segunda-feira, março 05, 2007

Opemos, irmãos!

O
A OPA da Sonae sobre a PT, bem como a do BCP sobre o BPI, têm sido grandes vedetas ao longo dos últimos meses. Só faltou mandar rezar missas e dizer, alto e bom som: - Opemos, irmãos! As queridas OPAS são primeira página da imprensa escrita e dos alinhamentos das televisões, fazem-se programas especiais, entrevistas, mesas redondas, quadradas e triangulares, traçam-se as biografias dos protagonistas, contam-se e recontam-se, exaustivamente, os mais insignificantes pormenores daquelas duas operações, como se a nossa vida estivesse por um fio, com a lâmina de um diabólico cutelo suspenso sobre as nossas cabeças, dependendo o cair ou não cair, sabe-se lá de quê. Na verdade, sempre ouvi dizer que fracassassem ou tivessem êxito, o seu resultado não iria contribuir, rigorosamente nada, para a felicidade dos portugueses (excepto para os que tivessem muitas acções da Sonae, da PT, do BCP ou do BPI), para o recuo do desemprego (antes pelo contrário), para o recuo do défice orçamental (nem pensar), para a recuperação económica e a convergência com a União Europeia (é nulo), nem concorrerá para que sejam abandonados os maus caminhos por onde os governos do país têm andado metidos.

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