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Tornou-se uma espécie de diversão, as idas do governo à Assembleia da República, para dar conta do que pretende fazer. O José Sócrates conta com isso, como se aquele exercício fosse a “piéce de resistance” de todos os espectáculos televisivos com que costumamos ser brindados, invariavelmente em todos os telejornais. O governo põe, Sócrates dispõe e o PS, na sua mansa cabotinice, ou aplaude ou faz interpelações parvas. Naquelas tardes Sócrates só discursa. Recusa-se a abordar ou debater assuntos sensíveis, em que a sua imagem possa sair prejudicada. Vai discorrendo sobre as matérias previamente agendadas, não responde a ninguém, deixando bem claro que venham as críticas que vierem, irá fazer o que muito bem lhe apetecer. Na verdade, o que ele está a fazer é a exibir-se para a comunicação social e, por consequência, a trabalhar afincadamente para as sondagens. Ele sabe que mesmo que nada faça, ou que tudo lhe corra mal, a sua popularidade manter-se-á intocável, porque é disso que este povo gosta: algum pão e muito circo!
O governo como não pode fazer todas as maldades que lhe apetece, e simultaneamente passar despercebido, vê-se na contingência de ter que fazer muito alarido, mais alarido do que aqueles que se lhe opõem. Por isso, se virmos bem, sobretudo nas televisões, os comentadores foram substituídos, na quase totalidade, pelos próprios políticos em actividade, o que quer dizer que deixámos de ter acesso a opiniões e comentários de pessoas descomprometidas com a área do poder. E como esses políticos não são suicidas nem masoquistas, o que habitualmente vemos e escutamos, são pedacinhos de propaganda muito bem cozinhados e servidos, sem desconfiarmos que nos estão a impingir gato por lebre. Depois da anestesia que foi a campanha do aborto, absorvendo toda a atenção dos meios de comunicação e dos portugueses, e deixando para trás todos os outros graves problemas do país, seguir-se-á a anestesia da presidência da União Europeia, e depois a narcose das eleições autárquicas, eleições europeias, etc., enquanto que os problemas estruturais do país, se não se agravarem, permanecerão exactamente na mesma. Com esta táctica, e mesmo que o país se afunde, Sócrates está para lavar e durar.
Tornou-se uma espécie de diversão, as idas do governo à Assembleia da República, para dar conta do que pretende fazer. O José Sócrates conta com isso, como se aquele exercício fosse a “piéce de resistance” de todos os espectáculos televisivos com que costumamos ser brindados, invariavelmente em todos os telejornais. O governo põe, Sócrates dispõe e o PS, na sua mansa cabotinice, ou aplaude ou faz interpelações parvas. Naquelas tardes Sócrates só discursa. Recusa-se a abordar ou debater assuntos sensíveis, em que a sua imagem possa sair prejudicada. Vai discorrendo sobre as matérias previamente agendadas, não responde a ninguém, deixando bem claro que venham as críticas que vierem, irá fazer o que muito bem lhe apetecer. Na verdade, o que ele está a fazer é a exibir-se para a comunicação social e, por consequência, a trabalhar afincadamente para as sondagens. Ele sabe que mesmo que nada faça, ou que tudo lhe corra mal, a sua popularidade manter-se-á intocável, porque é disso que este povo gosta: algum pão e muito circo!
O governo como não pode fazer todas as maldades que lhe apetece, e simultaneamente passar despercebido, vê-se na contingência de ter que fazer muito alarido, mais alarido do que aqueles que se lhe opõem. Por isso, se virmos bem, sobretudo nas televisões, os comentadores foram substituídos, na quase totalidade, pelos próprios políticos em actividade, o que quer dizer que deixámos de ter acesso a opiniões e comentários de pessoas descomprometidas com a área do poder. E como esses políticos não são suicidas nem masoquistas, o que habitualmente vemos e escutamos, são pedacinhos de propaganda muito bem cozinhados e servidos, sem desconfiarmos que nos estão a impingir gato por lebre. Depois da anestesia que foi a campanha do aborto, absorvendo toda a atenção dos meios de comunicação e dos portugueses, e deixando para trás todos os outros graves problemas do país, seguir-se-á a anestesia da presidência da União Europeia, e depois a narcose das eleições autárquicas, eleições europeias, etc., enquanto que os problemas estruturais do país, se não se agravarem, permanecerão exactamente na mesma. Com esta táctica, e mesmo que o país se afunde, Sócrates está para lavar e durar.