais de meio milhão, ao mesmo tempo que a Casa Branca e o Pentágono insistiam em dizer que estava em curso a “vietnamização” do conflito, isto é, estavam a equipar e preparar as forças armadas do Vietname do Sul para enfrentarem sozinhas os guerrilheiros Vietcong e as forças regulares do Vietname do Norte. No Iraque, 4 anos após a invasão, o objectivo deixou de ser a transição da ditadura para a democracia, mas apenas a estabilização da situação, já que a democracia, dizem os entendidos, tenderá a ser fatalmente imperfeita. Quanto ao reforço do contingente americano, tem por objectivo equipar e dar formação ao exército e às forças de segurança, a fim de que a confrontação entre xiitas e sunitas, e entre estas duas e o próprio invasor americano, possam ser asseguradas pelo governo iraquiano, ele mesmo considerado um produto e fantoche pró-americano, tal como aconteceu no Vietname há três décadas atrás, com o presidente Van Thieu.
Embora o próprio Bush já tenha reconhecido que há semelhanças entre a guerra que os americanos enfrentaram no Vietname, há trinta anos atrás, e aquela que hoje se trava no Iraque, contra as opiniões dos especialistas e dos sinais em contrário, continua a garantir que ainda não se verificou qualquer inversão nos objectivos, portanto, sigamos em frente rumo ao desastre.
Resumindo e concluindo: o mal está feito. Foi levada a cabo uma invasão baseada em mentiras, apeou-se a ditadura, eliminou-se o ditador, morreram dezenas de milhares de iraquianos, acabou por se encomendar uma guerra civil, intercalada de guerra de libertação, que põe em jogo centenas de milhares de vidas humanas, e por mais que digam ao inquilino da Casa Branca que está a correr um risco tremendo, e pelo meio lhe gritem aos ouvidos que “é outro Vietname, estúpido!”, ninguém o trava e ele continua a insistir, alegre e indiferente, na sua guerra privada contra o terrorismo.
O presidente Bush já reconheceu os seus erros, já pediu desculpa por eles, mas ignorante e estúpido como é (imagem de marca!), aliado ao facto de continuar a ser atazanado pelos seus compinchas neo-conservadores, que trabalham nos bastidores da Casa Branca, recusou-se a fazer a agulha para outra solução, quanto à guerra no Iraque. Após uma invasão com pretextos baseados em mentiras (quase todos os presidentes americanos têm, invariavelmente, o hábito de mentirem ao Congresso e ao povo), continua a insistir na sua visão de uma vitória pantagruélica, em que a guerra civil será apagada como uma fogueirinha insignificante, o petróleo continuará a jorrar e a sua democracia de exportação, com mais uma injecção de 21.500 militares combatentes, irá ficar de pedra e cal para a posteridade.
Embora tenha encomendado o relatório Baker-Hamilton, o qual vaticina para a intervenção americana no Iraque um desastre garantido, e que para o evitar, propunha uma retirada honrosa e faseada, em simultâneo com uma ofensiva diplomática regional, destinada a salvar a face dos EUA, o presidente, que insiste em não aprender nada, fez orelhas moucas dos conselhos do relatório, e engrenou novamente o seu discurso de “vitória”, correndo a pedir ao Senado mais um reforço de 6,8 mil milhões de dólares e o reforço da capacidade de mobilização para 90.000 militares, de forma a poder satisfazer a rotação das unidades militares no terreno, ao mesmo tempo que começou a responsabilizar e a exigir, com veemência, do “seu” governo iraquiano, o cumprimento da sua parte do “contrato”, que terá a ver com o controle e pacificação das várias milícias que operam no território.
Repete-se a estratégia adoptada na guerra do Vietname (1964-1975), com algumas variantes. Tal como no Iraque, também no Vietname, a intervenção americana começou com um falso pretexto, tendo sido invocado um incidente que nunca teria acontecido, entre os norte-vietnamitas e os navios USS Maddox e USS C.Turney Joy, os quais patrulhavam o golfo de Tonquim, em Julho de 1964. Depois foi a escalada militar, ocorrida na sequência da ofensiva do Tet em 1968, que marcou uma viragem no curso da guerra e impulsionou a oposição da opinião pública norte-americana em relação à guerra, já que correspondia a uma cada vez maior mobilização, com os militares americanos em missão no Vietname a atingirem mais de meio milhão, ao mesmo tempo que a Casa Branca e o Pentágono insistiam em dizer que estava em curso a “vietnamização” do conflito, isto é, estavam a equipar e preparar as forças armadas do Vietname do Sul para enfrentarem sozinhas os guerrilheiros Vietcong e as forças regulares do Vietname do Norte. No Iraque, 4 anos após a invasão, o objectivo deixou de ser a transição da ditadura para a democracia, mas apenas a estabilização da situação, já que a democracia, dizem os entendidos, tenderá a ser fatalmente imperfeita. Quanto ao reforço do contingente americano, tem por objectivo equipar e dar formação ao exército e às forças de segurança, a fim de que a confrontação entre xiitas e sunitas, e entre estas duas e o próprio invasor americano, possam ser asseguradas pelo governo iraquiano, ele mesmo considerado um produto e fantoche pró-americano, tal como aconteceu no Vietname há três décadas atrás, com o presidente Van Thieu.
Embora o próprio Bush já tenha reconhecido que há semelhanças entre a guerra que os americanos enfrentaram no Vietname, há trinta anos atrás, e aquela que hoje se trava no Iraque, contra as opiniões dos especialistas e dos sinais em contrário, continua a garantir que ainda não se verificou qualquer inversão nos objectivos, portanto, sigamos em frente rumo ao desastre.
Resumindo e concluindo: o mal está feito. Foi levada a cabo uma invasão baseada em mentiras, apeou-se a ditadura, eliminou-se o ditador, morreram dezenas de milhares de iraquianos, acabou por se encomendar uma guerra civil, intercalada de guerra de libertação, que põe em jogo centenas de milhares de vidas humanas, e por mais que digam ao inquilino da Casa Branca que está a correr um risco tremendo, e pelo meio lhe gritem aos ouvidos que “é outro Vietname, estúpido!”, ninguém o trava e ele continua a insistir, alegre e indiferente, na sua guerra privada contra o terrorismo.